TEXTO ÁUREO
“Há só um Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir.
Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” (Tg 4.12).
VERDADE PRÁTICA
Não podemos estar na posição de juízes contra as pessoas,
pois somente Deus é o Justo Juiz.
Introdução
O estudo desta semana é um importante alimento para nossas
almas. Através da preciosa palavra de Deus, a epístola de Tiago, traz para
nossos corações um alento sem igual. Desejoso que os crentes de sua época
pudessem desfrutar de todas as bênçãos espirituais direcionadas a igreja, o
sábio homem de Deus deixou ensinamentos maravilhosos para o nossos dias. Que o
Espirito Santo, possa continuar derramando sobre a igreja sua graça, e
manifestando entre nós as grandezas do serviço cristão.
I – O perigo e colocar-se como juiz
Os conselhos práticos escritos na epístola estuada neste
trimestre, tem sido de grande utilidade para igreja. Existem muitas barreiras a
serem superadas até nossa chegada aos céus. O grande desafio do evangelho da
atual época, na pós-modernidade, é encontrar o perfil cristão desejado pelo
SENHOR Jesus para sua igreja. A igreja necessita voltar a agir como o
verdadeiro evangelho ensina. A
atualidade da epístola de Tiago e uma reportam a brevidade dos nossos projetos,
das condições da vida diária. Um caminho aberto ao entendimento do pleno
significado da vida em comunidade, família e igreja. A prática da vida exigida
pelos cristãos nos dias hodiernos requer um compromisso coeso com as
finalidades de uma vida sem mácula. A carta de Tiago evidencia a realidade
enfrentada pela igreja espalhada pelos estados, cidades, vilarejos, bairros e
becos de nossa grande nação.
E dever do cristão exercer discernimento em seus
julgamentos; “e por que não julgas também a vós mesmos o que é justo?” (Lc
12.57). Jesus convida a todos a fazerem um julgamento correto, porém se sabemos
muitas coisas, e não usamos esses conhecimentos, primeiramente em nós, a
aplicação destes julgamentos de nada vale o saber.
“Jesus censurou aqueles que “julgavam segundo a carne”, e
Ele mesmo sendo o autor de todas as coisas disse; “ eu a ninguém julgo” ( Jo 8.15). Observando a posição de Cristo como de filho
de Deus, vemos o quanto precisamos melhorar.
O novo testamento deixa claro que, o crente não deve julgar
seu irmão na fé. Existem muitas consequências advindas do julgamento alheio,
para isso é importante notarmos pelos menos quatro aspectos destas proibições. Em primeiro lugar, o julgamento não é
seguro. A palavra de Deus adverte “não julgueis, pra que não seja julgado” (Mt
7.1) “.. porque no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas” (Rm 2.1). Como o
próprio texto proclama, o julgamento alheio pode se torna a referência de um
julgamento sobre aqueles que o manifesta.
Em segundo lugar, não estamos qualificados para isso, vejamos o caso da
mulher pega em adultério, os seus juízes estavam prontos para a matança, e
esperavam de Cristo Jesus uma brecha para concluírem seus pensamentos (Jo
8.4,5). Existem pessoas que estão sendo colocados em situações semelhantes
todos os dias e não tem quem possa defendê-las. Depois da resposta de Jesus
muitos mudam de ideia, e por que isso aconteceu? O maior juiz estava entre eles
mesmos, as suas consciências, estavam tão contaminadas pelo pecado, que não
sobrou nenhum para que levassem a cabo a morte daquela mulher.
Jesus apelou para julgamento interior, visto que a
consciência daqueles homens os acusava talvez por pecados ainda maiores. Em
terceiro lugar, julgar aos outros não pertence a nós; “Quem és tu que julgas o
servo alheio?” “Para seu próprio senhor ou esta em pé ou cai” (Rm 14.4).
Devemos estar cientes que o julgamento pertence a Deus e não aos homens, observamos;
“aquele que julga... julga a seu irmão... julga a lei; ora, se julga a lei, não
és observador da lei, mas juiz.” (Tg 4.11). O perigo de termos um sentimento
contrário ao que estamos aprendendo, isto é, a aplicação correta da lei e o
julgamento pertencem exclusivamente a Deus. Quando o homem ultrapassa a
barreira de sua condição deixa de ser um cumpridor da lei e torna-se um juiz.
Por fim, em quarto lugar, do ponto de vista aplicado por Paulo em sua epistola
aos Coríntios no capítulo quatro e versículos três a cinco; “... pois quem me
julga é o SENHOR”. “Portanto, nada
julgueis antes do tempo, até que venha o SENHOR”.
