
TEXTO ÁUREO
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).
VERDADE PRÁTICA
A nova vida em Cristo consiste em viver fervorosamente a vitória da cruz
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Rm
12.1-12
INTRODUÇÃO
Depois da parte teológica na Epístola aos Romanos, o
apóstolo começa a parte prática. E um apelo apostólico a fim de que os cristãos
vivam uma vida de consagração a Deus. É o que Deus espera de todos os que
desfrutam das bênçãos mencionadas pelo apóstolo na primeira parte de Romanos.
I. ELEMENTOS DO CULTO
1. “Rogo-vos” (v.1). No
grego, o verbo é parakaleo, que vem de duas palavras: para, uma preposição
grega que significa “ao lado de”; e kaleo, o verbo “chamar”, traduzido no Novo
Testamento por “exortar, apelar, recomendar, solicitar”. Deus não está
exigindo, mas pedindo. Muitos expositores da Bíblia se surpreendem com essa expressão.
Disse um desses grandes expositores: “Surpreendente expressão vinda de Deus! De
um Deus contra o qual havíamos pecado, e sob cujo juízo estávamos”.
2. “Apresenteis o vosso corpo (v.1)”. O
verbo “apresentar”, aqui, tem o sentido de “oferecer”. É um ensino extraído dos
sacrifícios que se ofereciam sobre o altar, no culto levítico. O hebreu
escolhia o melhor para sacrifício e uma vez oferecido a Deus, tal oferenda era
propriedade absoluta do Senhor.
3. Entrega total. É
essa a analogia que o apóstolo faz no v.1, com relação à nossa adoração a Deus.
Deste modo o apóstolo exorta os crentes para uma vida consagrada. O corpo é o
invólucro da alma e do espírito, e é o meio pelo qual revelamos o nosso
interior (2Co 5.10). O mesmo corpo que no passado era instrumento para o
pecado, agora é o templo do Espírito Santo (1Co 3.16,17), para servir à justiça
(Rm 6.13).
4. “Sacrifício vivo” (v.1). O
culto bíblico apresenta pelo menos cinco elementos: oração, cântico, leitura da
Palavra de Deus, pregação com o sobrenatural ou testemunho e ofertas (1Co
14.26; 16.1-3). A expressão “sacrifício vivo” mostra o contraste com o serviço
religioso externo de Israel nos tempos do Antigo Testamento, pois era um ritual
e praticado por força da lei.
5. Culto. “Culto
racional” é a adoração cristã, muito diferente do culto do Antigo Testamento,
onde se ofereciam criaturas irracionais. A palavra “culto” é latreia, na língua
grega do Novo Testamento e significa “serviço sagrado, adoração”, de onde vem a
palavra “liturgia”.
6. Racional. Do
grego logikos, derivado do logos, “palavra, razão”, de onde vem a nossa palavra
“lógica”. Os principais dicionários de grego afirmam que logikos significa
também espiritual. A Nova Versão Internacional (NVI), no rodapé, coloca como
opção a tradução “culto espiritual”. Essa palavra só aparece mais uma vez no
Novo Testamento (1Pe 2.2), onde “leite racional” é traduzido por “leite
espiritual” na Versão Almeida Atualizada. Então, “racional”, aqui, não se
refere a racionalismo humanista, frio, sem vida e à parte de Deus, mas algo
espiritual. Isto é: culto espiritual, resultado da sabedoria e da inteligência
espiritual de Cl 1.9. Devemos oferecer a Deus um culto vivo e espiritual.
II. O MUNDO NÃO É PADRÃO PARA A IGREJA
1. O cristão e o mundo (v.2). As
palavras gregas para “mundo” no Novo Testamento grego são kosmos e aion. Ambas
significam o mundo físico e também o pecado.
a) Mundo físico. “Vós sois a luz do mundo [kosmos]” (Mt
5.13). “Pela fé entendemos que os mundos [aion] pela Palavra de Deus foram
criados” (Hb 11.3).
b) Pecado. A palavra “mundo”, mencionada no (v.2), é
aion, e refere-se ao pecado. Aion tem o sentido de “sistema de coisas; século”
e aparece, por exemplo, na expressão “deus deste século” (2Co 4.4).
2. “...mas transformai-vos” (v.2). A
expressão “Não vos conformeis com este mundo” significa que não devemos nos
moldar ao mundo. A transformação de nossa mente, e de nosso interior —
transformação pelo Espírito Santo (2Co 3.18) repele o modelo mundano. Por isso
devemos nos transformar pela renovação de nosso entendimento.
3. O que é mundanismo? Nenhum
crente contesta o fato de que a Bíblia condena o mundanismo. Isso é ponto
inquestionável. Embora a palavra “mundanismo” não se encontre na Bíblia,
todavia, seu conceito sim. E tudo aquilo que desagrada a Deus (Tg 4.4; 1Jo
2.15-16). O conceito de mundanismo nos dias dos apóstolos, segundo informa a
Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, consistia nos teatros, jogos
e devassidão.
