02 abril 2011

“Um finge que é santo e os outros fingem que acreditam”

Pr. Silmar Coelho



 


Depois de muito refletir, resolvi abordar um assunto bastante polêmico, principalmente dentro de igrejas legalistas, onde existe uma teologia soteriológica meritória, com foco central no legalismo intolerante, no sentido extremo da palavra.

Sabedores que somos da ênfase na “graça”, pela qual se fundamenta a salvação; entretanto, devido às muitas confusões do sentido da palavra “graça”, há inúmeras pessoas pretendendo “merecer” a salvação, ou, por outro lado, degenerando o Evangelho de tal modo, com roupas que despertam a sensualidade até mesmo de crianças e adolescentes, proporcionando escândalos ao Evangelho, chamando a atenção masculina de forma exagerada que chega à grosseria e à indelicadeza.

Por que isso ocorre? Por conta do individualismo, produto do legalismo. O legalismo produz o individualismo, que por sua vez não se importa se seu comportamento está produzindo mal estar às pessoas.

Há roupas que provocam náuseas. Portanto, para igrejas legalistas e individualistas o remédio é a graça, não aquela graça barata, como criticava Bonhoeffer, teólogo alemão; mas, sim, a graça maravilhosa de Deus, verdadeira, que produz regeneração, transformação e decência.

Sou adepto do bom senso, nem roupas a la afeganistão, com suas turbas e tudo; nem a la brasileira, com suas vestes desnudas, com tanguinhas e salto alto.

No equilíbrio há sensatez, tolerância e alegria.

Portanto, reproduzo abaixo um texto do pastor Silmar Coelho, que entendo, seja coerente com esse pensamento e que poderá ajudar muitas pessoas a terem um referencial sensato e autêntico de conduta, que aproximará as pessoas, e, não as afastará; que produzirá respeito e autoridade, não desprezo e desprestigio; que fará com que o nome do Senhor Jesus seja glorificado e não blasfemado.

Mas, se alguém quiser ser contencioso, procure tirar primeiro a trave que está no próprio olho do que tirar o cisco do olho do próximo. Pois outra característica de uma igreja legalista é a hipocrisia.

Vale ressaltar, ainda, que precisamos definir o que é ser sensato!! Para isso precisamos repensar nossa igreja, pois, há muitos com saudades da máquina de escrever que não aceitam a era da informática e seus computadores, e, que, pretendem forçar as pessoas a continuar, hoje, usando-as, fazendo a igreja ineficiente em seu testemunho, ridículos e ultrapassados, que não cabe mais na sociedade da informação e da tecologia, próprio do ambiente urbano.

Que Deus nos ajude!!

Leia o texto:

Como o Cristão deve se vestir?



1) Como as mulheres (adolescentes e jovens) têm se vestido na hora de cantar, dar testemunho, ministrar e receber ministrações, etc?
As roupas variam de igreja para igreja. As igrejas mais tradicionais não permitem roupas sem manga, calças compridas ou apertadas, nem blusas curtas aparecendo o corpo. Outras igrejas primam por cuidado no vestir; ainda há algumas que não tem nenhum tipo de regra quanto às roupas.

2) De que maneira o vestuário pode tirar o homem de seu propósito de santidade?
Creio que sua pergunta não foi bem formulada. Roupa de mulher não tira o homem do seu propósito de santidade. A santidade é um estilo de vida. Pode, no entanto, influenciar alguns homens negativamente. Já que como é sabido, o homem é estimulado sexualmente, primariamente, pelo que vê. A Bíblia afirma que os olhos de um homem nunca se fartam de ver.

3) Serão as mulheres vítimas das propagandas e das telenovelas?
São influenciadas, mas não são vítimas. Vítima é alguém que não tem escolha. Todas as pessoas que assistem telenovelas têm a escolha de não agirem tal qual o padrão global.

4) De que maneira os pastores podem ajudar, já que vestuário é uma questão pessoal?
O pastor tem o dever de orientar, educar. A igreja não deve impor regras que não têm nenhum valor diante da sensualidade, mas também não pode cada um fazer o que quer. Regras não devem coibir, engessar as pessoas, devem definir um padrão de decência, mas não impor. Entretanto, sem uma orientação clara se instala o caos. Não podemos usar a liberdade para dar ocasião à carne.

5) Existem alguns princípios de como as mulheres devem se vestir e comportar-se nas igrejas?
Acredito que os princípios são os mesmos em qualquer sociedade que prima pela moral, ética e bons costumes. Moralidade existe em qualquer área da sociedade e não preciso usar a Bíblia para defender valores que são comuns a qualquer comunidade. Como se veste uma primeira ministra ou qualquer outra mulher que trabalha numa repartição pública? Como se apresentam as mulheres diante de um presidente ou rei terreno? Diante do Rei dos reis e em uma reunião pública deve-se usar o mínimo imprescindível para não provocar escândalo.

6) O que diz a Bíblia sobre este assunto?
Quando a Bíblia fala de costumes éticos, na maioria das vezes, ela ensina o povo a quem ela se dirige, ensinando-o a se portar de maneira sóbria, não agredindo a cultura da pessoa a qual o Evangelho é anunciado. Cada cultura tem suas próprias regras éticas. Paulo, o apóstolo, ensina ''que nenhuma coisa é de si mesma impura, a não ser para aquele que assim a considera, para esse é impura''. Ora qualquer membro que aprendeu que alguma coisa é errada, para ele é errada.

Vivemos num país de clima quente, portanto, impor roupas ou construções de europeus é insensato. As roupas aqui são mais leves. Por outro lado, a brasileira é conhecida mundialmente por sua sensualidade. A mulher cristã não deixa de ser menos sensual porque se converteu. Porém, tanto a mulher como o homem, deve viver, acima de tudo, de modo digno do Evangelho. Novamente Paulo ensina enfático: ''Fugi da impureza!'' (1ª Coríntios 6.18).

No entanto, fugir não é alienar-se num outro mundo. Viver longe de mulher não faz os homens deixarem de desejá-las. Fugir sem buscar a santidade não garante a força necessária diante do mal. Por outro lado, uma santidade condenatória faz as pessoas se vestirem como “santos”, sem experimentarem a santidade. A postura não dura muito, não nasce de uma experiência interior. Um finge que é santo e os outros fingem que acreditam.


Santidade sem amor, não é santidade. Santidade que me faz condenar o outro me distancia da graça. É mais fácil amoldar-me a regras de conduta do que viver a santidade real, que glorifica a Cristo, exalta o corpo, busca prazer, mas sem usar essa busca de forma egoística ou satânica.


O diabo veio para matar, roubar e destruir. Logo não posso, nem mesmo em nome da fé, roubar, matar e destruir. Jesus veio para dar vida e vida em abundancia; logo como cristão devo produzir vida; uma vida extraordinária que leva as pessoas a experimentar Deus e não a carne.

Silmar Coelho é pastor; doutor em teologia e liderança pela Universidade Oral Roberts, EUA; empresário; terapeuta; conferencista internacional; e escritor de 20 livros, entre eles: ''Jamais desista'', Editora Vida e ''Transformando lágrimas em vinho'', Editora MK.

Fonte: Emunah

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