07 outubro 2015

LIÇÃO 02 - "A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA" - 06/10/15

TEXTO ÁUREO

“Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11.3). 

VERDADE PRÁTICA


A primeira grande verdade da Bíblia é que Deus criou os Céus, a Terra e o ser humano.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 104.1-14

INTRODUÇÃO

Durante a redação deste capítulo, recorri diversas vezes aos dois primeiros capítulos de Gênesis. E, a cada leitura, perguntava-me: “Por que essa passagem é tão combatida?” O referido texto, além de belo e piedoso, é mais lógico que o Big Bang e mais verossímil que Darwin. Não obstante, até mesmo alguns seminários evangélicos, influenciados por uma incredulidade crônica, já não aceitam como verdade histórica os li primeiros capítulos da Bíblia. Seus professores, arrogantemente, ensinam que a narrativa da Criação e a História Primeva só podem ser recebidas alegoricamente.

Analisando a redação sagrada do ponto de vista gramatical, verifico não haver aí parábola alguma. E, sim, um relato histórico muito bem elaborado que, sequer, abusa dos adjetivos. Por que um preconceito tão maligno contra o Santo Livro? Embora a História da Criação não seja científica, jamais será contraditada pela verdadeira ciência. Além do mais, é a resposta mais clara e confiável que possuímos à grande pergunta da vida: “Como vieram a existir tudo quanto há no Universo?” Levemos em consideração também que, sem o Criacionismo Bíblico, nenhuma doutrina cristã tem sentido.

1. A COERÊNCIA DO CRIACIONISMO BÍBLICO

Cada religião possui o seu criacionismo. Dos gregos à tribo mais escondida da Amazônia, é possível encontrar uma narrativa da criação do Universo. Algumas fantásticas; outras pueris. Mas todas igualmente absurdas. Tais mitologias são o resultado de uma tradição oral que, transmitida por Adão e Noé a seus filhos, foi corrompida pelo tempo. Em sua base, porém, há um fundo de verdade.

1. Criacionismo Bíblico. É a doutrina da Bíblia Sagrada, cujo principal objetivo é mostrar como vieram a existir os Céus, a Terra e o ser humano. É uma verdade aceita não somente pela fé, mas também pela razão (Hb 11.3; Rm 1.19,20).

O pecado de Adão e Eva, portanto, não conseguiu depravar absolutamente o homem; não impede a criatura de reconhecer o Criador na criação.

2. Os fundamentos do Criacionismo Bíblico. Três são os fundamentos do Criacionismo Bíblico: 1) a Bíblia Sagrada; 2) a razão; e: 3) o testemunho da Criação.

a) A Bíblia Sagrada. As Sagradas Escrituras afirmam, do inicio ao fim, que Deus é o Criador dos Céus e da Terra (Gn 1.1; SI 95.6; Ap 10.6). Ora, basta o testemunho da Escritura, para que nos convençamos da verdade.

Afinal, ela é a inspirada e inerrante Palavra de Deus. Ora, se a Bíblia não for capaz de convencer-nos, a quem recorreremos? (Lc 16,31),

b) A razão humana. Embora comprometida pelo pecado, a razão ainda é eficiente para conduzir-nos ao Criador, conforme Paulo enfatiza aos romanos:

“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Rm 1.20). Todavia, não ignoramos que Satanás vem entenebrecendo a compreensão do homem moderno (2 Co 4.4). Por isso, temos de proclamar a Palavra de Deus a tempo e a fora de tempo.

c) A criação. Finalmente, a própria Criação testemunha do Criador (SI 19.1). No Salmo 104, o cantor sagrado enaltece a Deus por sua obra, pois esta discorre sobre o Ser que tudo criou e que a tudo preserva.

II. O MARAVILHOSO PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO

O que Deus fazia no princípio? Não é fácil responder a essa pergunta, pois não dispomos de nenhuma informação acerca de suas atividades entre os três primeiros versículos do capítulo um de Gênesis. Todavia,permitam-me algumas conclusões, que acredito serem coerentes e razoáveis. Antes de Deus fazer a Terra, Ele criou o tempo, o espaço e a sua própria morada.

