
TEXTO ÁUREO
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos." (2 Tm 3.1)
VERDADE PRÁTICA
O estudo da Escatologia bíblica traz ao coração dos salvos a
esperança de um dia estarem para sempre com o Senhor Jesus Cristo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mt. 24.4, 5, 11-13; 1 Ts. 1.10
INTRODUÇÃO
Como diria o apóstolo Pedro, Escatologia é um estudo que
envolve doutrinas “difíceis de entender”(2 Pe 3.16). Sua correta compreensão —
bem como a de todas as matérias teologais — só ocorre mediante a priorização do
que está revelado nas Escrituras, que apresentam a totalidade das informações
futuríveis essenciais (Ap 22.18,19).
A Escatologia aqui exposta, não é especulativa ou
teologicocêntrica, e sim dogmática e biblicocêntrica. Afinal, renunciar a
autoridade bíblica para exercitar o raciocínio a bel-prazer, com o intuito de
formular teorias quanto ao futuro baseadas em passagens interpretadas
isoladamente, é o mesmo que “forçar” a Palavra de Deus a dizer o que não diz.
Acerca disso Dave Hunt discorreu com precisão: "Teríamos
de ser como Deus para que tudo fosse provado e racionalizado para nós.
Obviamente, não somos como Ele: somos finitos, e Deus é infinito. Simplesmente
não temos a capacidade de compreender tudo sobre Deus e seu universo. Portanto,
precisamos confiar Nele quando nos fala sobre coisas que não podemos
compreender de forma plena".
Conquanto valorizemos até certo ponto algumas teorias extra
bíblicas tidas como lógicas e consistentes, haja vista decorrerem de exaustivas
pesquisas, o “estudo das últimas coisas”(Escatologia), só tem relevância
escrituristica quando se harmoniza plenamente com o conteúdo das páginas
sagradas. Se isso não ocorre, decorre a teologia especulativa, da qual muitos
se valem para chegar a lugar nenhum.
O ESTUDO DA ESCATOLOGIA
O profeta Daniel não ousou desvendar por conta própria os
mistérios relativos ao futuro; antes, confessou: “Eu, pois, ouvi, mas não
entendi; por isso, eu disse: Senhor meu, qual será o fim dessas coisas?” (Dn
12.8).
As Escrituras não foram divinamente produzidas para que cada
indivíduo, ao interpretá-las, tire as suas próprias conclusões. Elas são a
revelação de Deus, e nós devemos nos aproximar delas com o objetivo de
assimilar as verdades reveladas pelo Senhor (SI 119.105).
Paulo é outro exemplo nesse sentido. Apesar de sua elevada e
reconhecida erudição, não abria mão das Escrituras:
"Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi:
que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado,
e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto por
Cefas e depois pelos doze"(1 Co 15.3,4).
"Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi
escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança"( Rm.5.4).
Mesmo sendo o “doutor dos gentios”, Paulo jamais ousou
especular acerca do que não lhe fora revelado; antes, admitiu: “agora, conheço
em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido”(1 Co 13.12). Que
nunca nos esqueçamos da “glória que em nós há de ser revelada”(Rm 8.18; 1 Pe
5.1), pois muitas verdades só poderão ser conhecidas no futuro, após o
Arrebatamento da Igreja(1 Jo 3.2).
Definição. Escatologia(gr. eschatos, “último”,
“derradeiro”, “final”, “extremo”; e logia, “coleta”) é o estudo dos acontecimentos que hão de
ocorrer conforme a soberana vontade de Deus, “segundo o eterno propósito que
fez em Cristo Jesus, nosso Senhor”(Ef 3.11). O Ele mesmo disse: “não há outro
Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e,
desde a antigüidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu
conselho será firme, e farei toda a minha vontade”(Is 46.9,I0).
Em Lucas 21.36 está escrito: “Vigiai, pois, a todo tempo,
orando, para que possais escapar de todas estas cousas que tem de suceder e
estar em pé na presença do Filho do homem”. Quando essas coisas
acontecerão? A Bíblia Sagrada apresenta os detalhes desses acontecimentos? Até
que ponto podemos entender o desdobramento deles? O que ocorrerá nos Céus e na
Terra? Quem participará desses eventos?
Por que Escatologia bíblica? São muitas as
perguntas quanto ao futuro, mas não podemos perder de vista a base para uma
proveitosa análise das últimas coisas: não ir além do que está escrito na
Bíblia(Dt 29.29; 1 Co 4.6).
E isso não tira o brilho do estudo escatológico. Embora o
ser humano seja obcecado por novidades, os subsídios extra bíblicos, como
divagações filosóficas, supostas divinas revelações, etc., só confundem o
estudioso da Bíblia Sagrada.
Hodge afirmou: "É preciso ter em mente que
teologia não é filosofia. A teologia não pretende descobrir a verdade nem
conciliar o que ensina como verdadeiro com todas as outras verdades. Seu papel
é simplesmente declarar o que Deus revelou em Sua Palavra, e vindicar tais
declarações até onde é possível em face dos equívocos e objeções. E é
especialmente necessário ter em mente este limitado e humilde ofício da
teologia, quando nos propomos a falar dos atos e propósitos de Deus".
A Teologia Sistemática deve se harmonizar com a Teologia Bíblica. Tais matérias não existem para dividir os teólogos. Por isso, ao
estudarmos "as coisas que devem acontecer”(Ap 1.19), de modo compendiado e
sistemático, nosso objetivo é fornecer ao estudioso do assunto uma visão global
da Escatologia Bíblica. Com isso, podemos analisar cada evento, voltando,
quando necessário, ao estudo panorâmico.
PRINCIPAIS EVENTOS ESCATOLÓGICOS
Em que ordem as últimas coisas devem acontecer? Apresentamos
abaixo uma seqüência geral acompanhada de passagens bíblicas, para que,
estudando-as, tenhamos em mente todo o cenário escatológico. Seria muito útil
ao estudioso dessas doutrinas examinar com cuidado, em meditação, cada
referência mencionada na relação abaixo.
