TEXTO ÁUREO
"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo,
que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em
toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”(At
1.8).
VERDADE PRÁTICA
A Igreja de Cristo, em virtude de sua
natureza e vocação, é a agência evangelizadora e missionária por excelência.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 1.1-14
Introdução
A Igreja, como agência evangelizadora, preocupa-se com
o bem-estar espiritual ensinando o caminho de Deus, evangelizando, pregando o
Evangelho a toda a criatura e encaminhando-a para a comunhão com Deus. Ela
cuida da alma e encaminha aqueles que carecem de conforto, orientação e afeto.
Na área social, tem um exemplo digno de ser seguido nos primeiros capítulos de
Atos dos Apóstolos. O modelo que temos é o da Igreja Primitiva, a qual se estruturou
de tal maneira que conseguiu conquistar a confiança e o respeito da sociedade
(At 2:42,47; 4:32,35 e 5:13-14). Podemos classificar o perfil da igreja da
época dos apóstolos, à luz dos primeiros capítulos do livro de Atos, em três
áreas distintas, a saber: a marturia (o testemunho, a orientação espiritual, o
evangelismo e a pregação e ensino da palavra); a koinonia (a formação da
comunidade social) descrita em Atos 2:42,47; a diaconia (o serviço de
atendimento social, descrito em Atos 6:1-10). Observando esse modelo a igreja
estará cumprindo a sua missão integral. Assim sendo, crescerá de forma sadia.
Nossos dias exigem um retorno imediato, ousado, enérgico e amoroso aos
princípios que caracterizavam a igreja em seu princípio (Atos 2:42-47).
Encontramos em todos os quatro Evangelhos e no livro de
Atos, a ênfase à grande comissão. Ao ser assunto aos céus, Jesus deu-nos suas
últimas palavras, que ficaram conhecidas como a Grande Comissão. A Grande
Comissão, na tradição cristã, é a instrução dada pelo Jesus ressuscitado aos
seus discípulos para que eles espalhassem seus ensinamentos para todas as
nações do mundo. Ela se tornou um ponto chave da teologia cristã sobre o
trabalho missionário, o evangelismo e o batismo. A grande comissão envolve toda
a igreja, como bem definiu o Congresso de Lausane: “O propósito de Deus é o
evangelho todo, por toda a igreja, em todo o mundo, a toda criatura”. Nas
palavras de Charles Spurgeon, "todo cristão ou é um missionário ou é um
impostor". Esse é o grande chamado do Senhor Jesus - pregar as boas novas
de salvação
I. A FUNDAÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA
A fundação da Igreja foi pentecostal e evangelizadora.
Passados dez dias, desde a ascensão do Senhor, os discípulos achavam-se
reunidos, num só lugar, quando veio o Espírito Santo sobre eles. Revestidos de
poder, passaram a falar noutras línguas, dando ocasião à primeira colheita de
almas da Igreja (At 2:1-4,41). Sem o
poder do Espírito Santo, a evangelização jamais será eficiente (Lc 24:49).
A resposta escatológica (Atos 1:6,7). Pouco antes de
sua ascensão, Jesus foi inquirido por seus seguidores quanto ao futuro de
Israel: “Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor,
restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (Ap 1:6). O Senhor, porém,
conscientiza-os de que, naquele momento, a sua preocupação não deveria ater-se
aos últimos dias, mas ao que estava prestes a acontecer: “E disse-lhes: Não vos
pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio
poder” (Ap 1:7).
A escatologia dos discípulos estava eivada de
equívocos. Jesus os corrige, mostrando-lhes que essa tendência de marcação de
datas para sua vinda é uma consumada tolice. O tempo da segunda vinda e da
transição do reino da graça para o reino da glória é da exclusiva economia do
Pai. Não nos é dado saber nem Kronos nem Kairós, nem tempos nem épocas. Nosso
papel não é especular o futuro, mas agir no presente.
John Stott tem razão quando diz que o antídoto para a
vã especulação espiritual é a teologia cristã da história. Primeiro, Jesus
voltou ao Céu (Ascensão). Segundo, o Espírito Santo veio do Céu (Pentecostes).
