
Minha vida como TJ
Todos nós em algum tempo nos confrontamos com uma mudança
que poderá afetar significativamente nossas vidas. Esta é minha história e
porque de absolutamente convicto de que conhecia a " Religião Verdadeira
", consegui discernir que eu também fui uma vítima do sistema religioso,
talvez o pior de todos que é ser membro da seita " Testemunhas de Jeová
".
Nasci em uma família TJ, fui crescendo como tantas outras
crianças que são de famílias participantes desta organização.A rigor minha mãe
foi a única que desde que eu me recorde, foi uma "tj fiel ".
Meu pai nos anos de minha adolescência estava voltado para
assuntos pessoais, não era desassociado mas era o que eles chamam de "
inativo ". Até meus 12 anos, não me recordo de ver meu pai indo com minha
mãe em um Salão do Reino, ou fazendo o trabalho de porta em porta. Certo dia
meu pai chegou do trabalho com uma notícia inusitada. Disse a mim e minha mãe,
que ele havia recebido uma promoção e que iríamos mudar de cidade, nesta época,
morávamos no ABC Paulista. Nada de anormal nisso, mas o acréscimo de algo novo,
chamou a atenção.
Meu pai disse que nesta "mudança " nós iríamos ser
uma família exemplar Testemunha de Jeová.
Soa estranho você ouvir isso de uma pessoa, que passou mais
de uma década completamente alheio a isto tudo, com outros interesses e outras
atividades. Esta mudança implicou em mudanças que eu absolutamente sequer
imaginava.
Eu era um adolescente, e como todos os jovenzinhos tinha lá
meus sonhos e expectativas, apesar de acompanhar minha mãe religiosamente às
reuniões que ela ia toda a semana, aquilo não era ainda o objetivo primário de
vida, nem minha mãe jamais me obrigou a fazer o que eu não quisesse embora me
ensinasse exatamente o que para ela era a "verdade".
De repente eu passei a ter que agir como se nada houvesse na
vida de essencial, a não ser cumprir com um papel já predefinido pelo meu pai,
com exigências e ameaças.
Seu anterior descaso para com o assunto, da noite para o dia
se transformou em um fanatismo exacerbado.
Era a década de 70 onde as tj's pregavam e acreditavam no
"Fim do Sistema de Coisas ", o Armagedom em 1975.
Apesar de minha pouca idade, eu sabia o que isto
significava. Cresci ouvindo isso de todas as tj's que eu conhecia, nas reuniões
e nas literaturas publicadas pela WatchTower era nítida a preocupação com a
chegada do ano de 1975.Para fanáticos como meu pai, e seguindo o que lia nas
publicações tj's, ele estava voltado apenas para isso, o FIM DOS TEMPOS.
Em publicações e discursos feitos, havia o "alerta
" da organização, contando inclusive os meses que faltavam para a chegada
fatídica de 1975. As tj's eram aconselhadas a não se preocuparem com carreiras,
estudo e empregos. Os jovens que insistiam em continuar estudando e buscando
uma Faculdade eram vistos como "fracos na fé " e não recebiam cargos
ou funções em suas unidades do Salão do Reino, afinal, eles deixavam de
considerar o " alimento espiritual no tempo apropriado ", fornecido
pela " Organização Pura " aquela se auto proclamava a " Única
Religião Verdadeira ".
Por absoluta credulidade e fé nas informações que recebiam
de sua liderança, não poucas tj's venderam suas casas e abandonaram suas vidas
e carreiras para cumprir o papel a que estavam sendo estimuladas, ou seja,
"pregar a chegada do Reino, o fim de Babilônia a Grande, o
Armagedom".
Lembro-me de literaturas, onde havia ilustrações de igrejas
sendo destruídas, abismos se abrindo e tragando adultos e crianças, uma que me
chamou a atenção foi uma mãe caindo no abismo de mãos dadas com o que seria sua
filhinha.
O apelo visual e a insistência dos líderes das tj's eram
muito acentuados, não havia como alguém "duvidar", pela "
procedência das informações " já que as tj's crêem que tudo o que lhes
chega, são "ordens de Jeová ", e sendo assim, INQUESTIONÁVEIS.
O ano de 1975 chegou, ao que nos conste, o mundo continua a
seguir seu curso por mais de 28 anos após a falsa profecia das tj's.
Não deixei de ser tj por conta disso, além da pouca idade e
conseqüente submissão aos meus pais, para uma criança se tornou um alívio não
ver meus colegas de escola e vizinhos serem destruídos de forma trágica como eu
imaginava que fosse acontecer.
Eu apenas me lembrava das palavras de Jesus quando seus
discípulos lhe perguntaram acerca do dia e hora: - " Nem os anjos, nem o
Filho, mas ÚNICAMENTE o Pai" sabia o dia e hora.
Porém os líderes das tj's, não só se anteciparam ao próprio
Filho, mas também colocaram o Pai sob questionamento e obrigação.
Há expressões nas literaturas das TJ's anteriores a 1975,
onde encontra-se expressões do tipo:- " Seria apropriado se Jeová fizesse
isso.....", como se Deus necessitasse de que meros humanos prepotentes,
lhe dissessem o que deveria ou não fazer, ou seu tempo para agir.
