Texto Áureo
“E disse Sara: Deus
me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo” (Gn 21.6).
Verdade Prática
A promessa divina,
ainda que pareça tardia, sempre nos sorri no momento certo e na estação
apropriada.
Leitura Bíblica:
Gênesis 21: 1-8
Introdução
Este capítulo não somente relata o cumprimento da promessa
de Deus, mas também é usado por Paulo como uma alegoria para ensinar a teologia
da graça.
I. Deus Mantém a
Sua Palavra - versículos 1-2
Somos lembrados por três vezes, nestes dois versículos, que
Deus fez exatamente aquilo que Ele disse que faria. Os anos podem se passar e a
fé pode falhar, mas a Palavra de Deus nunca cai por terra.
II. O Novo Filho
de Abraão - versículos 3-5
Quem, exceto Deus, poderia dar um filho a um casal idoso.
Devemos deixar claro, para crédito de Abraão, que ele creu na promessa de Deus
antes do nascimento de Isaque [Romanos 4:17-22]. Note que a fé produz
obediência. Abraão obedeceu a Deus ao colocar o nome e ao circuncidar a criança
[Gênesis 17:21 e 10-13].
III. A Alegria de
Sara - versículos 6-7
Da mesma maneira Sara creu na promessa de Deus antes da
concepção de Isaque [Hebreus 11:11]. O nascimento de seu primeiro e único filho
trouxe grande alegria. Nós devemos destacar que o nome Isaque significa
"risada". Entretanto, isto não parece ser uma referência àquela
antiga risada de descrença [Gênesis 17:17 e 18:12], antes uma risada de
alegria. Deus é misericordioso em perdoar as nossas falhas e observar o nosso
crescimento e fé. Tanto Sara quanto Abraão são elogiados no Novo Testamento, e
suas falhas não são mencionadas.
IV. Ismael Zomba
de Isaque - versículos 8-9
Como era comum na época, uma festa foi feita quando Isaque
foi desmamado. Nesta ocasião Sara viu Ismael, que era quatorze anos mais velho
do que Isaque, zombando dele.
Não é surpresa para aqueles que conhecem a natureza humana
ver Ismael ressentido com Isaque, que havia sido colocado no lugar dele como
herdeiro de Abraão. Sara ficou muito nervosa e talvez preocupada com a
segurança de Isaque.
V. Um Castigo Chocante
- versículos 10-13
Para espanto e terror de Abraão, Sara demandou que Agar e
Ismael fossem expulsados. Isto foi demasiadamente doloroso para Abraão, pois
ele era contra deserdar ou abandonar Ismael. Indubitavelmente, ele sentiu que
isto era uma injustiça contra Agar. Somente depois que Deus confirmou as
palavras de Sara é que ele foi capaz de tomar esta atitude. Deus revelou duas
coisas para Abraão e ambas o confortaram e explicaram a necessidade desta
separação:
A. Apenas Isaque foi escolhido por Deus como instrumento
para que a nação judia e finalmente o Salvador viessem ao mundo. Outras
crianças não deveriam se misturar com os seus descendentes [Gênesis 25:1-6].
B. Deus iria abençoar e cuidar de Ismael por causa de
Abraão. Isto sem dúvida o confortou.
VI. Uma Alegoria
A história de Isaque e Ismael é usada pelo Apóstolo Paulo
como uma alegoria, a fim de ilustrar a diferença entre a lei e a graça [Gálatas
4:19-5:1]. Uma alegoria usa pessoas e acontecimentos para simbolizar certas
verdades. Vejamos as doutrinas que Paulo ilustra:
A. Duas Alianças - Agar, a escrava, representa a Aliança
feita no Monte Sinai, que poderia apenas gerar escravidão. Sara, a mulher
livre, representa a nova Aliança da graça.
B. Os Dois Nascimentos - Ismael nasceu pelo poder e
sabedoria da carne. Sendo assim, ele representa o homem natural cuja religião
não vai além de planos e requintes da carne [João 3:6-7]. Isaque nasceu pelo
milagre da promessa. Ele era filho da fé e representa todos os que pelo divino
poder são nascidos lá do alto [Tito 3:5].
C. Ismael nasceu sob escravidão e representa a falta de
esperança daqueles que, sendo nascidos da carne, estão tentando ser salvos pela
lei. Isaque nasceu sendo livre e representa aqueles em Cristo que estão livres
da condenação da lei [Gálatas 5:1].