Terceiro, a igreja sai para o mundo para ser testemunha (Missão). Quarto, Jesus
voltará (Parousia).
A resposta pentecostal. A resposta do Senhor aos seus
discípulos não foi apenas escatológica, mas pentecostal: “Mas recebereis a
virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”
(At 1:8). Em vez de conhecer tempos ou épocas, eles seriam revestidos com o
poder do Espírito Santo para serem testemunhas (At 2:33). Não lhes bastaria o
poder do intelecto, da vontade ou da eloquência humana. Era preciso que o
Espírito Santo agisse neles, dentro deles e através deles. O poder que a igreja
recebe não é politico, intelectual ou ministerial, mas um poder espiritual,
pessoal e moral. A fonte desse poder é o Espirito Santo, e esse poder é dado
para que a igreja seja testemunha de Cristo até aos confins da Terra.
– “… e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como
em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra“. Jesus direciona os
olhos dos discípulos para a ação missionária e dá-lhes um esboço geral da obra
que deveriam fazer. Os discípulos ainda nutriam uma expectativa de que o reino
se limitasse ao governo físico, terreno e político de Israel sobre a terra.
Porém, o reino de Deus não tem fronteiras geográficas nem políticas. Os
discípulos deveriam ser testemunhas não apenas no território de Israel, mas até
aos confins da terra. Não apenas aos judeus, mas também aos gentios. O reino de
Deus abrange todos os povos, de todos os lugares, de todas as línguas e
culturas. O reino de Deus alcança a todos, em todos os lugares, de todos os
tempos, que foram lavados no sangue do Cordeiro (Ap 5:9). Todos os salvos em
Cristo são testemunhas nesse Reino. Uma testemunha é alguém que relata o que
viu e ouviu (At 4:19,20). É alguém que está pronto a dar sua própria vida para
testificar o que viu e ouviu. Os discípulos eram testemunhas que haviam
presenciado um fato glorioso, a ressurreição de Cristo, e essa noticia da
exaltação de Jesus deveria ser anunciada até aos confins da Terra, ainda que,
para isso, a morte fosse o preço a ser pago. Desta feita, o poder do Espírito
Santo era-lhes imprescindível.
A fundação da Igreja. A Igreja de Jesus Cristo nasceu
historicamente no dia de Pentecostes, conforme narrado pelo evangelista Lucas,
em Atos capítulo 2. Nasceu sob o derramamento do Espírito Santo (At 2:1-13).
Num pequeno cenáculo, pessoas foram cheias do Espírito Santo e começaram a
falar noutras línguas, a profetizar e a tomar uma consciência de coragem e
ousadia para proclamar as maravilhas de Deus à humanidade (At 2:14-36). Jesus
disse que eles receberiam o poder do Espírito sobre suas vidas (Atos 1:8), o
que de fato aconteceu, quando na festa de Pentecostes foram cheios do Espírito
(Atos 2:4).
A Igreja de Atos é uma igreja que vive na dimensão do
Espírito Santo. Foi cheio do Espírito que Pedro falou diante do Sinédrio (Atos
4:8). Uma das características principais dos homens que seriam escolhidos para
cuidar da obra social da Igreja era ser cheio do Espírito (Atos 6:5). Estevão
estava cheio do Espírito quando viu Jesus sentado à direita de Deus (Atos
7:55). Ananias impôs as mãos sobre Saulo, de modo que ele fosse curado de sua
cegueira e fosse cheio do Espírito (Atos 9:17). Enfim, esta ação do Espírito
era e é imprescindível.
II. A MISSÃO PRIORITÁRIA DA IGREJA
Quando os cristãos têm consciência que a tarefa
primordial da Igreja é a evangelização, passam a entender que sua existência
gira em torno desta missão dada a cada crente, que é membro do corpo de Cristo
em particular (1Co 12:27). Todas as nossas ações, todo o nosso cotidiano deve
ser criado e executado diante da perspectiva de que somos testemunhas de Cristo
Jesus (At 1:8) e que devemos, portanto, testificar do Senhor, mostrar ao mundo,
através de nossas boas obras, que Deus é nosso Pai, que somos filhos de Deus e,
por meio deste comportamento, levar os homens a glorificar o nosso Pai que está
nos céus (Mt 5:16).