4. O mundanismo hoje. O
mundanismo hoje está multiplicado em relação aos tempos do Novo Testamento.
Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, Satanás apresenta uma ideia mundana de
moralidade, “das filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação,
ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de
massa, esporte, agricultura, etc, para opor-se a Deus e ao seu povo, à sua
Palavra e aos seus padrões de retidão”.
5. O contexto. Tudo
isso deve ser analisado à luz de seu respectivo contexto. Não é pecado ser
médico nem o crente estudar medicina. O Diabo, porém, pode usar, como tem
feito, a medicina para destruir os valores cristãos: prática do aborto e da
eutanásia, etc. A ciência, para o ateísmo. A música, para o sensualismo. O
mesmo pode acontecer na política, nos sistemas econômicos, etc, mas nem por
isso a Bíblia condena alguém ser músico, cientista, político, empresário. Tudo
depende do contexto e da finalidade.
6. A vontade de Deus. Geoffrey
B. Wilson afirma com muita propriedade que os três adjetivos “boa, agradável e
perfeita” mostram que a vontade de Deus é definida no “que é moralmente bom,
prescreve o que é agradável a Ele, e provê um padrão que é eticamente completo”
(Mt 5.48). Devemos influenciar o mundo para o bem e não sermos influenciados
por ele, para o mal.
III. O AMOR FRATERNAL
1. A fraternidade. A
segunda parte de Romanos apresenta o mesmo tom das exortações de Jesus no
Sermão do Monte. O texto dos vv.9-21 trata do amor fraternal, profundo, sincero
e prático, sem hipocrisia, que deve reinar entre os crentes. O amor, o respeito
mútuo e a solidariedade constituem-se no padrão para o Cristianismo.
2. O amor sincero. A
partir do v.9 o apóstolo exorta os crentes a observar alguns preceitos sociais,
principalmente a comunhão fraternal. Quem não ama ao seu próximo, não ama a
Deus (1Jo 4.20). Esse amor deve ser sincero. Isto é: em obras e em verdade, não
só em palavras (1Jo 3.18). Essa era a característica da Igreja no primeiro
século (At 2.42-47).
3. Amar os crentes e os inimigos. A
grandeza dessa passagem reside também no fato de o apóstolo nos exortar a amar
e a perdoar até mesmo os de fora (vv.14,17-21). Isso já fora dito por Jesus no
Sermão do Monte (Mt 5.42-48). Devemos procurar essa convivência pacífica com
todos, até onde for possível: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende
paz com todos os homens” (v.18).
IV. SOBRE A VINGANÇA
1. Não devemos retribuir mal por mal
(v.19). A vingança é prerrogativa de Deus, que é o Juiz
de toda a terra (Gn 18.25). Ele como justo Juiz (2 Tm 4.8), além de soberano
sabe fazer justiça. “Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (v.19)
é uma citação de Dt 32.35. É difícil, mas é possível, com a ajuda do Espírito
Santo. Deus nos recompensará. Não é pecado requerer seus direitos em juízo. O
que não é cristão é um crente levar seu irmão a juízo por questões litigiosas,
causando escândalos, quando deveria levar tais coisas ao pastor (1Co 6.1-8).
2. O exemplo de Jesus. Jesus
fundou um império pelo amor. Conquistou as almas pelo amor. Se ele tivesse o
nosso ressentimento não teria conquistado Saulo de Tarso, pois o mesmo teve
participação na morte de Estêvão (At 7.58: 8.1-3; 22.20). Por isso que a nossa
oração a Deus deve ser pela salvação de tais pessoas. Nada melhor do que nosso
testemunho e demonstração sincera de amor por elas. Isso fala tão forte a ponto
de muitos inimigos, oponentes, perseguidores e faladores se converterem.
CONCLUSÃO
Vida consagrada envolve todo o nosso ser e em todos os
aspectos da vida. É uma entrega total ao Senhor que nos leva a estarmos cada
vez mais próximos dele e, consequentemente, vivermos em amor com
os nossos irmãos em Cristo. Assim, teremos poder e graça para vencermos o
mundo. E mais do que isso, com o nosso testemunho de fidelidade ao Senhor,
conquistarmos os não-crentes para Cristo.
Subsídio Doutrinário
“As palavras hebraicas e gregas para ‘santificação’,
‘santo’, ‘dedicação’, ‘consagração’ e ‘santidade’ estão todas relacionadas à
ideia de separação. De fato, o conceito central do termo ‘santificação’ é
separação. Assim, santificar-se é separar-se do pecado a fim de separar-se para
Deus e para a adoração e serviço reverentes e jubilosos. Rica tipologia, temos
no sacerdócio levítico do Antigo Testamento, bem como nas cerimônias associadas
ao Tabernáculo e, mais tarde, ao Templo. Tudo o que era oferecido a Deus
deveria ser separado de modo especial, enfatizando a santidade Daquele que
recebia a adoração. Essa dedicação positiva a Deus é sempre a ênfase principal.
