13 outubro 2011

4º Trimestre 2011 - Lição 3 – Aprendendo com as Portas de Jerusalém


16 de outubro de 2011
Texto Áureo
Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar" (Ne 4.6). – Para que o projeto de Neemias fosse bem sucedido, o povo tinha que combinar uma atitude correta com uma prática acertada. Quando conseguimos fazer bem um trabalho, somos bem sucedidos. Se trabalharmos cuidadosamente por muito tempo em um determinado projeto, e gostamos dos resultados, alcançaremos o sucesso. Às vezes, é difícil ser bem sucedido. Ter sucesso demanda tempo e dedicação, demanda cooperação e unidade.
Verdade Prática
A crise, apesar de seu desconforto, sempre nos abre grandes e oportunas portas.
Leitura Bíblica em Classe
Neemias 3.1,2,3,6,13-15
Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- CONHECER o significado das Portas do Gado e do Peixe;
- APRENDER a respeito das Portas Velha, do Vale, do Monturo, da Fonte e da Guarda; e
- SABER que as portas de Jerusalém trazem preciosas lições para nossa vida pessoal.
Palavra-chave
PORTA – Entrada, acesso para algum lugar.
Comentário
(I. Introdução)
Neemias 3 é o mais belo relato desse livro, não pelas longas relações nominais e detalhes geográficos ali registradas, mas pelo que estes nomes e referências a lugares mostram como cada família e cada pessoa deram sua contribuição à obra de reconstrução da Cidade Santa. Uma família assumiu a responsabilidade de edificar um trecho do muro, enquanto outra ergueu o próximo. Do sumo sacerdote e maiorais do povo aos residentes comuns de Jerusalém e de outras cidades judaicas, o povo pôs a mão à massa e trabalhou exaustivamente dia e noite. No dizer do próprio Neemias: “Assim, edificamos o muro... porque o povo tinha ânimo para trabalhar” (Ne 4.6). Nesta lição estudaremos acerca dos portões da cidade e seu significado espiritual. No hebraico deleth e sha’ar; no grego thura. O termo 'porta' significa uma abertura que permite a entrada e a saída das pessoas de uma casa, um edifício, ou de uma cidade. Segundo inferimos na Bíblia, as portas comumente utilizadas naqueles dias eram de bronze (Sl 107.15,16), de ferro (At 12.10), e de madeira (Ne 3.6). As portas da cidade eram os lugares de maior afluência do povo, para conversas, passatempos, ou negócios (Pv 31.23; Jó 29.7; Am 5.10-12), processos judiciais (Dt 17.5) e leitura da Lei de Deus (Ne 8.1-3). Como não havia praças nas antigas cidades da Palestina, o povo se concentrava junto às portas, que começaram, desde então, a ser sinônimo de lugar público, assim como as ágoras da Grécia, ou o Fórum Romano. Na ocasião das guerras, a guarnição de defesa era redobrada junto às portas; pois quando se conquistavam as portas era sinal de que a cidade fora subjugada. A Bíblia Sagrada, quando trata a respeito da reconstrução dos muros de Jerusalém, no Antigo Testamento no livro de Neemias, menciona as portas da cidade com os seus primitivos nomes. O comentarista da lição procura desenvolver seu postulado em termos de simbologia das portas daquela Jerusalém reconstruída por Neemias e é nessa perspectiva que desenvolverei este subsídio. Boa Aula!
(II. Desenvolvimento)
I. A PORTA DO GADO E A PORTA DO PEIXE
1. A Porta do Gado ou das Ovelhas (v. 1). A entrada dos rebanhos para o culto do templo. Por ser a primeira parte da obra e por ser vinculada aos sacrifícios, foi consagrada pelo sumo sacerdote Eliasibe: “E levantou-se Eliasibe, o sumo sacerdote, com os seus irmãos, os sacerdotes e edificaram a porta do gado, a qual a consagraram...”(Ne 12.27). A dedicação só veio depois de tudo terminado. Localizada na extremidade nordeste da área do templo por onde eram levadas para o sacrifício. Ficava nas proximidades do Templo e do tanque de Betesda (Confira Jo 1.29; 5.2). A porta do gado simbolizava consagração, mais tarde recebeu o nome de porta das ovelhas. Não há outra referência nas Escrituras de outra porta sendo consagrada, de onde se infere a importância desta porta. É a porta de encontro com o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 10.7,9). Aponta para Aquele que está à direita do Pai e é o único digno de abrir o livro de nossa plena redenção e quebrar os seus selos, porque foi morto e com o Seu sangue comprou homens para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus os fez reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra (Ap 5.9,10).
