05 abril 2011

Catolicismo Romano e a Bíblia - Parte 2

Continuamos com nosso Estudo sobre o Catolicismo Romano


Estas declarações praticamente são baseadas em uma só passagem das Escrituras, Mateus 16.18, nas palavras que Jesus dirigiu a Pedro. A interpretação romanista é que ali Cristo constituiu a Pedro como uma Pedra ou o Alicerce da Igreja. Além disso, se diz que Pedro foi o fundador e o primeiro bispo da igreja cristã em Roma.

Estas declarações merecem de nossa parte uma análise serena, imparcial e conscienciosa. Devemos recorrer à Bíblia, para ver se ela dá seu apoio a tão alarmantes pronunciamentos. E a história nos dirá se a primazia do Papa e sua apetecida infalibilidade foram verdades religiosas e feitos patentes reconhecidos através dos séculos do Cristianismo.

Celibato - O Calvário Vergonhoso da Igreja de Roma                     
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Celibato - O Calvário Vergonhoso da Igreja de Roma
Deus Abençoou o Sagrado Matrimonio
Celibato - Um Dogma Conflitante
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Há poucas semanas o mundo inteiro tomou conhecimento dos últimos fatos ocorridos na entranhas da assim chamada "Igreja Católico Romana", com a notícia estampada nos principais jornais do mundo sobre os escândalos dos padres pedófilos. O homossexualismo sempre se fez presente no meio do clero regular (religiosos) e no clero secular (diocesano), mas sempre foi abafado pela alta hierarquia da Igreja de Roma, também não tão "santa" assim.

Não é de agora que a chamada "Igreja Católica Romana" é alvo das mais severas denúncias de desvios sexuais entre os componentes de seu clero. O silêncio das "conveniências" tem falado mais alto em determinados momentos. Há séculos e séculos a Igreja de Roma vem mantendo "segredo" sobre os casos de contínuos abusos sexuais entre padres, bispos, cardeais e, até mesmo papas, envolvendo garotos, rapazes crescidos e adolescentes. É o homossexualismo correndo solto nas clausuras, corredores das sacristias e, até mesmo, em confortáveis motéis.

O homem é um ser no mundo. À medida em que se ausenta do mundo torna-se infiel a si mesmo e ao Evangelho. Se estiver ausente do esforço dos outros homens na construção de sua cidade terrena, será inexistente e marginal para eles. E se quiser construir para se uma cidade diferente da deles torna-se nocivo e rejeitado. Se o homem quiser ser aceito, se quiser se útil, se quiser existir, deve sair de si mesmo, integrar-se no mundo, no concreto, no real, no dia-a-dia. Na medida em que seu suor se misturar ao dos homens, estes o reconhecerão, lhe darão direito à vida e crerão na sua mensagem. Ora, é justamente este quadro que torna o padre católico romano um marginalizado. A formação que recebeu não lhe possibilita uma inserção real no mundo. Encontra-se fora dele. O mundo da técnica o exclui. Ignora a sua existência. É um homem à parte, indefinido, sem nome e sem profissão e também não tem família. Fora das categorias válidas e existentes. Uma espécie de parasita, que não produz e não constrói na linha da eficiência material e humana. Não tem um "status" reconhecido. Seu serviço não é requerido por nenhum quadro social. Sua inserção no mesmo é mais tolerada do que aceita ou pedida. Esta é a situação de todo membro do clero romano -- quer regular quer secular.

O costume do celibato teve um desenvolvimento lento, gradual. Uma olhada nas páginas das Sagradas Escrituras seria o bastante para se verificar que o ascetismo anormal já se manifestava no tempo do apóstolo Paulo, o qual condenado por ele: ...alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentira e têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento, e ordenam a abstinência de alimentos..." (I Timóteo 4:1-3), e novamente Paulo afirma:

Têm na verdade, aparência de sabedoria, em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum contra a satisfação da carne." (Colossenses 2:23). Tais práticas já existiam no Oriente, e eram especialmente desenvolvidas no Budismo que já possuía monges e freiras muito antes da era cristã.

Do século quarto em diante o ascetismo tomou forma e vulto e, dentro de algum tempo, apesar do vigoroso protesto, veio a se tornar regra geral no clero romano.

