TEXTO ÁUREO:
“E formou o Senhor Deus o homem do pó da
terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma
vivente” (Gn 2.7).
VERDADE PRÁTICA:
O homem foi formado segundo um modelo
divino, como alma imortal e para a glória de Deus.
TEXTO BÍBLICO: Gn
1.26-28; 2.4-8
INTRODUÇÃO
Têm surgido as mais
variadas teorias acerca da origem do homem. De um modo geral, essas teorias não
conseguem fugir ao fato da ligação do homem com a terra. Entretanto, a única
fonte realmente autorizada acerca da origem do homem é a Bíblia. Os dois
primeiros capítulos de Gênesis nós oferecem, de modo plausível e coerente, a
verdadeira história das origens, inclusive a do homem.
II. OS DOIS RELATOS ESCRITURAIS DA CRIAÇÃO DO HOMEM
Fora da revelação divina expressa no relato do gênesis
bíblico, as teorias acerca da origem do homem são vagas especulações, sem base
bíblica ou mesmo científica.
1. O primeiro relato da criação do homem. O primeiro relato
sobre a criação do homem encontra-se em Gn 1.26,27, que diz:”E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os
peixes do mar, e sobre as aves do céu, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e
sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua
imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou”.
Notemos que neste primeiro relato está a ordem criativa da
Deidade quando diz: “Façamos o homem”. Percebe-se que o Conselho divino
estabeleceu o ato criativo do homem. Essa criação representa e é o clímax de
todos os atos criativos anteriores. A criação do homem, ainda que obedeça a uma
certa ordem nos atos criativos, é distinta dos demais atos porque aparece de
modo especial, diferente dos demais atos criativos da natureza e dos animais.
Deus culminou com a criação do homem. Tudo foi criado e
preparado, e providenciado para o sustento e a satisfação da obra prima da
Criação, o homem. A Criação foi feita dentro de um ideal divino.
2. O segundo relato da criação do homem. Vamos encontrar o
segundo relato da criação do homem em Gn 2.4-25. Nesse relato temos, além da origem do homem,
também o relato da origem da mulher. Enquanto o primeiro relato se preocupou
mais em mostrar a ordem da Criação e a decisão do Conselho divino em criar o
homem à sua imagem e semelhança, o segundo relato apresenta a sua efetivação.
Encontramos no relato de Gn 2.7 a seguinte declaração: “E
formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego
da vida, e o homem foi feito alma vivente”. Dois aspectos se destacam neste
texto os quais devem merecer a nossa apreciação. Primeiro temos a formação do
corpo do homem do pó da terra com todas as substâncias químicas que o compõem.
A palavra formou indica que a criação material foi feita de matéria pré-
existente , isto é, “o pó da terra”. Até certo ponto, neste relato, é inegável
que o homem esteja relacionado com a natureza, e isto nos mostra a composição
inferior do homem.
Porém é preciso considerar ainda que, se o homem pertence ao
mundo animal, essa parte material do seu ser é a culminação do reino animal.
Este fato representa, sem dúvida alguma, a perfeição do homem físico, tanto em
estrutura como em forma. Porém, o aspecto mais distintivo da criação do homem
está na sua imagem e semelhança do divino. A seqüência de Gn 2.7 diz: “e soprou
em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. Nesta
segunda parte do versículo, o homem recebe, de modo especial e superior ao
resto da criação animal, vida física e espiritual.
O SIGNIFICADO DA IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS NO HOMEM
Semelhança natural: Adão
e Eva tinham semelhança natural com Deus. Foram criados como seres pessoais,
tendo mente, emoções, autoconsciência e livre-arbítrio (Gn 2.16,19-20,23; Dt
30.19; Is 56.4).
Semelhança moral: Eles
tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos, tinham
sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o que era certo
(Rm 2.15). Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia obediência moral e
plena comunhão.
II. TEORIAS ANTIBÍBLICAS QUANTO À ORIGEM DO HOMEM
1. A teoria
evolucionista. Esta teoria apresenta o homem como um ser que evoluiu de uma
ordem inferior no mundo animal. Essa evolução, segundo a teoria, aconteceu como
resultado de sucessivas alterações nas formas materiais devido às “forças
latentes” na matéria. A Bíblia refuta esta teoria.
2. O conceito filosófico- materialista. Entre os muitos
pensadores e promotores desse conceito, destaca-se o famoso psicanalista e
filósofo Sigmund Freud. Ele enfatizou, em seus argumentos sobre o homem, o
aspecto biológico da natureza humana. Para Freud, os instintos do homem formam
a base de sua personalidade.