2. A Porta do Peixe (Ne 3.3; 12.39). Era assim chamada porque os peixes do rio Jordão e do mar da Galiléia chegavam à cidade por ela. Estava localizada no muro norte (V. 3). Fala-nos de crescimento, reprodução. Lembra-nos dos pescadores do mar da Galiléia chamados por Deus para serem seus discípulos, tornando-se então, pescadores de homens (Mt 4.18-22). O Pr Nelson M. de Souza escreve em seu artigo ‘Portanto, ide... – Pescadores de Homens’ . “O relato bíblico nos diz em Mt 4.18-22: - “Andando a beira do mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens”. No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram. – Indo adiante, viu outros dos irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Eles estavam num barco com seu pai, Zebedeu, preparando as suas redes... “Jesus os chamou, e eles, deixando imediatamente seu pai e o barco, o seguiram.” É interessante como Jesus, até mesmo na escolha dos seus apóstolos, ensinou verdades eternas para benefício da expansão do Reino de Deus... Jesus vai buscar alguns dos seus auxiliares mais próximos no mar, nas praias, nos barcos... Jesus convida pescadores para segui-lo. Homens, que para serem bem sucedidos em sua profissão de pescador, certamente precisavam:
- Primeiro... Dominar a arte da pesca. Conhecer o ofício de pescador.
- Depois, para sobreviver nesta profissão, os pescadores precisam aprender a lidar com toda sorte de mudanças climáticas e ambientais.
- O pescador precisa conhecer o mar e os peixes. Saber onde eles estão com mais freqüência, conhecer os seus hábitos...
- E também saber qual a isca que pode ser mais eficiente para cada tipo de peixe, além de dominar a arte de preparar esta isca.
Podemos perfeitamente aplicar que: “... o mar é o mundo e os peixes, são os homens”.
- Da mesma forma que existem mares, rios, lagos e açudes diferentes. - Também existem países, culturas e povos diferentes.
- Da mesma maneira que existem peixes com e sem escamas, peixes grandes e pequenos, peixes de águas doces e salgadas, - também existem pessoas de condições sociais diferentes, de raças e etnias diferentes, de hábitos e culturas diferentes.
- Da mesma maneira que se pode pescar com caniço, com redes, com tarrafa e com anzol. - Também existem projetos de evangelismo, juntas missionárias e muitas maneiras de participar das comunidades de fé, através dos cultos, das EBD’s, dos estudos bíblicos nos lares, através das igrejas e seus ministérios e através de serviços comunitários. Conseqüentemente, para cada criatura, para cada povo, para cada cultura... Existe uma forma mais apropriada de apresentar o Evangelho da Salvação. Irmãos, não importa em que águas estejam os peixes, não importam quais as características destes peixes... Sempre, o bom pescador encontra uma maneira de pescar o peixe... Sempre o bom pescador vai até onde o peixe se encontra e o pesca... Sempre o pescador encontra um jeito de realizar a tarefa para a qual se propôs. - “E é por isso que aqueles que pregam o Evangelho, aqueles que fazem Missões e aqueles que cooperam com Missões, precisam observar atentamente os princípios e estratégias que Deus nos disponibiliza.”.
Sinopse do Tópico (1)
A Porta das Ovelhas lembra o Salvador Jesus Cristo como o Bom Pastor. Enquanto que a Porta do Peixe lembra-nos da chamada para sermos 'pescadores de homens'.

II. A PORTA VELHA E A PORTA DO VALE
1. A Porta Velha (Ne 3.6; 12.39). Esta porta pode ser a atual Porta de Damasco, ou a entrada principal para a cidade do lado norte, ou uma porta do lado leste. A porta velha simbolizava a tradição e a história falada dos hebreus, o tesouro antigo, acerca das gerações de sua origem. Seja restaurada a porta Velha. A porta Velha se refere voltarmos para os caminhos antigos. Jeremias 6.16 diz: "Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas". A porta Velha se refere a voltar para o princípio. Isso é o que o Senhor quer. Voltar para o modelo original de Deus, à igreja tal como está no livro de Atos. A Bíblia diz claramente em Atos 2.42: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão uns com os outros, no partir do pão e nas orações", estes são os caminhos antigos que precisam ser restaurados; O Senhor Jesus disse: "Eu sou o caminho…"