Continuei a seguir este caminho, meu pai se tornou Servo
Ministerial e posteriormente um ancião na Congregação que frequentávamos.
Os anos se passaram e eu cheguei aos 18 anos, batizado e um
jovem normal como os demais que eram tj's.
Conheci minha esposa e 3 anos depois, nos casamos e estamos
casados já a 22 anos, tenho 2 filhas, uma de 19 e outra de 09 anos, somos
felizes por separar as coisas, e manter a paz dentro de nosso lar, a despeito
dos problemas do dia a dia e as diferenças religiosas.
Casado e tj eu permaneci durante mais 7 anos. Não poucas
vezes, assisti um discurso ou li uma matéria nas literaturas publicadas pela
WatchTower onde me deparava com coisas que pareciam não ser exatamente a
realidade da interpretação que eles estavam ensinando.
Ardilosamente, o Corpo Governante das tj's, " aconselha
amorosamente ", para que em caso de " dúvida ", a pessoa não
alimente idéias, não as discuta com os demais irmãos, para evitar suscitar
dúvidas dentro da congregação, muito conveniente por sinal. Dizem eles para
"aguardar" que a organização com o tempo explique e corrija eventuais
erros de interpretação.
Assim sendo, uma tj comum é incapaz de questionar qualquer
assunto, qualquer coisa que lhe chegue mediante o Corpo Governante,
principalmente porque é explícito entre elas, que os mesmos são o " Canal
Exclusivo " entre Jeová e seu " povo escolhido ".
Quem ousaria questionar este " alimento ", temendo
encontrar-se em oposição ao próprio Altíssimo?
Esta é apenas uma das formas como a liderança das tj's, o
famigerado Corpo Governante os mantém sob absoluto controle de idéias e
atitudes.
Eu mesmo quando me deparava com coisas assim, abandonava o
assunto e deixava para que no futuro " novas luzes " ( que é assim
que eles se referem quando há alguma mudança de interpretação ) chegassem.
O tempo se passou e eu por força de horários que tinha que
cumprir, inclusive pela escala de horários na empresa onde eu trabalhava,
deixei de freqüentar as reuniões com a mesma assiduidade, assim como por
trabalhar nos fins de semana, eu deixei de ir no trabalho de casa em casa.
Trabalhava em uma emissora de televisão na área técnica, e
não havia alternativas de mudança em relação a horários.
Foi então que comecei a receber uma certa pressão dos
familiares de minha esposa, muitos deles são anciãos em suas congregações, e
inclusive de minha sogra também.
Eu já havia tido muitos atrasos em minha vida, por conta da
criação que meu pai me deu, e o tal " fim do mundo ' em 1975, e não estava
disposto a mudar de algo certo para o incerto, eu tinha uma família e tinha
sonhos também.
Claro que eu ainda continuava a ter as TJ's como sendo a
"Verdadeira Religião ", independente de pontos como eu citei acima,
acreditava sinceramente que ela era a expressão da "verdade".
Quantas vezes eu as defendi perante outras pessoas que
questionavam sua fé, pois acreditava estar lhes sendo útil, lhes mostrando o
" caminho ".
Uma Decisão Radical
Numa ocasião, tive uma discussão com minha sogra e resolvi
dar um fim aos questionamentos e insinuações sem sentido que me eram feitas. Eu
sempre fui radical nesta questão, e isso me incomodava bastante.
Para ser uma verdadeira tj, eu deveria cumprir com todas as
obrigações que estavam envolvidas, e eu não fazia isso.
Minha vida era moralmente limpa, mas eu estava agindo apenas
como um adorador formal, apenas levando o rótulo de tj, deixando a desejar nas
minhas responsabilidades cristãs.
Escrevi uma carta aos anciãos responsáveis pelo Salão do
Reino que eu freqüentava.
Foi simples assim:
Aos
Corpo de Anciãos
Peço que a partir do recebimento desta, não mais me
considerem um de seus irmãos.
Passei da condição de quase inativo, para um dissociado, o
que a rigor, para as tj's é o mesmo que a pessoa ter sido expulsa por cometer
algum pecado passível da punição de desassociação.
Um dos anciãos uma pessoa realmente muito boa e amiga ainda
tentou que eu mudasse de ideia, segundo minha esposa ele até chorou ao ler meu
pedido, e não duvido disso, não só por lhe conhecer, mas porque acredito que as
tj's enquanto pessoas são vítimas do sistema que as doutrinaram, e isto explica
suas atitudes agressivas em relação aos " apóstatas ".
As tj's utilizam o texto de 1º Coríntios 5: 11 para se
referir as ex-tj's independente dos motivos que as levaram a sair desta seita.
" Cesseis de ter convivência com qualquer que se chame
irmão, que for fornicador, ou ganancioso, ou idólatra, ou injuriador, ou
beberrão, ou extorsor, nem sequer comendo com tal homem."