Para exemplificar, os vasos santos usados no Tabernáculo e no Templo eram
separados do liso comum, ordinário. Não podiam ser usados noutro lugar. Porém,
não era isso que os tornava santos. Só se tornavam santos ao serem levados ao Tabernáculo,
ou ao Templo, e usados na adoração ao Senhor”.
Subsídio Teológico
O comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal explica
que as expressões “exorta”, “reparte”, “preside”, “exercita”, e “misericórdia”,
tratam-se dos dons espirituais:
“(1) Exortar é a disposição, capacidade e poder dados
por Deus. para o crente proclamar a Palavra de Deus de tal maneira que ela
atinja o coração, a consciência e a vontade dos ouvintes, estimule a fé e
produza nas pessoas uma dedicação mais profunda a Cristo e uma separação mais
completa do mundo (ver At 11.23; 14.22: 15.30-32; 16.40; 1Co 14.3; 1Ts 5.14-22;
Hb 10.24,25)”.
“(2) Repartir é a disposição, capacidade e poder, dados
por Deus a quem tem recursos além das necessidades básicas da vida, para
contribuir livremente com seus bens pessoais, para suprir necessidade da obra
ou do povo de Deus (2Co 8.1-8; Ef4.28)”.
“(3) Presidir ou liderar é a disposição, capacidade e
poder dados por Deus, para o obreiro pastorear, conduzir e administrar as
várias atividades da igreja, visando ao bem espiritual de todos (Ef 4.11,12;
1Tm 3.1-7; Hb 13.7,17,24)”.
“(4) Misericórdia é a disposição, capacidade e poder
dados por Deus para o crente ajudar e consolar os necessitados ou aflitos (cf.
Ef 2.4)”.
Subsídio Devocional
Tendo em vista o significado do sacrifício para o viver
diário do cristão, F.F. Bruce comenta o seguinte em Romanos, Introdução e
Comentário: “Em vista de tudo quanto Deus fez por Seu povo em Cristo, como Seu
povo deve viver? Deve apresentar-se a Deus como ‘sacrifício vivo’, consagrado a
Ele. Os sacrifícios de animais, oferecidos numa época anterior tomam-se
obsoletos graças à oferta que Cristo fez de Si mesmo. Mas sempre há lugar para
o serviço divino prestado por corações obedientes. Em vez de viverem pelos
padrões de um mundo em desacordo com Deus, os crentes são exortados a deixar
que a renovação das suas mentes, pelo poder do Espírito, transforme as suas
vidas harmonizando-as com a vontade de Deus”.
ANALISE DA LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Rm
12.1-12
Paulo conclui todas as suas cartas com uma lista de
deveres práticos com base nas doutrinas discutidas. Na vida cristã,
a doutrina e o dever andam juntos. Nossas convicções ajudam a
determinar nosso comportamento. Não basta compreender as explicações
doutrinárias de Paulo; devemos transformar nossa aprendizagem em prática e
mostrar, por meio de nossa vida diária, que cremos na Palavra de Deus.
Esta seção concentra-se nos relacionamentos. A
expressão "teologia relacional" é relativamente nova, mas o
conceito existe há muito tempo. Se nos relacionarmos corretamente com
Deus, também nos relacionaremos corretamente com as pessoas que fazem parte de nossa vida. "Se alguém disser:Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso" (1
Jo 4:20).
NOSSO RELACIONAMENTO COM DEUS (R m
12:1, 2)
Esta é a quarta conjunção da Epístola aos Romanos.
Em Romanos 3:20, é o "visto que" causal da condenação,
declarando que o mundo todo é culpado diante de Deus. Em Romanos 5:1
é o "pois" conclusivo da justificação e Romanos 8:1 é o
"pois" conclusivo da garantia. Em Romanos 12:1, encontramos o
"pois" conclusivo da consagração, e essa consagração é a base
para os outros relacionamentos dos quais Paulo trata nesta seção.
O que é a verdadeira consagração? Conforme a descrição
de Paulo neste capítulo, a consagração cristã envolve três
passos.
Entregar o corpo a Deus (v. 1). Antes de crer em Cristo,
usávamos o corpo para prazeres e propósitos pecaminosos; agora que
pertencemos ao Senhor, usamos o corpo para Sua glória. O corpo do cristão é
o templo de Deus(1 Co 6:19, 20), pois o Espírito de Deus habita nele(Rm
8:9). É nosso privilégio glorificar e engrandecer a Cristo com nosso
corpo(Fp 1:20, 21).
Assim como Jesus Cristo precisou ter um corpo para
realizar a vontade de Deus na terra, também devemos entregar o corpo
a Cristo para que possa continuar a obra de Deus por meio de nós.
Devemos entregar os membros de nosso corpo como "instrumentos de
justiça" (Rm 6:13) para o Espírito Santo realizar a obra de Deus. Os
sacrifícios do Antigo Testamento eram sacrifícios mortos, mas devemos ser
sacrifícios vivos.