2. A Porta do Vale (Ne 3.13). A porta do vale foi a quarta porta a ser restaurada nos muros de Jerusalém. Erguida por Hanun e pelos moradores de Zanoa, que distava 16 Km a oeste de Jerusalém. Eles também edificaram cerca de 450 metros do muro (v.13). Esta cidade coube aos filhos de Judá, a tribo à qual Jesus descende (Js. 15.34). Dava para o Geh Ben-Hinom, literalmente "Vale de Hinom", fora das muralhas de Jerusalém. Este vale era usado como depósito de lixo, onde se lançavam os cadáveres de pessoas que eram consideradas indignas (Jr 31.40), restos de animais, e toda outra espécie de imundície. Usava-se enxofre para manter o fogo aceso e queimar o lixo. Jesus usou este vale como símbolo da destruição eterna; “Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Mc 9.44). Provavelmente era aqui a localização de Tofeth, mencionado em 2Rs 23.10. No lado Sul do vale, perto da sua extremidade oriental, encontra-se o lugar tradicional de Acéldama, o "Campo de Sangue", o campo do oleiro comprado com as 30 moedas de prata de Judas (Mt 27.3-10; At 1.18, 19). Este Vale havia sido em tempos passados, um lugar muito belo. Porém, os filhos de Israel começaram a sacrificar neste local, seus filhos ao Deus Moloque, e o local foi amaldiçoado por Jeremias (Jr 7.30-34). Esta Porta representa para nós a porta da libertação do inferno, o lugar do maior de todos os milagres; a nossa salvação. Cristo nos arrancou do inferno, uma vez que com sua ressurreição, exerceu seu domínio total sobre os poderes do inferno “e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.18). At 10.38 diz: “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”, esta Porta nos lembra o milagre da libertação do inferno. "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo" (Sl 23.4). A sombra da morte não traz temor ao crente. É bom citar, ainda, uma verdade acerca do Inferno: Estará Eternamente Separado do Céu: O fato predominante é a condenação, o sofrimento e a separação de Deus, eternamente. Lucas 16.26 fala de abismo separando duas dimensões; Hades e Paraíso; abismo intransponível para os que estão em ambos os lados. Esse verso ensina também que o destino dos dois homens torna-se irreversível a partir de sua morte. Purgatório, lugar de meia-culpa... balela, conversa fiada pra boi dormir. Ou é céu ou é inferno. Paraíso ou Hades.
Sinopse do Tópico (2)
A Porta Velha faz referência a imutabilidade da Palavra de Deus. E a Porta do Vale lembra-nos da humilhação, quebrantamento e contrição que devemos manter na presença do Pai.

III. A PORTA DO MONTURO, DA FONTE E DA GUARDA
1. A Porta do Monturo (Ne 2.13;3.14). (Lixo, excrementos, esterco). Esta porta do vale era por onde passavam os esgotos, as águas que se projetavam no vale do Cedrom (Tg 4.8). Era assim denominada porque a maior parte dos excrementos de animais era carregada por ali para o depósito de lixo geral, ao invés de por qualquer outro portão. Quem viesse para o monte das Oliveiras ou Jericó testemunharia tal monte de esterco contra o muro, e isso perdurou por várias gerações. A primeira menção do monturo (esterco) é relacionada aos sacrifícios. A lei requeria que os excrementos e certas partes dos animais não fossem queimadas no altar, mas fora do arraial (Êx 29.14; Lv 4.11; 8.17; 16.27; Nm 19.5). A Bíblia de Estudo Dake, comentando o texto de Ne 3.14, afirma que nas Escrituras não há idéia de imundícia associada com o uso de esterco animal. A palavra esterco é usada freqüentemente na Bíblia, expressando falta de dignidade ou referindo-se a artigos perecíveis – algo que ninguém valoriza (1Rs 14.10; 2Rs 6.25; 9.37; Jó 20.7; Sl 83.10; Jr 8.2; 9.22; 16.4; 25.33; Sf 1.17; Fp 3.8). A palavra monturo é usada da mesma forma (1Sm 2.8; Ed 6.11; Sl 113.7; Is 25.10; Dn 2.5; 3.29; Lc 13.35). É também uma expressão de repugnância (2Rs 18.27; Is 36.12) e repreensão (Ml 2.3) . Nosso espírito foi recriado pelo Espírito de Deus, mas nossa alma está em processo de restauração. Isto quer dizer que estamos diante de um desafio da remoção das coisas que se acostumaram a conviver conosco. Tudo o que não se enquadra dentro do fruto do Espírito, é lixo e deverá ser removido; “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gl 5.19-21); “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Ef 4.25-30). "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1Jo 1.9). O sangue de Cristo nos purifica de todo pecado!
2. A Porta da Fonte (Ne 3.15). Esta porta localizava-se próxima ao tanque de Siloé e é comumente chamado de ‘águas de Siloé’ (Is 8.6) e de ‘tanque de Siloé’ (Jo 9.7). Simbolizava a bênção divina constante a brotar na nascente. Essa porta ficava ao sul de Jerusalém perto da fonte de Siloé, onde o cego de nascença foi curado por Jesus! (Jo 9.10,11). Espiritualmente simbolizava a realidade dos milagres dos evangelhos profetizados por Isaías (Is 61.1 – Lc 4.18,19) e realizados por Jesus; poder este delegado para a igreja para a dispensação da graça (Lc 10.19). "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre." (Jo 7.38). O Espírito Santo habitando no crente quando ele se converte e nasce de novo. Um dos símbolos do Espírito Santo na Bíblia, é a água. Toda nossa vida cristã depende dEle; Ele nos gerou em Cristo efetuando a obra de regeneração; Ele nos foi dado como o outro ‘Ajudador’ ou ‘Consolador’. Como Jesus afirma: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” (Jo 14.16-17).
