Maranata: "uma igreja que surgiu da luta pelo poder"
História é contada em livro escrito a partir de atas oficiais
A "igreja do seu Abílio". Assim era conhecida a instituição frequentada pela família de Abílio Gueiros, que, no fim dos anos 60 – após um racha com a Presbiteriana –, deu origem à Maranata. Hoje, a instituição, que possui quase 5 mil templos espalhados pelo país, é comandada por um de seus filhos, Gedelti.
A criação da Maranata foi relatada em um livro escrito por Joel Ribeiro Brinco. A intenção do autor, que conviveu com os Gueiros desde os 7 anos, foi a de contar a história de sua igreja – a Presbiteriana – em Vila Velha, uma história que está ligada à criação da Maranata.
Segundo a obra de Joel, a nova igreja surgiu de um racha ocorrido no seio da Presbiteriana. "A paz terminou em 28 de janeiro de 1965", relata. Ele refere-se à data em que o irmão de Gedelti, Jedaias, perdeu a eleição para pastor, pondo fim à hegemonia da família Gueiros à frente da Presbiteriana.
Jedaias havia sido eleito pastor por três vezes consecutivas, mas não chegou a assumir o último mandato. Decidiu aceitar um convite para pastorear uma outra unidade presbiteriana no Rio de Janeiro. Seis anos depois, após passar em um concurso para juiz no Estado, decidiu retornar e reassumir o comando da igreja, em uma nova eleição. "A família Gueiros dava como certa a eleição de Jedaias", conta Joel.
Surpresa
Para surpresa de todos, o resultado foi outro. "Jedaias perdeu para um pastor humilde, recém-chegado a Vila Velha, do interior do Estado", conta Joel. Era o reflexo, diz o autor, do crescimento do município, de sua população e, por consequência, do número de presbiterianos.
Esses novos fiéis, pondera Joel, não tinham ligação com a família Gueiros. "Os Gueiros, reconhecidamente, fizeram muito por Vila Velha. Mas para os novos moradores eram desconhecidos". Pesava ainda o fato de que Jedaias estava fora da comunidade havia seis anos.
O irmão de Gedelti perdeu as eleições para Sebastião Bittencourt dos Passos por uma diferença de 21 votos, resultado que não foi aceito. "A família Gueiros julgava ser muito improvável a eleição do Sebastião, face a grande influência que sempre exerceu na igreja", diz Joel.
Resultado
O resultado disso se viu nos anos seguintes. O primeiro passo foi uma tentativa da família Gueiros de anular a eleição. Num primeiro momento até conseguiram. A cúpula da Presbiteriana aceitou o pedido e manteve Sebastião na igreja apenas como pastor evangelista e não titular.
Essa decisão não agradou a outros membros da igreja, que alegavam desconhecer os motivos que levaram a eleição a ser anulada. Com a pressão dos fiéis, a cúpula da Presbiteriana decidiu confirmar a vitória de Sebastião, que voltou a ser pastor titular. "Essa decisão foi um balde de água fria nos propósitos dos Gueiros", pondera Joel.
Nos meses seguintes, os Gueiros começaram a se reunir em outra congregação, numa comunidade chamada Cruz do Campo, no bairro da Toca, em Vila Velha. Lá recebiam pastores de outras denominações. "Com uma doutrina diferente da presbiteriana, que incluía revelações e línguas estranhas", diz o autor.
Foi dessa pequena congregação que surgiu uma nova igreja, a Cristã Presbiteriana. Alguns anos depois seu nome foi trocado para Maranata. "Uma igreja que surgiu a partir de uma luta por poder", assinala Joel, cujo livro foi baseado nas atas históricas mantidas nos arquivos da Igreja Presbiteriana.
Igreja diz que história é outra
A Maranata garante que a história da igreja é outra. Por intermédio de nota, informou que o primeiro culto aconteceu em 1968, na Igreja Cristã Presbiteriana, em Itacibá. O pastor, Milton Leitão, falou para um grupo de 200 membros "que desejava uma maior comunhão com Deus".
O grupo expandiu-se no ano seguinte, com membros de Vitória, Vila Velha, Ataíde, Campo Grande e Afonso Cláudio. A construção do primeiro templo foi em 1972, no bairro de Belém, conhecido como Toca. "Uma igreja de taipa, coberta de telha de amianto", diz a nota.