1. O tempo. Deus jamais faria a sua obra na eternidade, porquanto esta é um atributo exclusivamente seu (1 Tm 6.16). O Criador é sempiterno; a criação, temporal. Ao contrário dos gregos que acreditavam na eternidade da matéria, os hebreus crêem que tudo quanto existe no tempo, foi criado pelo Eterno (Hb 11.3). Aliás, nem a própria morada de Deus é eterna.

Sendo o tempo a duração relativa das coisas, gera-nos a noção de presente, passado e futuro: um período contínuo no qual se sucedem os eventos. Deus, porém, é o que é. Ele não está sujeito a qualquer sucessão de dias ou séculos. Presente, passado e futuro são-lhe a mesma coisa. Logo, somente o Eterno poderia criar o tempo.

2. O espaço. Contrariando o que muita gente supõe, o espaço não é sinônimo de vácuo. Este nenhum tecido possui. Aquele, entretanto, tendo a sua própria tela, não pode avançar além de suas fronteiras. O Senhor o criou, a fim de conter a sua obra que, embora vastíssima, é finita. Logo, o espaço também é finito. O Criador não se acha limitado quer pelo tempo, quer pelo espaço; a criação, sim. Até os mesmos anjos acham-se condicionados temporal e espacialmente, pois não podem estar em dois lugares ao mesmo tempo.

3. Os Céus. Tendo já estabelecido o tempo e o espaço, o Senhor cria, agora, a sua própria morada. Na verdade, Ele não precisa de habitação alguma, pois nem o céu dos céus pode contê-lo (2 Cr6.18).

Mas, Rei do Universo que é, delimita um lugar, para nele situar a sua corte. Sim, até o próprio céu necessita do tempo e do espaço, pois é um lugar real, e não uma mera parábola. Embora não ocupe a nossa dimensão, a região celeste tem de ser vista como realidade, Para lá são levadas as almas dos que dormem em Cristo (Ap 6.9).

A Nova Jerusalém, a morada eterna dos santos, também é um lugar bem real. Em breve, estaremos ali com o Senhor. Ajuda-nos, Pai.

Já criados os céus, que não podem ser confundidos com os planetas de nosso sistema solar, o Senhor chama os anjos à existência. Assim o salmista descreve a ação divina: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles” (Sl 33.6). Os seres angelicais também foram criados pelo sopro divino, exatamente como o Senhor procederia com o homem (Gn 2.7). O Criador, pois, dedicou especial atenção às suas criaturas racionais; chamou-as à vida de maneira única e personalizada: cada anjo é um anjo, cada homem é um homem. Semelhantes, sim; iguais, não.

4. A Terra informe. Ainda no princípio, Deus criou a Terra, e pô-la exatamente naquela coordenada espacial, onde se encontra até ao dia de hoje. Nosso planeta, já delimitado pelo tempo e pelo espaço, ainda era vazio e não possuía a forma atual. O autor sagrado assim o descreve: “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gn 1.2).

O que era a Terra nesse longínquo princípio? Era um todo disforme coberto pelas águas, que escondiam um grande abismo. Por essa razão, fazia-se necessária a presença do Espírito Santo que, pairando por sobre as águas, dava sustentação gravitacional ao nosso planeta.

Pois o Sol, a Lua e os demais corpos do Sistema Solar ainda não haviam sido criados, para manter-lhe a gravidade naquele quadrante específico do espaço.

III. A CRIAÇÃO DA LUZ

Deus não precisa de luz, pois a luz e as trevas são-lhe a mesma coisa. Além disso, habita Ele em luz inacessível (SI 139.12; 1 Tm 6.16). Sua obra, porém, dela necessita para subsistir. Por esse motivo, para dar forma à terra, o Senhor ordenou-lhe o aparecimento: “Haja luz” (Gn 1.3).

1. A luz primeva. Somente o Pai das luzes para dar luz à luz (Tg 1.17), A luz do primeiro dia não era gerada pelo Sol, que só viria a existir no quarto dia da Criação. Alguns a denominam de primeva. Outros, de cósmica. Para mim, simplesmente divina, pois Deus mesmo é a sua fonte.

Na Jerusalém Celeste, não teremos qualquer necessidade do Sol, porque o próprio Criador será a luz da nova criação; a terra e os céus atuais já terão passado (Ap 21.23; 22.5). Eis que tudo se fará novo.