Há dois "sacrifícios vivos" na Bíblia
que ajudam a entender o verdadeiro significado desse conceito. O
primeiro é Isaque (Gn 22); o segundo é nosso Senhor Jesus Cristo. Isaque
colocou-se voluntariamente no altar e se mostrou disposto a morrer em
obediência à vontade de Deus, mas o Senhor enviou o Cordeiro que tomou seu
lugar. Ainda assim, Isaque "morreu" para si mesmo e se entregou
prontamente à vontade de Deus.
Quando saiu do altar, Isaque era um "sacrifício
vivo" para a glória de Deus. É evidente que o Senhor Jesus Cristo
é a ilustração perfeita de um "sacrifício vivo", pois, na
verdade, morreu como sacrifício em obediência à vontade do Pai. No
entanto, ressuscitou e hoje está no céu como "sacrifício vivo",
levando ainda em Seu corpo as marcas do Calvário. Ele é nosso Sumo
Sacerdote (Hb 4:14-16) e nosso Advogado (1 Jo 2:1) diante do trono de
Deus.
O termo "apresentar", neste
versículo, significa "apresentar-se de uma vez por todas".
Ordena uma entrega definitiva do corpo ao Senhor, como os noivos se
entregam um ao outro na cerimônia de casamento. É essa entrega
definitiva que determina o que fazem com o corpo. Paulo apresenta
dois motivos para essa consagração:
(1) é a atitude certa diante de tudo o que Deus fez
por nós - "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus
(ênfase do autor);
(2) essa entrega é nosso "culto
racional" ou nossa "adoração espiritual", o que significa
que, quando consagramos nosso corpo ao Senhor, cada dia é uma
experiência de adoração.
Entregar a mente a Deus (v. 2a). O
mundo quer controlar nossa mente, mas Deus quer transformá-la (ver Ef 4:1
7-24; Cl 3:1-11).
0 termo traduzido aqui por transformar é o mesmo
traduzido por transfigurar em Mateus 1 7:2. Em nossa língua, equivale à
palavra "metamorfose". Descreve uma mudança que ocorre de
dentro para fora. O mundo deseja mudar nossa mente e, para isso, exerce
pressão externa. Mas o Espírito Santo transforma nossa mente, liberando
poder interior. Se o mundo controla nossa maneira de pensar, somos
conformados, mas se Deus controla nossa maneira de pensar, somos
transformados.
Deus transforma nossa mente e a focaliza nas
coisas espirituais usando sua Palavra.
Ao passar tempo meditando sobre a Palavra de Deus,
memorizando-a e assimilando a em nosso ser interior, aos poucos, Deus toma
nossa mente cada vez mais espiritual (ver 2 Co 3:18).
Entregar a Volição Deus (v. 2b). A mente
controla o corpo e a volição controla a mente. Muitas pessoas acreditam
que podem controlar a volição pela "força de vontade", mas
normalmente não são bem sucedidas. (Essa é a experiência que Paulo relata
em Rm 7:15-21.) Somente quando entregamos nossa volição a Deus é que
seu poder assume o controle e nos dá a força de vontade de que
precisamos para ser cristãos vitoriosos.
Entregamos nossos desejos a Deus pela oração
disciplinada. Ao passarmos tempo em oração, entregamos a Deus nossa
volição e oramos como Jesus Cristo: "Faça-se a tua vontade, e
não a minha". Devemos orar sobre todas as coisas e permitir que Deus faça o
lhe aprouver em todas as coisas.
Há muitos anos, tenho procurado começar cada dia
entregando meu corpo ao Senhor. Em seguida, dedico algum tempo com Sua
Palavra e deixo que transforme a minha mente e prepare meus pensamentos
para o novo dia. Em seguida, entrego os planos para aquele dia nas mãos
dele e deixo que o Senhor faça o que for melhor. Oro especialmente por
aquelas tarefas que me perturbam ou que me deixam preocupado - e o Senhor
sempre me ajuda a completá-las. Para termos um relacionamento correto
com Deus, devemos começar o dia entregando-Lhe o corpo, a mente e os
desejos.
2 . NOSSO RELACIONAMENTO COM OUTROS
CRISTÃO (Rm 1 2 :3 - 1 6 )
Paulo está se dirigindo a cristãos que fazem parte
das igrejas em Roma. Descreve seu relacionamento uns com os outros
comparando-os aos membros de um corpo. (O apóstolo usa essa mesma imagem
em 1 Co 12; Ef 4:7 16.) A idéia central é que cada cristão é
uma parte viva do corpo de Cristo e cada um tem uma função espiritual
a exercer. Cada cristão tem um dom (ou dons) que deve ser usado para
edificar o corpo e aperfeiçoar os outros membros. Em resumo, pertencemos
uns aos outros, ministramos uns aos outros e precisamos uns dos outros.
Quais são os elementos essenciais para o ministério espiritual e o
crescimento no corpo de Cristo?
Avaliação honesta (v. 3). Cada
cristão deve saber quais são seus dons espirituais e qual ministério
(ou ministérios) deve exercer na igreja local. Não é errado um
cristão reconhecer esses dons na própria vida ou na vida de outros. O
problema é nossa tendência de não nos avaliarmos com honestidade. Nada causa
mais estragos à igreja local do que um cristão que se superestima e
tenta realizar um ministério para o qual não é qualificado. (Por vezes,
também ocorre o oposto, e as pessoas se subestimam, o que é igualmente
errado).