Perguntei a uma tj, se TODAS as pessoas que saem da
"organização " são necessariamente extorsores, beberrões, idólatras,
injuriadores etc...?
Ela não teve como me dizer, " Sim, TODOS são ".
Claro que uma pessoa que comete um pecado condenado na
Bíblia deve ser punida se não se arrepender, isso eu não discuto.
Porém as tj's jamais são informadas do " porque "
alguém simplesmente deixou de ser tj.
Sendo assim, eles podem especular sobre os mais absurdos
motivos, porque não estão cientes dos fatos.
Não sabem determinar se uma pessoa pediu seu desligamento (
dissociação ) por discordar das doutrinas de homens, atribuídas como "
Ordens de Jeová ".
Assim de forma errônea, todas as pessoas que se desligam ou
são expulsas da organização, são consideradas como o texto de 1º Coríntios
citado acima.
Ao me desligar desta seita, os familiares com quem eu tinha
convívio, seguindo as determinações que recebem, passaram a evitar ter contato
comigo, alguns até faziam questão de demonstrar isso sempre que possível.
Encarei isto de forma natural porque já conhecia o sistema e
as conseqüências.
Mesmo nos anos que se seguiram, eu ainda continuei a
acreditar na " verdade tj ".
Cheguei a cogitar meu retorno à organização, frequentei as
reuniões durante meses, e como de costume, quando eventualmente acontecia
alguma discussão em relação a religião, lá estava eu defendendo aquilo que
acreditava, pois eu de fato tinha fé em tudo aquilo.
Confrontado Com a Verdade
Um dia de frente ao computador, digitei na " busca
" da web o nome Testemunhas de Jeová. Foi por curiosidade, mas o resultado
me surpreendeu. Centenas de páginas, inclusive o link para a página oficial da
WatchTower.
Dei uma espiada em algumas coisas, mas me senti irritado em
ler o que era escrito contra as doutrinas tj's.
Entrei em uma Lista de Discussão e procurei defender a minha
crença, combatendo os " odiosos apóstatas ", os " servos de
Satanás " como eu nestes anos havia lido nas publicações das tj's.
Sim, eu lia praticamente tudo o que minha esposa trazia do
Salão do Reino. De certa forma estava mais atualizado nas matérias do que
muitas tj's ativas, eu realmente gostava de ler e de saber.
Porém embora eu fosse até agressivo com eles, acabei tendo
que ler quais eram as alegações que faziam contra o " Povo de Jeová "
para poder refuta-las uma a uma.
Interessante que eu sempre aprendi, que uma tj possuidora
das " verdades bíblicas " era imbatível nas argumentações contra as
religiões falsas, e os membros do que eles chamam de Babilônia A Grande.
Achava estranho que as tj's que frequentavam a Lista de
Discussão e o Fórum do UOL, não se manifestassem contra os " apóstatas
".
Julgava que eram jovens tj's, e que eles não tinham o "
conhecimento " que eu possuía.
As que o faziam, tinham as respostas já conhecidas, que eu
também conhecia, e não eram bastante para refutar as argumentações recheadas de
provas dos apóstatas.
Eu disse acima que o ano de 1975 não influenciou minha
decisão de continuar a crer na " verdade ", não afetou a mim nem
minha mãe e pai.
Certa ocasião me foi apresentado um link tratando do assunto
e as alegações do Corpo Governante sobre este fiasco. Como eu disse no início,
eu havia presenciado o que as tj's comuns diziam sobre a proximidade desta
data, havia lido nos estudos de A Sentinela e outras publicações, o que o
chamado Escravo Fiel havia colocado para as tj's, eu estava ciente de como as
coisas se deram, não podia ser enganado!!!!
E assisti o que isto significou na vida futura de muitas
delas, inclusive eu mesmo.
Surpreendeu-me como uma ducha de água fria, mas muito fria
mesmo, o que tempos depois eles alegaram em uma Sentinela.
Com referência a 1975, diziam que " as pessoas criaram
" falsas expectativas ", como se as tj's comuns, pudessem ousar
interpretar algo, sem que isso partisse de sua liderança que recebia orientação
diretamente do Trono de Jeová.
O Corpo Governante das tj's se eximiu, e vergonhosamente
jogou a responsabilidade sobre esta Falsa Profecia, nas costas das tj's comuns.
Isso me decepcionou muito, principalmente porque longe de
ser uma afirmação "apóstata " sem sentido, estava gravado nas páginas
das publicações das TJ's, portanto era inegável.
Isto foi o bastante?
Não foi. Passei a ler outros assuntos relativos a isso,
descobri que 1975 não foi a única data profetizada falsamente pelas tj's antes
havia outras, e ainda mais graves eram seus disparates, charlatanismo médico,
associação com a ONU, a qual as tj's passaram 50 anos dizendo que ela era a
" Besta do Apocalipse ", mas que esteve associada a ela por mais de
10 anos, até ser descoberta e isto ter causado um grande mal estar.
Vacinas, Sangue, Transplantes de Órgãos, a Geração de 1914
entre outras, eram o suficiente para alguém ter que reconhecer que este "
Canal Exclusivo " estava mal sintonizado com a vontade do Altíssimo, se é
que teve alguma sintonia desde sua fundação a mais de 100 anos.
