IDENTIFICAÇÃO
Para o escritor Pr. Tácito da Gama Leite Filho, falecido em 2011, o significado primordial dessa palavra vem do grego “oikoumene”, ou seja, o que se refere à terra habitada. O pensador Heródoto (Século V aC) utilizou esse termo tanto no sentido geográfico como no cultural, excluindo os bárbaros e os não-gregos do seu ecumenismo. Uma espécie de “persona non grata”, como se diz por aí.
Numa visão mais ampla e atual, o Ecumenismo pretende alcançar a união de toda a cristandade. Em 1938 foi fundado o CMI - Conselho Mundial de Igrejas, objetivando unir também todos os segmentos do Protestantismo.
HISTÓRICO DO MOVIMENTO
Pensando numa realidade mais contemporânea, podemos dizer que em 1938 um grupo de Igrejas Protestantes fundou o CMI – Conselho Mundial de Igrejas, visando agrupar os mais variados segmentos protestantes num só grupo.
Preocupado com a separação dos protestantes, aconteceu de 1962 a 1965 o Concílio Vaticano II da Igreja Católica Romana, que tratou com bastante interesse a questão dos “irmãos separados”, referindo-se aos protestantes que “não se misturavam com os demais grupos cristãos.
Na verdade, enquanto os protestantes pretendiam unir-se apenas entre si, os católicos propunham a união de todos os cristãos, defendendo a ideia de que os protestantes e os ortodoxos se desviaram e deveriam voltar ao seio da “Igreja-Mãe”, submetendo-se ao Papa de Roma como “único pastor”.
Em 1968, numa assembleia do CMI, um grupo de representantes da Igreja Católica Romana participou dos trabalhos, declarando interesse de serem membros desse conselho internacional. Como resultado disso, vê-se hoje a aceitação de celebrações cristãs ministradas ao mesmo tempo por dirigentes católicos e protestantes, em solenidades como formaturas, casamentos, etc. Porém, sempre que a representação evangélica “dorme no ponto”, a representação católico-romana toma a direção dos trabalhos, com todas as rezas responsivas que acontecem nas missas, e as pessoas evangélicas na plateia passam a se olhar com estranheza, sem poder participar efetivamente da celebração.
No Brasil, o CNI - Conselho Nacional de Igrejas - tem abraçado essas ideias, tendo no seu meio as igrejas Luterana, Episcopal, Brasil para Cristo, Cristã Renovada e Católica Romana, mas é flagrante a mistura de cristianismo com ocultismo e paganismo patrocinada pelo catolicismo, sempre tentando engrossar “o caldo” com os evangélicos.
Com o tempo, diferentes credos religiosos passaram a fazer parte dessas reuniões ecumênicas, incluindo aí religiões totalmente pagãs. Em 1983, por exemplo, num congresso do CMI, sentaram na mesma mesa representantes indígenas, do hinduísmo, do budismo, etc., tudo patrocinado e incentivado pelo CMI - Conselho Monetário Internacional, sabe-se lá com que interesse. Nesse congresso, cada vez que uma religião pagã era aprovada como “irmã”, todo o plenário aplaudia delirantemente. Discretamente, porém, os representantes dessas religiões relutavam em aceitar Jesus como Deus. Segundo eles, caso Jesus fosse deixado de lado, poderia haver uma união muito grande entre todos.
Ciro Sanches Zibord escreveu um artigo (Internet) onde critica essa tendência de união forçada, em nome do amor, etc., pois segundo o que prega o Ecumenismo, as pessoas têm os seus pontos de vista, e o essencial para cada uma é acreditar em Deus e amar o próximo. Defende que quem faz isso é uma pessoa do bem, não precisando se submeter aos mandamentos e princípios contidos na Bíblia. Em alguns países, já não se pode mais dizer que o Senhor Jesus é a única porta para a salvação, conquanto Ele mesmo tenha dito: “Eu sou a porta” (Jo 10.9).
Nos Estados Unidos já existem até pastores renomados que têm preferido não falar de Jesus com clareza. Falam apenas de Deus (que é um termo genérico para o mundo), ao contrário dos apóstolos, que tinham coragem de dizer claramente que Jesus era o único Mediador, o único Salvador (1 Tm 2.5; At 4.12). No Brasil, há denominações ditas evangélicas que não apresentam nenhuma restrição às pessoas que vivem no pecado, desde que isso aconteça em prol do “amor cristão”. Em outras palavras, quem vive em práticas que as Escrituras condenam não precisa abandonar suas errôneas escolhas, pois “já agrada a Deus”. (ZIBORD, 2010)
Há um tempo atrás um grupo “evangélico” participou de uma passeata gay, usando camisetas que diziam: “O Senhor é meu Pastor e me aceita como eu sou.” Não podemos aceitar essas falsas tolerâncias, esse falso amor, e que não podemos deixar de pregar o Evangelho completo para as pessoas, ainda que sejam visto de maneira antipática, preconceituosa e perseguidora.