3. Porta de Mifcade ou Porta da Guarda (Ne 3.31). Esta foi a décima e última porta a ser restaurada nos muros de Jerusalém. Era a porta que dava acesso aos corredores onde ficavam os oficiais que guardavam e vigiavam a cidade, por esta porta entravam os guardas e os comandantes, aqueles que davam o aviso quando o inimigo chegava, ali os sentinelas ficavam na expectativa da chegada do inimigo. Se esta porta não estivesse perfeitamente posta, a cidade estaria vulnerável aos ataques. Os lugares principais que deveriam ser guardados na Cidade era o Templo, e o palácio do Rei; ‘Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite. Seu significado é Guardar e vigiar’ (Ne 4.9). ‘Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa’ (Ap 3.11). Devemos guardar a fé, a santidade e a Palavra de Deus em nosso coração para não pecarmos contra Ele, vigiando e orando em todo o tempo, para que não venhamos a cair em tentação, pois o espírito está pronto mas a carne é fraca. A Porta da Guarda significa o lugar onde se defende posições já conquistadas. Precisamos restaurar a Porta da guarda para não perdemos para o Inimigo o que já foi conquistado.
Sinopse do Tópico (3)
A Porta do Monturo refere-se ao lixo do mundo, mas a da Fonte, a pureza e a vida pela Palavra de Deus. E a Porta da Guarda os preceitos divinos que devem ser observados.
RESPONDA
4. Por que a Porta do Monturo recebeu esse nome?
5. Que lição nos traz a Porta do Monturo?
(III. Conclusão)
Na antiguidade, a porta era o provável ponto fraco da defesa e tornou-se, portanto, um ponto especial de preocupação. Possuir a porta era possuir a cidade (Gn 22.17). As portas eram sempre fechadas à noite, o que provoca alegria por não haver noite na Nova Jerusalém, nela as portas estarão sempre abertas (Ap 21.25). As muralhas de Jerusalém, em montões de entulho, representam o estado desesperado do mundo circundante; enquanto que a quantidade dos que estorvam a edificação e sua maldade dá uma fraca idéia dos inimigos com que temos que contender enquanto executamos a obra de Deus. Cada um deve começar por sua casa, porque fazer progredir a obra de Deus em nossas almas é o melhor que podemos aportar para o bem da igreja de Cristo. Que o Senhor estimule assim o coração de seu povo, para que deixem de lado suas pequenas disputas, e deixem de lado seus interesses mundanos, para dedicar-se à construção das muralhas de Jerusalém e à defesa da causa da verdade e da santidade contra os assaltos dos inimigos declarados.
"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8).
                                                    Subsídio para o Professor 
INTRODUÇÃO

Nos muros da Jerusalém antiga, foram instaladas 12 grandes portas. Cada uma delas era conhecida pelo nome e pela sua função na cidade, na vida do rei e dos sacerdotes. Elas significavam segurança, proteção e defesa. Portas fortes e fechadas protegem a cidade e a guardam em paz e segurança.
Independente da aplicação atribuída para cada uma das Portas de Jerusalém, o importante é o seu significado estratégico. Nelas, as autoridades se colocavam, principalmente para exercer a administração e realizar julgamentos. Se um homem ou mulher quebrasse o concerto do Senhor, deveria ser levado às portas da cidade para ser julgado e condenado (ler Dt 17:5-8). Portanto, mais que apenas objetos de madeira ou metal colocados entre os muros da cidade, as portas representavam um retorno da autoridade antes perdida. Mas além do significado estratégico, as portas são alguns segmentos de nossa vida que retratam nossas fortalezas ou vulnerabilidades.
Nesta aula, o que temos em mente é comentar sobre os símbolos das portas de Jerusalém dos dias distantes de Neemias. No livro que leva o seu nome encontramos os nomes de todas elas, as quais são: Porta do Gado ou das ovelhas(3:1,2); Porta do Peixe (Porta de Damasco)- Ne 3:3-5; Porta Velha (Porta de Jafa)- 3:6-12; Porta do Vale(3:3-13); Porta do Monturo(3:14); Porta da Fonte(3:15-25); Porta do Cárcere(12:39); Porta das Águas(3:26); Porta dos Cavalos(3:28); Porta Oriental(3:29); Porta de Mifcade (Guarda)-3:31; Porta de Efraim(8:16).
De tudo que era mui querido para o Senhor, nada mais seria do que a cidade de Jerusalém e as suas portas (ler Sl 87:2,3; 147:12,13). Se era importante para Deus, deve ser igualmente importante para a Igreja. Que ao estudarmos sobre os significados de cada Porta possamos aprender preciosas lições para a nossa vida espiritual.