Evangelização. Logo após receber o revestimento de
poder, como Jesus tinha prometido (cf. Lc 24:49), os discípulos procuram
cumprir a sua missão prioritária: a evangelização. A ordem de Jesus foi: “ide,
fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos” (Mt 28:19,20).
A ordem do Senhor é que devemos ir ao encontro do
mundo, ir ao encontro dos pecadores, levar-lhes a mensagem da salvação em
Cristo Jesus. O homem não tem condições de salvar-se a si próprio e, mais, o
deus deste século lhe cegou o entendimento para que não tenha condições de ver
a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co 4:4). Portanto, é tarefa da Igreja
ir ao encontro de judeus e de gentios para lhes anunciar as boas-novas da
salvação.
A ordem do Senhor é para que se pregue a toda criatura,
mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, é alvo de todo
ódio, de toda repugnância, de todo o desprezo da sociedade e do mundo (vide Mc
5:1-20). É interessante observarmos que, nos dias do profeta Jonas, o Senhor
mandou que fosse feita a pregação a todos os ninivitas, sem exceção alguma,
ainda que eles fossem os homens mais cruéis que existiam no mundo naquele
tempo. Jonas teve de pregar para todos, sem exceção, ainda que muitos, pela sua
extrema crueldade e maldade, fossem, na verdade, verdadeiras “bestas-feras”,
verdadeiros “animais” (Jn.3:8), que, mesmo sendo o que eram, foram alcançados
pela misericórdia divina. Observe o exemplo de Jesus – Ele ia ao encontro dos
publicanos e das meretrizes, considerados a escória da sociedade de seu tempo.
E nós, o que estamos a fazer?
Missões em Atos. Missão estava no coração da igreja de
Atos do Espírito Santo. Nada a fazia arrefecer desse mister. A despeito das
perseguições, os novos discípulos testemunhavam todos os dias, não cessavam de
ensinar e anunciar a Jesus Cristo: nas ruas, nas casas, nas vilas, cidades,
ensinando e proclamando intensamente o evangelho. Todos, indistintamente,
estavam empenhados em organizar novas igrejas, obedecendo a um plano de avanço
missionário. E hoje, o que estamos fazendo em prol da evangelização local e
universal?
O campo missionário é o mundo. Jesus disse: “o campo é
o mundo” (Mt 13:38). Ele não disse que o campo é Jerusalém, nem a Judéia, nem
Roma, nem minha cidade e nem a tua. Infelizmente há ainda os que pensam que o
“campo” é a sua cidade e por isso mostram-se não somente apáticos às missões,
mas também posicionam-se contra elas. Outros não são contra, mas não se
esforçam, são acomodados. É dever de cada crente incentivar missões, orar pelos
missionários e pelos que estão sendo enviados, e contribuir financeiramente
para o sustento dos missionários.
Os discípulos entenderam a ordem de Jesus e estenderam
a obra missionária para além de suas cidades originais. De ação em ação, a
Igreja de Cristo veio a alcançar, em apenas uma geração, os lugares mais
remotos daquela época – “que já chegou a vós, como também está em todo o
mundo…” (Cl 1:6).
Promoção social. A Igreja Primitiva encarregava-se de
promover os novos convertidos integralmente. Isto envolve doutrina e ação
social (cf. At 6:1-7). Em virtude do rápido crescimento quantitativo da Igreja,
os apóstolos não puderam conciliar as atividades de oração, pregação e ensino
da Palavra de Deus com as atividades assistenciais. Cônscios da
responsabilidade social que a igreja tem, os apóstolos, de forma resoluta, logo
procuraram dar uma solução para este “importante negócio”(At 6:3):
estabeleceram pessoas certas, cheias do Espírito Santo, para cuidar dos
necessitados da igreja. A função de assistência social na Igreja é uma das suas
pedras de toque e, sem dúvida, uma das formas mais poderosas de demonstrarmos
ao mundo a nossa diferença e o amor de Deus que está em nossos corações.
Por que ajudar aos necessitados é importante?