Nossos dons são concedidos pela graça de Deus.
Devem ser aceitos e exercitados pela fé. Fomos salvos "pela graça
[...] mediante a fé" (Ef 2:8, 9) e devemos viver da mesma forma. Uma vez
que nossos dons vêm de Deus, não podemos assumir crédito algum por eles.
Tudo o que nos cabe fazer é aceitá-los e usá-los para honrar o nome
de Deus (ver 1 Co 15:10, em que Paulo dá seu testemunho pessoal
acerca dos dons).
Cooperação fiel (w. 4-8). Cada cristão possui um dom
diferente, e Deus concedeu esses dons para que a igreja local possa crescer de
maneira equilibrada. Mas cada cristão deve exercitar seu dom pela fé. Talvez
não vejamos os resultados de nosso ministério, mas o Senhor vê e abençoa. É
interessante observar que a "exortação" corajamento) é um ministério espiritual
tão válido quanto pregar ou ensinar. Contribuir financeiramente e
demonstrar misericórdia também são dons importantes. Para alguns, Deus deu
a habilidade de governar ou de administrar as diversas funções da
igreja. Qualquer que seja nosso dom, devemos consagrá-lo a Deus
e usá-lo para o bem de toda a igreja.
ENTENDENDO A ATUAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS
EM (ROMANOS 12.6-8)
Devemos ser humildes e reconhecer
nossa participação no corpo de Cristo. Somente assim nossos dons poderão ser usados
efetivamente e somente assim poderemos apreciar os dons dos outros.
Deus nos deu vários dons para podermos edificar a sua Igreja. Portanto,
para usá-los efetivamente, devemos;
• Entender que todos os dons e habilidades vêm de
Deus.
• Entender que nem todos têm os mesmos dons, nem
dispõem da sua totalidade.
• Conhecer quem somos e o que fazemos melhor.
• Dedicar nossos dons ao serviço de Deus e nâo ao
nosso sucesso pessoal.
• Estar dispostos a utilizar esses dons de todo o
nosso coração, colocando tudo o que temos e o que somos a serviço
de Deus, sem retermos coisa alguma.
12.6 A ênfase aqui é que Deus concedeu
essas habilidades ao seu povo. Elas representam os dons de Deus à sua
igreja, e Ele distribui fé e poder conforme a sua vontade. O nosso
papel é ser fiéis, e procurar formas de servir aos outros com aquilo
que recebemos de Cristo.
Os dons mencionados por Paulo nessa lista podem
ser divididos em duas categorias: os de falar e os de servir. Os dons foram concedidos para
expressar a graça de Deus. As palavras falam ao nosso coração e à nossa
mente sobre as graças divinas, e os atos de serviço mostram essa
graça em ação. Essa lista não é completa, pois
existem muitos dons, a maioria deles escondida do público, isto é,
palavras e atos “atrás da cortina”, que servem e glorificam a
Deus servem e glorificam a Deus.
De acordo com o Novo Testamento, o dom de
profecia não é sempre o de prever o futuro. Muitas vezes ele
significa uma efetiva transmissão da mensagem de Deus (1 Co 14.1-3).
Esses dons não devem ser guardados, mas usados. Em outras
palavras, os dons divinos cumprem a sua finalidade
quando são utilizados em benefício das outras pessoas.
12.7,8 Se uma pessoa tem o dom de ministrar ou
servir, então deverá usá-lo quando e onde for necessário, dentro
da sua melhor e mais completa capacidade. O mesmo pode ser dito para
os outros dons que Paulo menciona: ensinar, exortar, repartir,
presidir (liderar) e exercitar misericórdia (mostrar bondade).
Qualquer que seja o dom de um crente, ele deverá ser usado
com gratidão a Deus. Ao enfocar a aplicação dos
dons, Paulo está eliminando a tendência a uma auto-congratulação
doentia pela descoberta dos próprios dons. Se estivermos ocupados
usando os nossos dons, teremos menos tempo para nos preocupar com a
nossa posição e poder. Um serviço sincero controla o orgulho.
Essa relação de dons é representativa,
mas não exaustiva. Seria difícil uma pessoa possuir todos eles. Um
profeta agressivo geralmente não seria um bom conselheiro, e um
doador generoso pode fracassar como líder. Quando as pessoas
identificam os seus próprios dons e a sua combinação específica (esta
lista está longe de ser completa), elas devem descobrir como
podem usá-los para edificar o corpo de Cristo, a Igreja.
Ao mesmo tempo, devem entender que um ou mais
dons não podem fazer todo o serviço. Os crentes devem ser
agradecidos uns pelos outros, sentindo gratidão porque outros
têm dons que são completamente diferentes dos seus. Dentro da
Igreja, os crentes podem contrabalançar suas forças e fraquezas. As
habilidades de uma pessoa compensam as deficiências de outra e, em
conjunto, todos os crentes poderão edificar a Igreja de Cristo. Mas todos
esses dons serão inúteis se forem usados com inveja ou apenas pelo
mero dever, ou se forem exercidos sem amor (veja também 1 Co 13.1-3).