1. A Porta do Gado ou das Ovelhas(Ne 3:1) - “E levantou-se Eliasibe, o sumo sacerdote, com os seus irmãos, os sacerdotes e edificaram a Porta do Gado, a qual a consagraram…”. Esta Porta, que mais tarde recebeu o nome de Porta das Ovelhas (a Porta recebeu esse nome por causa das ovelhas destinadas ao altar do Templo que passavam por ali) significa a Porta da Salvação (sacrifício) e da consagração. Era a menor entre as doze portas e não foi feita para passagens de homens e sim das ovelhas, pois por ela era que os animais passavam.
Sob o ponto de vista espiritual era a porta mais importante, pois a Bíblia não diz que outra foi consagrada, somente esta! É a porta de encontro com o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! (João 10:7,9). O Senhor disse: “Eu sou a porta; aquele que entrar por mim, será salvo“.
“Eu sou a Porta“. Cristo é a Porta, isto nos induz a entender que o cristianismo não é um credo, nem uma igreja, antes é uma Pessoa, essa Pessoa é o Senhor Jesus Cristo, a Porta.
“Aquele que entrar por mim será salvo“. Quem entrar por meio de Cristo será salvo, isto é, terá vida eterna e abundante (João 10:10), tudo quanto necessita para ser liberto do pecado, da culpa e da condenação. Jesus é a única Porta da salvação; não há salvação senão por Ele(At 4:12). O convite é para qualquer pessoa. Cristo é o Salvador tanto do judeu como do gentio. Mas para ser salvo o individuo precisa entrar. Ele deve receber Cristo pela fé. A Porta da Salvação está aberta, mas um dia será fechada(2Co 6:2). Aproveite a oportunidade. Jesus está à sua espera!
2. A Porta do Peixe - Damasco (Ne 3:3; 12:39) - “E a porta do peixe edificaram os filhos de Hassenaá, a qual emadeiraram, e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos”(Ne 3:3). Uma das principais estradas que passavam por Jerusalém entrava na cidade através da Porta do Peixe(2Cr 33:14). O mercado de peixes ficava próximo ao portão, e comerciantes de Tiro, do mar da Galileia, e de outras áreas de pesca entravam por ele para vender os seus produtos.
Esta Porta fala-nos de trabalho, de crescimento e de reprodução. Lembra-nos dos pescadores do mar da Galiléia chamados por Deus para serem seus discípulos, tornando-se então, pescadores de homens (Mt 4:18- 22). Representa para nós a missão de pregar o evangelho a toda criatura, pois os peixes representam as almas que precisam ser salvas para o Reino de Deus.
3. Porta Velha (Porta de Jafa) - “E a Porta Velha repararam-na Joiada, filho de Paséia; e Mesulão, filho de Besodias…”(Ne 3:6). Esta Porta tipifica a legítima doutrina cristã, que é imutável e atemporal; que apesar de sua antiguidade, jamais será derribada quer pelo liberalismo teológico, quer pelo pós-modernismo. Ela insta-nos a voltarmos ao primeiro amor, isto é, ao modelo doutrinário da Igreja Primitiva, constante no livro de Atos. A Bíblia diz claramente em Atos 2:42: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão uns com os outros, no partir do pão e nas orações“. Nós temos que perseverar nestas quatro disciplinas: a doutrina ou o ensino dos apóstolos, o partir do pão, a comunhão uns com os outros e as orações. Estes são os caminhos antigos, que devemos voltar sem demora. Não há nenhuma autorização para inovação. O Senhor não está interessado em que nós inovemos, mas sim permaneçamos conforme o modelo que nos foi mostrado.
Ela também nos fala das tradições, dos marcos antigos; ensina-nos a não ignorar as raízes de nossas igrejas e os bons costumes das mesmas. Jeremias 6:16 diz: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas”.
Hoje em dia o que parece ser tradição na cristandade não é o antigo, mas sim o novo. Por assim dizer, é o carro novo onde se leva a “Arca” puxada por bois, no estilo dos filisteus(ler 2Sm 6:6,7).
Então, o Senhor nos ordena que voltemos para os caminhos antigos, a ter comunhão uns com os outros, a partir o pão, a perseverar principalmente na doutrina dos Apóstolos de Cristo. Amém?
4. Porta do Vale(Ne 3:13) - “A Porta do Vale, reparou-a Hanum e os moradores de Zanoa…”. “O vale é um acidente geográfico cujo tamanho pode variar de uns poucos quilômetros quadrados a centenas ou mesmo milhares de quilômetros quadrados de área. É tipicamente uma are de baixa atitude cercada por áreas mais altas, como montanhas ou colinas”(http://pt.wikipedia.org/wiki/Vale).