Em primeiro lugar, porque é um ato pelo qual
demonstramos nosso amor ao próximo. Por isso, não pode o salvo se isentar de
toda e qualquer ação que venha a promover o bem-estar da coletividade, a bênção
de Deus sobre as pessoas, que venha mitigar o sofrimento daquele que está ao
nosso redor. Na parábola do bom samaritano (Lc 10:25-27), Jesus mostrou que
próximo é qualquer um que esteja em nosso caminho e, em algumas oportunidades,
o apóstolo Paulo ensinou que fazer o bem a outrem é uma qualidade que não pode
faltar àqueles que dizem servir a Deus (Rm 12:13-21; Gl 4:31,32; Cl 3:12-14;
1Ts.4:9-12).
Em segundo lugar, porque é um mandamento divino. Este
mandamento é dito tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, ou seja,
ele foi dado para Israel e para Igreja. Deus reconheceu a existência dos pobres
no meio do seu povo e ordenou providência a respeito deles: “Pois nunca cessará
o pobre do meio da terra”(Dt 15:11a). Esta é a frase que mais contraria a
pregação contemporânea da teologia da prosperidade. Pretende-se exterminar a
pobreza no meio da igreja. No entanto, o texto declara: “Pois nunca cessará o
pobre do meio da terra”. E Jesus ratifica: “Porque os pobres sempre os tendes
convosco”(João 12:8). Compete àqueles que têm recursos, minimizar a situação.
Deus não prometeu riquezas para todos, porém, daqueles a quem ele deu e dá
riqueza, no exercício da Mordomia Cristã das Finanças Ele quer que os pobres
não sejam esquecidos, tal como aconteceu na Igreja de Jerusalém – “Não havia
entre eles necessitado algum…”(Atos 4: 34). Pobres, sim; necessitados, não.
Esta é a regra a ser seguida pela Igreja, hoje.
Em terceiro lugar, porque é um ato de benignidade (Dt
15:10). Pobreza não é maldição, é consequência do sistema controlado por homens
gananciosos. Os pobres estão no nosso meio para que tenhamos oportunidade de
exercitar amor – “Livremente lhe darás, e não fique pesaroso o teu coração
quando lhe deres; pois por esta causa te abençoará o Senhor teu Deus em toda a
tua obra, e em tudo no que puseres a mão”(Dt 15:10). Não se arrependa de haver
dado, nem sinta dor no coração. O Apóstolo João é enfático: quem vir a seu
irmão padecer necessidade e não suprir essa necessidade não é cristão: “Quem,
pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe fechar o seu
coração, como permanece nele o amor de Deus?”(1João 3:17).
III. ANTIOQUIA, IGREJA MISSIONÁRIA
Uma das características da igreja de Antioquia: era
aberta às pessoas. Os cinco líderes mencionados em Atos 13:1-4 (Barnabé, Simeão
por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém e Saulo) simbolizam a diversidade
étnica e cultural de Antioquia. Barnabé era um judeu natural da ilha de Chipre.
Simeão era africano, uma vez que a palavra “Níger” significa “de aparência
escura”. Alguns sugerem que esse Simeão é o mesmo homem de Cirene que levou a
cruz de Cristo (Lc 23:26), agora é um dos principais responsáveis por levar
diretamente a história da cruz a todo o mundo. Lúcio era de Cirene, ou seja, do
norte da África. Manaém tinha conexões com a aristocracia e a corte, pois era
irmão de leite de Herodes Antipas, o rei que mandou matar João Batista e
escarneceu de Jesus em seu julgamento. Saulo era judeu, nascido em Tarso da
Cilícia, e também cidadão romano. Vale destacar que entre os cinco veteranos em
Antioquia, com admirável modéstia, Saulo estava contente com a posição mais
inferior.
Outra característica da igreja em Antioquia: priorizava
a doutrina, o ensino da Palavra de Deus (At.11:22-26). Barnabé, ao verificar
que havia conversão autêntica de muitos irmãos naquela igreja, tratou de buscar
a Paulo e, durante todo um ano, houve o ensino da Palavra àqueles crentes. O
resultado daquele ano de ensino não poderia ser melhor: os convertidos passaram
a ter uma vida muito semelhante a de Jesus; passaram a ser diferentes dos
demais moradores de Antioquia; passaram a ser provas vivas da transformação que
o Evangelho produz nas pessoas.