A partir daí, não precisaremos mais da luz primeva; nem da solar viremos a necessitar: a luz eterna, provinda do ser divino, iluminará a cidade que o Pai, em seu inexplícável amor, arquitetou e construiu para acolher-nos na eternidade. Aleluia!

2. Jesus, a luz do mundo. Sim, Deus é luz e, nele, não há treva alguma (ijo 1.5). Por isso, aprouve-lhe enviar-nos o seu Unigênito como a luz do mundo (Jo 8.12), Em Jesus Cristo, somos recriados para uma nova realidade espiritual. Sem o Cordeiro, onde estaríamos? Aprisionados em trevas espirituais até sermos lançados à escuridão mais exterior (Mt 8.12), Mas, hoje, caminhamos na luz e vivemos no reino da luz e, como a luz, resplandecemos (Fp 2.15). Só em Cristo isso é possível.

IV. O FIRMAMENTO E A PORÇÃO SECA

Tendo já iluminado o espaço com a luz primeva, o Criador passa, agora, a separar as águas que se achavam acima e abaixo do firmamento. Não se pode explicar devidamente como isso aconteceu. Por esse motivo, requeiro a sua licença, querido leitor, para tirar algumas conclusões do texto sagrado.

1. Um planeta disforme e vazio. Até o segundo dia da Criação, a Terra ainda não possuía uma forma definida, Na ausência de atmosfera, suas águas ficavam tanto abaixo como acima do solo. Era um todo confuso e disforme. Era necessário, pois, que o Senhor ordenasse o caos, conforme registra o autor sagrado:

“E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia” (Gn 1.6-8),

2. O firmamento. Não posso definir o firmamento de Gênesis como o espaço sideral, pois este, como já vimos, fora criado logo no “princípio”. Também não posso confundi-lo com a porção seca do terceiro dia.

Resta-me, pois, focá-lo como a atmosfera terrestre. Justamente, neste ponto, é que surge uma velha e incômoda pergunta: “Como explicar as águas que se achavam acima do firmamento?”

Penso que o nosso planeta, antes do Dilúvio, era envolvido por um escudo hidrico, que o protegia dos raios ultravioletas do Sol, proporcionando saúde e longevidade aos filhos de Adão, Sob uma atmosfera tão sadia, as feridas eram imediatamente cicatrizadas e a expectativa de vida, mesmo sob o pecado, era quase milenar (Gn 5.27). Depois, foi a existência humana definhando até chegar aos parâmetros atuais (Gn 50.26; Sl 90.10). Aliás, sob aquela atmosfera, o corpo humano bastava para se curar.

Por ocasião do singular cataclismo, porém, “as comportas dos céus se abriram, e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites” (Gn 7.11,12). A partir de então, a Terra ficou exposta aos raios daninhos do Sol. E, assim, deixou de ser aquele imenso e belo paraíso dos antigos. Enfermando-se, nosso planeta adoenta-nos e rouba-nos a vida, Quando, porém, o Senhor Jesus estabelecer o Milênio, a Terra será curada, mas a morte ainda reinará até a consumação final de todas as coisas.

3. A porção seca. Não era intenção do Senhor criar uma terra encharcada, nem um imenso deserto. Trabalhando harmonicamente a Criação, ideava um lugar com oceanos, mares e rios. E, cada um destes, banhando continentes e ilhas. Por isso, no terceiro dia, separou, de entre as águas, a porção seca, e fé-la aparecer simetricamente por todo o planeta.

A atmosfera, agora, envolvia uma terra que não era sem forma, nem vazia. A essas alturas, nosso planeta já era um globo bem definido. Faltava apenas o aparecimento das placas continentais. Então, ordena o Senhor: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. A porção seca Deus chamou Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus que isso era bom” (Gn 1.9,10).

V. O APARECIMENTO DO REINO VEGETAL

Já havia mares e continentes, mas a porção seca do planeta achava-

-se despida de árvores e nua de ervas. A vida ainda não era possível no Planeta. Para que ela se viabilizasse, Deus torna o reino vegetal uma estonteante realidade.

1. O reino vegetal. O Criador tudo planejou com sabedoria. Quando lemos o oitavo capítulo de Provérbios, maravilhamo-nos com a manifestação da sabedoria divina. Em dado momento, parece mais um monólogo do Cristo que, embora ainda no seio do Pai, descreve como tudo foi chamado à existência.