Faço questão de salientar uma coisa:- Jamais li nas
Escrituras Sagradas, alguma " correção " aos livros ali escritos.
Se os escritores inspirados da Bíblia escreveram seus livros
muitas vezes sem saber o que aquilo significava, jamais houve uma correção
tempos depois, fato usual entre as tj's, principalmente quando suas alegações e
justificativas, caem por terra à luz das evidências.
O Corpo Governante das tj's, é especialista em " jogo
de palavras ".
Para manter seu rebanho sob controle, hoje sem datas
previstas, já que " A Geração que NUNCA passará " e que eles se
referiam aos que em 1914 teriam como compreender o significado das coisas que
" estavam acontecendo ", hoje teriam mais de 100 anos, usam o termo
" Em Breve ".
Abaixo um exemplo do que quero dizer: Este trecho foi
retirado do site www.testemunha.com.br .
É muito difícil para uma Testemunha de Jeová achar que esse
"alimento espiritual" possa causar indigestão aos que dele se
alimentam. E tem isso ocorrido? Para responder a essa pergunta, teremos de
estudar concomitantemente um TERCEIRO MITO que fez parte da vida de muitas
Testemunhas por várias décadas: a "geração de 1914 que não passaria".
Para introdução desse tema, vejamos o que a organização
ensinava sobre isso em "A Sentinela" de 1 de janeiro de 1970, página
11 , parágrafos 2 e 3. Com o tema "Retorne a Jeová enquanto ainda há
tempo" e subtópico: "O tempo para se retornar se está
esgotando", ela fez as seguintes afirmativas:
"Se é alguém que antes já estudou a Palavra de Deus com
as Testemunhas de Jeová, conhece bem a ABUNDÂNCIA DE EVIDÊNCIA bíblica que
prova que, desde o ano de 1914, todo este sistema de coisas está no seu
"tempo do fim" e encara em breve a destruição completa na guerra
universal do Armagedom. Leu as palavras de Jesus em Mateus 24, Lucas 21 e
Marcos 13, descrevendo as guerras mundiais que tem observado, acompanhadas por
fome, pestilência e grandes terremotos.
Não se lembra de que Jesus, ao profetizar sobre este período
dos últimos dias, que começou em 1914, disse também: Deveras, eu vos digo: Esta
geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram? (Luc. 21:32)
Os que tinham apenas idade suficiente para compreender o que estava acontecendo
ao mundo em 1914 já estão chegando agora aos setenta anos de idade. Sim, o
número dos daquela geração esta diminuindo rapidamente, mas antes que todos
eles desapareçam, este sistema terá de ter o seu fim na guerra do Armagedom.
Isto certamente salienta que resta agora apenas um tempo muito curto para se
retornar a Jeová."
Como o leitor poderá notar, a especialidade do Corpo
Governante das tj's é especular com datas e números, depois a culpa da falácia,
é das tj's que acreditaram neles, inacreditável!!!!
Vejam agora as " Novas Luzes " 20 anos depois:
A revista "A Sentinela" 1 de novembro de 1995, ao
apresentar o novo ensino com respeito a "esta geração", segue a mesma
tática, ao dizer (página 17):
"O povo de Jeová, ansioso de ver o fim deste sistema
iníquo, às vezes tem especulado sobre quando irromperia a "grande
tribulação", até mesmo relacionando isso com cálculos sobre a duração da
vida duma geração desde 1914. No entanto, 'introduzimos um coração de
sabedoria', não por especular sobre quantos anos ou dias constituem uma
geração, mas por refletir em como 'contamos os nossos dias' em dar alegre
louvor a Jeová. (Salmo 90:12) [O sublinhado é meu].
Desta forma, a liderança tira dos ombros a responsabilidade
que, com toda justiça, cabe a ela, aconselhando piedosamente a comunidade de
seus membros com respeito às suas condições espirituais, como se tivesse sido o
ponto de vista espiritual deles a causa do problema. Não querem reconhecer que,
os membros NÃO DÃO ORIGEM A NADA, e que os membros se apegaram a esperanças
quanto a várias datas exclusivamente porque OS LÍDERES da organização os
alimentaram com matéria claramente destinada a estimular tais esperanças, que
cada data mencionada e todas as conjecturas e 'especulações' e 'cálculos'
ligados a essas datas, se originaram, não da comunidade de membros, mas dos
LÍDERES. De certo modo, é como se uma mãe, cujos filhos adoeceram de
indigestão, dissessem de tais filhos, "Eles não tiveram cuidado com o que
comeram", quando, de fato, as crianças comeram simplesmente aquilo que a
mãe lhes serviu. E não apenas lhes serviu mas insistiu que o alimento devia ser
aceito como saudável, parte de uma dieta superior impossível de se obter em
qualquer outro lugar, tanto que qualquer demonstração de insatisfação com tal
alimento seria respondida com ameaça de punição.