Após terem sido ensinados na Palavra e terem mudado de
vida, os moradores de Antioquia passaram a notar a diferença e, cumprindo o que
disse Jesus a respeito do efeito das boas obras dos Seus discípulos, passaram a
chamar os discípulos de “cristãos”, isto é, “parecidos com Cristo”,
“semelhantes a Cristo” (At 11:26). Eram os homens glorificando ao Pai que está
nos céus (Mt 5:16). Era o resultado do ensino da Palavra.
Portanto, não basta que a Igreja pregue o Evangelho, ou
seja, proclame a Palavra de Deus, mas é preciso, também, que a Igreja “ensine
as nações”, “faça discípulos”, cuidado este que era patente nos tempos
apostólicos, a ponto de os apóstolos terem chamado para si esta tarefa,
considerando, inclusive, não ser razoável deixar de se dedicar à oração e ao
ensino da Palavra (At 6:2,4), sem falar dos conselhos que Paulo dá a Timóteo no
sentido de jamais se descuidar com o ensino junto aos crentes (1Tm 4:12-16).
Muita meninice e práticas heréticas que vemos por aí se
deve à ausência do ensino da Palavra de Deus. O crente permanece infantil
quando tem uma compreensão inadequada das verdades bíblicas e pouca dedicação a
elas (Ef 4:14,15). Por isso o ensino da Palavra de Deus é importante “para que
não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de
doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente”(Ef
4:14).
Uma igreja completa. Em Antioquia, o ministério era
completo. A igreja estudava a Palavra de Deus (Atos 13:1), buscava a face de
Deus em oração (Atos 13:3) e obedecia a Deus (Atos 13:3). A igreja tinha
profetas e mestres, ou seja, pregava e ensinava a Palavra de Deus (Atos 13:1),
mas quem a dirigia na obra missionária era o Espírito Santo (Atos 13:2). O
Espírito Santo era livre e soberano na condução dos destinos da igreja. A
orientação do Espírito Santo é segundo a Palavra, e não à parte dela. O
Espírito Santo se manifesta a uma igreja centralizada na Palavra e a uma igreja
que ora e jejua (Atos 13:2,3).
Uma igreja missionária. Antioquia era uma igreja
missionária. Dentre os seus membros, saíram os primeiros missionários
transculturais do Cristianismo. Enquanto a igreja e os seus obreiros oravam,
jejuavam e serviam ao Senhor, disse o Espírito Santo: “Apartai-me a Barnabé e a
Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13:2). Vê-se que o Espirito Santo
não age à parte da igreja, mas em sintonia com ela. É a igreja que jejua e ora.
É a igreja que impõe as mãos e despede. Mas é o Espírito Santo quem envia os
missionários. Assim, os missionários exercem seu ministério pelo Espirito
Santo. Foi o próprio Espirito Santo quem enviou os missionários para o campo de
trabalho (Atos 13:3,4). “A partir daquele momento, a Igreja de Cristo,
irradiando-se a partir do Oriente Médio, universaliza-se até chegar a você e a
mim”.
Não podemos fazer a obra de Deus sem a direção do
Espirito Santo. Ele nos foi dado para estar para sempre conosco. Ele nos guia a
toda a verdade. Precisamos do Espirito Santo. Dependemos do Espirito Santo. A
igreja não pode conseguir uma única conversão sem a obra do Espirito Santo. Os
pregadores não terão virtude e poder para pregar sem a ação do Espirito Santo.
Uma igreja que orava. A oração é fundamental para poder
discernir a vontade de Deus. Sem oração a Igreja morre. As decisões da igreja
de Antioquia eram envolvidas com muita oração. No culto da igreja de Antioquia
o Espírito Santo chamou Saulo e Barnabé para fazer missões. Veja o que diz
Lucas: “Assim, depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram”
(Atos 13:3). Até a escolha de pastores nas igrejas era feita mediante a oração,
não pela capacidade humana: “Paulo e Barnabé designaram-lhes presbíteros em
cada igreja; tendo orado e jejuado, eles os encomendaram ao Senhor, em quem
haviam confiado” (Atos 14:23). Em qualquer circunstância devemos orar segundo a
orientação do Espírito Santo. A oração não é meramente um exercício humano, e
sim um trabalho conjunto entre nós e o Espírito Santo.