Então, neste momento, decreta o Senhor o surgimento do reino vegetal: “E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra.

E assim se fez. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom” (Gn 1.11,12), Sem dúvida, foi algo maravilhoso. Do solo ainda virgem e casto, brotaram árvores e ervas. Aquele chão, ainda tão jovem, cobria-se agora de verde e, como num grande milagre, acobertava-se de flores. Somente Deus poderia criar tanta maravilha.

2. A fotossíntese. A essa altura, cabe outra indagação: “Como a vegetação poderia vingar sem o processo de fotossíntese, já que o sol só viria a ser criado no quarto dia?” Ora, se ainda não havia o Sol, a luz do primeiro dia já existia. E, provinda ela de Deus, possuía os elementos necessários ao pleno desenvolvimento das árvores e ervas que, por toda a parte, juncavam a Terra.

Não há contradição alguma entre a Bíblia Sagrada e a verdadeira ciência. Afinal, aquele que criou as plantas haveria de esquecer-se de algo tão básico como a fotossintese?

VI. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR

Até ao quarto dia, o Espírito Santo ainda pairava por sobre a Terra, a fim de emprestar-lhe forma e mantê-la em suas coordenadas. Afinal, nosso planeta depende da força gravitacional do Sol. Doutra forma, seria um astro errante, no qual a vida seria impossível. Por isso, Deus cria o Sistema Solar.

1. A cosmologia bíblica. Nas Sagradas Escrituras, encontramos uma cosmologia superior a qualquer sistema humano. Ao repreender o povo de Judá, o profeta Jeremias descreve o mecanismo com que Deus dotara o Universo:

“Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome.

Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre (Jr 31.35,36).

Para o pós-modernismo, as leis fixas de que fala o profeta são inaceitáveis, porque tudo haverá de ser absolutamente relativo. Se o Universo está em expansão, como aceitar a cosmologia bíblica? Quanto a mim, sinto-me mais confortável com o Gênesis de Moisés do que com o relativismo de Einstein.

2. A criação do Sol e da Lua. Já de início, podemos afirmar que a Terra é mais velha do que o Sol e a Lua. Logo, jaz sem qualquer sentido a Teoria do Big Bang, segundo a qual os corpos do Sistema Solar e as galáxias vieram a existir em virtude da explosão de uma partícula subatômica incrivelmente densa e quente.

Tal explosão não existiu. De acordo com a Bíblia, o Sistema Solar veio a surgir como resultado desta ordem divina: “Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos. E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez. Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas” (Gn 1.14-16).

Já criado o Sol, a Lua e as estrelas, põe-se a Terra sob a sua influência gravitacional. No Universo, estabelecem-se as quatro grandes forças: gravidade, eletromagnetismo, força nuclear forte e força nuclear fraca.

3. A divisão do tempo. Se até agora, o tempo era contado apenas em dias, a partir da criação do Sol, da Lua e das estrelas, poderá ele ser dividido também em semanas, meses, anos, séculos e milênios. Acrescente-se, ainda, que, a partir de agora, a Terra ganha mais um movimento: a transiação, a sua viagem anual em redor do Sol.

VII. O REINO ANIMAL

Estamos no sexto dia da criação. A terra já está devidamente preparada para acolher, nutrir e preservar a vida. Assim, Deus chama à existência o reino animal.

1. Os peixes e as aves. No quinto dia, os peixes enchem os mares, e as aves ocupam os céus (Gn 1.21,22). Todos segundo a sua espécie. Nenhuma espécie evolui de outra nem para outra; ao ambiente natural, adaptam-se naturalmente.

Em tudo, Deus é perfeito. Não esqueceu nenhum detalhe. Ele fez desde os peixinhos que encerramos num aquário às enormes baleias e tubarões, que amedrontam os que se fazem ao mar. Quanto às aves, do rouxinol à soberba águia, há uma cadeia ininterrupta de pássaros. Somente um Deus como o nosso para criar tão perfeitamente tudo quanto existe.

2. Os animais selvagens e domésticos. No dia seguinte, vieram os animais domésticos e selvagens (Gn 1.24,25). Na obra divina, não há espaço à teoria de Darwin. Observemos, por exemplo, a cadeia que existe entre os felinos. Do gato mais diminuto ao leão mais orgulhoso, há uma cadeia impressionante de vida.