1-O Arrebatamento da Igreja. Nos ares; antes da
Grande Tribulação(1 Ts 4.16,17; 1.10). Esse rapto dos salvos desencadeará uma
série de eventos.
2-O Tribunal de Cristo. Ainda nos ares (Ap 22.12;
1 Pe 5.4).
3-A Grande Tribulação. Na Terra, por sete anos(Dn
9.25-27); e as Bodas do Cordeiro, no Céu(Ap 19.1-9).
4-A Vinda de Jesus à Terra. Em poder e glória, para a
batalha do Armagedom(Zc 14.1-4; Jl 3.2; Ap 16.13-16; 17.14).
5-O Fim do Império do Anticristo(Ap 19.19-21).
6-O Julgamento das Nações(Jl 3.12-14; Mt
25.31-46).
7-O Milênio. Após a prisão de Satanás (Ap 20.1-6).
8-A Revolta do Diabo e seu Julgamento. Após o
Milênio, o inimigo será solto por pouco tempo, pois logo ele — em última
instância — e suas hostes serão julgados (Ap 20.7-10; Jo 16.8-11; Rm 16.20).
9-O juízo Final (Ap 20.11-15).
10-Novos Céus e Nova Terra(Ap 2 I—22; 2 Pe 3.7).
ESCATOLOGIA E A VOLTA DE JESUS
Qual o cristão fiel e sincero que não espera com ansiedade
a Segunda Vinda? Quem ama a Palavra de Deus tem a certeza de que
Cristo “aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação”(Hb 9.28). Há inúmeras profecias sobre esse acontecimento nas Escrituras,
inclusive no Antigo Testamento, conquanto, naquele tempo, os israelitas não
entendessem que seria necessário o Messias vir ao mundo duas vezes.
De acordo com o pastor Antonio Gilberto, “O povo de Israel
conheceu apenas os rudimentos da revelação divina(Hb 6.1); isto é, conheceu
apenas a cartilha de Deus. Nós, a Igreja de Deus, conhecemos O Livro Completo;
isto é, a revelação divina completa. Que desculpa temos diante de Deus,
agora?” Hoje, podemos compreender verdades que nenhum dos profetas antigos
conseguiu assimilar.
Cristo, em Sua primeira vinda, resgatou-nos do domínio do
pecado(Rm.6.14), ressuscitou para a nossa justificação(Rm 4.25), fundou a Sua
Igreja(Mt 16.18) e ascendeu ao Céu(At 1.7-1 1). Sabemos — porque temos a
Bíblia completa — que Ele voltará para arrebatar os salvos, nas nuvens(1 Ts
4.16,17); e que, sete anos depois, virá à Terra para instaurar o Milênio(Ap
19.11,15; 20.1-6). Os israelitas não conseguiam vislumbrar, então, todo esse
desdobramento.
Ao lermos Isaías 61.1,2, temos a impressão de um único
advento messiânico: "O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o
SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos, enviou-me a restaurar os
contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão
aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso
Deus".
No entanto, depois de ler essa passagem até ao ponto que
menciona “o ano aceitável do Senhor”, Jesus fechou o livro e concluiu: “Hoje se
cumpriu a Escritura que acabais de ouvir”(Lc 4.17-21). Por que Ele não continuou
a leitura? Porque o dia da vingança refere-se à Segunda Vinda do Messias.
Em Zacarias 9.9,10, este profeta também fala das duas
fases da vinda do Messias como se fossem uma:
"Alegra—te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de
Jerusalém; eis que o teu Rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado em
jumento, sobre um asninho(jumentinho), filho de jumenta(’v.9). E destruirei os carros de
Efraim e os cavalos de Jerusalém, e o arco de guerra será destruído; e ele
anunciará paz às nações; e o Seu domínio se estenderá de um mar a outro mar e
desde o rio até às extremidades da terra"(v. 1O).
O versículo 9 cumpriu-se quando Jesus Cristo andou na
Terra(Mt 21.1 -11), mas o 10 faz parte do Seu Segundo Advento.
Por que João Batista homem cheio do Espírito Santo desde
o ventre materno (Lc 1.15), e que testificara do Senhor Jesus com tanta
convicção(Jo 1.19-31; 3.38), mandou perguntar-lhe se Ele era verdadeiramente
o Cristo(Mt 11.1,2)? Para ele, o último representante dos profetas do Antigo
Testamento(Mt 11.13), a vinda de Cristo à Terra era um único acontecimento.
Daí a sua expectativa de que o Messias estabelecesse já naqueles dias o Seu
Reino.
Portanto, a nossa compreensão hoje é bem mais abrangente
do que a dos crentes do período veterotestamentário. E preciso distinguir os
dois momentos da vida de Jesus: o Arrebatamento(nos ares), para a Noiva(2 Co
11.2), e a Vinda em Glória(à Terra), com a esposa-igreja(Ap 19.7).
A PREOCUPAÇÃO COM OS FINS DOS TEMPOS
Escarnecedores. Sempre houve escarnecedores(Sl
1.1; Is 28.14; Sf 2.8), inclusive no tempo em que Jesus andou na Terra(Mt
20.19; 27.29,41). Mas a proliferação deles é um claro sinal da iminência do
Arrebatamento: “nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas
próprias concupiscências e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque
desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da
criação?”(2 Pe 3.3,4).
Em Judas vv.18,19, são mencionadas três características desses
escarnecedores:
1)" Andam segundo as suas ímpias concupiscências".
2) "Causam divisões".
3) "Não têm o Espírito Santo".
A Palavra de Senhor afirma que “nos últimos dias” haveria
homens blasfemos (2Tm 3.1,2). E blasfemar significa adotar uma linguagem
difamatória, zombeteira, escarnecedora e maligna acerca da Majestade Divina.
Como Deus não se deixa escarnecer(Gl 6.7), julgará com eqüidade os que “pisam”
o Filho de Deus e têm por profano o sangue do testamento, fazendo agravo ao
Espírito da graça(Hb 10.29; Mt 12.3 1,32).