CONCLUSÃO
A missão da Igreja de Cristo é evangelizar. A Igreja
não foi edificada por Cristo para construir escolas, fundar hospitais ou
assumir cargos políticos, por mais dignas que sejam tais realizações, mas para
cumprir com o mandato de “ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda
criatura” (Mc 16:15). Quando os crentes prescindem da evangelização, não resta
mais nada a igreja do que ser uma associação religiosa em busca de privilégios
e reconhecimento social. Cada crente deve envolver-se com a evangelização dos
pecadores. Cada cristão deve ser uma fiel testemunha de Cristo.
SUBSÍDIO PARA O PROFESSOR
1. A Igreja em meio ao
ativismo. Até por uma questão de organização social, é praticamente impossível
que, no tempo presente, consigamos reproduzir o “estar juntos” todos os dias à
semelhança da Igreja do primeiro século (At 2.42). Entretanto, com as redes
sociais e a televisão, a Igreja do século 21 tornou-se ainda menos comunitária.
As reuniões semanais não são bem frequentadas como deveriam ser, enquanto o
domingo à noite é bastante concorrido. Ocorre, porém, que, ao terminar o culto,
devido às obrigações que já se iniciam na segunda-feira e a dificuldade com o
transporte coletivo, os irmãos não têm condições de passar um período juntos.
Essa desagregação, para dizer o óbvio, traz danos à saúde da igreja local.
2. A multiplicidade de
denominações. O crescimento das denominações é algo que impressiona os
sociólogos. As últimas pesquisas apontam para um número muito grande de
trânsito ou mobilidade religiosa. As pessoas “trocam” de igreja como de roupa,
não tendo nenhum compromisso com as raízes denominacionais (Hb 10.25). Esse
fenômeno também foi identificado pelo censo IBGE de 2010 que apontou a
existência do grupo (ou classificação), chamado de “múltiplo pertencimento”.
3. A descaracterização da
mensagem bíblica. Infelizmente, a mensagem da Palavra de Deus tem sido
distorcida para fundamentar as mais estranhas visões acerca de Deus, de Jesus
Cristo, do Espírito Santo e do Evangelho. Há muitos anos, o pastor Antonio
Gilberto escreveu que a Bíblia sofre, por falta de conhecimento, muito mais na
boca dos que a pregam do que na dos críticos e ateus.
III. DESAFIOS DA IGREJA DO
SÉCULO 21
1. Manter a essência.
Embora não seja possível após vinte séculos reproduzir fielmente a Igreja do
Novo Testamento, é obrigatório manter a essência do Corpo de Cristo (Rm 12.5;
1Co 12.12,27). É impossível estarmos ligados à cabeça, que é Cristo, e agirmos
de modo diferente do que Ele preceitua e exige (Ef 4.12-16; Cl 2.16-19).
2. Fortalecer o seu
programa de educação cristã. Uma das ordens do Senhor Jesus Cristo foi que
pregássemos e ensinássemos (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20). Essa prática
caracterizou a Igreja do primeiro século e foi assim que ela cresceu (At 5.42;
6.7; 15.32-36). Invariavelmente, verificamos que a Igreja prega, ou seja,
realiza cinquenta por cento de sua missão. Não obstante, os outros cinquenta
por cento, que dizem respeito ao ensino e são muito mais difíceis de cumprir,
acabam sendo esquecidos.
A educação cristã é um
processo contínuo e ininterrupto que não pode ser realizado de qualquer maneira
(Rm 12.7; 15.4; 1Tm 4.13; 2Tm 2.1,2; 3.10-17). Isso sob pena de não estarmos de
fato obedecendo integralmente ao “ide” do Meigo Nazareno (Jo 15.1-27). Diante
desse contexto e por reconhecermos que estamos em outro tempo, uma Escola
Dominical de qualidade faz toda a diferença.