Vejam abaixo o que era estampado no rodapé da conhecida
revista Despertai:
A afirmação categórica de rodapé da revista Despertai!,
sustentada de 1982 a 1995, era:
"Esta revista gera a confiança na promessa do criador
de estabelecer um novo mundo pacífico e seguro, antes que passe a geração que
viu os acontecimentos de 1914".(Sublinhado é meu).
E como ficou essa afirmação surgida pela primeira vez no
rodapé de uma edição de "Despertai!" 1982? Ela foi alterada em
novembro de 1995 para:
"Essa revista gera confiança na promessa do criador de
estabelecer um novo mundo pacífico e seguro, prestes a substituir o atual
sistema de coisa perverso e anárquico." (Sublinhado é meu).
Como é difícil manter viva uma esperança vã! A verdade e o
tempo são os grandes inimigos dos mitos e das crendices. (Atos 1:7).
As tj's não sabem explicar o porque o livro de Apocalipse é
PROFÉTICO, mas apenas o número de 144.000 é LITERAL, as tj's não sabem explicar
porque as " frações de sangue ", remédios para hemofílicos,
produzidos à base de milhares de litros de sangue são permitidos, e as
transfusões não.
Nesta questão do sangue, de forma criminosa o Corpo
Governante teve que mudar o sentido da proibição de transfusões de sangue.
Antigamente eles alegavam que segundo Atos, o sangue
transfundido era o mesmo que alimentar-se.
Quando a Ciência demonstrou claramente que isto era
inverídico, eles tiveram que usar seu famoso " jogo de palavras "
para continuar mantendo este absurdo criminoso.
Agora ao invés do sangue ser " alimento " portanto
proibido segundo Levítico e Atos, passou a ser " ERRADO " sustentar a
vida através do sangue:
Contradições Doutrinárias
Abaixo um adendo retirado do site www.ajwrb.org
Nenhum médico ou cientista reputado diria atualmente que uma
transfusão de sangue é alimentar-se de sangue, ou que é equivalente a comer
sangue, diria em vez disso, que é um transplante de órgão ou de tecido líquido,
conforme a própria Sociedade Torre de Vigia reconhece agora. [10] Para
contornar este fato, a Sociedade Torre de Vigia criou uma nova lei para as
Testemunhas ao dizer que é errado sustentar a vida através do sangue. Aqui o
problema é que em nenhuma parte da Bíblia encontramos tal restrição sobre o
sangue nesses termos. Será que comer e sustentar a vida é o mesmo, conforme a
Sociedade Torre de Vigia argumenta? Bem, existem muitas coisas que fazemos para
sustentar a nossa vida, por exemplo beber, respirar, dormir, etc. Comer é
apenas uma das coisas necessárias para sustentar a vida. Esse palavreado
confuso da Sociedade Torre de Vigia é tanto desonesto como irresponsável e
obscurece a verdade da palavra de Deus, indo "além das coisas que estão
escritas." (1 Coríntios 4:6)
Será que as Testemunhas de Jeová realmente se abstêm de
sangue?
"Assim, também, 'abster-se de sangue' significa
definitivamente não introduzi-lo em seu corpo."
- Poderá Viver para Sempre no Paraíso na Terra, p. 216,
parágrafo 22. A maioria das Testemunhas de Jeová responderia a essa pergunta de
forma decidida: SIM! Mas conforme esta breve consideração dos fatos mostrou, a
resposta é não. Consegue explicar porque é que a Sociedade Torre de Vigia
permite o uso de produtos sanguíneos como a albumina, EPO, soros de
sangue/Imunoglobulinas e tratamentos hemofílicos (agentes coagulantes VIII e
IX), se estes são claramente tomados para sustentar a vida? Como é que isto
pode ser honestamente considerado como 'abster-se de sangue'? A resposta óbvia
é que não pode. Se o uso médico do sangue é errado, não podemos escolher a
nosso bel prazer quais são as frações ou produtos do sangue dos quais nos
absteremos, nem mesmo argumentando que são "pequenas frações", da
mesma forma que não nos podemos envolver numa "pequena fração" de
fornicação ou numa "pequena fração" de adoração de ídolos. Tal
raciocínio está seriamente errado.
O custo humano de manter a proibição da Torre de Vigia sobre
o sangue
Em décadas passadas, inúmeras Testemunhas de Jeová apoiaram
lealmente as proibições sobre vacinas e transplantes de órgãos. Em alguns casos
este apoio leal custou-lhes a vida, e ficamos a pensar como terão reagido as
suas famílias quando a Sociedade Torre de Vigia finalmente recebeu "nova
luz", e revogou a sua posição anterior. [9]
Ornamentando a capa da edição de 22 de Maio de 1994 da
revista Despertai! estão as fotos de 26 crianças, com idades até aos 17 anos,
com a legenda: "Jovens que colocaram Deus em primeiro lugar". No
interior, a revista proclama: "No passado, milhares de jovens morreram
porque colocaram Deus em primeiro lugar. Ainda há jovens assim, só que hoje o
drama acontece em hospitais e tribunais, tendo como questão as transfusões de
sangue." (página 2) O artigo destacado na página 9, intitulado
"Jovens com "Poder Além do Normal"" conta as histórias de
três destas crianças que morreram depois de recusarem tratamento com sangue.