Tempos perigosos (2 Tm 3.1, gr.) Os dias que
antecedem a Segunda Vinda são realmente trabalhosos, difíceis, perigosos; o
espírito do Anticristo já está no mundo(1 Jo 4.3). Na Palavra de Deus, em 2
Timóteo 3.1-5, há uma longa lista com dezoito características anticristãs
dos homens maus desses últimos tempos, as quais apresentamos abaixo, em três grupos
de seis.
Primeiro grupo — os que desprezam a Deus e a família:
1) Blasfemadores: zombam de Deus, de Sua Palavra, da obra
expiatória de Cristo e de tudo o que é sagrado.
2) Irreverentes; profanos; sem respeito pelas coisas
sagradas.
3) Sem domínio de si; incontinentes, desequilibrados;
insaciáveis quanto ao pecado.
4) Atrevidos; obstinados; insistem em pecar, mesmo depois de
serem advertidos.
5) Mais amigos dos prazeres que amigos de Deus; dizem-se
amigos de Deus, mas é só “aparência de piedade”; são, na verdade, inimigos do
Senhor(Tg. 4.4).
6) Desobedientes aos pais; desonram e amaldiçoam pai e mãe(Ef. 6.1-3; Pv. 20.20).
Segundo grupo — os que amam a si mesmos:
1) Egoístas; idolatram-se; só pensam em seus próprios
interesses.
2) Avarentos; fazem o que for preciso para ter dinheiro;
também são idólatras (Ef 5.5).
3) Jactanciosos; presunçosos, orgulhosos; gostam de se
vangloriar.
4) Arrogantes; pensam que não precisam de ninguém,
5) Enfatuados; cheios de si; egocêntricos.
6) Ingratos; incapazes de dizer um simples “obrigado”.
Terceiro grupo — os que odeiam o próximo:
1) Cruéis; matam, sequestram, estupram, torturam, roubam,
por puro prazer.
2) Inimigos do bem; pessoas sem amor para com os bons; não
conseguem amar nem aqueles que só lhes fazem o bem.
3) Traidores; fingem-se de amigos, contudo agem como uma
serpente ou um cão que se volta contra o dono.
4) Desafeiçoados; sem afeto natural; não têm sequer aquela
afeição inata, que todo ser humano deveria possuir, naturalmente.
5) Implacáveis; irreconciliáveis; incapazes de perdoar;
sedentos por vingança.
6) Caluniadores; inventam males para prejudicar o próximo.
Veja que são, 'coincidentemente', três vezes o número 6=666
O povo de Israel. A existência do povo israelita
é um grande sinal indicador da Segunda Vinda de Cristo. Séculos vêm e vão,
povos florescem, alcançam seu apogeu, envelhecem e desaparecem. Mas Israel, ao
longo desses quase seis mil anos, não foi atingido pela lei da mortalidade e
desaparecimento dos povos.
A partir do ano 70, quando Jerusalém foi destruída pelos
romanos, os judeus ficaram privados de seu território, vindo a sofrer terríveis
perseguições. Na Idade Média, foram queimados aos milhares em praça pública
pela Igreja Romana, sob o domínio do inquisidor Torquemada. E, durante a II
Guerra Mundial(1939-1945), mais de seis milhões foram brutalmente
assassinados.
Depois de ter sido espalhado entre as nações, por
desobediência(Dt 4.23-28,63,64; Lc 21.24), Israel foi estabelecido como
Estado, em 14 de maio de 1948. O mesmo Deus que dispensou os israelitas havia
feito uma promessa de ajuntá-los em sua terra(Dt 4.30; 30.1-6; Ez 11.17-36;
37.21), e isso vem se cumprindo desde o fim da primeira metade do século XX.
Apenas 24 horas após a proclamação do Estado de Israel, os
exércitos de Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país, dando
início à Guerra da Independência. Recém-formadas e pobremente equipadas, as
Forças de Defesa de Israel(FDI), conquistaram uma expressiva vitória depois de
quinze meses de combate.
Terminada essa primeira guerra, os israelenses concentraram
seus esforços na construção do Estado. David Ben Gurion foi eleito
primeiro-ministro, e Chaim Weizmann, presidente. Ainda em 1949, Israel se
tornou membro das Nações Unidas, aumentando a fúria de seus inimigos, que não
reconheciam o Estado de Israel.
Em 1956, sofrendo ameaças de Egito, Síria e Jordânia, Israel
tomou a Faixa de Gaza e a Península do Sinai. Neste mesmo ano, de comum acordo
com a ONU, Israel começou a devolver as terras conquistadas. Esta atitude lhe
proporcionou algumas vantagens, como: a liberdade para navegar no Golfo de
Eilat e a permissão para importar petróleo do Golfo Pérsico.
Quando a paz parecia consolidada, irrompeu, em 1967, a
Guerra dos Seis Dias. O Egito novamente, deslocando um grande número de tropas
para o deserto do Sinai, ordenou que as forças de manutenção de paz da ONU se
retirassem da área. Entretanto, mesmo com a ajuda militar de Jordânia e Síria, os
egípcios sofreram outra humilhante derrota.
Invocando o seu direito de defesa, Israel desencadeou um
ataque preventivo contra o Egito, no sul, seguido por um contra-ataque à
Jordânia, no leste, Expulsou, ainda, as forças sírias entrincheiradas no Planalto
de Golan, ao norte. E, em apenas 6 dias, Israel conquistou a Judéia, a Samaria,
Gaza, a Península do Sinai e o Planalto de Golan,
Em 1973, depois de anos de relativa calma, ocorreu a Guerra
de Yom Kipur (Dia da Expiação, o dia mais sagrado do calendário judaico). Egito
e Síria atacaram Israel, dessa vez de surpresa. O exército egípcio atravessou o
Canal de Suez, e as tropas sírias invadiram o Planalto de Golan.
Em três semanas, Israel repeliu os ataques de forma
milagrosa. Havia, nas Colinas de Golan, 180 tanques israelenses para enfrentar
1.400 tanques sírios!
No Canal de Suez, havia quinhentos israelenses para
enfrentar 80.000 egípcios!