Afirmou ele que coisas como sexo, fome, sede, segurança e
prazer são pressões que de terminam as ações e padrões de personalidade do
homem. No conceito de Freud, a natureza do homem não se relaciona com o
sobrenatural, Deus. Para ele, a idéia de uma relação divino-humana é imprópria
ao homem pois ele o vê como uma criatura egocêntrica, preocupada em satisfazer
apenas suas necessidades individuais.
3. O conceito do humanismo científico. Esse conceito baseia
suas informações sobre a natureza do homem na biologia, psicologia e medicina.
Para essa escola, o homem é um produto evolucionário da natureza sem a menor
possibilidade de imortalidade. Vêem o homem como parte do Universo, sempre em
mutação e que existe independente de qualquer mente ou consciência. Para essa
escola, o Universo é regulado por uma seqüência de causa e efeito em todos os
lugares e em todos os tempos. Crêem que o homem pode resolver seus problemas
aqui na terra mesmo, e que não tem necessidade de qualquer relação com o
sobrenatural. Basta-lhe confiar na razão e no método científico.
III. CONCEITO BÍBLICO ACERCA DA ORIGEM DO HOMEM
1. A biforme natureza
do homem. O homem foi criado numa biforme natureza — material e imaterial. A
parte material foi formada do pó da terra e a parte imaterial foi outorgada
diretamente pelo próprio Criador. O sopro divino nas narinas do homem
concedeu-lhe mais a vida física. Foi-lhe dada vida imaterial representada pela
alma e pelo espírito. (Gn 2.7)
2. O homem e seu organismo físico. O homem foi formado
fisicamente por um ato específico de Deus. O texto de Gn 2.7 diz: “E formou o
Senhor Deus o homem do pó da Terra”, o que indica que o corpo do homem foi
formado de matéria já existente, o pó da terra. Não foi uma obra do acaso ou
sem propósito. O plano obedeceu plenamente ao prévio ideal do Conselho divino.
3. O homem foi criado
um ser pessoal. O corpo é o invólucro da personalidade do homem. Sua
personalidade foi feita por um ato imediato de Deus. Esse ser pessoal aparece
no texto de Gn 2.7, como um ato final da criação, quando diz: “e o homem passou
a ser alma vivente”.
4. O homem foi criado ser espiritual. No hebraico a palavra
para espírito é Ruach e no grego, pneuma. Esses dois termos têm o mesmo sentido
e não significam simplesmente fôleço de vida, visto que o espírito é vida
imortal e invisível no homem. Pelo espírito o homem é dotado da capacidade de
comunhão com Deus. (Jo 4.24). O corpo é a casa do espírito do homem. O
espírito, portanto, essencial para que o homem expresse a vida que Deus lhe tem
dado.
IV. O ENSINO DA BÍBLIA SOBRE A ORIGEM DO HOMEM
1. A biforme natureza
do homem. O homem foi criado com uma biforme natureza: material e imaterial. A
primeira foi formada do pó da terra (Gn 2.7) e a segunda, outorgada diretamente
pelo Criador. O sopro divino nas narinas do homem concedeu-lhe a vida física e
a espiritual.
A vida imaterial do homem é representada pela alma e pelo
espírito. Porém, esta dupla natureza do homem é representada por uma
tricotomia, que se constitui,na parte material, pelo corpo; na imaterial, pela
alma e pelo espírito (1 Ts 5.23).
2. A tricotomia do homem (1 Ts 5.23; Hb 4.12). O termo
tricotomia significa “aquilo que é dividido em três”, ou “que se divide em três
tornos”. Em relação ao homem, refere-se às três partes do seu ser: corpo, alma
e espírito.
Há divergência neste ponto daqueles que entendem o homem
como apenas um ser dicótomo, ou seja, que se divide em duas partes: corpo, alma
ou espírito.
Os defensores da dicotomia do homem unem alma e espírito
como uma só. parte e, às vezes, como se fossem uma só coisa. Entretanto,
parece-nos mais aceitável o ponto de vista da tricotomia. Este conceito crê que
o homem é uma trindade composta e inseparável. Só a morte física é capaz de
separar o corpo de sua parte imaterial.
a) O corpo. É a parte
inferior do homem que se constitui de elementos químicos da terra, como
oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio, fósforo, potássio, enxofre,
sódio, cloro, iodo, ferro, cobre, zinco, e outros elementos em proporções
menores. Porém, o corpo, com todos estes produtos, sem a bênção divina, é de
ínfimo valor.
b) A alma. É preciso
saber que o corpo sem a alma é inerte. Ela precisa dele para expressar sua vida
funcional e racional. É identificada, no hebraico do Antigo Testamento, por
“NEPHESH” e, no grego do Novo Testamento, por “PSIQUÊ”.
c) O espírito. No hebraico é “RUACH” e no grego é “PNEUMA”.