Será que as mortes deles eram mesmo necessárias?
A aderência leal à doutrina do sangue custou a vida a
milhares de Testemunhas. Apesar deste facto, muitos anciãos, membros das
Comissões de Ligação com Hospitais e pessoas que já há muito tempo observam a
Watchtower acreditam que é só uma questão de tempo até a organização revogar
[abandonar] a sua política a respeito do sangue, e o uso de todos os produtos
do sangue se tornar um assunto de consciência.
Entretanto, o leitor é encorajado a informar-se
completamente sobre este assunto para que possa fazer uma escolha informada e
conscienciosa a respeito do uso do sangue e de produtos sanguíneos. Procure
terapias alternativas sem sangue sob o conselho de profissionais médicos
qualificados, que são quem melhor o podem informar acerca dos riscos e
potenciais benefícios tanto de aceitar como de rejeitar o uso de produtos
sanguíneos, independentemente de o uso destes produtos ser presentemente
aprovado ou não pela Sociedade Torre de Vigia
Eu li esta revista, e chorei por eles, por terem perdido
suas vida inutilmente, e ainda servirem como " propaganda " para que
outros tenham o mesmo destino.
Haveria dezenas de assuntos a serem postados aqui que
reforçariam minha decisão de considerar a seita das tj's, uma das formas mais
nocivas de controle mental, de cerceamento de direitos.
Quando uma pessoa é visitada em sua porta por um par de
tj's, lhe é mostrado algo maravilhoso, uma esperança.
É muito fácil tornar-se uma tj, difícil é sair se discordar
do que lhe ensinam.
Na Bíblia o sentido de família é sempre valorizado, porém o
Corpo DESgovernante das tj's, os estimulam a que em caso de uma desassociação
ou dissociação , a pessoa passa a ser evitada até por membros íntimos de sua
família.
Pais e mães devem conversar o mínimo com seus filhos, mesmo
que estes sejam adolescentes.
Citam exemplos de filhos que disseram para sua mãe (
desassociada ) que só iriam tratar com ela, assuntos que não pudessem ser
evitados, ou seja, cessariam de ter contato com ela, condenando uma mãe a ser
isolada pelos seus próprios filhos.
Esta documentado em um Ministério do Reino e em uma
Sentinela.
Ainda tem o descaramento de dizer que esta mãe "
retornou " à organização, provando que a " disciplina de Jeová "
produz resultados.
Será mesmo!!!!???
Ou será também, que ao se sentir isolada e abandonada, nada mais
restou a esta Sra., senão submeter-se à vontade e o controle da organização das
tj's novamente, sob pena de mal poder ver seus filhos e netos?
As tj's insistem para que as pessoas das outras religiões
" verifiquem suas crenças ", porém elas mesmas, são impedidas de
verificarem as suas, sob pena de serem expulsas e depois relegadas a parias
dentro de suas próprias casas.
Há relatos de pessoas que se suicidaram, tal a pressão
exercida pelos seus familiares tj's e que dividiam o mesmo teto que elas.
Não há forma de deixar de ser uma tj e sair com dignidade.
Sempre você será considerado um " odiador de Deus
" um " pecador ", mesmo que contra Deus e contra a Bíblia, você
nada tenha feito que o desaprovasse.
Abaixo uma entrevista de um ex-membro do Corpo Governante
Raymond Franz, muito reveladora, ele é autor do livro " Crises de
Consciência "
REVELADORES TESTEMUNHOS DE UM EX-LÍDER DAS
"TESTEMUNHAS"
Entrevista com Raymond Franz
A exclusão de Raymond Franz da sociedade religiosa Torre de
Vigia, a que pertenceu por quase toda a vida, foi comparada a uma excomunhão do
Colégio de Cardeais da Igreja Católica, em artigo de página inteira do
semanário internacional Time (22 de fevereiro de 1982). Ele havia ocupado
privilegiada posição por nove anos como um dos 17 membros do exclusivo
"Corpo Governante" dessa entidade até demitir-se do cargo, sendo mais
tarde desligado da religião. Dita organização, com sede em Brooklyn, N.Y., EUA,
comanda as atividades mundiais das "testemunhas de Jeová".
Nesta entrevista exclusiva ao repórter de Correio Cristão,
Raymond Franz indica algumas das razões que o levaram a não só retirar-se da
liderança daquela sociedade, que alega ser "teocrática", mas produzir
dois livros em que oferece provas irrefutáveis dos erros e equivocada
metodologia das "testemunhas de Jeová" ao ensinarem a Bíblia.
Entre outras importantes atribuições que Raimond Franz
ocupou no seio da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados destaca-se o
seu papel de membro da comissão executiva da organização, ou o seu "Corpo
Governante"-na época composto de 17 membros rigorosa e cuidadosamente
selecionados. Ele é sobrinho de Frederick Franz, presidente mundial e principal
"teólogo" dentre as "testemunhas de Jeová" até seu falecimento
em dezembro de 1992 e foi encarregado de coordenar parte do material para o
livro Aid to Bible Understanding [atualmente chamado Insight on the Scriptures
em inglês, e Estudo Perspicaz das Escrituras, em português], tipo de
enciclopédia bíblica que se tornou obra mais erudita produzida pelas enormes
gráficas daquela sociedade religiosa. Ele foi responsável pela pesquisa do
verbete mais longo do livro, que trata sobre "Cronologia".