O julgamento pode em muito atrapalhar a vida de quem se
compromete a fazê-lo. O julgamento esta de certa forma ligado ao falar mal do
irmão. O falar mal ou julgar um irmão é colocar-se em lugar de um juiz. Não
podemos perder tempo com coisas que não edificam a nossa vida neste mundo é
muito breve (1 Pe 1.24 ).
Devemos observar o que Tiago ensina para ter uma vida quieta
e longa sobre esta terra. Para sermos verdadeiramente abençoados pelo SENHOR
dos céus, devemos não apenas observar sua lei, mas cumpri-las. Somente a Ele
pertence a nossa vida, somente a Ele pertence o julgamento verdadeiro, Glória a
Ele para sempre.
II – A brevidade da vida e a necessidade do reconhecimento
da soberania divina (Tg 4.13-15).
O estudo do livro de Tiago nos conduz-nos a pensar os
argumentos de uma vida melhor e organizada diante de Deus. A importância de
estarmos em sintonia com a vontade divina nos leva a plena dependência dEle. A
afirmação de Tiago quanto à brevidade de nossas vidas ele diz; “digo-vos que
não sabeis o que acontecerá amanhã”, mostra a fragilidade dos desígnios
humanos. A necessidade de termos confiança absoluta em Deus guarda-nos que
sejamos ansiosos pelo futuro (Mt 6.34).
É natural ao homem
sonhar e por isso a tendência de conjeturar algo inexato ou um objetivo não
alcançado. E fácil percebemos isto no mundo atual, quando pessoas, muitas delas
levadas pela ganância, vão às casas lotéricas e fazem o seu jogo na expectativa
de alcançarem um prêmio. Mesmo sabendo que as chances de ganharem algum
dinheiro são remotas, apostam na incerteza, acreditando que um dia ponderam
alcançar a riqueza desejada.
Jesus quando instrui
os seus discípulos sobre o aspecto dos projetos humanos cita uma parábola (Lc
12.15,21.), onde este homem sem se preocupar com o que iria acontecer com seu
futuro decide construir grandes celeiros para armazenar a sua colheita.
Preocupado apenas com o seu bem estar, “alma descansa, come,
bebe e folga”, desejava estar tranquilo e esperançoso num futuro incerto.
Poderia a morte bater em sua porta naquele mesmo dia? Poderia de alguma forma
perder os seus bens? Jesus o chama de louco, pois a incerteza decorrente da
vida estava sendo colocada em sua riqueza. A soberania divina deve estar acima
dos nossos desejos e vontade, pois Deus é o que cumpre o desejo de nosso
coração (Sl 37.4). Quando observamos o caminhar de nossa trajetória neste mundo
encontramos muitos que estão aborrecidos com suas vidas, absurdamente
estressados com muitas coisas que poderiam esperar. Mas infelizmente os seus corações estão sobre
carregados com as ilusões deste mundo.
Diante da brevidade da nossa vida, o homem em sua maioria,
esquece que tudo provém de Deus, e Ele está no controle de tudo. Quando
escreveu sua carta Tiago advertiu a cada um, comparando nossa vida como um
vapor, que aparece por um momento e logo se dissipa. A vida humana consiste em
um espaço de tempo muito pequeno comprada a eternidade com Cristo.
Ao passo que, se temos em mente que a permanência na
obediência a palavra de Deus pode nos garantir a vida eterna, deveríamos
entregar plenamente tudo a Ele. Desta
forma, concordarmos com a petição de Tiago, “se o SENHOR quiser, e se vivermos,
faremos isto ou aquilo” somente assim poderemos desfrutar de ricas e copiosas
bênçãos.
Além da vontade divina acima de tudo, “se o SENHOR quiser”,
Tiago ainda elenca o fato de é preciso estar vivo para alcançar. O exemplo do
vapor pode fazer ainda mais sentido quando imaginamos que a promessa pode ser
alcançada ou não. Portanto diante daqueles que muitas vezes dizem; “quem tem
promessa não morre”, fica o exemplo do vapor citado por Tiago. Podemos ter
promessas, podemos ter pedido se o SENHOR quiser, mas se faltar a vida, nada
seremos.
III – Os pecados da arrogância e autossuficiência do ser
humano.
“Mas, agora, vos gloriais em vossas presunções; toda glória
tal como esta é maligna”. A advertência
de Tiago sobre a vontade do homem em nunca se curvar diante de Deus, pode
torna-lo insensível (1Tm 4.2). O homem que está cego pelos desejos deste mundo,
dificilmente se enquadrara na vontade de Deus. Basta olhamos para a aquilo esta
dito no versículo acima, “vossas presunções”, é algo que já esta arraigada no
coração do homem, algo interno e muito profundo.
