11 janeiro 2012

Arcebispo afirma durante missa que mulher que aborta merece ser estupradaArcebispo afirma durante missa que mulher que aborta merece ser estuprada

Durante a missa celebrada no último domingo (31/12) o arcebispo de Granada, na Espanha, Javier Martínez criticou a Lei do Aborto da Espanha afirmando que o estupro é válido em mulheres que já fizeram aborto voluntariamente.
A lei legaliza o aborto para mulheres com até 14 semanas de gravidez, ou em 22, no caso de risco para gestante. Aprovada pelo regime socialista de José Luis Zapatero (2004-2011) o dispositivo legal poderá ser revogado pelo recém-empossado governo do PP (Partido Popular) que tem inclinação conservadora e é ligado à Igreja Católica.
As afirmações do religioso causaram grande polêmica no país. Segundo o jornal argentino Diario Registrado Martínez afirmou que “matar uma criança indefesa, em um ato proferido pela própria mãe, dá ao homem a licença absoluta, sem limites, de abusar do corpo desta mulher, porque ela trouxe a tragédia para a própria vida”.
O arcebispo comparou o aborto também ao regime nazista comandado por Adolf Hitler, dizendo que os crimes cometidos pelo regime alemão não eram tão repugnantes quanto o ato do aborto.
O último senso nacional realizado pelo Ministério da Saúde da Espanha, em 2012, registrou mais de 100 mil procedimentos abortivos, sendo que mais de 46% dos casos envolveram mulheres com idade entre 20 e 29 anos. Apenas 4% das pacientes abortaram naquele ano por conta de gravidez de risco, enquanto que quase 43% tomaram a decisão com base em vontade própria.
 
 Aborto no Brasil

No Brasil é possível fazer o aborto legal em casos de gravidez por estupro ou feto anencefálico. Em todos os demais casos o aborto é ilegal.

Inúmeras entidades dos movimentos sociais lutam pela legalização do aborto no país. Nas clínicas clandestinas, ou mesmo dentro de casa, o aborto é a quarta causa de morte entre as mulheres brasileiras. Além disso, dezenas de mulheres são processadas e muitas são até presas por terem feito um aborto.

Segundo as entidades, a mulher tem o direito de decidir sobre o seu corpo. Os movimentos também alegam que o Estado deve ser laico e não regido por princípios religiosos, tal qual acontecia durante a Idade Média.

vermelho.org.br

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