27 dezembro 2015

ERROS DE PREGAÇÕES E PREGADORES NEO-PENTECOSTAIS


O impacto do neo-pentecostalismo tem sido particularmente sentido pelas igrejas evangélicas do Brasil. O protestantismo brasileiro não é mais o mesmo desde que surgiu o novo movimento. Esse impacto tem sido experimentado de duas maneiras: primeiramente, muitas igrejas, sejam elas históricas ou pentecostais, têm perdido membros para o neo-pentecostalismo; em segundo lugar, essas igrejas, especialmente as históricas ou tradicionais, tem sido influenciadas em sua teologia, liturgia e organização pelas práticas neo-pentecostais. O “sucesso” do novo movimento tem sido especialmente cativante para os líderes de muitas igrejas, levando-os a acreditar que, se adotarem os mesmos métodos e ênfases, suas igrejas também irão obter o tão sonhado crescimento.

E, infelizmente, erros graves são diuturnamente propagados pelos pregadores neo-pentecostais. Aqui, examinaremos alguns deles:


1-) Ausência de uma hermenêutica Bíblica
Um dos maiores problemas dos pastores neo-pentecostais  é a falta do conhecimento das regras da Hermenêutica Bíblica para a pregação da Palavra. Em virtude disso,  é extremamente comum ouvirmos absurdos, que, muitas vezes, acabam causando enormes contradições doutrinárias e até mesmo as famosas “heresias de púlpito”.

A expressão Hermenêutica provém da palavra grega “hermeneutike” que, por sua vez, se deriva do verbo “hermeneuo“, significando: a arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos. Segundo a história Platão, foi o primeiro a utilizar essa palavra. A hermenêutica forma parte da Teologia exegética, ou seja, a que trata especificamente da interpretação das Escrituras.

2-) Exagero nas expressões coloquiais e chavões eclesiásticos
Uma das práticas neo-pentecostais mais comuns é uso de chavões. Confesso que ouvir alguns desses pastores pregando é um verdadeiro desafio. Se não bastasse o constante atentado ao português, suas mensagens estão repletas de expressões e chavões. É comum em meio às pregações ouvirmos: “Este varão é canela de fogo"; "aquela irmãzinha que caiu no rétété"; "Deus desenrolou o mistério pro vaso"; "Eita manto, né?"; "Não dá mole não que o chicote queima irmão!"; "Ah! graças a Deus que eu conquistei a minha rebeca!"; Sim, "porque jovem solteiro é treva, irmão!"; "Tá amarrado!"; "A abençoada é uma jovem crente!"; "Oh glória! Somos cabeça, não cauda"; "Determine a benção!"; "Quando eu era do mundo… Queima!"; "Geração apostólica"; "Amém ou não amém?" E, "diga  para a pessoa que está ao seu lado..."; "Repita comigo".

Pois é, em pregações deste tipo se gasta muito mais tempo usando os jargões evangélicos do que se proclamando a Palavra de Deus. Na verdade, boa parte dos pastores demonstram ao longo da aplicação da mensagem um completo despreparo teológico, optando assim escancaradamente pelo uso invariável de chavões.

3-) O uso e a miscigenação de textos bíblicos com textos bíblicos fora de contexto
Essa é uma prática muito comum entre os pregadores neo-pentecostais. Para fundamentar sua teologia, os pastores em questão, *misturam textos variados usando-os fora de contexto para justificar seus ensinos equivocados. Nessa perspectiva por exemplo, é comum o pregador neo-pentecostal ao ensinar sobre um determinado assunto, usar versos isolados das Escrituras, misturando-os segundo seu próprio entendimento, criando assim distorções doutrinárias das mais sérias. O interessante é que dificilmente você encontrará um pregador neo-pentecostal pregando as Escrituras de forma expositiva, até porque, se pregasse expositivamente ele não teria como sustentar seus ensinamentos.