D. Ismael tinha uma natureza carnal e mundana. A sua
esperança e amor estavam colocadas nas coisas deste mundo. Isaque, como Abraão,
era um homem de fé que adorava a Deus.
E. Ismael zombou e perseguiu Isaque. Os que são nascidos da
carne sempre perseguem aqueles que são nascidos do Espírito. Isaque, como todos
os justos, era o alvo da perseguição. Os grandes "Ismaéis" deste
mundo, sempre perseguirão os pequenos "Isaques" cuja fé e vida eles
não entendem.
F. Ismael foi expulso. Todos que estão sob o regime da lei
serão expulsos [Romanos 3:19-20]. Isaque era o herdeiro. Aqueles que são
nascidos do Espírito herdarão o reino de Deus.
VII. A Expulsão da
Escrava - versículos 14-21
Agar e Ismael foram despedidos conforme a ordem de Deus.
Logo lhes faltou água e a morte parecia iminente. Agar deixou Ismael sob um
arbusto e saiu para não muito longe a fim de chorar. Ela não queria ver a morte
do menino. Deus, entretanto, ouviu a voz do menino. Abraão amava Ismael e havia
orado por ele, por este motivo Deus cuidou da mãe e do menino. Foi mostrado a
Agar um poço e então eles foram poupados. Ismael se tornou um flecheiro e se
casou com uma mulher egípcia. Assim se deu a origem dos Árabes.
VIII. Deus Cuida
de Abraão - versículos 22-32
Este pequeno relato mostra como Deus cuidava de Abraão. Até
mesmo o infiel podia ver que Deus estava abençoando Abraão. O Senhor pode fazer
com que seu povo encontre o favor dos ímpios, se isto for para o bem deles. O
incidente a respeito do poço de Berseba revela a natureza pacífica de Abraão.
Em vez de lutar ou ultrajar, ele fez uma aliança pacífica e generosa com
Abimeleque a respeito do poço. Devemos sempre que possível buscar a paz.
IX. A Adoração
Pública - versículos 33-34
Que quadro maravilhoso. Abraão plantou um bosque onde podia
publicamente adorar a Deus. Nós só podemos crer que ele também ensinava a
outros a respeito do Deus verdadeiro. (Mais tarde na história de Israel, a
adoração em bosques foi proibida, pois eles acabaram se associando com a
idolatria).
X. Abraão é Provado – Gn 22, versículos 1-2
Que choque Abraão recebeu quando Deus falou com ele aqui.
Ele deveria oferecer Isaque, o filho da promessa, como uma oferta de
holocausto. Isto deveria ter parecido totalmente contrário ao caráter de Deus.
Não eram os pagãos que faziam tais coisas? Deus não estaria destruindo os seus
próprios planos de formar a nação de Israel e por meio dela trazer o Salvador?
Que prova isto deve ter sido para a fé de Abraão. Nada parecia fazer sentido.
Vamos considerar
várias coisas a respeito das provações que Deus permite ao Seu povo:
A. Deus não tenta ninguém a pecar [Tiago 1:13].
B. Deus prova o Seu povo para testar a realidade da fé deles
[Mateus 13:18-23].
C. Satanás provoca estas provas muitas vezes [Jó 1:6-12;
Lucas 22:31].
D. As provações são usadas para amadurecer os santos [Tiago
1:3-4].
E. Deus prova os santos para dar a eles a oportunidade de
glorificá-lO por suas ações durante este período.
F. Deus dá forças aos verdadeiros santos para vencerem as
provações [Lucas 22:31-32; I Coríntios 10:13].
G. Estas provações são de grande valor para o povo de Deus
[I Pedro 1:7].
XI. Obedecendo Sem
Questionar – Gn 22, versículos 3-5
A fé verdadeira agi na Palavra de Deus mesmo quando nada
parece ser racional. No dia seguinte Abraão partiu para cumprir a vontade de
Deus. Em nenhum momento Abraão questionou as ordens de Deus. Como Abraão
reconciliou a ordem de Deus com a Sua antiga promessa? Em Hebreus 11:17-19,
aprendemos que Abraão acreditou que Deus iria ressuscitar Isaque da morte. Isto
também é visto no versículo 5, onde Abraão diz a seus servos que ele e Isaque
iriam retornar. A obediência de Abraão foi estritamente um ato de fé.
