O teólogo escocês William
Cunningham declarou que a Reforma Protestante do século XVI “foi o maior
evento, ou série de eventos, desde o encerramento do Cânon das Escrituras”
(George, 2007, p. 15).
O reformador
Martinho Lutero nasceu em
10 de novembro de 1483, em Eisleben. A pedido dos pais se inscreveu na escola
de Direito na Universidade de Erfurt, mas não chegou a estudar. Isso
porque durante uma forte tempestade quase foi atingido por um raio. Como
escapou da morte ele entrou para a ordem dos Agostinianos, de
Frankfurt, a 17 de julho de 1505.
A formação
teológica
Em 18 de outubro de 1512,
Lutero concluiu seu doutorado em teologia. Começou a escrever sermões, primeiro
em Salmos, depois Romanos, Gálatas, Hebreus e novamente Salmos. Mais tarde,
Lutero observou: “No transcorrer desses estudos, o papado soltou-se de mim”.
(George 2007:58-59).
A Doutrina da
Justificação pela Fé Somente
A justificação foi o tema
central da Reforma da Alemanha, doutrina que passou ser posteriormente um dos
princípios básicos do protestantismo. Em 1517, Lutero viu surgir à sua frente
aquilo que era a negação total da justificação pela fé: o monge dominicano
Teztel, representante autorizado da Igreja estava vendendo indulgências. Foi
então que Lutero reagiu elaborando as 95 teses que foram afixadas na porta da
igreja do castelo de Wittemberg em 31 de outubro de 1517, as quais condenavam
os abusos do sistema de venda de indulgências (SOARES 2013:79).
As 95 teses
Em 31 de outubro de 1517,
Martinho Lutero fixou na porta da Igreja em Wittenberg na Alemanha as famosas
95 teses que deflagrariam a Reforma Protestante. Eis o que dizia o preâmbulo da
convocação:
“Por amor à verdade e
no empenho de elucidá-la, discutir-se-á o seguinte em Wittenberg, sob a
presidência do reverendo padre Martinho Lutero, mestre de Artes e de Santa
Teologia e professor catedrático desta última, naquela localidade. Por esta
razão, ele solicita que os que não puderem estar presentes e debater conosco
oralmente o façam por escrito, mesmo que ausentes. Em nome do nosso Senhor
Jesus Cristo. Amém”
Nasce o
protestantismo
Em junho de 1520 Lutero
escreveu O Papado de Roma, em que apresenta a Igreja Ideal. Em
agosto do mesmo ano, redigiu a obra Apelo à Nobreza da Nação Alemã,
na qual nega a autoridade do papa e faz um apelo à nobreza para lutarem contra
a Igreja Católica. Em 1520, no mês de outubro, publicou O Cativeiro
Babilônico, em que defende o sacerdócio de todos os crentes. No mês
seguinte, escreveu Da Liberdade Cristã, endereçada ao papa, ao qual
afirma que o ser humano é livre. Em Controvérsias de Heidelberg, em
1518, Lutero expõe a teologia da cruz. E com a publicação da obra Sobre
os Votos Monásticos, em janeiro de 1521, houve grande debandada da Igreja
Católica (SOARES 2013:80-81).
A Alemanha então se
dividiu. Na Dieta de Spira, em 1526, os luteranos conseguiram firmar um acordo
em que o governante de cada estado poderia escolher livremente a fé a ser
seguida. Uma segunda dieta, na mesma cidade, realizada em 1529, revogou essa
decisão e declarou ser, por lei, a fé católica romana a única fé. Diante disso
os príncipes luteranos redigiram e leram um “Protesto”, razão pela qual
passaram a ser chamados de “protestantes” (SOARES 2013:85).
Considerações
Finais
A fidelidade da igreja
evangélica no passado contrasta fortemente com sua infidelidade no presente. O
mundo evangélico de hoje está perdendo sua fidelidade bíblica. Na medida em que
o fim dos tempos vem chegando temos testemunhado uma explosão de seitas e religiões
falsas. Dividindo famílias e igrejas, levando pessoas para a condenação eterna.
A sociedade pluralista e relativista que incentiva a proliferação das religiões
e seitas precisa ser confrontada com o genuíno Evangelho de Cristo ministrado
por uma igreja que tem discernimento, combatendo os falsos ensinos, de maneira
respeitosa e com amor. Faz-se urgente o resgate dos princípios teológicos da
Reforma Protestante.
Douglas Roberto de Almeida
Baptista
Referência
Bibliográfica
GEORGE, Timothy. Teologia
dos Reformadores. São Paulo: Vida Nova, 2007
SOARES, Esequias. Credos e Confissões de Fé. Recife: Editora Bereia, 2013
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