*Uso questionável das Escrituras: quando as Escrituras são utilizadas, muitas vezes isso é acompanhado de interpretações tendenciosas, uso seletivo de certas passagens ou ênfases inadequadas. Muitos ensinos e práticas neo-pentecostais têm alguma fundamentação bíblica, mas recebem uma ênfase muito maior do que se vê nas próprias Escrituras, no ensino de Cristo e dos apóstolos ou na prática da igreja primitiva. 

4-) A forte ênfase na satisfação das necessidades humanas
Uma das principais ênfases da pregação neo-pentecostal é a satisfação das necessidades humanas. O púlpito neo-pentecostal não fala do pecado, das consequências dele, da salvação pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, bem como das doutrinas fundamentais da fé cristã. Antes pelo contrário, no púlpito neo-pentecostal não há espaço para as doutrinas da graça, mesmo porque, o foco principal do pastor neo-pentecostal, é satisfazer 'o cliente'.

Caro leitor, se fizermos uma análise dos cultos neo-pentecostais chegaremos a conclusão que boa parte do tempo da reunião é focado exclusivamente no homem e em suas necessidades.

5-) Foco constante em autoajuda e no bem estar humano 
Os púlpitos neo-pentecostais  estão repletos de pregadores que abandonaram a exposição das Escrituras em detrimento das 'técnicas de autoajuda'. Nessa perspectiva é comum encontrarmos nas homilias neo-pentecostais ênfases quase que exclusivas na satisfação humana, para tanto, tornou-se comum por parte dos pastores neo-pentecostais o uso de técnicas de psicologia e psicanálise em suas homilias. Pois é, a impressão que tenho é que alguns pregadores em nome da “satisfação humana”, abdicaram da mensagem da Cruz, tornando-se   mestres de autoajuda, afagadores do ego.

6-) Ausência das principais doutrinas cristãs como salvação pela graça, perdão de pecados e vida eterna
O pregador neo-pentecostal não prega sobre as principais doutrinas do Cristianismo. No púlpito neo-pentecostal não encontramos qualquer tipo de menção a doutrinas como: Salvação pela graça, Imputação de pecados, Volta de Cristo, Inferno, destino eterno dos homens, Juízo Final e muito mais.

7-) Foco em riquezas e prosperidade
O pregador neo-pentecostal, não tem outro tipo de pregação a não ser aquela que foque em prosperidade, riqueza material e sucesso. No púlpito neo,pentecostal tudo está relacionado ao 'aqui e agora', e o foco da mensagem é a satisfação humana. Para o pregador neo-pentecostal, o que mais importa é a bênção de Deus sobre todos aqueles que invocarem poderoso nome do Senhor.

8-) Ausência do Evangelho
No púlpito neo-pentecostal prega-se tudo, menos o evangelho. Nessa perspectiva, dificilmente encontramos o pregador pregando sobre pecado, arrependimento, fé e necessidade de salvação. A mensagem do Evangelho para o pregador neo-pentecostal relaciona-se diretamente as bênçãos de Deus e nunca á necessidade de arrepender-se para a salvação e vida eterna.

9-) A super valorização do poder do diabo
Alguns pregadores neo-pentecostais enxergam o diabo em tudo. Os pastores em questão construíram em suas mentes a ideia de que a vida é um grande conflito entre forças opostas.

O Movimento neo-pentecostal tem contribuído efetivamente com a propagação deste conceito, concedendo a Deus e o diabo, pesos idênticos. Para estes, o diabo tem tanto poder, quanto Deus. Mas, só não ganha de Deus, porque Deus já 'determinou' que ele já perdeu.

E como usam tanto o diabo em seus 'cultos diários', passa-se, a valoriza-lo mais que o próprio Deus, que eles dizem seguir.

Cuidemo-nos desses pregadores e dessa doutrina neo-pentecostal que, vem enganando milhões em todo o mundo e levando-os a distanciarem-se da Verdade revelada na Palavra de Deus.

Viva vencendo os 'faladores vãos', que enganam com astúcia, sendo eles mesmos enganados!!!

Abraços.

Seu irmão menor.

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