No Concílio de Nicéia, em 325, decidiu-se que os ministros da Igreja não poderiam casar depois de ordenados. Isto, porém, não impedia a ordenação de homens que já fossem casados. O Concílio espanhol de Elvira (ano 304) criou decretos contra o casamento do clero. Estes decretos, entretanto, foram de extensão limitada e quase nenhum esforço mais sério foi feito para pô-los em vigor.
Inocêncio I, ano 417. (Albano), decretou o celibato dos sacerdotes, mas não teve aceitação geral. Patrício da Irlanda, que morreu em 461, considerado "santo" pela Igreja de Roma, declarou que o seu avô era padre.

Mas a assim chamada "Igreja Católica Romana" foi persistente na exigência de um sacerdócio celibatário, tanto que, no ano de 1079, sob a mão forte de Gregório VII -- Ildebrando DI Bonizio -- o celibato foi novamente decretado e foi razoavelmente posto em vigor, embora aquele papa não pudesse controlar todos os abusos existentes.

Os papas Urbano II (1088-1099) -- Odon de Logery - e Calixto II (1119-1124)  - Guide Borgonha, arcebispo de Viena -- lutaram com determinação contra o concubinado do clero. O decreto do primeiro Concílio de Latrão (1123), decretou inválido o casamento de todos aqueles que estavam nas ordens sacras, e o Concílio de Trento (1545) fez sérios pronunciamentos sobre o celibato do clero.

Conforme aqueles decretos, um sacerdote romano que se casasse incorria na excomunhão é ficava impedido de todas as funções espirituais. Um homem casado que desejasse vir a ser sacerdote, tinha que abandonar a sua esposa, e esta também tinha de assumir o voto de  castidade ou ele não poderia ser ordenado padre.

De acordo com a Lei Canônica, o voto do celibato é quebrado quando o padre se casa, mas não necessariamente quando este tem relações sexuais. A Igreja de Roma, proibi seus sacerdotes de casarem-se, mas não interfere na vida particular deles. Daí existirem tantos padres homossexuais declarados, exercendo o sacerdócio, normalmente.

O Celibato, como se pode verificar, na prática, nada tem a ver com a castidade. E o perdão para as relações sexuais -- heterossexuais ou homossexuais -- praticadas pelos elementos do clero, pode ser facilmente obtido a qualquer hora através da confissão auricular a qualquer outro padre seu igual, quem sabe, Não muito "casto" tanto
quanto o penitente!

É fácil perceber por que os papas são tão insistentes no reforço da lei do celibato para os componentes do clero católico romano. Não sendo casados e nem tendo família, poderiam ser facilmente transferidos de uma paróquia para outra ou a diferentes partes do mundo.

A propriedade dos clérigos, que em alguns casos é bem considerável, e que se fossem casados passariam para a família, cai automaticamente nas mãos da "santa madre igreja" ou é herdada por ela no todo ou em parte, portanto, os motivos do celibato obrigatório adotado pela Igreja de Roma são tanto eclesiástico como econômicos.

A lei do celibato da Igreja de Roma (latina ocidental) é, indubitavelmente, apenas eclesiástica e não de direito divino. Havendo colisão entre o direito divino da comunidade e o dever eclesiástico do padre, a solução do conflito deveria ser a seguinte: a obrigação eclesiástica deveria ceder ao direito divino.

As chamadas "razões teológicas" da Igreja de Roma para submeter o seu clero à  absurda lei eclesiástica do dever do celibato, devem ser buscadas, de preferência, nas contradições íntimas dessa lei, que a fazem parecer questionável em si mesma, uma vez que contraria o direito divino.

A Igreja de Roma usa como base teológica de suas argumentações Mateus 19:10 -12. Mas, numa exegese mais acurada, o texto mostra que não se pode exigir o celibato por lei. Na verdade o que Jesus exprime aqui é muito menos um conselho do que os pressupostos para que alguém possa escolher o celibato:  "Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido" (V.11).

Os resultados da discussão sobre esta palavra do Senhor podem ser resumidos da seguinte maneira: na redação final de Mateus, a palavra do Senhor está associada a um alto e restrito padrão para o casamento que teria sido o responsável pelo desencanto dos discípulos -- "não convém casar" (V. 10). Daí o Senhor Jesus lhes dizer: "Nem todos podem receber esta palavra" isto é, a declaração dos discípulos. Ainda que, às vezes, o casamento possa não ser o ideal nem todos os homens são constituídos de forma a poderem se abster.