Mesmo assim, em dois dias, Israel mobilizou seus reservistas
e conseguiu fazer retroceder seus adversários, penetrando no território
inimigo. Não fosse a intervenção da ONU, o Egito teria uma derrota arrasadora.
Depois dessa guerra, a economia israelense cresceu
expressivamente. 0 investimentos estrangeiros aumentaram, e, em 1975, Israel se
tornou membro associado do Mercado Comum Europeu. Ademais, o turismo se tornou
uma das principais fontes de renda do país.
Hoje, há ainda uma permanente ameaça: os palestinos(povos
árabes que formavam a população nativa da Palestina antes de 1948). Estes,
depois de serem expulsos da Jordânia, em 1970, perpetraram repetidas ações
terroristas contra as cidades e colônias agrícolas israelenses, causando danos
físicos e materiais. Atualmente, Israel e ANP(Autoridade Nacional Palestina), vêm tentando um acordo de paz.
A verdade é que Deus no princípio estendeu Sua mão
providente e protetora sobre o povo de Israel. Ao chamar Abraão, pai do povo
israelita, Deus lhe disse: “em ti serão benditas todas as famílias da terra”(Gn 12.3).
Mas Israel não foi fiel ao Senhor e trouxe sobre si duras
conseqüências(Rm II).
Neste capítulo, a Palavra de Deus afirma que “o
endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja
entrado”(v.25). O tempo da plenitude gentílica está chegando. A figueira(Israel) começou a florescer, e este é um dos principais sinais da Segunda
Vinda de Cristo: “Olhai para a figueira (...), quando já têm rebentado, vós
sabeis(...), que perto está o verão”(Lc 21,29,30).
Diante de tantos sinais escatológicos, reflitamos acerca do
que Jesus disse, em Mateus 24.33-35:".....quando virdes estas coisas, sabei que ele está
próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que
todas essas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras
não hão de passar".
A PREOCUPAÇÃO DOS DISCÍPULOS
1. Preocupados quanto ao templo, Mt 24.1,2. Embora
Jesus acabasse de avisar que rejeitar o reino de Deus, isto é, no caso em
apreço, a autoridade de Cristo como o Messias prometido pelos profetas, resultaria na destruição de Jerusalém(Mt 21.42,43; 23.38), os discípulos não
entenderam tal advertência. Eram como o povo nos dias de Jeremias e Ezequiel,
antes e durante o Cativeiro dos Setenta anos:Achavam difícil Deus permitir que algo acontecesse ao
magnificente templo, construído de mármore branco, com suas colunas elevadas e
seu teto de cedro.
Certamente essas pedras, de seis a 12 metros de comprimento,
pesando até 100 toneladas, suportariam qualquer ataque! Porém Jesus afirmou que
nenhuma deixaria de ser derribada.
Em 70, 40 anos depois da predição, o general romano, Tito,
destruiu o templo. Este não era seu propósito mas os soldados, pensando
que houvesse ouro escondido,’removeram, literalmente, todas as pedras de seu
lugar..' Posteriormente, nos anos 361 a 363, o Imperador romano Juliano acabou
removendo as que restaram, de maneira que, hoje, é praticamente impossível
determinar o lugar exato em que o templo se situava. Assim a profecia de Cristo
cumpriu-se integralmente.
2. Preocupados quanto ao futuro, Mt 24.3. Os
discípulos ficaram alarmados quando Jesus predisse a destruição do templo,
pensando que ao fim ‘do mundo pudesse ocasionar tal catástrofe. Por isso,
perguntaram-Lhe a respeito. Como homens desejavam saber quando o fato
aconteceria. E QUAL seria O SINAL da sua segunda vinda(a palavra grega
empregada é “parousia” e significa ‘presença”, antônimo de “ausência”). Jesus
respondeu a estas perguntas não observando uma ordem cronológica dos fatos: Ele não revelou que a presente dispensação se estenderia por
quase 2.000 anos depois da destruição do templo, não Se preocupando assim com o
TEMPO que Seu retorno envolveria. No entanto, muito se empenhou em fazê-los
compreender a necessidade de uma preparação para esse evento. 'Os tempos e as
estações estão na mãos de Deus'(At 1.7).
O DECURSO DESSE SÉCULO, Mt 24.4-2
1. Os falsos cristos, Mt 24.4,5. Antes de Jesus
falar sobre os sinais abordados pelos discípulos, avisou-os para não se
deixarem enganar ou desviar-se dos ensinos básicos do Evangelho. A preocupação
extremada sobre o “quando” da volta de Cristo, já levou muitos a acompanharem
falsos mestres, religiões espúrias e “cristos” enganadores. Os apóstolos Paulo,
Pedro e João, já no Século 1, alertaram a Igreja concernente a este perigo(Cl
2.8; 1 Tm 4.1,2; II Pe 2.1; 1 J0 2.18).
A Bíblia nos revela os sinais, mas não devemos nos preocupar
em demasia a ponto de sermos atraídos pôr qualquer “líder” que se apresente.
Quando Jesus voltar, seremos arrebatados a encontrá-Lo nos ares. Aqueles que se
dizem “messias” ou “cristos” não passam de ladrões e salteadores(Jo 10.1,8; 1
Ts 4.17).
2. O esfriamento do amor seria outro sinal, hoje em dia
muito em evidência, O movimento ecumênico nas igrejas protestantes não
é outra coisa. Conseqüentemente, nessas organizações religiosas há um
relaxamento da moral. Os pastores de tais rebanhos fazem “vista grossa” ao
pecado e tudo passa. Até perversões sexuais, inclusive pastores homossexuais,
são, muitas vezes, acobertados! Imagine o que o apóstolo Paulo diria a uma
congregação dessas!(Rm 1.18-32).
3. O testemunho triunfante, Mt 24.13-16. O
propósito de Jesus é que Sua Igreja permaneça firme até o fim, quando será
tirada deste mundo através do arrebatamento, ocasião em que seremos
transformados à Sua imagem. Ele não prometeu que o mundo todo seria convertido
antes de Seu retomo, mas disse que Seu Evangelho deveria ser pregado como
“testemunho” a todas as naçoes(gentes). A Bíblia afirma que, 'de toda língua e nação,
haverá um povo lavado no sangue de Cristo'(Ap 5.9). Por essa razão devemos
esforçar-nos para pregar, publicamente, as boas novas entre todos os povos da
terra, mesmo onde não as querem ouvir.
INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
O CAMPO DA ESCATOLOGIA BÍBLICA
1. A escatologia tem sua base na revelação divina. A
Bíblia é a revelação da vontade de Deus à humanidade. Inicialmente, Deus
escolheu a semente de Abraão, ou seja, o povo de Israel, para revelar a Sua
vontade. Mais tarde, Deus ampliou o campo da Sua revelação e formou um novo
povo, a Igreja, constituída de judeus e gentios(Ef 2.11-19). A partir de
então, a Igreja é o alvo da revelação divina. Toda a revelação aponta para o
futuro e a Igreja caminha neste mundo com uma esperança, pois é identificada
como “peregrina e forasteira”(1 Pe 2.11).
Ela existe por causa da esperança(Rm 5.2; 8.24; Ef 4.4; 1
Ts 4.13). A esperança indica uma meta; traça planos para um futuro. O mundo
pagão se fecha dentro de um fatalismo histórico, sem expectativas, sem futuro, mas
a Bíblia revela o futuro.
2. A escatologia pertence ao campo da profecia. A
preocupação principal do estudo da escatologia é interpretar os textos
proféticos das Escrituras. As verdades proféticas se tornam claras e definidas
quando se tem o cuidado de interpretá-las seguindo os princípios de
interpretação, observando o seu contexto histórico e doutrinário. O apóstolo
Pedro teve o cuidado de explicar essa questão quando escreveu: “E temos mui
firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma
luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva
apareça em vosso coração”(2 Pe 1.19). Na verdade, o apóstolo procura contrastar
as idéias humanas com a palavra da profecia escrita na Bíblia.
Ele fortalece a origem divina das Escrituras e da sua
profecia. Não podemos duvidar nem admitir falha na Palavra de Deus. Ela é
inspirada pelo Espírito Santo(2 Tm 3.16). A inerrância das Escrituras tem sua
base na infalibilidade da Palavra de Deus. Outrossim, o mesmo autor declara que
“nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia
nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus
falaram inspirados pelo Espírito Santo”,(2 Pe 1.20,21).
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA ESCATOLOGIA
Na história da Igreja têm sido adotados vários métodos de
interpretação no que concerne às escrituras proféticas. Eles têm produzido
explicações e posições que obrigam os cristãos a serem cautelosos. Há idéias divergentes,
por exemplo, com respeito ao arrebatamento da Igreja. Alguns o admitem antes e
outros crêem que se dará no meio da Grande Tribulação. As teorias são várias,
mas precisamos ser definidos sobre o assunto. Para isso, dois métodos de
interpretação devem merecer a nossa atenção.
1. O método alegórico ou figurado. Alguns
teólogos definem a alegoria “como qualquer declaração de fatos supostos que
admite a interpretação literal, mas que requer, também, uma interpretação moral
ou figurada”. Quando interpretamos uma profecia bíblica, sem atentarmos para o
seu sentido real, figurado ou literal, negamos o seu valor histórico, dando uma
interpretação de somenos importância. Corremos o risco de anular a revelação de
Deus naquela profecia. Daí, as palavras e os eventos proféticos perderem o
significado para alguns cristãos.
Quando o sentido de uma profecia é literal e se interpreta
alegoricamente, se está, de fato, pervertendo o verdadeiro sentido da
Escrituras, com o pretexto de se buscar um sentido mais profundo ou espiritual.
Por exemplo, há os que interpretam o Milênio alegoricamente.
Não acreditam num Milênio literal. Por esse modo, além de mutilarem o sentido
real e literal da profecia, anulam a esperança da Igreja.
Tenhamos cuidado com interpretações feitas superficialmente
ao bel-prazer das especulações do intérprete, com idéias próprias ou ao que lhe
parece razoável.
Declarações como: “eu penso que é isso”, “eu sinto que é
isso”, são típicas de interpretações vaidosas, irresponsáveis e vazias de temor
a Deus. Portanto, o método alegórico deve ser utilizado corretamente. Paulo
utilizou-o em Gálatas 4.21-31. Ele tomou as figuras ilustradas no texto com
fatos literais da antiga dispensação, mas apresentou-os como sombras de eventos
futuros.
2. O método literal e textual. Esse é o método
gramático-histórico. Isto é: se preocupa em dar um sentido literal às palavras
da profecia, interpretando-as conforme o significado ordinário, de uso normal.
A preocupação básica é interpretar o texto sagrado consoante a natureza da
inspiração da profecia. Uma vez que cremos na inspiração plena das Escrituras
através do Espírito Santo, devemos atentar para o fato de que há textos que têm
apenas um sentido espiritual, sem que exija, obrigatoriamente, uma
interpretação literal ou figurada.
Ambos os métodos são válidos, mas devem ser utilizados com
cuidado e precisão. Há uma perfeita relação entre as verdades literais e a
linguagem figurada. Temos o exemplo bíblico da apresentação de João Batista no
texto de João 1.6, que diz: “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era
João”. Notemos que o texto está falando literalmente de um homem, cujo nome, de
fato, era João. Os termos empregados referem-se literalmente a alguém
fisicamente. Mais tarde, João Batista, ao identificar Jesus, usou uma linguagem
figurada, quando diz: “Eis aí o Cordeiro de Deus”(J0 1.29). Na verdade, Jesus
era um homem real e literal, mas João usou a forma figurada para denotar o
sentido literal da pessoa de Jesus.
A PROFECIA NA PERSPECTIVA ESCATOLÓGICA
Não entenderemos a profecia bíblica se a confundirmos com “o
dom da profecia”. A profecia bíblica tem um caráter inerrável, porque ela está nas Escrituras inspiradas pelo Espírito Santo. A profecia, como dom do
Espírito, tem a sua importância no contexto da Igreja de Cristo na Terra, pois
depende de quem a transmite e, por isso, sujeita a erro e julgamento(1 Co
14.29), e não pode ter validade se a mesma choca-se com o ensino geral das
Escrituras.