SUBSÍDIO PARA O PROFESSOR
Paulo passa de uma discussão doutrinária para uma
discussão prática, a fim de transformar a doutrina cristã em ação. Os onze
primeiros capítulos dessa carta revelam a misericórdia divina para com os
pecadores, no sentido de que Ele enviou seu Filho para morrer na cruz
pelos nossos pecados. Os cinco capítulos finais explicam a nossa obrigação
para com Deus. Se a mensagem inicial dessa carta está dirigida à maneira
como todos nós podemos chegar a Deus através de Cristo, a sua parte final
está dedicada à maneira como todos nós podemos viver para Deus em Cristo.
Assim sendo, por causa da grande compaixão de Deus
para com os judeus e os gentios, oferecendo-lhes
a salvação através de Cristo, Paulo insiste que os seus
leitores agradem a Deus em sua vida cotidiana.
Esse mundo cruel está cheio de tentações
e pecados, e Paulo ajuda os crentes a entender como podem viver para Deus.
Paulo já havia instruído os crentes romanos a se
oferecerem a Deus, de modo que todo seu corpo fosse para sua glória
(6.13). Nosso corpo é tudo que temos para oferecer, nós vivemos nele.
Ele abriga nossas emoções, mente, pensamentos, desejos e planos.
Portanto, ele representa a integridade da pessoa e
é o instrumento pelo qual prestamos o nosso serviço a Deus. A fim de viver
para Deus, devemos dedicar a Ele tudo que somos, e que é representado
pelo nosso corpo. Se nosso corpo está à disposição de Deus, ele será
dono do nosso tempo livre, dos nossos prazeres e de todo nosso
comportamento.
Para sacrificar um animal de acordo com a lei de
Deus, o sacerdote tinha que matá-lo, cortá-lo em pedaços e colocá-lo no
altar. O sacrifício era importante, mas mesmo no Antigo Testamento
Deus deixou bem claro que um coração obediente era
muito mais importante (veja 1 Sm 15.22; SI 40.6; Am 5.21-24).
Deus deseja que a nossa oferta seja um sacrifício vivo, e que deixemos de
lado, diariamente, os nossos próprios desejos para segui-lo,
colocando toda a nossa energia e os nossos recursos à sua disposição,
confiando na sua orientação (veja Hb 13.15,16; 1 Pe 2.5).
Nossa nova vida é uma oferta de ação de graças a
Deus. Devemos oferecer o 'nosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus' para que fiquemos completamente separados para Ele, e dedicados ao Seu serviço.
Depois da parte teológica na Epístola aos Romanos, o
apóstolo começa a parte prática. E um apelo apostólico a fim de que os cristãos
vivam uma vida de consagração a Deus. É o que Deus espera de todos os que
desfrutam das bênçãos mencionadas pelo apóstolo na primeira parte de Romanos.
I. ELEMENTOS DO CULTO
1. “Rogo-vos” (v.1). No
grego, o verbo é parakaleo, que vem de duas palavras: para, uma preposição
grega que significa “ao lado de”; e kaleo, o verbo “chamar”, traduzido no Novo
Testamento por “exortar, apelar, recomendar, solicitar”. Deus não está
exigindo, mas pedindo. Muitos expositores da Bíblia se surpreendem com essa
expressão. Disse um desses grandes expositores: “Surpreendente expressão vinda
de Deus! De um Deus contra o qual havíamos pecado, e sob cujo juízo estávamos”.
2. “Apresenteis o vosso corpo (v.1)”. O
verbo “apresentar”, aqui, tem o sentido de “oferecer”. É um ensino extraído dos
sacrifícios que se ofereciam sobre o altar, no culto levítico. O hebreu
escolhia o melhor para sacrifício e uma vez oferecido a Deus, tal oferenda era
propriedade absoluta do Senhor.
3. Entrega total. É
essa a analogia que o apóstolo faz no v.1, com relação à nossa adoração a Deus.
Deste modo o apóstolo exorta os crentes para uma vida consagrada. O corpo é o
invólucro da alma e do espírito, e é o meio pelo qual revelamos o nosso
interior (2Co 5.10). O mesmo corpo que no passado era instrumento para o
pecado, agora é o templo do Espírito Santo (1Co 3.16,17), para servir à justiça
(Rm 6.13).
4. “Sacrifício vivo” (v.1). O
culto bíblico apresenta pelo menos cinco elementos: oração, cântico, leitura da
Palavra de Deus, pregação com o sobrenatural ou testemunho e ofertas (1Co 14.26;
16.1-3). A expressão “sacrifício vivo” mostra o contraste com o serviço
religioso externo de Israel nos tempos do Antigo Testamento, pois era um ritual
e praticado por força da lei.
5. Culto. “Culto
racional” é a adoração cristã, muito diferente do culto do Antigo Testamento,
onde se ofereciam criaturas irracionais. A palavra “culto” é latreia, na língua
grega do Novo Testamento e significa “serviço sagrado, adoração”, de onde vem a
palavra “liturgia”.