Essas são as bases do ecumenismo atualmente, quando os evangélicos “fecham seus olhos” para o pecado alheio, em nome dessa tendência de falsa harmonia. E o problema é que quem aponta esses problemas, passa a ser chamado de intolerante, sem amor, etc. E como se o amor substituísse a verdade, e a unidade ficasse acima da doutrina. Tolerar a heresia é melhor do que parecer desamoroso ao mundo? “Se alguém me ama, guardará a minha Palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. (João 14:23)
Afinal, se o amor anulasse a verdade e nos obrigasse a tolerar o erro, em prol da unidade, como deveríamos entender as seguintes palavras de Jesus: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas; para que não as pisem e, voltando-se, vos despedacem” (Mateus 7.6)?
Não é fácil comunicar e defender o Evangelho ante uma geração que ouve com os olhos e pensa com o sentimento. O cristão que se preza segue a verdade em amor e cresce em tudo n’Aquele que é a cabeça, Cristo (Ef 4.14,15). Ele sabe que a unidade em amor, em torno da verdade (Jo 13.35), deve reinar, e não a unidade com aqueles que ensinam falsos evangelhos ou apoiam comportamentos anticristãos.
O amor de Deus não anula a Sua santidade. A verdade deve prevalecer, e não a tolerância ou a imparcialidade, características do falacioso, embora simpático, ecumenismo.
A Igreja Católica Romana sempre esteve convicta de que a cristandade deve existir sob a direção da Igreja de Roma, do Papa. Em tempos passados, os protestantes eram considerados como apóstatas e hereges, depois tratados como “irmãos separados” e agora são convidados gentilmente a “voltarem para casa”, ou seja, para o seio de Roma.
Caso as Igrejas Ortodoxas e Protestantes aceitem a política ecumênica do Vaticano, perderão a sua identidade e estarão renunciando a muitos séculos de lutas contra o predomínio católico-romano, contra a adoração de imagens, a pretensa infalibilidade papal e contra os demais hábitos e crenças pagãs dessa instituição. Esse tipo de ecumenismo é o mesmo que tentar juntar água com azeite. É impossível.
Sejamos alguns trechos bíblicos que tratam sobre esse assunto:
1 João 4:6 — Aquele que não é de Deus não nos ouve;
2 João 9,10 — Todo aquele que vai além da doutrina de Cristo não pertence a Deus;
2 Coríntios 6:14 — Não devemos nos enredar com os infiéis; luz e trevas não se misturam; justiça e injustiça também não se misturam;
1 Coríntios 10:21 — Não podemos participar da mesa do senhor e da mesa dos demônios.
Se nos reportarmos aos textos de Deuteronômio 18:9-14, no Antigo Testamento, veremos lá a preocupação do Senhor com as “amizades” do Seu Povo, à medida que iam se misturando com outros povos e outros credos, na posse da terra prometida.
Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá,não imitarás às abominações dessas nações. Não haja no teu meio quem faça passar pelo fogo o filho, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos. O Senhor abomina todo aquele que faz essas coisas. É por causa dessas abominações que o Senhor teu Deus expulsa essas nações de diante de ti. Serás perfeito diante do Senhor teu Deus. As nações que haverás de possuir, dão ouvidos a agoureiros e a adivinhos, mas a ti o Senhor teu Deus não permite tal prática. (Deuteronômio 18:9-14)
Por que será que os demais segmentos religiosos querem tanto que “estejamos” juntos? Eles creem na morte vicária de Jesus, no Plano de Salvação que nos foi proposto? Ou eles querem minar essa nossa fé, acomodando as pessoas aos seus interesses?
Qualquer pessoa interessada nesse assunto vai constatar que os católicos estão muito mais próximos da Nova Era do que dos ensinos bíblicos. Em 1988, quando o Papa João Paulo II esteve na Índia, recebeu o símbolo Tilak na sua testa, sendo assim introduzido nos mistérios orientais. Esse líder católico também organizou encontros chamados de “Oração pela Paz”, quando ficava de mãos dadas com toda espécie de líderes pagãos prática bastante desenvolvida no Nordeste brasileiro, numa fusão cada vez maior entre o catolicismo e o ocultismo.