3. Não abdicar a sua
identidade bíblica. Mesmo cientes do crescimento das denominações, a Igreja não
pode, em hipótese alguma, negociar a sua identidade. Algumas, por quererem se
tornar muito palatáveis, acabarão apostatando da genuína fé em Cristo (2Tm
4.1-4). “Versões alternativas” do Evangelho são oferecidas como se fosse
possível negociar com a Palavra de Deus (Gl 1.8). Tudo voltado à conquista,
simpatia e a adesão das pessoas, sem que estas tenham um compromisso com o
Senhor da Igreja.
A humanidade está
mergulhada num verdadeiro caos. A inflação assola a terra e a fome é uma grande
ameaça. Secas, inundações e outras calamidades têm ceifado vidas na África,
Filipinas, e em todas as partes do Globo. Estão patentes aos nossos olhos a
ausência do temor de Deus, a perda de princípios morais absolutos, a aceitação
e a glorificação do pecado, o fracasso nos lares, o desrespeito pela
autoridade, a ilegalidade, a ansiedade, o ódio, o desespero. Milhares de pessoas
entregam-se ao ocultismo, com o culto satânico, o controle da mente, a
astrologia e outros meios que o Diabo se utiliza para induzir os homens a se
desviarem da verdade.
IV. EVANGELIZAÇÃO A
NECESSIDADE DA IGREJA DA ULTIMA HORA
O Evangelho é uma mensagem
cósmica, ao revelar a presença de um Deus cujo propósito se inclui o mundo
inteiro. Esse Evangelho não se dirige ao indivíduo por se, mas à pessoa como
membro da velha humanidade em Adão, marcada pelo pecado e pela morte, e a quem
Deus convida para integrar-se na nova humanidade em Cristo, marcada pela
retidão e pela vida eterna. A falta de apreciação das dimensões mais amplas do
Evangelho nos leva inevitavelmente a compreender mal a necessidade missionária,
O resultado disso é uma evangelização tendente a considerar o indivíduo como
uma unidade que se contém a si mesma, cuja salvação só se dá em termos de
relação com Deus. Deixamos de perceber que o indivíduo não vive isolado e que é
impossível falar de salvação sem se referir ao mundo do qual ele faz parte.
Dividiremos este tópico em três partes intituladas:
1. O mundo na perspectiva
da igreja evangelizadora. (Mc 16.15). A simples observação da importância que o
termo mundo (grego cosmos) tem no Novo Testamento já bastaria para demonstrar a
dimensão do Evangelho. O mundo foi criado por Deus através da Palavra (Jo
1.10), e sem Ele nada do que existe se fez (Jo 1.3). O Cristo que o Evangelho
proclama como agente da redenção é também o agente da criação de Deus. É ao
mesmo tempo o alvo para o qual se dirige toda a criação (Cl 1.16) e o princípio
de coerência de toda a realidade, material e espiritual (Cl 1.17).
A obra da evangelização
implica a esperança de “um novo céu e uma nova terra”. Portanto, a única
evangelização verdadeira e a que se dirige para o objetivo final da
“restauração de todas as coisas” em Jesus Cristo, prometida pelos profetas e
proclamada pelos apóstolos (At 3.2 1).
2. A evangelização na
perspectiva missionária. O Evangelho não vem do homem, mas de Deus. Aqueles que
suportam o Evangelho são pois, “para com Deus o bom perfume de Cristo; tantos
no que são salvos, como nos que se perdem. Para com estes cheiro de morte para
a morte, para com aqueles aroma de vida para a vida” (2 Co 2.15,16). O
Evangelho unifica, mas também separa. E dessa separação emerge a Igreja chamada
não para ser do mundo, mas para estar no mundo. Precisamos urgentemente recuperar
a evangelização que leve a sério a distinção entre a Igreja e o mundo, segundo
a perspectiva do Evangelho; evangelização orientada para o aniquilamento da
servidão humana no mundo, e que jamais se torne, ela própria, uma expressão de
escravidão da Igreja ao mundo.