1. A profecia cumprida e a futura. Para que a
profecia bíblica tenha o crédito que merece, devemos estudá-la no que concerne
ao que já foi cumprido e, também, referente ao futuro. Uma grande parte dos
livros da Bíblia contém predições.
Quando estudamos as profecias cumpridas podemos enxergar o
seu caráter divino, e fazer distinção com as profecias não cumpridas. Jesus, em Seu discurso aos discípulos no aposento alto, falou do ministério do Espírito
Santo após Sua ascensão aos céus, e disse: “Ele vos ensinará e vos anunciará as
coisas que hão de vir”(Jo 16.13).
2. A profecia e o ministério da Palavra. Toda
declaração bíblica sobre profecia é tão crível quanto àquelas declarações
históricas. Certo autor de teologia declarou que “a história da raça humana é a
história da comunicação de Deus com o homem”. Deus mesmo recorre à Sua Palavra,
não como uma simples evidência da verdade declarada, mas como a única forma
pela qual, nós podemos obter uma perfeita e completa visão do propósito divino
em relação à salvação. Por isso, precisamos observar a história do passado,
presente e futuro. Devemos ter confiança de que assim como teve cumprimento a
Palavra de Deus no passado e o tem no presente, o mesmo acontecerá com as
profecias relacionadas ao futuro.
As Escrituras Sagradas apresentam um só sistema de verdade.
Não importa o que dizem as várias escolas de interpretação. Suas interpretações
podem variar e até estar equivocadas. E, nem a Bíblia se presta a dar apoio a
qualquer sistema de interpretação. O futuro é uma parte do plano de Deus, e só
Ele conhece tudo o que encerra a profecia. As opiniões humanas têm valor
enquanto estiverem em conformidade com as Escrituras.
CONCLUSÃO
A partir de agora, portanto, dedique-se à Escatologia
Bíblica, não para satisfazer a sua curiosidade acerca do porvir; mas a fim de
preparar-se melhor para a chegada do Senhor, que virá nos arrebatar.
SUBSÍDIO PARA O PROFESSOR
O CUIDADO COM AS INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
Os livros escatológicos, como Daniel e Apocalipse, têm sido
objeto de muitos tipos de interpretações. Eles foram inspirados por Deus e
contêm a verdade acerca dos acontecimentos que alcançarão todo o planeta e a
humanidade no fim dos tempos. Porém, como em tais escritos há uma linguagem
profética, muitas vezes simbólica ou não literal, muitos intérpretes usam e
abusam de suas conclusões, carregadas de influência de sua linha de pensamento,
ou de doutrinas aceitas por suas igrejas ou denominações, para escrever textos
os mais diversos sobre os últimos tempos e as últimas coisas que afetarão a
humanidade. De modo geral, essas interpretações se incluem nos tipos a seguir:
1. Futurista
Essa corrente de interpretação considera que a mensagem dos
livros escatológicos é futura. A maior parte das profecias ainda vão se
cumprir, começando com o arrebatamento da Igreja e demais fatos subsequentes.
Nessa linha de pensamento, há “os futuristas simples, que aceitam os primeiros
três capítulos do Apocalipse como já cumpridos; tudo o que segue, nos demais
capítulos do último livro da Bíblia, refere-se à aparição vindoura de Cristo.
Depois, há os futuristas extremos, que acham que todo o Apocalipse refere-se à
vinda do Senhor e que os três primeiros capítulos são uma predição acerca dos
judeus depois da primeira ressurreição”.
a) Pré-tribulacionista e pré -milenista. Essa
corrente de interpretação futurista conclui que a vinda de Cristo ocorrerá antes
da Grande Tribulação, dando lugar à visão pré-tribulacionista, conforme o
parágrafo anterior; também é pre-milenista , pois considera que a vinda de
Jesus será antes do Milênio literal, quando Cristo virá reinar literalmente
sobre a terra. É a visão que esposamos(Assembleia de Deus), como a mais
coerente para a interpretação dos escritos bíblicos escatológicos.
b) Midi tribulacionistas e pós-tribulacionistas.
Entre os futuristas, há os que crêem que a Igreja passará pela Grande
Tribulação. São os miditribulacionistas, que ensinam que a igreja será
arrebatada no meio da Grande Tribulação. Os pós-tribulacionistas creem que a
Igreja só vai ser arrebatada depois da Grande Tribulação. No entanto, esse
ensino não tem base sólida na Palavra de Deus. Diz Lawrence Olson: “... Nenhuma
passagem bíblica declara explicitamente que a Igreja passará pela Grande
Tribulação. Israel, sim, está identificado com a Tribulação e bem corno as
nações e os ímpios em todo o mundo, mas a verdadeira Igreja não é mencionada em
conexão com a Tribulação”.
A igreja de Filadélfia, que representa a igreja fiel, que
aguarda a volta de Jesus em santidade, ouviu do Senhor Jesus a promessa de que
não passaria pela “hora da tentação” que haverá sobre todo o mundo: “Corno
guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da
tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”
(Ap 3.10). A Igreja não estará mais na Terra quando começar a Grande
Tribulação.
O apóstolo Paulo recebeu revelação sobre esse fato, quando
escreveu: “... e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a
saber, Jesus, que nos livra da ira futura”(1 Ts 1.10). Essa “ira futura”
refere-se à Grande Tribulação, da qual Jesus livrará Sua Igreja (ver Rm 5.9; Ap
6.17).
Horton, renomado escritor, entende que a interpretação
futurista é a mais adequada à realidade das profecias sobre os últimos tempos:
“Creio ser a visão futurista a que melhor se encaixa nas profecias do Antigo
Testamento; é também a que menos problemas de interpretação apresenta”.