Na pequena comunidade de Winston, a cerca de 45 km a
noroeste de Atlanta, estado da Georgia, EUA, ao longo da rodovia que conduz à
divisa com o Alabama, foi onde contatamos esse ex-líder entre os jeovaístas
numa fria noite de março de 1993. Eu fizera arranjos com ele por telefone para
uma entrevista. A princípio ele demonstrou hesitação em ter uma entrevista
gravada: não quer que as "testemunhas de Jeová" interpretem suas
declarações como uma adesão ensinos de outras igrejas; após deixar a seita ele
decidiu não se ligar formalmente a qualquer igreja em particular, mas participa
com freqüência de estudos bíblicos com outras ex-testemunhas". Sendo que
não fez objeções a tomarmos notas por escrito de suas declarações, chegamos a
um consenso para a entrevista.
Raymond Franz fora um dedicado membro da seita das
"testemunhas de Jeová" por mais de 40 anos e um dos seus 144.000
"ungidos" (os únicos a irem para o céu para viver para sempre com
Jesus, enquanto os demais-da "grande multidão"-ficam sobre a Terra
renovada, numa espécie de "salvação de segunda", conforme os ensinos
da Torre de Vigia). Ele inclusive atuou como missionário, enfrentando pobreza,
doença e perseguição ao trabalhar na República Dominicana e outros países
latino-americanos. Entre vários idiomas que fala fluentemente, o seu espanhol é
impecável.
Quando na sede internacional da Sociedade Torre de Vigia
circularam rumores de que ele discordava de alguns pontos básicos da religião,
chegou a ser tratado de modo quase brutal por membros do Corpo Governante,
recorda ele, em atitudes desconcertantes de investigações secretas, gravações
não autorizadas de conversas telefônicas, insinuações malévolas por publicações
da seita e várias outras formas de pressão psicológica, vendo-se forçado a
renunciar a sua posição.
Mas o ostracismo a que foi lançado permitiu-lhe mais tempo
para refletir sobre o sentido de tudo por que havia passado, não só nos últimos
tempos, como por toda a sua existência como ativo membro do que o artigo de
Time chama de "uma seita apocalíptica", que reivindica ser o
exclusivo canal da verdade de Deus sobre a Terra.
Em sua nova condição de ex-líder religioso e
"renegado" da fé, Franz escreveu dois livros, somando mais de 1.000
páginas de material onde detalha o funcionamento um tanto quanto secreto do
Corpo Governante e outros setores da sua antiga religião. A primeira obra se intitula
Crise de Consciência e foi lançada no Brasil pela Editora Vida.
Quem espera encontrar expressões de amargura e denúncias
sensacionais em suas obras se desapontará. Franz não trata os que lidaram com
ele na mesma medida em que foi tratado. Antes, procura ressaltar os aspectos
positivos daqueles homens como pessoas sinceras e dedicadas, e atribui o
comportamento descaridoso e nada diplomático deles a seu respeito às exigências
do sistema a que dedicam inabalável fidelidade, bem como à insegurança que tal
sistema propicia, com suas freqüentes mudanças de interpretação doutrinária,
sobretudo as "datas marcadas" (predições "bíblicas") de
acontecimentos que nunca se materializaram: 1914, 1915, 1918, 1920, 1925, 1941,
1975, entre outras.
Explica Franz que sua pesquisa para o preparo do livro Aid
foi o fator inicial para abrir-lhe a mente para problemas sérios na exegese e
cronologia "bíblica" das TTJ.
Entre os pontos sensíveis levantados na pesquisa está a
falta de fundamentação histórica para a data 607 AC como ano em que Jerusalém
foi desolada, a partir de onde teriam começado os 70 de cativeiro de Israel sob
Babilônia. Essa data é crucial para a cronologia que levaria ao ano de 1914,
extremamente importante na interpretação bíblica das "testemunhas de
Jeová". Assim, se a data 607 AC estiver errada, a cronologia a que serve
de base estará errada. E se a cronologia estiver errada, a teologia estará
errada.
Franz conta que levou o problema da falta de fundamento para
tal data básica a seus pares durante uma reunião do Corpo Governante. Pesquisa
realizada por ele e seu secretário em todas as bibliotecas da área de Nova
York, e outras informações que lhe chegaram de um ancião TJ na Suécia (Carl O.
Jonsson, que, independentemente de suas próprias investigações preparara um
estudo detalhado sobre o assunto) convenceram-no de que tal data realmente era
infundada. Posteriormente, Jonsson também abandonou a seita, tendo escrito uma
obra erudita discutindo a falsa cronologia bíblica das TTJ, intitulada The
Gentile Times Reconsidered [Reavaliação dos Tempos dos Gentios].