O Vale representa um lugar onde somos provados por Deus. O fato de sermos cristãos não significa que temos uma carta de alforria ou um cartão de imunidade das lutas e das provações da vida. Cristianismo não é uma sala vip. O Cristianismo não é um parque de diversões, nem uma colônia de férias. Nós não temos imunidades especiais. Mas temos sim imanência sobrenatural, temos a presença de Jesus conosco. Ele está conosco no vale da dor, no leito da enfermidade, nas agruras, nas intempéries, nas vicissitudes, nas tempestades da vida. Mas quero lhe dizer que as crises, muitas vezes surpreendentes, que não conseguimos controlar, se agigantam, mesmo quando somos pessoas que andam com Deus, da mesma forma que aconteceu com o apóstolo Paulo(ler 2Co 1:8-10; 11:22-33), cuja provação foi tão severa que se viu oprimido acima das suas forças naturais, a ponto de desesperar até da própria vida(2Co 1:8). O importante é saber que Jesus está conosco no Vale. O profeta Isaias diz: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque, eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel“(Isaias 43:2-3a).
5. A Porta do Monturo(Ne 3:14) - “E a Porta do Monturo, reparou-a Malquias, filho de Recabe, maioral do distrito de Bete-Haquerém….”. Era, também, chamada de Porta do Sol(Jr 19:2).
A Porta do monturo era o portão através do qual as pessoas levavam seu lixo para ser queimado no vale de Hinom. Esta Porta tipifica a limpeza que devemos fazer em nosso coração - “chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração“(Tg 4:8). Para que o Espírito de Deus habite em nós, é necessário que a nossa vida esteja no altar de Deus. Para estar no altar de Deus é preciso estar limpo de coração.
O VALE DE HINOM. Neste vale, não apenas o lixo, mas corpos de pessoas consideradas indignas de um sepultamento e, de animais, eram ali lançados. A incineração do lixo e dos corpos de animais e de pessoas que ali eram lançados acontecia com certa frequência. Usava-se enxofre para manter as chamas mais intensas. Devido ao mau cheiro e ao estado de horror encontrado neste lugar, ele passou a ser chamado de geena(hb. ge hinnõn - expressão esta que originalmente denotava o “vale do filho de Hinnon“). A palavra para inferno (lago de fogo) no Novo Testamento é “geena”. Esta palavra foi usada como figura para o inferno devido à situação daquele fogo contínuo (seu fogo ficava sempre aceso), onde eram lançadas as criancinhas.
Neste vale eram oferecidos sacrifícios de crianças ao “deus” Moloque (2Rs 16:3; 21.6; 2Cr 28:3; 33:6). Deus puniu severamente Israel por causa destes nefastos procedimentos(Jr 7:31-34). Foi muito utilizada no reinado de Acaz (2Crônicas 28:1-3).
A Porta do Monturo representa jogar fora o lixo espiritual, que nos atrapalha e nos impede de corrermos a carreira que nos foi proposta (Hb 12:1). Tudo o que não se enquadra dentro do fruto do Espírito é lixo e deverá ser removido. O apóstolo Paulo, em Gálatas 5:19-21 mostra uma parte da lixeira de Satanás, que aquele que cristão diz ser deve se manter distante dela: “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, heresias, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam“.
Se não tomarmos cuidado todo esse lixo invadirá nossa vida por intermédio da mídia. Infelizmente, muitos são os que passam horas seguidas diante da TV e da internet, permitindo que todo esse lixo entre em nossa casa. A Palavra de Deus adverte-nos: “Não meterás, pois, abominação em tua casa, para que não sejas anátema”(Dt 7:26). Tomemos cuidado, pois, com o que vemos, ouvimos e lemos, pois as Sagradas Escrituras alertam-nos a não colocarmos coisas más diante dos nossos olhos(Sl 101:3).
É bom ressaltar que para Deus não há lixo reciclável. O Senhor não faz reforma em nós, não põe vinho novo em odre velho. Tudo o que é do “velho homem” deve ser despojado. Tudo o que é do “velho homem” tem que ser lançado para fora e temos que nos revestir de tudo o que é do novo. Aquele que está em Cristo é uma nova criatura, as coisas velhas já passaram, eis que tudo, absolutamente tudo, se fez novo por Deus (2Co 5:17). Tudo o que não é do novo, oportunamente será lançado no “lago de fogo e enxofre” (inferno propriamente dito - Mt 25:31-46), onde ficará ali eternamente(Ap 19:20; 20:10,14). Neste caso o fogo não será para purificação, porque o cheiro será de enxofre.
6. Porta da Fonte(Ne 3:15) -”E a porta da fonte reparou-a Salum, filho de Col-Hozé, maioral do distrito de Mizpa...”. Esta Porta ficava ao sul de Jerusalém perto do “tanque de Siloé”, onde o cego de nascença foi curado por Jesus (João 9:10,11).