2. Histórica e Preterista
Considera que o Apocalipse é um livro histórico, cujos fatos
já se cumpriram na sua maior parte, na História da Igreja. “Os historicistas
interpretam o Apocalipse como um estudo progressivo dos destinos da igreja
desde seu início até a sua consumação. Os que mantêm este modo de ver,
histórico e contínuo, asseveram que as profecias estão cumpridas em parte e em
parte estão por cumprir, e que algumas estão sendo cumpridas perante nossos
próprios olhos”. Os adventistas acreditam que já estamos no cumprimento do
capítulo 6, na abertura do 10º selo, que seria a pregação do Evangelho. Mas tal
entendimento não corresponde à realidade bíblica.
Considera que o Apocalipse já se cumpriu totalmente na época
do Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C. Há
manipulação de datas para tudo, visando acomodar as premissas da interpretação.
Numa linguagem simples, essa corrente entende que, no Apocalipse, tudo é
passado(pretérito). Entretanto, as profecias bíblicas sobre o fim dos temos
indicam que diversos eventos escatológicos ainda não se cumpriram, como o
Arrebatamento da Igrej (1 Ts 4.17), a Grande Tribulação ou “a hora da tentação
que há de vir sobre todo o mundo”(Ap 3.10), a vinda de Cristo em glóri (Mt
16.27), e o Milênio (Ap 20.2-5).
3. Simbolista
É também chamada de interpretação idealista ou
espiritualista. Tudo é “espiritualizado”, tudo é simbólico; nada é histórico
nem profético, mas apenas uma alegoria da luta entre o bem e o mal. E uma
interpretação racionalista, derivada do Humanismo de John Dewey, que nega o
sobrenatural e exalta apenas o homem. Como derivado dessa corrente, existe o
ensino amilenista, ou amilenialista, segundo o qual não haverá um período
literal de mil anos para o reinado de Cristo. Seus defensores afirmam que, “em
momento algum, Jesus irá reinar sobre a terra a partir de Jerusalém. ‘O reino
de Cristo não é deste mundo, mas ele reina nos corações do Seu povo sobre a
terra. Os mil anos simbolizam a perfeição e a plenitude do tempo que separa as
duas vindas de Cristo”. E que a Igreja está vivendo esse Milênio simbólico,
quando, logo após, haverá a ressurreição dos mortos. Mas as referências que
indicam que o Milênio será literal são abundantes(Ap 20.2-5 e ref.).
Os acontecimentos históricos do século passado e do atual
desmentem totalmente a doutrina de que a Igreja está vivenciando o Milênio. As
duas guerras mundiais, com milhões de vidas destruídas; o avanço das falsas
religiões e das seitas; o aumento da violência e da corrupção; as grandes
catástrofes naturais, como terremotos de alta intensidade, ceifando tantas
vidas; o aumento da depravação da humanidade, a ponto de superar a
pecaminosidade de Sodoma e Gomorra. Tudo isso desmente a teoria de que desde o
século passado, estaríamos vivendo o Milênio. As características do Milênio
reveladas nas Escrituras são muito diferentes. Diz a Bíblia: “Porque a terra se
encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar (Hc 2.14).
Isso até aqui não aconteceu. Esse ensino tem tido a aceitação de muitas
pessoas, incluindo pastores pentecostais, que antes pregavam a visão da vinda
literal de Cristo à terra.
Dentre os simbolistas há os pós-mitenistas, que veem o
Milênio como uma extensão do período atual da Igreja. Ensinam que o poder do
evangelho ganhará todo o mundo para Cristo, e a Igreja assumirá o controle dos
remos seculares. Após isso, haverá a ressurreição e o julgamento geral tanto do
justo como do ímpio, seguido pelo reinado eterno no novo céu e na nova terra.
Os textos bíblicos, porém, indicam uma ordem diferente dos
acontecimentos escatológicos. A ressurreição dos mortos salvos ocorrerá na
vinda de Cristo. Paulo teve a revelação de Deus em relação à ressurreição dos
crentes salvos, e da transformação dos que estiverem vivos na vinda de Jesus.
No texto a seguir, não vemos hipótese para ser uma profecia simbólica, e, sim,
literal e realista quanto à volta de Cristo, a ressurreição e o arrebatamento
dos salvos:"Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que
já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm
esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos
que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto
pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor,
não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido,
e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor" (1 Ts 4.13-17.)
Uma leitura cuidadosa do texto citado toma por base o fato
da ressurreição de Cristo, que não foi simbólico, mas literal, testemunhado por
centenas de pessoas e registrado nas páginas dos Evangelhos. Paulo diz que, da
mesma forma, os que estão morto (“em Jesus dormem”), serão ressuscitados por
Deus. E acrescenta que “os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor não
precederemos os que dormem”, e que, naquele momento glorioso para a Igreja, “os
que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro”.
Isso não tem nada a ver com simbolismo. A linguagem, aí, só
é figurada ou simbólica, no que respeita ao estado de morte, ou “estado
intermediário”, em que o apóstolo usa a metáfora do son (“os que dormem”). No
mais, a literalidade é tão clara como a luz de um dia de verão. Completando seu
precioso ensino acerca do arrebatamento da Igreja, Paulo diz que os que
estiveram vivos, por ocasião da volta de Cristo, serão “arrebatados juntamente
com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares”, Somente uma interpretação
equivocada ou tendenciosa pode vislumbrar simbolismo onde não há a menor margem
para tal entendimento.
Há também, alguns 'mestres', da chamada 'Nova Teologia', que desconsideram praticamente tudo o que já foi exposto e, até negam que Jesus voltará. Vejamos:
No primeiro caso(a morte), o corpo é semeado em corrupção e desonra; no segundo caso será ressuscitado em incorrupção e glória(1 Co 15.42,43; 1 Ts 4.16,17).
