
“E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a
muitos.” Mateus 24:11
Os Estados Unidos são responsáveis pela produção da
maior parte da teologia consumida e ensinada no mundo todo. Desde os movimentos
missionários dos séculos 19 e 20, que levaram o evangelho por todo o mundo, até
as mais novas heresias e modismos do mundo gospel. Segundo o site da revista
pentecostal Charisma, um movimento novo tem preocupado pastores e líderes
americanos, pois está se espalhando rapidamente por outros países.
Chamado de “Hipergraça”, seus ensinamentos se baseiam
em uma visão de que Deus não pune ninguém. Provavelmente influenciados pela
exigência quase onipresente para que as pessoas sejam “politicamente corretas”,
muitos de seus ensinamentos confrontam diretamente a Bíblia. Para os críticos,
o movimento é uma “evolução” de uma igreja que nas últimas décadas tem
presenciado um declínio na doutrina e pregação bíblica. Paulatinamente, a
teologia da lugar à terapia motivacional nos púlpitos. De outro lado, a busca
pela prosperidade minou alguns dos fundamentos onde o cristianismo se sustentou
por séculos.
Com isso, muitas igrejas e pregadores se recusam a
combater o pecado. Raramente se menciona a necessidade de arrependimento ou nem
se fala sobre temas como inferno e julgamento. Muitas dessas igrejas permitem
que seus líderes vivam sem se preocupar em prestar contas, mesmo que claramente
estejam distantes do que se esperaria deles. O movimento da Hipergraça seria
uma versão atualizada da antiga heresia conhecida como antinomianismo (em
grego, anti significa “contra” e nomos , “lei”).
Trata-se da crença que a lei moral do Antigo Testamento
foi totalmente abolida. Como vivemos depois da vinda de Cristo, podemos viver
do jeito que queremos, pois já não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da
graça. Assim, resta ler o Antigo Testamento apenas metáforas, tipos e símbolos
sobre a vinda de Cristo. O Novo Testamento acaba com a Lei do Antigo
Testamento, por isso tudo é graça! Ideias como palavras proféticas, busca pelo
Espírito Santo, batalha espiritual, ou ouvir a voz de Deus são propositalmente
ignoradas e muitas vezes ridicularizadas. Para os teólogos e pastores que estão
alertando sobre esse movimento, ele pode colocar em risco o futuro do cristianismo
e enganar milhares de pessoas.
Obviamente os líderes que integram esse movimento não
admitirão que pertencem a ele. Afinal, não se trata de um movimento organizado,
mas sua existência e influência tem crescido através de literatura cristã que
enfatiza o sucesso pessoal e eclesiástico. Possivelmente não usam o termo e
dirão que chegaram a essas conclusões sozinhos. Com certeza a Bíblia fala sobre
graça, mas aparentemente essas pessoas não leram ou convenientemente esqueceram
de textos como Romanos 6: 1-2 “Que diremos então? Continuaremos pecando para
que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado,
como podemos continuar vivendo nele?”.
Contudo, o teólogo Joseph Mattera listou os 8 sinais
mais claros de que uma igreja está seguindo a “Hipergraça”:
1. Os pregadores nunca falam contra o pecado
Se você estiver em uma igreja como esta, irá notar que
a palavra “pecado” normalmente só é mencionada no contexto do perdão dos
pecados em Cristo. Por vezes, recrimina-se as pessoas que ousam insistir no
assunto, classificando-as de “legalistas” e “fariseus”.
2. O pastor nunca toma uma posição firme sobre a
santidade
Na tentativa de atrair mais pessoas, tudo é feito para
tornar os cultos mais agradáveis, em especial o sermão. Os ministros não tomam
posição pública, nem ensinam os membros, sobre questões que estão na ordem do
dia como aborto, homossexualidade, legalização das drogas, ou qualquer coisa
que possa confrontar o público presente. Ignora-se qualquer tentativa de se
estabelecer ou cobrar dos membros os parâmetros para uma vida de santidade.
3. O Antigo Testamento é quase totalmente ignorado
Nessas igrejas, o Antigo Testamento é tratado como um
registro que não tem valor real com nosso estilo de vida moderno.
Convenientemente, não se menciona os Dez Mandamentos nem as porções bíblicas
onde Deus é mostrado como juiz.
4. Os líderes são autorizados a ensinar e pregar mesmo
vivendo abertamente em pecado
Se não há mais condenação, pecados como imoralidade
sexual, ganância e embriaguez são tolerados. Seja para membros comuns ou
pessoas em posição de liderança, isso não é “importante”, pois não refletiria o
amor ao próximo e respeito pelas suas escolhas.
5. As mensagens muitas vezes se voltam contra a “igreja
institucional”
Os pastores que adotaram a hipergraça constantemente se
voltam contra as igrejas mais “conservadoras”, pois acreditam que sua mensagem
não é mais relevante para a cultura de hoje. Além disso, esses
“fundamentalistas” apenas colaboram para que as pessoas em geral tenham uma má
impressão dos evangélicos.
6. Os pastores pregam contra o dízimo
A hipergraça não estimulas as pessoas a lerem a Bíblia
e chegarem às suas próprias conclusões, mas se preocupa em dizer no que elas
não podem acreditar. Embora falem sobre ofertas e anunciem as necessidades
financeiras da igreja, os pastores defendem que o dízimo é mais uma lei que foi
abolida em Cristo. Portanto, cada membro pode decidir se deseja ou não se
envolver financeiramente.
7. Os pastores pregam apenas mensagens motivacionais
positivas
Dos púlpitos dessas igrejas ecoam apenas mensagens
positivas sobre saúde, riqueza, prosperidade, o amor de Deus, o perdão de Deus
e como se obter sucesso na vida. Não há preocupação nem interesse de se
anunciar “todo o conselho de Deus”, nem estimular trabalhos evangelísticos ou
missionários que exijam arrependimento e mudança de vida. Não se menciona a
existência do diabo ou de seus anjos. Deus ama a todos e cuida para que nenhum
mal chegue perto deles.
8. Os membros da igreja não precisam temer nenhum tipo
de reprimenda da liderança
Os participantes de uma igreja da hipergraça serão
convencidos que, por causa da forte ênfase na graça, tudo é permitido. Ou seja,
nenhuma mudança real se espera deles, apenas que frequentem os cultos e sejam
“pessoas melhores e mais felizes”.
GP
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