XII. Na salvação,
Deus é o Provedor - Gn 22, versículos 6-8 e 13-14
Que revelação da graça nós temos aqui. A salvação não é comprada
ou merecida, mas concedida por Deus. Na providência de Deus um carneiro foi
fornecido para morrer no lugar de Isaque. Deus provou Abraão, mas Ele mesmo
providenciou o sacrifício. O lugar foi então chamado de Jeová-Jire, que
significa "Jeová proverá". Deus deu Seu Filho para morrer em nosso
lugar. Um outro título de "Jeová" é Jeová Tsidkenu, que significa
"Jeová é a Nossa Justiça" [Jeremias 23:6]. Deus o Pai, como Jeová,
deu o Seu Filho para morrer pelos nossos pecados e se tornar a nossa justiça
[II Coríntios 5:21]. Como Jesus é também Jeová, podemos ver que Jeová provê e
ao mesmo tempo é a nossa justiça.
XIII. O CASAMENTO DE ISAQUE= Gn 24-1-7
Esta história amorosa não somente toca profundamente as
emoções humanas, como também é de grande valor espiritual.
Note os vários
aspectos de sua riqueza espiritual:
A. Temos aqui uma importante ligação entre a história da
salvação e a linhagem de nosso Salvador.
B. Este relato nos dá um exemplo maravilhoso de uma conduta
reta. Não somente a fé e a oração são exemplificadas, como também podemos ver
um lindo quadro do verdadeiro amor.
C. Gênesis 24 nos dá um belo exemplo da especial providência
de Deus na vida do Seu povo. Os Cristãos podem estar confiantes de que Deus os
guiará nos caminhos da justiça [Salmo 23:3, Provérbios 3:6].
D. Na história nós temos alguns tipos evidentes do plano da
redenção.
I. A História -
versículos 1-6-7
A. Os planos de Abraão - versículos 1-6.
Abraão sabia que através de Isaque viriam a nação de Israel
e o Messias. A sua preocupação era que Isaque tivesse uma esposa consagrada e
que adorasse ao Senhor. Ele nem imaginava um casamento com os idólatras
Cananeus.
Note como Abraão não queria que Isaque deixasse a terra da
promessa. Os planos e promessas de Deus eram as únicas coisas que interessavam
a Abraão. Vamos ter os mesmos desejos e objetivos espirituais para os nossos
filhos.
B. Fé - versículos
7-9
Abraão sabia que Deus encaminha os passos daqueles que O
temem. Que os jovens que buscam companheiros e carreiras possam se lembrar
disso. Nós não precisamos fazer o errado para cumprir a vontade de Deus.
XIV. A Concepção
de Rebeca – Gn 25, versículo 19-23
O fato de Rebeca ser estéril foi uma prova tanto para Abraão
quanto para Isaque. Isaque estava com sessenta anos antes que crianças
nasceram. Talvez Abraão foi tentado a pensar que havia escolhido a moça errada
para Isaque. Finalmente Isaque orou e Deus respondeu.
Provavelmente Deus queria deixar claro que a Sua especial
providência tomava conta do nascimento destes homens, pois através deles,
Cristo viria ao mundo. Deus muitas vezes realiza a sua obra de maneira que a fé
do Seu povo seja provada.
Durante a gravidez Rebeca sentiu mais movimento do que o
normal em seu ventre. Ela perguntou ao Senhor a razão disso; e ficou sabendo
que esperava por gêmeos. Estes gêmeos seriam pais de duas nações (Edom e
Israel). Os seus descendentes seriam uns tipos de pessoas bem diferentes.
No plano de Deus o mais jovem deveria ser o mais importante
dos dois. Apesar disso parecer contrário aos costumes humanos, é desta maneira
que Deus age muitas vezes no plano da eleição da graça [Romanos 9:10-15]. Deus
não segue os caminhos da sabedoria humana.