No primeiro caso, somos despidos; no outro, revestidos(2 Co 5.4). No primeiro caso, há triste separação entre amigos; no outro, alegre reunião(Ez 24.16; 1 Ts 4.16 e ss). Na morte entramos no descanso, mas na vinda de CRISTO seremos coroados(1 Ts 4.13; Ap 14.13). A morte vem como nosso grande inimigo; CRISTO, como nosso grande amigo(Pv 14.27; 1 Co 15.26). A morte é o rei dos terrores(Jó 18.14); CRISTO é o Rei da glória(SI 24.7). Satanás tem o poder da morte; CRISTO é o príncipe da vida(At 3.15; Hb 2.14). Por ocasião da morte partimos para estar com CRISTO; por ocasião da sua vinda Ele virá até nós(Jo 14.3; F11.23). JESUS faz distinção entre a Sua vinda e a morte do crente. CRISTO e os apóstolos nunca ordenaram aos santos que aguardassem a morte, mas, repetidamente, exortaram-nos a esperar a vinda do Senhor(1 Co 15.51,52).
Outro ponto de vista da “ Nova Teologia” é que CRISTO veio na pessoa do ESPÍRITO SANTO. Em sentido muito real e importante, de fato, a vinda do ESPÍRITO SANTO foi uma vinda de CRISTO para os Seus(Jo 14.15-18,21-23). Essa, porém, não foi a vinda de CRISTO referida nas passagens que afirmam que Ele voltará. Evidentemente, Sua vinda é claramente estabelecida e distinta pelo testemunho conjunto dos profetas, de João Batista, dos anjos, dos apóstolos, e do próprio CRISTO! Dele disseram os anjos: "Esse JESUS, que dentre vós foi recebido em cima no céu. há de vir assim como para o céu o vistes ir” (At 1.11b). O tempo de DEUS As Escrituras deixam bem claro que, do ponto de vista divino. DEUS jamais se atrasa. Se parece haver demora no retorno de CRISTO, é porque devem existir boas e convenientes razões para isso. É verdade que são já decorridos mais de 1900 anos da época em que a promessa do arrebatamento foi feita pela própria boca do Senhor(Jo 14.3). Entretanto, os membros da Igreja Primitiva em Tessalônica creram que CRISTO viria enquanto estivessem vivos e foram consolados pela expectativa de se reunirem aos seus entes queridos já falecidos. Isso porém, não contradiz, nem enfraquece a promessa de CRISTO para Seus santos, pois, todos aqueles santos sabiam que CRISTO, como DEUS, tem a eternidade na sua mão e pode ligar o hoje do tempo, como se fosse o amanhã da eternidade(2 Pd 3.8,9). O mundo tem passado de uma crise a outra, mesmo quando parecia oportuno para o regresso de CRISTO. Mas o significativo acontecimento não ocorreu.
A razão divina. Por que CRISTO ainda não cumpriu Sua promessa de vir e receber Seu povo para levá-lo Consigo? Do ponto de vista da profecia bíblica, tal demora não é inesperada. Há, portanto, razão para tal. Quando CRISTO veio pela primeira vez, era um episódio que havia sido previsto há milhares de anos. Séculos de história haviam preparado o cenário para a primeira vinda de CRISTO à Terra. A língua grega se desenvolvera e era de uso comum em todo o mundo ocidental. Isso preparou o caminho para que o Novo Testamento fosse escrito em um idioma preciso e amplamente utilizado. Paulo afirma que, quando tudo, porém, estava pronto: “ ...DEUS enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”(G1 4.4b). O Império Romano conseguira estabelecer relativa paz no Oriente Médio. A vida e culto judaicos na Palestina estavam prontos para a vinda do Messias. Apareceu João Batista para anunciar a vinda do Rei e conclamar a nação ao arrependimento(Mt 3). A Paz Romana havia franqueado o comércio internacional e as comunicações, possibilitando que os cristãos do Século I propagassem a mensagem do Evangelho pelo Império Romano inteiro e finalmente por todo o mundo. As profecias sobre a primeira vinda de CRISTO foram cumpridas num dia cuidadosamente preparado por um DEUS soberano. Ele estava “ velando” sobre este tempo (Jr 1.12). Assim também, as profecias concernentes ao retorno de CRISTO para buscar os crentes e a Sua segunda vinda(Parousia) à terra, serão cumpridas dessa forma, num perfeito sincronismo de DEUS.
A demora. Do ponto de vista humano pode parecer que CRISTO esteja retardando Sua vinda. Mas em épocas passadas, o cumprimento das profecias bíblicas foi sempre precedido por séculos de história que transformaram os acontecimentos com suprema precisão, a fim de permitir que os fatos preditos ocorressem conforme a promessa, perfeitos até os últimos detalhes. Todavia, há também uma razão pessoal e afetuosa para justificar porque CRISTO ainda não voltou. Veja o que escreve o apóstolo Pedro em sua segunda Carta (3.8,9): “ Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” Eis aí, portanto, a demora do retorno de CRISTO para encontrar-se com os Seus santos, provém de um coração amoroso. Um DEUS compassivo ainda está esperando que muitos ouçam o Evangelho e atendam à mensagem crendo!
Portanto,
vemos que a única interpretação aceitável para o livro de Apocalipse é a
futurista. Isso não quer dizer que não haja na Bíblia profecias que já se
cumpriram ou estão se cumprindo hoje ou que não haja linguagem simbólica.
Mas, em se tratando da volta de Jesus, a posição com maior apoio bíblico é a
pré-tribulacionista - “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu
te guardarei ‘da hora da tentação’ que há de vir sobre o mundo, para tentar os
que habitam na terra” (Ap 3.10). Note o leitor que Jesus não deixou de ensinar
sobre uma era vindoura perfeita e Apocalipse 21 e 22 descrevem as glórias deste
estado eterno. A cidade de Jerusalém, a celestial, baixará de vez sobre a
Terra. A nova terra tem seu relevo totalmente diferente.
Na ascensão de Jesus, em Betânia, ele reunira seus
discípulos e, diante de todos, literalmente, venceu a gravidade, em seu
corpo glorificado, e subiu ao céu à vista deles. Diz o texto de Atos: “E,
quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu,
ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele
subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais
lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus,
que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o
vistes ir" (At 1.9,11). Jesus vai voltar, disseram os mensageiros
celestiais, “assim como para o céu o vistes ir”. Ou seja, da mesma forma,
sobrenatural, literal, visível, de forma incontestável.
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