Os vv.11 e 12 querem dizer que há alguns que são capazes de se conformar com a idéia dos discípulos, não se casando. E o Senhor Jesus prossegue: Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus".

A má compreensão destas palavras, que foram tomadas literalmente nos tempos de ascetismo, motivou tragédias, de quando em quando, no decurso da história cristã. As palavras referem-se a abstenção do casamento por causa do evangelho.

O Novo Testamento ensina o valor do celibato. João Batista, Paulo e o próprio Senhor Jesus Cristo podem ser citados como exemplos de celibatários. Tanto Paulo (I Coríntios 7:7) quanto o Senhor Jesus (Mateus 19:12), indicam que semelhante celibato é um dom de Deus, não dato a todas as pessoas.

A Sagrada Tradição Anula a Suficiência da Palavra de Deus?                    
Índice de Artigos
A Sagrada Tradição Anula a Suficiência da Palavra de Deus?
Sobre A Escritura E A Tradição Sessão IV, 8 De Abril De 1546
O Que Diz o Novo Catecismo Romano Sobre as Tradições
Obras Consultadas
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Constantemente os católicos romanos afirmam que nós os evangélicos, rejeitamos as tradições. Não é verdade! De maneira nenhuma rejeitamos todas as tradições, muito pelo contrário, colocamo-las no seu lugar devido até onde elas concordam com as Sagradas Escrituras e se fundamentam da genuína fé cristã “que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas v.3).

Dentro destas tradições, destacamos as confissões e os pronunciamentos dos concílios de diversas igrejas, de maneira particular aquelas da Igreja Primitiva que expressam o conteúdo central da mensagem cristã inseridas nos Credos Apostólicos e Niceno, e das confissões do tempo da Reforma Protestante do século XVI.

Também encontramos tradições nas confissões e decisões dos concílios das igrejas hoje, às quais devemos dispensar minuciosa atenção, tendo o cuidado de investigar com maior atenção e cuidado seu conteúdo bíblico-teológico, pois a nenhuma igreja lhe foi dado o direito de formular novas doutrinas ou tomar decisões contrárias aos ensinamentos das Sagradas Escrituras, pois a História da Igreja registra que líderes e concílios podem cometer erros crassos e os cometem, alguns deles seriíssimos comprometendo a verdadeira fé cristã.

As decisões conciliares só merecem autoridade, quando se baseiam nas Sagradas Escrituras, pois elas estão em primeiro lugar como única regra de fé prática autorizada e suficiente em si mesma, e que os padrões denominacionais em sua diversidade existentes devem ser subordinados e colocados em posição secundária.

Portanto, nossas tradições têm autoridade subordinada e secundária, podendo ser modificadas quando as suas crenças e práticas não estão em total acordo com a Bíblia Sagrada, a inerrante Palavra de Deus, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristãos.

A irreconciliável controvérsia secular entre o Protestantismo e o Catolicismo Romano é exatamente a questão da autoridade suficiente e final em matéria de fé.

A “Constituição Dogmática sobre a revelação Divina DEI VERBUM”, aprovada, decretada, estabelecida e promulgada aos 18 de novembro de 1965 pelo falecido papa Paulo VI assim diz: “O múnus de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição, foi confiado só ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo. Este magistério não está acima da palavra de Deus, mas está a seu serviço, não ensinando senão o que foi transmitido, enquanto, por mandado divino e com assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, guarda santamente e expõe fielmente, haurindo deste único depósito da fé todas as coisas que propõe à fé como divinamente reveladas”3.

E o novo Catecismo da Igreja Católica 4, em sua primeira parte, no Capítulo II, Artigo 2, II quando fala da “Relação entre a tradição e a Sagrada Escritura”, na pág. 34, # 80 diz:

“Elas estão entre si estreitamente unidas e comunicantes. Pois promanando ambas da mesma fonte divina formam de certo modo um só todo e tendem para o mesmo fim”5.