A partir daí, a igreja cresceu, organizou sua doutrina e alterou o nome para Maranata. "Emergiu do seio da comunidade evangélica mundial, com ênfase no batismo com o Espírito Santo e nos dons espirituais", diz a nota.
Descartam ainda um racha com a Presbiteriana. Sobre a participação da família Gueiros, assinalam em nota que no início aderiram apenas Sara Gueiros e seu filho Gedelti.
"Os dois, com mais seis membros de Vila Velha e Vitória, aderiram à doutrina avivalista, que já tinha pontos de propagação em todo o Brasil, com diversas designações", pontua a nota.
Esclarece que a escolha do presidente e do Conselho Presbiteral é feita por voto ou aclamação em assembleia, com representantes das coordenações regionais do Brasil. Esses representantes são eleitos em suas regiões e trazem suas credenciais em atas.
Esses novos fiéis, pondera Joel, não tinham ligação com a família Gueiros. "Os Gueiros, reconhecidamente, fizeram muito por Vila Velha. Mas para os novos moradores eram desconhecidos". Pesava ainda o fato de que Jedaias estava fora da comunidade havia seis anos.
O irmão de Gedelti perdeu as eleições para Sebastião Bittencourt dos Passos por uma diferença de 21 votos, resultado que não foi aceito. "A família Gueiros julgava ser muito improvável a eleição do Sebastião, face a grande influência que sempre exerceu na igreja", diz Joel.
Resultado
O resultado disso se viu nos anos seguintes. O primeiro passo foi uma tentativa da família Gueiros de anular a eleição. Num primeiro momento até conseguiram. A cúpula da Presbiteriana aceitou o pedido e manteve Sebastião na igreja apenas como pastor evangelista e não titular.
Essa decisão não agradou a outros membros da igreja, que alegavam desconhecer os motivos que levaram a eleição a ser anulada. Com a pressão dos fiéis, a cúpula da Presbiteriana decidiu confirmar a vitória de Sebastião, que voltou a ser pastor titular. "Essa decisão foi um balde de água fria nos propósitos dos Gueiros", pondera Joel.
Nos meses seguintes, os Gueiros começaram a se reunir em outra congregação, numa comunidade chamada Cruz do Campo, no bairro da Toca, em Vila Velha. Lá recebiam pastores de outras denominações. "Com uma doutrina diferente da presbiteriana, que incluía revelações e línguas estranhas", diz o autor.
Foi dessa pequena congregação que surgiu uma nova igreja, a Cristã Presbiteriana. Alguns anos depois seu nome foi trocado para Maranata. "Uma igreja que surgiu a partir de uma luta por poder", assinala Joel, cujo livro foi baseado nas atas históricas mantidas nos arquivos da Igreja Presbiteriana.
Igreja diz que história é outra
A Maranata garante que a história da igreja é outra. Por intermédio de nota, informou que o primeiro culto aconteceu em 1968, na Igreja Cristã Presbiteriana, em Itacibá. O pastor, Milton Leitão, falou para um grupo de 200 membros "que desejava uma maior comunhão com Deus".
O grupo expandiu-se no ano seguinte, com membros de Vitória, Vila Velha, Ataíde, Campo Grande e Afonso Cláudio. A construção do primeiro templo foi em 1972, no bairro de Belém, conhecido como Toca. "Uma igreja de taipa, coberta de telha de amianto", diz a nota.
A partir daí, a igreja cresceu, organizou sua doutrina e alterou o nome para Maranata. "Emergiu do seio da comunidade evangélica mundial, com ênfase no batismo com o Espírito Santo e nos dons espirituais", diz a nota.
Descartam ainda um racha com a Presbiteriana. Sobre a participação da família Gueiros, assinalam em nota que no início aderiram apenas Sara Gueiros e seu filho Gedelti.
"Os dois, com mais seis membros de Vila Velha e Vitória, aderiram à doutrina avivalista, que já tinha pontos de propagação em todo o Brasil, com diversas designações", pontua a nota.
Esclarece que a escolha do presidente e do Conselho Presbiteral é feita por voto ou aclamação em assembleia, com representantes das coordenações regionais do Brasil. Esses representantes são eleitos em suas regiões e trazem suas credenciais em atas.
Letícia Cardoso
lcardoso@redegazeta.com.br
Vilmara Fernandes
vfernandes@redegazeta.com.br
lcardoso@redegazeta.com.br
Vilmara Fernandes
vfernandes@redegazeta.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário