Outro dia
ouvia alguém falar sobre correr riscos. Com muita convicção a pessoa dizia que
temos que correr riscos para a vida valer a pena.
No momento concordei e lembrei de vários riscos necessários na vida. Mas depois, pensando melhor, percebi que nem todos os riscos valem a pena.
Aqueles
relacionados ao pecado não valem a pena. Esses riscos podem destruir a vida em
vez de fazê-la valer a pena. Eva poderia nos relatar como foi destrutivo correr
o risco de desobedecer a Deus e comer do fruto proibido. Em alguns instantes
colocou tudo a perder. Com certeza não valeu a pena correr aquele risco. O
problema de correr riscos relacionados ao pecado é que momentaneamente parecem
valer a pena. Eu diria até que parecem ser necessários. Depois mostram que eram
destrutivos e terríveis.
Os riscos
relacionados ao pecado parecem valer a pena em função de três coisas: vaidade,
egoísmo e poder. Em geral tudo começa pela vaidade. Ela nos dá a sensação de
que precisamos de determinada coisa para sermos felizes, ainda que seja errada.
Eva que comeu o fruto sabendo que era proibido, mas foi motivada pelo fato de
ser “agradável, atraente e desejável” (Gênesis 3:6). Na sua vaidade se sentiu
merecedora daquele fruto. E foi aí que entrou em cena o egoísmo que lhe fez
pensar mais em si mesma do que em Deus. Naquela hora a ordem divina se tornou
menos importante e sua vontade pessoal passou a ser indispensável e poderosa
para fazê-la transgredir a orientação recebida do próprio Deus. O egoísmo nos
cega. Passamos a enxergar apenas o que queremos e corremos riscos enormes pois
essa visão é parcial, não representa a verdade. O egoísmo mexe com nossas
percepções e nos dá a sensação da onipotência que nos leva ao terceiro elemento
desse processo que é o poder.
Eva olhou para o fruto e pensou: “eu posso.”
Tenho poder de decisão e tenho força para fazer. E foi por causa desse
poder que o pecado entrou no mundo.
Vaidade,
egoísmo e poder continuam fazendo grandes estragos e levando pessoas a correrem
riscos desnecessários. Na liderança vemos isso com grande clareza. A queda de
um líder vem em geral associada a esses elementos e podemos descrevê-los sem
grandes esforços. Lembre-se de si mesmo: quantas vezes você correu riscos
enormes só em função da vaidade? Ou então do egoísmo? Ou ainda do poder?
Charles Swindoll escreveu "...que o pecado nos torna ousados". Não correríamos
determinados riscos se não fosse por ele. Fazemos verdadeiras loucuras,
contrariamos a razão, nos tornamos demasiadamente otimistas ou simplesmente
ignoramos os perigos. É como na narrativa de Eliana Rache (“Sonhação: o sono
sem pele”) em que a pessoa não consegue descrever por que fez determinada
coisa. Ela não tem condições de explicar porque percebe que se trata de algo
absurdo. De fato o pecado nos faz cometermos atos absurdos, riscos enormes e as
perdas são inevitáveis.
A única
maneira de amenizarmos nossos erros é tomarmos cuidado com a vaidade, egoísmo e
poder. Fazendo isso já amenizaremos muito nosso potencial de erro. Uma outra
coisa importante é reinterpretarmos o risco e transformá-lo não apenas em um
perigo potencial mas provável. Mude sua maneira de pensar. Em vez de correr o
risco pense em fugir do risco. Não calcule a possibilidade de algo dar errado
mas já tenha o erro como uma realidade concreta. Elimine a condição de risco
fazendo dela um perigo iminente e um prejuízo totalmente previsível.
Na
história dos dois construtores Jesus Cristo nos deixou uma advertência que bem
serve para encerrarmos esse texto: “Mas quem ouve estas minhas palavras e não
as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia”(Mt.
7:26).
Ouvir e não praticar é a essência da insensatez. Também é a essência de
correr riscos desnecessários. Você tem ouvido as advertências divinas a
respeito do preço terrível do pecado. Então, cuidado! Não corra riscos
desnecessários. Pratique os ensinos divinos e escape. Eva correu o risco e
colheu grande prejuízo. A sua história pode ser bem diferente da dela…
Viva vencendo essa tríade!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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