Ele lembra como o assunto causou grande celeuma entre seus
companheiros dirigentes das "testemunhas de Jeová". Finalmente,
puseram em votação as alternativas de reconhecer e corrigir o erro, segundo os
dados históricos admitidos pelo consenso de historiadores de gabarito (a data
correta seria 586 AC), ou manter a tradição interpretativa. Pelo levantar da
mão daqueles chefes religiosos, decidiu-se que Jerusalém teria sido desolada quase
20 anos antes da data real para o acontecimento, ou seja, optaram pela
tradição!
Perguntei a Franz se o voto majoritário de seus antigos
pares tinha sido motivado por estudos profundos empreendidos por eles que
contrariavam o consenso de historiadores e arqueólogos a respeito da data
correta, ou por alguma nova pesquisa arqueológica em que eles próprios teriam
se engajado ou sido informados a respeito. Ele apenas sorriu, como resposta.
Entre os fatos marcantes de sua experiência à frente da
organização jeovaísta, Franz lembra a grande perseguição a que as
"testemunhas" foram submetidas no Maláui, pequeno país do sudeste
africano, devido à recusa por eles em adquirir um cartão do partido único do
governo ditatorial daquele país. A literatura das "testemunhas" não
se cansava de ressaltar a grande injustiça e o sofrimento desses religiosos,
sujeitos a todo tipo de preconceito, estupros e maus tratos. Muitos tiveram que
abandonar o país sob condições penosas para nações vizinhas, e os textos
bíblicos que falam de perseguição aos fiéis seguidores de Cristo nunca deixavam
de ser citados nas revistas A Sentinela e Despertai! ao se referirem ao caso.
Qualquer ato de perseguição contra pessoas por convicções
políticas ou religiosas é decerto condenável e lamentável. O que o público
nunca soube, porém, é que enquanto se requeria estrita adesão às ordens da
Sociedade Torre de Vigia das "testemunhas de Jeová" do Maláui para
não rebaixarem as normas aceitando a ordem governamental (o que contrariaria
sua posição de absoluta neutralidade ante os governos humanos), no México as
"testemunhas" eram instruídas a obterem um documento de isenção de
serviço militar mediante um ato ilegal: o suborno!
O escritório regional das "testemunhas" no México,
em busca de orientação sobre como agir no caso, escrevera à Torre de Vigia, em
Brooklyn, Nova York, explicando que a prática de obter os documentos de isenção
do serviço militar por propinas era comum no país, mas reconhecidamente aética.
Explicava que as "testemunhas" de sexo masculino praticavam o mesmo
que muitos outros de seus concidadãos mexicanos-pagavam "la mordida"
aos chefes militares para não terem problemas, não serem presos, etc.
A orientação da sede mundial das "testemunhas" foi
simplesmente incrível: sendo que o dinheiro pago a esses militares corruptos
não seria encaminhado para beneficiar a máquina de guerra do país, e sendo que
o pagamento de propinas já era algo enraizado na cultura local, que os jovens
"testemunhas" pagassem a tal taxa para obter o seu documento de
isenção do serviço militar, ilegalmente ou não, e se livrassem do problema!
Dois pesos, duas medidas! Franz documenta em seu livro tudo
isso em detalhes, com fotocópias da correspondência trocada entre o escritório
do México e a sede mundial da seita.
Franz não foi logo "excomungado" ao desligar-se de
seu posto na organização. Mudou-se para Gadsden, Alabama, onde foi morar com um
amigo que ainda pertencia à religião. Pouco depois, este também apresentou
objeções a aspectos doutrinários da seita e foi excluído como membro em sua
congregação local que Franz também freqüentava. Na época ficou decidido pelo
Corpo Governante que uma antiga regra de ostracismo aos afastados da religião
seria restabelecida: a de proibir qualquer membro ativo a sequer saudar à distância
um "apóstata", ainda que desligado a seu próprio pedido.
Ao ser visto por uma pessoa do Salão do Reino em Gadsden
comendo num restaurante em companhia de seu amigo excluído da religião, a
tecnicalidade legal foi encontrada para também excluí-lo, e à esposa, da
comunhão das "testemunhas de Jeová". No artigo do Time acima
referido, uma irônica legenda sob a foto de Franz sintetiza o absurdo de tal
medida. Diz a revista: "Losing heaven over one restaurant meal"
[perdendo o céu em função de uma refeição num restaurante).
Cordialmente,
Val
(um ex-TJ que enviou seu testemunho, mas não quis se identificar
Obs.:Por ter sido MEMBRO DO CORPO GOVERNANTE e sobrinho do então quarto Presidente da STV, a expulsão de Raymond atraiu muita atenção entre as Testemunhas de Jeová, dos dissidentes e do público em geral. Quando A REVISTA TIME contou sua história na edição de 22/2/1982, pág. 66, isso resultou num volume crescente de correspondência. Por tal razão, Raymond Franz decidiu escrever um livro que apresentasse uma explicação pública documentada sobre o que de fato aconteceu. O resultado foi o livro Crise de Consciência, que agora têm uma circulação internacional em várias línguas.
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