A Porta da Fonte representa para nós a necessidade da presença do Espírito Santo, porque assim como no deserto a água é um elemento indispensável para a vida, o Espírito de Deus é fundamental para o sustento de nossa alma. Por isso é importante que nós estejamos buscando esta Fonte que é Jesus, pois Ele nos dará água da vida, que é o Espírito Santo. O salmista tinha consciência disso: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por Ti ó Deus, suspira a minha alma” (Sl 42:1).
Num determinado dia, quando em Israel se comemorava a festa das cabanas, “Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem…”(João 7:37-39).
Aquela festa rememorava a experiência vivida por Israel no deserto quando Moisés tirou água da rocha para o povo beber. Naquela festa havia a cerimônia da água em que uma procissão liderada por um sacerdote descia ao tanque de Siloé onde um jarro de ouro era enchido de água e levado ao Templo. A água era derramada no altar, e os cantores do templo cantavam os Salmos 113 a 118. Também, aquela festa trazia em si o sentido da expectativa da vinda do Messias. Provavelmente, no oitavo dia, era realizada uma oração para que a chuva viesse sobre a terra. É nesse momento que Jesus, de pé, no meio do Templo, se apresenta como a Fonte das águas vivas.
Se ele disse ser a Fonte das águas vivas, podemos concluir que poderia haver outras fontes das quais as pessoas bebiam. Em Jeremias 2:13 está escrito: “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas”.
Israel, como povo de Deus, havia deixado a Deus para cavar as suas cisternas tentando saciar a sede de sua alma em outros lugares. E naquela festa Jesus veio alertá-lo que não adiantava fazer a festa, o ritual, e buscar saciar a sede em outras fontes.
Esse brado de Jesus, também, é para nós hoje:Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre“. Hoje também, existem muitas fontes nas quais o homem tem procurado beber. O homem procura saciar a sua sede nas seitas heréticas, nas filosofias orientais, no esoterismo, meditando em pirâmides, buscando na ioga um equilíbrio interior, fazendo romarias a lugares “santos”, fazendo procissões em busca de um milagre, etc. Mas Tudo isso é improfícuo. As águas dessas cisternas são misturadas, inúteis para saciar a sede da alma. São águas que não curam as enfermidades do espírito. Disse Jesus: “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede…”(João 4:13,14).
Portanto, Jesus Cristo é a Fonte eterna, por isso é inesgotável. Se sua vida é sem sentido, se você está sempre com aquele sentimento de que alguma coisa está faltando, Jesus é a Fonte da água da vida. Ele diz sempre: “venha a mim e beba”; “aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna“. A Água que Ele dá é o Espírito Santo.
7. A Porta de Mifcade(da Guarda)(Ne 3:31) - “Depois dele, reparou Malquias, filho de um ourives, até à casa dos netineus e mercadores, defronte da Porta de Mifcade…”. Tudo indica que esta Porta ficava adjacente ao Templo. Ela dava acesso aos corredores onde ficavam os oficiais que guardavam e vigiavam a cidade. Por esta porta entravam os guardas e os comandantes, aqueles que davam o aviso quando o inimigo chegava; ali as sentinelas ficavam na expectativa da chegada do inimigo. Se esta porta não estivesse perfeitamente fixada, a cidade estaria vulnerável aos ataques. Os lugares principais que deveriam ser guardados na Cidade eram o Templo e o palácio do Rei.
Mifcade quer dizer guardar e vigiar. Esta Porta nos faz lembrar a guarda dos preceitos divinos: “inclinei o meu coração a guardar os teus estatutos, para sempre, até o fim“(Sl 119:112). Devemos guardar a fé, a santidade e a Palavra de Deus em nosso coração para não pecarmos contra Ele(Sl 119:11), vigiando e orando em todo o tempo, para que não venhamos a cair em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca(Mt 26:41).
Precisamos estar atentos aos ardis, laços e ciladas do inimigo. Precisamos vigiar sempre, de dia e de noite. Neemias era um líder que vigiava, não dava chance ao inimigo - “Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite“(Ne 4:9). Não basta orar, é preciso vigiar. Precisamos manter os olhos abertos. Muitos caem porque deixam de vigiar. Sansão caiu não diante de um exército, mas no colo de uma mulher. Davi não perdeu a mais importante batalha da sua vida no campo de guerra, mas na cama do adultério. O apóstolo Pedro, porque não vigiou, dormiu; porque dormiu na hora que devia orar, negou o seu Senhor. A ordem expressa do Senhor é: “… guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”(Ap 3:11).