6. Racional. Do
grego logikos, derivado do logos, “palavra, razão”, de onde vem a nossa palavra
“lógica”. Os principais dicionários de grego afirmam que logikos significa
também espiritual. A Nova Versão Internacional (NVI), no rodapé, coloca como
opção a tradução “culto espiritual”. Essa palavra só aparece mais uma vez no
Novo Testamento (1Pe 2.2), onde “leite racional” é traduzido por “leite
espiritual” na Versão Almeida Atualizada. Então, “racional”, aqui, não se
refere a racionalismo humanista, frio, sem vida e à parte de Deus, mas algo
espiritual. Isto é: culto espiritual, resultado da sabedoria e da inteligência
espiritual de Cl 1.9. Devemos oferecer a Deus um culto vivo e espiritual.
II. O MUNDO NÃO É PADRÃO PARA A IGREJA
1. O cristão e o mundo (v.2). As
palavras gregas para “mundo” no Novo Testamento grego são kosmos e aion. Ambas
significam o mundo físico e também o pecado.
a) Mundo físico. “Vós sois a luz do mundo [kosmos]” (Mt
5.13). “Pela fé entendemos que os mundos [aion] pela Palavra de Deus foram
criados” (Hb 11.3).
b) Pecado. A palavra “mundo”, mencionada no (v.2), é
aion, e refere-se ao pecado. Aion tem o sentido de “sistema de coisas; século”
e aparece, por exemplo, na expressão “deus deste século” (2Co 4.4).
2. “...mas transformai-vos” (v.2). A
expressão “Não vos conformeis com este mundo” significa que não devemos nos
moldar ao mundo. A transformação de nossa mente, e de nosso interior —
transformação pelo Espírito Santo (2Co 3.18) repele o modelo mundano. Por isso
devemos nos transformar pela renovação de nosso entendimento.
3. O que é mundanismo? Nenhum
crente contesta o fato de que a Bíblia condena o mundanismo. Isso é ponto
inquestionável. Embora a palavra “mundanismo” não se encontre na Bíblia,
todavia, seu conceito sim. É tudo aquilo que desagrada a Deus (Tg 4.4; 1Jo
2.15-16). O conceito de mundanismo nos dias dos apóstolos, segundo informa a
Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, consistia nos teatros, jogos
e devassidão.
4. O mundanismo hoje. O
mundanismo hoje está multiplicado em relação aos tempos do Novo Testamento.
Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, Satanás apresenta uma ideia mundana de
moralidade, “das filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação,
ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de
massa, esporte, agricultura, etc, para opor-se a Deus e ao Seu povo, à Sua
Palavra e aos Seus padrões de retidão”.
5. O contexto. Tudo
isso deve ser analisado à luz de seu respectivo contexto. Não é pecado ser
médico nem o crente estudar medicina. O Diabo, porém, pode usar, como tem
feito, a medicina para destruir os valores cristãos: prática do aborto, da
eutanásia, cirurgia para mudança de sexo, aplicação de silicone e etc. A ciência, para o ateísmo. A música, para o sensualismo. O
mesmo pode acontecer na política, nos sistemas econômicos, etc, mas nem por
isso a Bíblia condena alguém ser músico, cientista, político, empresário. Tudo
depende do contexto e da finalidade.
6. A vontade de Deus. Geoffrey
B. Wilson afirma com muita propriedade que os três adjetivos “boa, agradável e
perfeita” mostram que a vontade de Deus é definida no “que é moralmente bom,
prescreve o que é agradável a Ele, e provê um padrão que é eticamente completo”
(Mt 5.48). Devemos influenciar o mundo para o bem e não sermos influenciados
por ele, para o mal.
III. O AMOR FRATERNAL
1. A fraternidade. A
segunda parte de Romanos apresenta o mesmo tom das exortações de Jesus no
Sermão do Monte. O texto dos vv.9-21 trata do amor fraternal, profundo, sincero
e prático, sem hipocrisia, que deve reinar entre os crentes. O amor, o respeito
mútuo e a solidariedade constituem-se no padrão para o Cristianismo.
2. O amor sincero. A
partir do v.9 o apóstolo exorta os crentes a observar alguns preceitos sociais,
principalmente a comunhão fraternal. Quem não ama ao seu próximo, não ama a
Deus (1Jo 4.20). Esse amor deve ser sincero. Isto é: em obras e em verdade, não
só em palavras (1Jo 3.18). Essa era a característica da Igreja no primeiro
século (At 2.42-47).
3. Amar os crentes e os inimigos. A
grandeza dessa passagem reside também no fato de o apóstolo nos exortar a amar
e a perdoar até mesmo os de fora (vv.14,17-21). Isso já fora dito por Jesus no
Sermão do Monte (Mt 5.42-48). Devemos procurar essa convivência pacífica com
todos, até onde for possível: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende
paz com todos os homens” (v.18).