Nenhuma espécie necessita de outra para evoluir, pois todas já foram chamadas à vida exatamente como as vemos hoje.

CONCLUSÃO

A criação de Deus é perfeita. Não só perfeita, mas belamente sustentável. É o que descobrimos em Gênesis. Por esse motivo, alegramo-nos todas as vezes que voltamos ao primeiro livro da Bíblia Sagrada. As perguntas que a ciência não logrou responder são, em suas páginas, todas elucidadas numa linguagem simples e claríssima. Portanto, voltemos a pregar o Gênesis. Afinal, tudo quanto existe tem, nele, início. Sim, até mesmo as doutrinas que tanto prezamos. No próximo capítulo, veremos como e por que Deus criou o ser humano.

SUBSÍDIO PARA O PROFESSOR


Introdução

  
Em uma série de histórias e genealogias altamente condensada, esta seção do livro trata da origem do universo, da origem da ordem nesta terra, da origem da vida, da origem do homem, da origem do pecado, da violência e desordem, e da origem das diferenças nacionais e linguísticas.
   
O Criador em Ação, 1.1—2.3

Pela brevidade e beleza da composição e do estilo, esta vinheta sobre a criação é inigualável. O Deus-Criador domina a cena. Ele fala e imediatamente se forma a ordem, proporcionando um belo lugar de habitação e de abundantes suprimentos para a criação mais sublime de todas: o homem. Majestade e poder marcam cada sentença.
  
1. O Ato Inicial (1.1,2)

Em resposta à pergunta “Quem fez todas as coisas?”, a Bíblia declara ousadamente: Deus... criou (1). Em resposta à pergunta “Quem é anterior e maior que todas as coisas?”, com igual ousadia a Bíblia anuncia: No princípio... Deus. O céu e a terra não são Deus nem deuses; nem é Deus igual à natureza. Deus é o Criador e a natureza é seu trabalho manual. Embora feita por Deus, a terra não estava pronta para o homem. Ainda estava em desordem, sem forma e vazia (2), e não havia luz. Contudo, havia atividade. O Espírito de Deus se movia continuamente sobre a face das águas.
  
2. O Dia da Luz e das Trevas (1.3-5)
  
Energia é necessidade vital para o hábitat do homem, e luz é energia. Por conseguinte, a primeira ordem de Deus foi: Haja luz (3).

A ênfase na palavra falada de Deus é tão grande que cada dia criativo começa com uma ordem ou expressão da vontade divina. Em seguida, ocorre a execução da ordem e a declaração culminante: Era bom ou equivalente (e.g., 4,10,18).
  
3. O Dia das Águas Divididas (1.6-8)
  
As águas foram separadas, e acima da terra havia uma expansão (6). A palavra expansão ou firmamento transmite a idéia de solidez. Contudo, a ênfase na palavra hebraica original raqia não está no material em si, mas no ato de expandir-se ou na condição de estar expandido. Por isso, a palavra “expansão” é muito apropriada.
  

Em diversos lugares do Antigo Testamento, o ato de estender os céus é proeminente (ver Jó 9.8; 26.7; SI 104:2; Is 45.12; 51.13; Jr 51.15; Zc 12.1). A evidência de que Deus é o Criador acha-se no ato de estender e não no caráter do que foi formado. Ao longo do Antigo Testamento, o interesse se centraliza nas relações de Deus com a natureza e o homem. Deus é o Criador, e a partir desta declaração o Antigo Testamento passa a mostrar que a natureza é uma criatura e uma ferramenta. Do mesmo modo, Deus julga, livra e cuida do homem.
  
4. O Dia da Terra e do Mar (1.9-13)
  
O terceiro ato de Deus dizia respeito à formação de um futuro hábitat para o homem, que é criatura da terra. O alimento para o homem, a vegetação, cresce na terra. Sob a ordem de Deus, terra e mar se separaram, e forma, vida e beleza enfeitaram a terra. O texto não descreve como estas separações ocorreram, nem há uma lista das forças dinâmicas e naturais envolvidas. Ao invés disso, a relação de um Criador poderoso com uma criatura obediente e flexível é o tempo todo, e claramente, mantida diante do leitor.
  