Dessa forma, vemos que o ecumenismo não é um grupo, seita ou religião, mas uma ideia acomodadora, onde os extremismos possam ser apaziguados e não criem problemas para as forças dominantes.
ECUMENISMO x CRISTIANISMO
Para os protestantes, aceitar essa política católico-romana é abrir mão de séculos de lutas contra a adoração às imagens, a infalibilidade papal e demais atos pagãos do Catolicismo, uma vez que eles nunca tentaram modificar seus erros doutrinários e, pelo contrário, continuam a acrescentar tradições e superstições novas ao seu credo.
Se ouvirmos aos crentes das Igrejas Pentecostais, o negócio fica mais preto ainda. Quando Cristo falou em união (Jo 17:19-23), somente Ele poderia ser o centro e nunca outra pessoa. Só os “nascidos de novo” podem almejar viverem num mesmo rebanho. Dessa forma, acredita-se que o CMI e sua política ecumenista estão sendo instrumentos de Satanás para levantar na terra a super-Igreja que dará suporte espiritual ao ministério do Anticristo, da Besta e do Falso Profeta, após o arrebatamento da Igreja salva.
ECUMENISMO MUSICAL
Ultimamente, com o crescimento da aceitação da música gospel, como é universalmente chamada, isso chamou a atenção de gravadoras seculares sobre esse novo “veio de ouro” a ser explorado.
Cantores e bandas gospel passaram a ser contratados pela Gravadora Som Livre, que pertence às Organizações Globo. Imagine a Globo preocupada em “divulgar” o louvor a Deus, utilizando esta frase: “Você louva e a Som Livre toca.” É de emocionar o povo evangélico!
Os nossos cantores cristãos estão sendo obrigados, por força de contrato, a se apresentarem junto com cantores-padres, em programas como do Faustão e da Xuxa. Teve um desses encontros entre a Pastora Ludmila Ferber com o Padre Fábio de Mello, que nos deixou constrangidos. O Faustão, colocando toda a sua “espiritualidade” para fora, disse aos dois que era muito bom eles estarem ali cantando juntos, pois “Deus é mesmo para todos.” Quem conhece a pastora, pode imaginar o que ela deve ter sentido naquele momento, sem poder dizer nada. E cantou em dupla com o padre. Muito ecumênico.
Neste primeiro semestre de 2013 correu notícias na Rede Social de que a cantora evangélica Aline Barros foi multada pela Globo por não ter concordado em se apresentar no programa "Esquenta" das tardes de domingo, onde predomina muita farra, com "artistas" de qualidade duvidosa. Eu fico imaginando a Aline Barros, com toda a sua pureza espiritual, cantando junto com os sambistas e falando em línguas.
Que Deus mova essa moça e os demais cantores evangélicos a cair fora daquela organização que serve a outros deuses. O povo de Deus não precisa da Globo para viver, pois MAIOR é o que nos sustenta.
Na foto abaixo, uma festa ecumênica entre os padres Marcelo Rossi, Fábio de Mello com o cantor gospel Régis Danese e outra cantora que, sinceramente, não estamos reconhecemos. Tudo isso patrocinado por Xuxa, de minissaia, que chega até a chorar, nesses momentos. Enquanto eles cantam, com certeza, as mocinhas adolescentes da plateia dançam bastante, colocando as mãozinhas para cima, como ensinam as músicas sertanejas. Tudo muito ecumênico. Eu pagaria para ver o rosto de Jesus, numa hora dessas!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORRÊA, Walmir Damiani. Todos os caminhos levam a Deus? Vol. II Tubarão,SC: s/e., 1995.
SHAKARIAN, William S. Ética: uma introdução a Teorias e Problemas. Nova York: Harper & Row, 1974
DA SILVA, Ezequias Soares. Seitas e Heresias. Lições Bíblicas da Assembleia de Deus, 2º Trimestre de 1997. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1997.
GILBERTO, Antônio. Religião, seitas e doutrinas falsas. Lições Bíblicas da Assembleia de Deus, 4º Trimestre de 1992. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1992.
MELO, Edino. A Bíblia: religiões, seitas e heresias. Série Ferramenta, Vol. 4. Campinas: Transcultural Editora, 2005.
LEITE FILHO, Tácito da Gama. Seitas mágico-religiosas. Rio de Janeiro: JUERP, 1994.
LEITE FILHO, Tácito da Gama. Resistindo à tempestade das seitas. Goiânia: Editora Renascer, 2002.
ZIBORD, Ciro Sanches. Não se iluda com a simpatia do Ecumenismo. In: CPAD News, 2010
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