Jesus e a necessidade missionária. A missão
que foi confiada pelo Pai a Cristo não se limitava apenas à pregação do
Evangelho. Mateus resume o ministério terreno de Jesus nestas palavras:
“Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho
do Reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo’ (Mt
4.23). Salvação é vida eterna, a vida do Reino de Deus, vida que inicia aqui e
agora, e que toca em todos os aspectos do ser humano. Você tem feito algo em
prol do reino de Deus.
V. A ORDEM EVANGELIZADORA
COMECOU COM OS DISCIPULOS
Tão logo iniciou a
recrutar os seus primeiros discípulos, Jesus deu-lhes ciência da tarefa que
lhes era proposta. Não devemos esperar que os anos se passem para depois nos
entregarmos ao labor de ganhar almas. Jesus disse aos primeiros discípulos:
“Sereis pescadores de almas”. A sublimidade da tarefa se evidencia no
maravilhoso fato de que nos tomamos cooperadores de Deus (I Co 3.9).
1. A necessidade de ganhar
almas é urgente (Jo 9.4). Quando o Espírito Santo põe no coração do crente a
urgência da necessidade de ganhar almas, ele se sente compelido a usar de todos
os recursos disponíveis para trazer almas ao Reino de Deus. A urgência da
tarefa decorre de algumas implicações bíblicas e práticas.
Vejamos:
A. A necessidade é urgente porque são poucos
os nossos dias na terra (Sl 90.10,12). Se tardarmos em realizá-la, perderemos o
nosso tempo (Ef 5.16), e nunca mais poderemos fazer qualquer coisa de positivo
para Cristo (Ec 12.1). Muitos hoje choram a mocidade, o tempo não aproveitado,
e totalmente irrecuperável.
b. A necessidade é urgente
porque estamos nos últimos dias. Os sinais da vinda de Jesus se multiplicam,
cotidianamente, se cumprem a cada instante. Nossos dias, como povo de Deus na
terra, estão findando. Se não trabalharmos para Jesus agora, nunca mais nos há
de ser possível. Logo a trombeta soará (l Ts 4.16,17).
c. A necessidade é urgente porque Satanás não
dorme (Mt 13.25). Sim, o Inimigo em sua cruel e destruidora obra está
provocando verdadeiro pânico no mundo e o único refúgio é Jesus Cristo. Se é
tão urgente, por que não cumpri-la de imediato Se é tão urgente, por que não a
realizarmos agora? “O que fazes, faze-o depressa”.
2. A necessidade de ganhar
almas é bíblica (Mc 16.15,16). O preceito de ganhar almas não resulta de
cânones eclesiásticos. Nenhuma convenção estabeleceu esse princípio para a
Igreja. É uma inspiração divina. A Bíblia alude à importância, à necessidade, e
ao dever de ganhar almas. Todo cristão que lê habitualmente a Palavra de Deus
reconhece os milhares de textos espalhados por toda a Escritura, recomendando
expressamente ou enfatizando indiretamente a significativa tarefa de ganhar
almas. E “aquele que é de Deus, ouve as palavras de Deus”.
3. A necessidade de ganhar
almas é individual (At 4.33). Deus destinou a tarefa de ganhar almas a todos os
crentes. Cada um de nós deve considerar sua particular e pessoal obrigação de
ganhar outros para a eternidade com Cristo. Você faz parte uma igreja?
4. A necessidade de ganhar
almas é divina (Lc 19.10). O principal responsável pela salvação do mundo é
Deus. Ele não deseja que os pecadores se percam (1 Tm 2.3,4). Ele providenciou
para os homens o instrumento de sua libertação espiritual (Jo 8.36). Quando a
Igreja empreende a tarefa de evangelizar, ela está sendo induzida pelo Espírito
à realização de urna missão divina, muito além do plano humano ou secular. Que
Deus nos conceda a necessária visão de sua obra (Jo 4.35), a fim de que nos
predisponhamos, sem tardança, a cumprir todo o propósito do Criador (At 20.27).
Somente assim, poderemos ser “aprovados em Cristo”.
Tenham todos uma boa aula, nesse domingo.
Deus abençoe os professores e também á cada aluno.
Meu abraço.
Viva vencendo, sendo integrante ativo na 'Ação Evangelizadora' de sua igreja!!!
Seu irmão menor.
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