Dramaticamente, Deus se voltou para a terra agora visível e deu-lhe ordens. Apareça a porção seca (11) não era admissão de que as substâncias inorgânicas possuíam o poder inerente de produzir vida. Muito pelo contrário, a vida em si acha-se, no final das contas, na palavra criativa de Deus e imediatamente surge em resposta à sua ordem.
  
Seguindo um padrão de pares — luz e trevas, águas que estavam sobre e águas que estavam debaixo, terra e mares —, agora ocorre uma série de grupos de três. Erva, erva dando semente... e árvore frutífera (12) são agrupamentos muito generalizados e não devem ser considerados classificações botânicas no sentido moderno.
  
A frase conforme a sua espécie6 indica limites aos poderes de reprodução. Mas não fornece um projeto que esboça linhas limítrofes. O destaque está na segurança observável da natureza: trevo produz trevo, trigo produz trigo, etc. E assim foi (11) — e ainda é.
  
5. O Dia dos Dois Luminares (1.14-19)
  
Os pagãos adoravam o sol, a lua e as estrelas como deuses e deusas de poder formidável. Na narrativa deste dia da criação, o luminar maior (16) e o luminar menor nem mesmo são nomeados. Em poucas sentenças hábeis, o autor descreve a criação destes corpos celestes, os quais, depois, são incumbidos de executar certas tarefas nos céus.

Eles possuem uma dignidade de governo e nada mais. As estrelas também recebem não mais que uma menção honrosa. Que golpe contra o paganismo!
  
6. O Dia dos Pássaros e dos Peixes (1.20-23)
  
Pelo motivo de a luz e as trevas serem comuns a ambos os dias, o primeiro dia (3-5) e o quarto dia (14-19) estão relacionados. Também o segundo (6-8) e o quinto (20-23) estão relacionados no ponto em que lidam com a expansão, em cima, e as águas, embaixo. No quinto dia, Deus falou uma palavra para as águas (20), as quais produziram criaturas e pássaros encheram o ar. No versículo 21, vemos outra tríade: as grandes baleias... todo réptil de alma vivente... e toda ave de asas.
  
O texto não nos conta como as águas colaboraram com o Criador, mas para enfatizar a estreita ligação entre Deus e estas criaturas é empregado o verbo criou. As diferenças surpreendentes entre a vida botânica e a biológica são atribuídas a um ato divino. Deus os abençoou (22). No Antigo Testamento, a bênção divina é um ato criativo e uma capacitação para que aquele que a recebe cumpra seu destino segundo a vontade de Deus. Neste caso, a vontade de Deus é que as criaturas se reproduzam abundantemente... conforme as suas espécies (21). Este ato serviu para anular a condição anterior “vazia” (2).
  
7. O Dia dos Animais (1.24-31)
   
Dando mais uma ordem: Produza a terra alma vivente (24), Deus encheu a terra de criaturas: as bestas-feras da terra (os animais selvagens, 25), gado e... todo réptil que se move sobre a terra (26).
  
Mas este dia teria a coroação do ato criativo. A deidade, em deliberação, disse: Façamos o homem (26).

Esta criatura tinha de ser diferente. Deus disse que o homem tinha de ser feito à nossa imagem, tendo certa semelhança com a realidade, mas carecendo de plenitude. O homem devia ser conforme a nossa semelhança, tendo similitude geral com Deus, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno Deus, mas definitivamente tinha de estar relacionado com Deus e ser o portador das características distintivas espirituais que o marcam exclusivamente como ser superior aos animais.

Conclusão

Quando olhamos para a sociedade, não há dúvida de que temos feito desordem da ordem de Deus. Mas Deus, por sua natureza divina, em sua misercórdia, ainda quer restaurar  a ordem, e por isso enviou o seu filho, Jesus (veja Efésios 1:10). Deus enviou Jesus como resposta para a desordem, para poder criar de novo um mundo obediente às ordens de Deus.
   
O DEUS DA CRIAÇÃO
   
Gn. 1.1 “No princípio, criou Deus os céus e a terra.”

(1) Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto- existente e como a Causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2).
   
Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda criação, no céu e na terra, está acima e independe dela (ver 1 Tm 6.16 nota; Cl 1.16).
  
(2) Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva “à sua imagem” (1.27; ver 1.26 ).
  
Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo amoroso e pessoal.
  
(3) Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que fizera e observou que era “muito bom” (1.31).
  
Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado (ver 1.26 nota). O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente, ou Satanás (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9).
  
A ATIVIDADE DA CRIAÇÃO
  
(1) Deus criou todas as coisas em “os céus e a terra” (1.1; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6).
  
O verbo “criar” (hb.”bara”) é usado exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram (ver 1.3).
  
(2) A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (1.2).
  
Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínimo vestígio de luz.
  
Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas (1.3-5), Deu forma ao universo (1.6-13)
  
E encheu a terra de seres viventes (1.20-28).
  
(3) O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está declarado: “E disse Deus...” (1.3,6,9,11,14,20,24,26).
  
Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir, Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam (Sl 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3).
  
(4) Toda a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação.
  
(a) O próprio Filho é a Palavra (“Verbo”) poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do Evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus (Jo 1.1).
  
“Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3).
  
Semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo “foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis.., tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1.16).
  
Finalmente, o autor do Livro de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb 1.2).
  
(b) Semelhantemente, o Espírito Santo desempenhou um papel ativo na obra da criação. Ele é descrito como “pairando” (“se movia”) sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus.
  
A palavra hebraica traduzida por “Espírito” (ruah) também pode ser traduzida por “vento” e “fôlego”. Por isso, o salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar:
  
“Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito (ruah) da sua boca” (Sl 33.6).
  
Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33.4; Sl 104.30).
  
O PROPÓSITO E O ALVO DA CRIAÇÃO
  
Deus tinha razões específicas para criar o mundo.
  
(1) Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. Davi diz: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1; cf. 8.1).
  
Ao olharmos a totalidade do cosmos criado desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza — ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador.
  
(2) Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza — e.g., o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves—rendem louvores ao Deus que os criou (SI 98.7,8; 148.1-10; Is 55.12).
  
Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos!
  
(3) Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpri- dos.

(a) Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão.
  
(b) Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das conseqüências do pecado (ver 3.15 nota).
  
Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1- 3; Ef 1.11,12; 1 Pe 2.9).
  
(c) A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: “...com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 2 1.3).
  
CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO
  
A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade científica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo. Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro observações a respeito da evolução.
  
(1) A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo. Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum Criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a existir mediante..uma série de acontecimentos que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os postulantes da evolução alegam possuir dados científicos que apóiam a sua hipótese.
  
(2)- O ensino evolucionista não é realmente científico. Segundo o método científico, toda conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, oriundas de experiências que podem ser reproduzidas em qualquer laboratório.
  
No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em tomo da origem da matéria a partir de um hipotético “grande estrondo”, ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples às mais complexas.

Por conseguinte, a evolução é uma hipótese sem “evidência” científica, e somente quem crê em teorias humanas é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua reve1aão inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas as coisas (Hb 11.3).
  
(3) E inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em várias espécies de seres viventes. Por exemplo: algumas variedades dentro de várias espécies estão se extinguindo; por outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre algumas das espécies.
  
Não há, porém, nenhuma evidência, nem sequer no registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente já evoluiu doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apóiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente “conforme a sua espécie” (1.21,24,25).
  
(4) Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a teoria da chamada evolução teísta. Essa teoria aceita a maioria das conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo evolutivo.
  
Essa teoria nega a revelação bíblica que atribui a Deus um papel ativo em todos os aspectos da criação.
  
Por exemplo, todos os verbos principais em Genesis 1 têm Deus como seu sujeito, a não ser em 1.12 (que cumpre o mandamento de Deus no v. 11) e a frase repetida “E foi a tarde e a manhã”. Deus não é um supervisor indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é o Criador ativo de todas as coisas (Cl 1.16).

A criação do céu e da terra e de tudo o que neles se contém

  
"No princípio, criou Deus os céus e a terra"
  
"NO PRINCÍPIO, CRIOU DEUS..."
  