CF. Concílio Vaticano I, Const. Dog. De fide Catholica, cap. 3 De fide: Denzinger, 1792 (3011).
Cf. Pio XII, Encíclica Humani Generis, 12 agosto 1950: AAS 42, 1950, 568-569: DEnz. 2314(3886)
DV. 9# 2
Catech. R., dado e assinado por João Paulo II no dia 11 de outubro 1992, através de Const. Apost.  “Fidei Depositum”.
Dei Verbum, 9 # 1.
DV, 9.
Cf. Concílio de Trento, sess. IV, 1c: Denz, 783 (1501).
Catech. R, Pág. 38, # 95; DV  10 # 95.
H.Bettenson, ‘Documentos da Igreja Cristã’  , ASTE, SP, 1967.
D. Jaime de Barros Câmara, ‘Apontamentos de História Eclesiástica’, Vozes, Petrópolis, RJ, 1942.
Citado por Michael Schumaus, A fé da igreja, Fundamentos 1, Vozes, Petrópolis, RJ, 1976, pág. 147.
Ibid, Pág. 149.
Catech. R., Pág. 38 # 97
Michael Schumaus, A Fé da Igreja, Fund. 1, Vozes, Petrópolis, RJ, 1976, Págs 152.
Nota explicativa prévia, das atas do Conc. Ecum. Vaticano II, itens 3 e 4.
Const. “Dei Verbum” 9; Catech. R., Págs. 35 # 82.
NT, Edições Vozes, Petrópolis, RJ, 1980, Pág. 146.
 Mais adiante diz que, “a Igreja (Católica), à qual estão confiadas a transmissão e a interpretação da Revelação, não deriva a sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura. Por isso ambas: (Escrituras e Tradição, devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência”6.

E na DEI VERBUM o posicionamento é mais explícito: “a Igreja Católica não tira a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas só da Sagrada Escritura. Por isso, ambas (Escrituras e tradição) devem ser recebidas e veneradas com igual afeto e piedade”7.

Dando a sua conclusão neste capítulo, o Catecismo, afirma: “Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino, a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja (Católica) estão de tal modo entrelaçado e unidos, que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas”8.

Vale salientar que a Igreja Católica Romana nem sempre foi o que é hoje. Ela chegou ao seu estado atual através de um processo de desenvolvimento a longo prazo, com acréscimos de novas doutrinas, novos ritos, novos costumes e muitas outras adições, ao longo de 16 séculos.

Por conseguinte, o Catolicismo Romano praticado atualmente é fruto de muitos séculos de erros e de tremendas apostasias acopladas ao seu sistema eclesiástico.

Ao longo dos séculos, a Bíblia Sagrada foi sendo paulatinamente sendo substituída pelas invenções da crendice popular e aprovadas nos concílios supostamente infalíveis, com o resultado da importação de sistemas pagãos para dentro do Cristianismo.

A “Doação de Constantino” 9 ao papa Silvestre, documento este incluído nas DECRETAIS FORJADAS, e que teve a sua autoridade posta em questão no século XVI, cuja autenticidade foi impugnada por muitos homens eminentes, sendo sua falsidade finalmente provada por Lourenço Valla e hoje completamente desacreditado, mais os falsos “Decretos de Isidoro” 10, foram os documentos responsáveis pela fabricação da assim chamada “Sagrada Tradição”.

Reportando-nos ao IV Concílio de Constantinopla, em 869 d.C., verificamos que foi promulgado, em seu primeiro cânon, o reconhecimento da tradição, não aquela tradição oral como é hoje defendida pela Igreja de Roma, como aquela que foi estabelecida no Concílio de Trento, mas de uma tradição arquivada nos compêndios da Igreja, constando de uma ininterrupta série de testemunhos, sendo fácil a sua comprovação.
Este Concílio tampouco considerou essa tradição no mesmo grau de autenticidade que as Sagradas Escrituras, como assim promulgou o Concílio de Trento, mas apenas a apontou como um “oráculo secundário”. Foram decorridos 15 séculos para que a “sagrada Tradição” fosse colocada no nível das Sagradas Escrituras para empanar e sustentar todas as doutrinas de então até hoje, da Igreja de Roma. O decreto em questão teve a seguinte redação: 
Obs.:Continua na próxima 3a feira...

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