O espírito do homem não é um simples sopro ou fôlego, mas também vida imortal
(Ec 12.7; Dii 12.2; Lc 20.37; 1 Co 15.53). Ele é o princípio ativo de nossa
vida espiritual, religiosa e imortal. É o elemento de comunicação entre Deus e
o homem. Certo autor cristão escreveu que “o corpo, a alma e o espírito
constituem a base real dos três elementos do homem: consciência do mundo
externo, consciência própria e consciência de Deus”.
V. AS FACULDADES DISTINTAS DO HOMEM
1. As faculdades do corpo. São cinco as faculdades
principais, as quais se manifestam através do corpo: visão, audição, olfato,
paladar e tato. Ainda que sejam distintas umas das outras, elas não atuam
independentes do comando da alma. São denominadas de instintos naturais ou
sentidos corporais, os quais recebem impressões do mundo exterior, transmitidas
ao cérebro, através do sistema nervoso. E daí que partem as ordens para todas
as partes do corpo. Os sentidos físicos obedecem às leis naturais que estão impressas
no ser humano. São elas que regem as atividades do corpo.
2. As faculdades da alma. São três as faculdades ou
qualidades da alma, pelas quais ela se manifesta: intelecto, sentimento e
vontade.
O INTELECTO (Gn 1.28;
2.19,20) é a parte da alma que pensa, raciocina, decide, julga e conhece E ele
quem recebe os conhecimentos.
Três outras manifestações lhe são peculiares: a imaginação,
memona e razão Com a primeira o homem é capacitado a idealizar e projetar. É um
processo do pensamento que habilita o ser humano a construir imagens, através
do raciocínio.
A segunda é outro atributo do intelecto que capacita o homem
a guardar em seu cérebro o fatos passados e presentes. Ela retém os
conhecimentos adquiridos e os traz à lembrança. A terceira é um atributo do
intelecto que leva o homem a pensar, julgar e compreender as relações entre as
coisas, distinguir entre o verdadeiro e o falso, o bem e o mal.
O SENTIMENTO faz o homem um ser emotivo. Ele não é uma
máquina insensível, pois pode sentir todas as grandes emoções, como alegria,
gozo, paz, prazer, tristeza, descontentamento, pesar e dor.
A VONTADE se expressa como resultante das influências do
intelecto e dos sentimentos. Ela não age sozinha. Não há vontade livre ou
independente. Ela obedece às forças emotivas e intelectuais da alma.
3. As faculdades do espírito. Duas faculdades principais se
destacam com abrangência sobre outras qualidades importantes, as quais são: Fé
e Consciência. Elas identificam o ser religioso do homem. Podemos chamar de
natureza espiritual, da qual o ser humano é dotado especialmente para uma
perfeita comunhão com Deus. Os sentidos físicos e psicológicos tornam o homem
um ser terreno e racional, mas os espirituais o tornam um ser especial.
A faculdade da fé é uma qualidade do espírito humano que
expressa a religiosidade do homem e o toma capaz de adorar, reverenciar, louvar
e orar a Deus, o Criador. Não se trata de um tipo de fé, adquirida ou ensinada,
mas é uma forma inata que nasce com qualquer ser humano. Ela nos estimula a
buscar a Deus e comungar com Ele.
A faculdade da consciência é a lei moral e espiritual, no
interior do homem, que aprova ou desaprova as suas ações. E a intuição que o
espírito tem dos atos e estados do ser humano em sua vida cotidiana. A
consciência não está sujeita à vontade, e nem aos sentimentos da alma.
CONCLUSÃO
Após estudarmos as faculdades do corpo, da alma e do
espírito, concluímos que o homem é a obra-prima da criação e não uma simples
manifestação da Natureza, como querem os evolucionistas, descompromissados com
a verdade bíblica.
Deus fez o homem e a mulher para dominar sobre as criaturas terrenas e para serem, por assim dizer, o elo de ligação entre o Criador e a criação. Homem e mulher deveriam cuidar da criação, administrá-la e, de forma livre e espontânea, amar a Deus, obedecer-Lhe e desfrutar de uma íntima comunhão com seu Criador. Era este o propósito divino estabelecido quando da criação do ser humano. O homem, portanto, não seria jamais dono de si, mas existiria para fazer a vontade dAquele que o criou. Embora o pecado tenha-o destituído da glória divina, o homem não ficou abandonado à própria sorte. O Pai Celeste providenciou-lhe eficaz redenção por intermédio de Cristo Jesus. Hoje, somos chamados filhos de Deus, apesar de não ter se manifestado ainda a plenitude de nosso ser, mas quando Cristo voltar, seremos tomados por Ele e, assim, estaremos para sempre em Sua companhia, e seremos como Ele é (1João 3:2).
Viva vencendo com alegria sobre o fato de saber que você é CRIAÇÃO de Deus!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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