8. A Porta do pátio do cárcere (Ne 3:25; 12:39) - O cárcere era uma prisão subterrânea que havia em Jerusalém. Fora dela havia um pátio fechado onde os detidos saiam para caminhar e pegar sol. Neste pátio o profeta Jeremias esteve preso (Jr 32:2).
Espiritualmente, simboliza “as cadeias” ou “prisões” que imobiliza o crente que se descuida da vigilância (João 8:32,36). As prisões podem ser quebradas pelo poder de Deus (At 16:26).
9. A Porta das Águas(Ne 3:26). Enquanto a Porta da Fonte fala do lugar onde brotam águas, a Porta das Águas fala das correntes que levam aos mananciais das águas. Não é uma fonte de onde emana água, mas um lugar de águas correntes.
A Porta das Águas é um símbolo do enchimento constante do Espírito na vida do cristão. É vital que todos os dias nos banhemos nas águas que correm do trono de Deus, antes de nos colocarmos diante dEle em adoração e louvor.
10. A Porta dos Cavalos(Ne 3:28). Naqueles dias, os cavalos eram peças essenciais nas guerras, sem os quais os carros não poderiam andar. Os cavalos simbolizavam as guerras, as batalhas, as lutas, enfim, as conquistas dos povos! Esta Porta ficava junto ao muro oriental.
A Porta dos Cavalos simboliza na nossa vida de batalhas e de lutas que enfrentamos diariamente. Sendo que a maior destas lutas é contra a nossa carne, pois ela milita contra o espírito com a intenção de nos afastar de Deus(Gl 5:17), sendo que em pecado fomos concebidos e o nosso coração tende para o mal.
11. A Porta Oriental(Ne 3:29). Acredita-se que esta é a porta pela qual Jesus entrou em Jerusalém, e que hoje se encontra lacrada! Espera-se que o Messias entre por ela em sua segunda vinda.
Na simbologia espiritual esta Porta representa a volta de Jesus (ler 1Ts 4:16,17). Por representar a volta do Senhor, significa que devemos estar prontos para o grande Dia do arrebatamento, ocasião em que iremos nos encontrar com o Senhor nos ares. É a maior e mais sublime esperança do cristão (ler João 14:1-3).
12. A Porta de Efraim(Ne 12:39). De Acordo com Gênesis 41:52, Efaim quer dizer: “duplamente frutífero“. Porção dobrada da herança era um direito de primogenitura (Dt 21:17; c/c 2Rs 2:9); bênçãos. Vós não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda (João 15:16). Todo cristão é escolhido “do mundo”(João 15:19) para “dar fruto” para Deus(João 15:2,4,5,8). Esta frutificação se refere: (a) às virtudes espirituais tais como as mencionadas em Gálatas 5:22,23 - amor, alegria, paz,. Longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança; e (b) à conversão a Cristo, de outras pessoas (João 4:36; 12:24).
CONCLUSÃO
As 12 Portas estudadas aqui remontam ao contexto da reconstrução social da cidade antiga de Jerusalém na época de Neemias. Vimos quão preciosas lições elas nos trazem para nossa vida pessoal e espiritual.
Atualmente, a cidade velha de Jerusalém tem apenas oito portas, a saber: a Porta Nova, furada em 1887, que dá acesso direto ao bairro cristão; a Porta do Esterco - uma “porta de serviço” - por ela penetra-se no monte Moriah; a Porta das Flores (Herodes); a Porta de Jafa (Velha) - é a mais movimentada; a Porta de Damasco (Peixe) - se abre para a cidade de Nablus e para a Síria - e por ela se entra no bairro muçulmano; a Porta dos Leões - aponta para o Leste, para a cidade de Jericó; a Porta de Sião - está na direção de Hebron, ao Sul; a Porta Dourada(Porta Oriental) - é a única porta da muralha cujas entradas estão seladas.
Para a Igreja do Senhor, Deus preparou uma Cidade: a Jerusalém Celestial, a Nova Jerusalém. Nela existem também doze Portas(Ap 21:10-14), as quais não têm um significado de defesa, já que a paz é absoluta e as portas permanecerão sempre abertas; sua finalidade é exaltar a magnificência da imagem da cidade eterna. Segundo alguns estudiosos, as doze portas da Jerusalém Celestial representam Israel(Ap 21:14), e os doze alicerces representam a Igreja(Ap 21:14). Isto destaca o fato de que seus habitantes são os santos de Deus do Antigo e Novo Testamento. Brevemente, todos os salvos em Cristo habitarão para sempre nesta gloriosa Cidade, da qual Deus é o arquiteto e construtor (Fp 3:20;Hb 11:10,16). É a mais sublime esperança do cristão. “Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor”(Lm 3:26).

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Referências Bibliográficas:
William Macdonald - Comentário Bíblico Popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal
Revista Ensinador Cristão - nº 48.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon - CPAD
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA
Caramuru Afonso Francisco - A Formosa Jerusalém Celes

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