XV. ISAQUE O
BENDITO DO SENHOR
Isaque foi um homem de verdadeira fé, mas as suas falhas e
fraquezas são plenamente registrados. Os filhos de Deus são nascidos do
Espírito e têm uma fé imortal, mas ainda não estão livres da carne nesta vida
[Romanos 8:10]. A Bíblia nunca ensina esta verdade ou recorda estas falhas a
fim de justificar nossos pecados [I João 2:1], antes para dar entendimento do
conflito que nos acompanha durante esta vida. O desejo pela redenção dos nossos
corpos pecaminosos é uma das coisas que nos levam a ansiar ardentemente pelo
retorno de Cristo [Filipenses 3:20-21]. Como nós ficaríamos confusos se a
Bíblia ocultasse estas falhas no caráter dos santos.
XVI. O Mundo
Reconhece a Presença de Deus na Vida de Isaque - versículos 26-33
As bênçãos de Deus na vida de Isaque eram tão perceptíveis
que os Filisteus começaram a temer isto. Eles propuseram uma aliança de paz com
ele, pois temiam pela própria segurança. Hoje nós também podemos viver de
maneira tal para que o mundo reconheça que Deus está conosco.
XVII. A Soberania
de Deus - versículos 30-38
No versículo 29, vemos Isaque pensando que havia invertido o
decreto de Deus. Aqui ele descobri que os propósitos de Deus são firmes
[Provérbios 19:21]. As palavras finais do versículo 33 refletem a
conscientização de Isaque de que não pode haver mudanças no plano de Deus. Ele
parece estar dizendo: "ele será abençoado, a despeito do que você ou eu
gostaríamos, porque esta é a vontade de Deus".
Alguém pode sentir pena de Esaú, mas devemos lembrar que ele
foi um homem ímpio que não somente foi indigno do direito de primogenitura e da
benção, como também tinha conhecimento de que, pela vontade de Deus, estas
coisas não pertenciam a ele. Hebreus 12:17 não é uma indicação de que Esaú
estava arrependido de seu pecado, mas o desejo de que Isaque mudasse ou
aniquilasse as bênçãos dadas a Jacó. Ele estava tentando aniquilar o plano de
Deus. É triste o fato de que Esaú pudesse acusar Jacó de trapaça [vers. 36].
Como Jacó prejudicou o seu testemunho com tudo isso.
XVIII. A Profecia
- versículos 39-40
Esta profecia se cumpriu nos Edomitas que foram descendentes
de Esaú como uma tribo. Eles nunca foram totalmente subjugados por Israel.
CONCLUSÃO
No Antigo Testamento são poucos os que vieram ao mundo com
tantas expectativas como Isaque. Nisto foi um tipo de Cristo, essa Semente que
o santo Deus prometera muito tempo antes e que os homens santos esperaram por
tanto tempo. Nasceu conforme com a promessa, no momento designado do qual Deus
tinha falado. As misericórdias prometidas por Deus certamente chegarão no
momento em que Ele determina, e esse é o melhor momento. Isaque significa
"riso", tendo boa razão para o nome (capítulo 17.17; 18.13). Quando o
Sol do consolo se levanta na alma, é bom lembrar quão bem recebido foi o
alvorecer do dia.
Quando Sara recebeu a promessa, riu-se com desconfiança e
dúvida. Quando Deus nos dá as misericórdias das que começamos a desesperar,
deveríamos lembrar com pena e vergonha nossa pecadora desconfiança em seu poder
e promessa, quando estávamos em busca delas.
Esta misericórdia encheu a Sara de gozo e assombro. Os
favores de Deus para seu povo da aliança são tais que superam seus próprios
pensamentos e expectativas, como também os alheios: quem poderia imaginar que
Ele fizesse tanto por aqueles que merecem tão pouco, mais ainda, por aqueles
que merecem receber o mal? Quem teria dito que Deus enviaria seu Filho a morrer
por nós, seu Espírito para fazer-nos santos, seus anjos para servir-nos? Quem
teria pensado que pecados tão grandes seriam perdoados, que serviços tão
mesquinhos seriam aceitos e que vermes tão indignos seriam integrados na
aliança?
Faze-se um breve relato da infância de Isaque. Deve
reconhecer-se a bênção de Deus sobre a criadagem das crianças e sua preservação
através dos perigos da idade infantil, como exemplo os sinais do cuidado e
ternura da providência divina. Veja o Salmo 22.9-10; Os 11.1-2.
Abraços.
Viva vencendo com o Senhor das promessas!!!
Seu irmão menor.
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