A expressão No princípio é enfática, e chama a atenção para o fato de um princípio real. Outras religiões antigas, ao falarem da criação, afirmam que esta ocorreu a partir de algo já existente. Referem-se à história como algo que ocorre em ciclos perpétuos. A Bíblia olha para a história de modo linear, com um alvo final determinado por Deus. Deus teve um plano na criação, o qual Ele levará a efeito. Uma vez que Deus é a origem de tudo quanto existe, os seres humanos e a natureza não existem por si mesmos, mas devem a Ele sua existência e a sua propagação. Toda existência e forma de vida são boas se estão corretamente relacionadas com Deus e dependentes dEle.

Toda vida e criação pode ter relevância e propósito eternos. Deus tem direitos soberanos sobre toda a criação, em virtude de ser seu Criador. Num mundo caído, Ele reafirma esses direitos mediante a redenção (Êx 6.6; 15.13; Dt 21.8; Lc 1.68; Rm 3.24; Gl3.13 ;1 Pe 1.18)

A criação
  
Gn 1.1 “No princípio, criou Deus os céus e a terra.”

O DEUS DA CRIAÇÃO. Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto-existente e como a Causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2).
  
Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda criação, no céu e na terra, está acima e independe dela (ver 1Tm 6.16 nota; Cl1.16). (2) Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva “à sua imagem” (1.27; ). Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo amoroso e pessoal. (3) Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que fizera e observou que era “muito bom” (1.31). Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado. O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente, ou Satanás (Gn3; Rm 5.12; Ap 12.9).
  
A ATIVIDADE DA CRIAÇÃO
  
Deus criou todas as coisas em “os céus e a terra” (1.1; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9;  Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6). O verbo “criar” (hb.“bara”) é usado exclusivamente  em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar.
  
Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram. A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (1.2). Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínimo vestígio de luz. Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas (1.3-5), deu forma ao universo (1.6-13) e encheu a terra de seres viventes (1.20-28). (3) O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está declarado:

“E disse Deus...” (1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24, 26). Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam (Sl 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3).
  
Toda a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação. O próprio Filho é a Palavra (“Verbo”) poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do Evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus (Jo 1.1). “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). Semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo “foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1.16).
  
Finalmente, o autor do Livro de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb 1.2). Semelhantemente, o Espírito Santo desempenhou um papel ativo na obra da criação. Ele é descrito como “pairando” (“se movia”) sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus. A palavra hebraica traduzida por “Espírito” (ruah) também pode ser traduzida por “vento” e “fôlego”. Por isso, o salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito (ruah) da sua boca” (Sl 33.6). Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33.4; Sl 104.30).
  
O PROPÓSITO E O ALVO DA CRIAÇÃO
  
Deus tinha razões específicas para criar o mundo. Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. Davi diz: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1; cf.8.1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado — desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza — ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador. Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas.
  
Todos os elementos da natureza — e.g., o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves — rendem louvores ao Deus que os criou (Sl 98.7,8; 148.1-10; Is 55.12). Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos! Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos.
  
Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão.

Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das conseqüências do pecado. Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3; Ef 1.11,12; 1Pe 2.9).
  
A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: “...com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3).
  
CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO
  
A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade científica e ducacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo. Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro observações a respeito da evolução.
  
(1) A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo. Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum Criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimentos que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os postulantes da evolução alegam possuir dados científicos que apóiam a sua hipótese.
  
(2) O ensino evolucionista não é realmente científico. Segundo o método científico, toda conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, oriundas de experiências que podem ser reproduzidas em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um hipotético “grande estrondo”, ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples às mais complexas. Por conseguinte, a evolução é uma hipótese sem “evidência” científica, e somente quem crê em teorias humanas é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas as coisas (Hb 11.3).

(3) É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em várias espécies de seres viventes. Por exemplo: algumas variedades dentro de várias espécies estão se extinguindo; por outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre algumas das espécies. Não há, porém, nenhuma evidência, nem sequer no registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente já evoluiu doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apoiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente “conforme a sua espécie” (1.21,24,25).
  
(4) Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a teoria da chamada evolução teísta. Essa teoria aceita a maioria das conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo evolutivo. Essa teoria nega a revelação bíblica que atribui a Deus um papel ativo em todos os aspectos da criação. Por exemplo, todos os verbos principais em Genesis 1 têm Deus como seu sujeito, a não ser em 1.12 (que cumpre o mandamento de Deus no v. 11) e a frase repetida “E foi a tarde e a manhã”. Deus não é um supervisor indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é o Criador ativo de todas as coisas (Cl 1.16). 


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