20 agosto 2017

MARTINHO LUTERO E A REFORMA PROTESTANTE

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O teólogo escocês William Cunningham declarou que a Reforma Protestante do século XVI “foi o maior evento, ou série de eventos, desde o encerramento do Cânon das Escrituras” (George, 2007, p. 15).

O reformador
Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben. A pedido dos pais se inscreveu na escola de Direito na Universidade de Erfurt, mas não chegou a estudar. Isso porque durante uma forte tempestade quase foi atingido por um raio. Como escapou da morte ele entrou para a ordem dos Agostinianos, de Frankfurt, a 17 de julho de 1505.

A formação teológica
Em 18 de outubro de 1512, Lutero concluiu seu doutorado em teologia. Começou a escrever sermões, primeiro em Salmos, depois Romanos, Gálatas, Hebreus e novamente Salmos. Mais tarde, Lutero observou: “No transcorrer desses estudos, o papado soltou-se de mim”. (George 2007:58-59).

A Doutrina da Justificação pela Fé Somente
A justificação foi o tema central da Reforma da Alemanha, doutrina que passou ser posteriormente um dos princípios básicos do protestantismo. Em 1517, Lutero viu surgir à sua frente aquilo que era a negação total da justificação pela fé: o monge dominicano Teztel, representante autorizado da Igreja estava vendendo indulgências. Foi então que Lutero reagiu elaborando as 95 teses que foram afixadas na porta da igreja do castelo de Wittemberg em 31 de outubro de 1517, as quais condenavam os abusos do sistema de venda de indulgências (SOARES 2013:79).

As 95 teses
Em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero fixou na porta da Igreja em Wittenberg na Alemanha as famosas 95 teses que deflagrariam a Reforma Protestante. Eis o que dizia o preâmbulo da convocação:
Por amor à verdade e no empenho de elucidá-la, discutir-se-á o seguinte em Wittenberg, sob a presidência do reverendo padre Martinho Lutero, mestre de Artes e de Santa Teologia e professor catedrático desta última, naquela localidade. Por esta razão, ele solicita que os que não puderem estar presentes e debater conosco oralmente o façam por escrito, mesmo que ausentes. Em nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Amém”

Nasce o protestantismo
Em junho de 1520 Lutero escreveu O Papado de Roma, em que apresenta a Igreja Ideal. Em agosto do mesmo ano, redigiu a obra Apelo à Nobreza da Nação Alemã, na qual nega a autoridade do papa e faz um apelo à nobreza para lutarem contra a Igreja Católica. Em 1520, no mês de outubro, publicou O Cativeiro Babilônico, em que defende o sacerdócio de todos os crentes. No mês seguinte, escreveu Da Liberdade Cristã, endereçada ao papa, ao qual afirma que o ser humano é livre. Em Controvérsias de Heidelberg, em 1518, Lutero expõe a teologia da cruz. E com a publicação da obra Sobre os Votos Monásticos, em janeiro de 1521, houve grande debandada da Igreja Católica (SOARES 2013:80-81).
A Alemanha então se dividiu. Na Dieta de Spira, em 1526, os luteranos conseguiram firmar um acordo em que o governante de cada estado poderia escolher livremente a fé a ser seguida. Uma segunda dieta, na mesma cidade, realizada em 1529, revogou essa decisão e declarou ser, por lei, a fé católica romana a única fé. Diante disso os príncipes luteranos redigiram e leram um “Protesto”, razão pela qual passaram a ser chamados de “protestantes” (SOARES 2013:85).

Considerações Finais
A fidelidade da igreja evangélica no passado contrasta fortemente com sua infidelidade no presente. O mundo evangélico de hoje está perdendo sua fidelidade bíblica. Na medida em que o fim dos tempos vem chegando temos testemunhado uma explosão de seitas e religiões falsas. Dividindo famílias e igrejas, levando pessoas para a condenação eterna. A sociedade pluralista e relativista que incentiva a proliferação das religiões e seitas precisa ser confrontada com o genuíno Evangelho de Cristo ministrado por uma igreja que tem discernimento, combatendo os falsos ensinos, de maneira respeitosa e com amor. Faz-se urgente o resgate dos princípios teológicos da Reforma Protestante.

Douglas Roberto de Almeida Baptista

Referência Bibliográfica
GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores. São Paulo: Vida Nova, 2007
SOARES, Esequias. Credos e Confissões de Fé. Recife: Editora Bereia, 2013

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