IV. SOBRE A VINGANÇA
1. Não devemos retribuir mal por mal
(v.19). A vingança é prerrogativa de Deus, que é o Juiz
de toda a terra (Gn 18.25). Ele como justo Juiz (2 Tm 4.8), além de soberano
sabe fazer justiça. “Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (v.19)
é uma citação de Dt 32.35. É difícil, mas é possível, com a ajuda do Espírito
Santo. Deus nos recompensará. Não é pecado requerer seus direitos em juízo. O
que não é cristão é um crente levar seu irmão a juízo por questões litigiosas,
causando escândalos, quando deveria levar tais coisas ao pastor (1Co 6.1-8).
2. O exemplo de Jesus. Jesus
fundou um império pelo amor. Conquistou as almas pelo amor. Se ele tivesse o
nosso ressentimento não teria conquistado Saulo de Tarso, pois o mesmo teve
participação na morte de Estêvão (At 7.58: 8.1-3; 22.20). Por isso que a nossa
oração a Deus deve ser pela salvação de tais pessoas. Nada melhor do que nosso
testemunho e demonstração sincera de amor por elas. Isso fala tão forte a ponto
de muitos inimigos, oponentes, perseguidores e faladores se converterem.
CONCLUSÃO
Vida consagrada envolve todo o nosso ser e em todos os
aspectos da vida. É uma entrega total ao Senhor que nos leva a estarmos cada
vez mais próximos Dele e, consequentemente, vivermos em amor com
os nossos irmãos em Cristo. Assim, teremos poder e graça para vencermos o
mundo. E mais do que isso, com o nosso testemunho de fidelidade ao Senhor,
conquistarmos os não-crentes para Cristo.
“As palavras hebraicas e gregas para ‘santificação’,
‘santo’, ‘dedicação’, ‘consagração’ e ‘santidade’ estão todas relacionadas à ideia
de separação. De fato, o conceito central do termo ‘santificação’ é separação.
Assim, santificar-se é separar-se do pecado a fim de separar-se para Deus e
para a adoração e serviço reverentes e jubilosos. Rica tipologia, temos no
sacerdócio levítico do Antigo Testamento, bem como nas cerimônias associadas ao
Tabernáculo e, mais tarde, ao Templo. Tudo o que era oferecido a Deus deveria
ser separado de modo especial, enfatizando a santidade Daquele que recebia a
adoração. Essa dedicação positiva a Deus é sempre a ênfase principal. Para
exemplificar, os vasos santos usados no Tabernáculo e no Templo eram separados
do uso comum, ordinário. Não podiam ser usados noutro lugar. Porém, não era
isso que os tornava santos. Só se tornavam santos ao serem levados ao
Tabernáculo, ou ao Templo, e usados na adoração ao Senhor”.
O comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal explica
que as expressões “exorta”, “reparte”, “preside”, “exercita”, e “misericórdia”,
tratam-se dos dons espirituais para o ministério:
“(1) Exortar é a disposição, capacidade e poder dados
por Deus. para o crente proclamar a Palavra de Deus de tal maneira que ela
atinja o coração, a consciência e a vontade dos ouvintes, estimule a fé e
produza nas pessoas uma dedicação mais profunda a Cristo e uma separação mais
completa do mundo (ver At 11.23; 14.22: 15.30-32; 16.40; 1Co 14.3; 1Ts 5.14-22;
Hb 10.24,25)”.
“(2) Repartir é a disposição, capacidade e poder, dados
por Deus a quem tem recursos além das necessidades básicas da vida, para
contribuir livremente com seus bens pessoais, para suprir necessidade da obra
ou do povo de Deus (2Co 8.1-8; Ef4.28)”.
“(3) Presidir ou liderar é a disposição, capacidade e
poder dados por Deus, para o obreiro pastorear, conduzir e administrar as
várias atividades da igreja, visando ao bem espiritual de todos(Ef 4.11,12;
1Tm 3.1-7; Hb 13.7,17,24)”.
“(4) Misericórdia é a disposição, capacidade e poder
dados por Deus para o crente ajudar e consolar os necessitados ou aflitos (cf.
Ef 2.4)”.
Tendo em vista o significado do sacrifício para o viver
diário do cristão, F.F. Bruce comenta o seguinte em 'Romanos, Introdução e
Comentário': “Em vista de tudo quanto Deus fez por Seu povo em Cristo, como Seu
povo deve viver? Deve apresentar-se a Deus como ‘sacrifício vivo’, consagrado a
Ele. Os sacrifícios de animais, oferecidos numa época anterior tomam-se obsoletos
graças à oferta que Cristo fez de Si mesmo. Mas sempre há lugar para o serviço
divino prestado por corações obedientes. Em vez de viverem pelos padrões de um
mundo em desacordo com Deus, os crentes são exortados a deixar que a renovação
das suas mentes, pelo poder do Espírito, transforme as suas vidas
harmonizando-as com a vontade de Deus”.
Desejo que você, meu irmão e minha irmã, seja um constante 'sacrifício' ao Senhor em tudo que fizer.
Viva vencendo em 'novidade de vida'!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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