O orgulho humano é um mal que pode dominar todos os outros
sentidos do corpo. Pode levar um homem a se ensoberbecer a ponto de creditar
tudo o que possui ao próprio ego. Foi o que aconteceu com Nabucodonosor (Dn 4),
ao contemplar toda glória da Babilônia,
tudo que havia ali foi alcançado pelo “seu mérito”. A autossuficiência tem sido
uma enfermidade crônica dentro da sociedade, dividindo a glória que pertence a
Deus, com conquistas humanas.
A carta de Tiago esta tão atual pleno século XXI, quando
milhares de homens e mulheres, estão sendo conduzidos pelo orgulho e vaidade, e
guiados por suas conquista. Se “eu tenho” é por que sou merecedor
“trabalhei muito”. Quando o correto seria dedicar toda a glória a Deus, e não
firmar sua vida em riquezas ou bens temporários (Pv 13.7). A glória de Deus
nunca pode ser dividida ou compartilhada com o homens (Is 42.8) e de
exclusividade dEle, e somente Ele pode receber.
A maldade esta no coração humano, a semente do velho “Adão”
está dentro dele, crescendo e frutificando. Somente um coração voltado para
Deus pode alcançar vitória.
O mundo jaz no maligno e muitos ainda não entenderão que o
orgulho humano é um mal que tem levado muitos a se esquecerem da providência
divina. O poder por vezes preiteado por muitos é causa de confusão e contenta,
e ainda se encontra também o orgulho e as presunções.
Diante de um quadro crítico que tem adentrado em muitas
igrejas, clamamos a Deus, que abra uma oportunidade para estarmos firmes e com
os corações pacificados para entender qual é a vontade perfeita do SENHOR para
nossas vidas.
Somente o nosso SENHOR e salvador Jesus Cristo, pode ajudar
a cada um de nós a vencer os desafios proposto para a igreja da atualidade.
Somente Cristo tem poder para em um momento convencer o homem a caminhar
perfeitamente pela sua vontade. Procuremos seguir o conselho de Tiago, fazendo
o bem que temos aprendido, pois somente assim podemos encontra uma vida melhor
neste mundo, e por fim a vida eterna.
Subsídio para o Professor
INTRODUÇÃO
Há duas questões essenciais que fazem parte do nosso
cotidiano: o perigo de se fazer julgamento indevido contra pessoas e a
capacidade de reconhecer os atos de Deus em nossos planos. Quem nunca emitiu um
juízo de valor sobre uma atitude ou sobre a vida de outra pessoa? E quem nunca
fez planos pessoais sem se lembrar de Deus? É sobre isto que trataremos nesta
Aula.
I. O PERIGO DE COLOCAR-SE COMO JUIZ (Tg 4:11,12)
Tiago, mais uma vez, aborda a questão da fala e o cuidado
com aquilo que falamos. Sabemos que é possível falar com as pessoas
exortando-as, aconselhando-as e ensinando-as a serem melhores e estarem mais
próximas de Deus. Mas também é possível falar mal das pessoas e atrair para si
um duro julgamento.
1. A ofensa gratuita. É interessante que logo após a
condenação do mundanismo (Tg 4:1-10), tratado na Aula 10, Tiago passa para os
relacionamentos apropriados entre os crentes. Ele entra logo na questão da
maledicência: declarar guerra contra os irmãos, usando a língua para falar mal
uns dos outros. Para conseguir os nossos interesses, nós frequentemente
julgamos os irmãos, falamos mal dos irmãos, porque queremos destruir sua
reputação, sua eficácia, sua importância, para que assumamos o seu lugar, para
que tenhamos alguma vantagem. Isto é tipo do mundanismo, a maledicência que nos
torna juízes dos irmãos.
Falar mal é algo que pode ser feito de várias maneiras. Nós
podemos falar a verdade sobre uma pessoa e ainda assim sermos desagradáveis, ou
podemos espalhar mexericos que os outros não precisariam ficar sabendo. Podemos
estar questionando a autoridade de alguém, ou anulando as suas boas obras por
meio de calúnias. Isto, obviamente, destrói a harmonia entre os crentes (veja
2Co 12:20; 1Pe 2:1).
Segundo o pr. Eliezer de lira, “algumas pessoas parecem ter
satisfação em destilar palavras que machucam. O que ganham com isso? Um
ambiente incendiado por insinuações maldosas, onde elas mesmas passam a maior
parte das suas vidas sofrendo e levando outros a sofrerem. Devemos evitar as
ofensas e as agressões gratuitas, pois o “irmão ofendido é mais difícil de
conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como ferrolhos de um
palácio” (Pv 18:19). As ofensas só trazem angústias, tristezas e desgraças”.
2. Falar mal dos outros e ser juiz da lei (Tg 4:11).
“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e julga a seu
irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és
observador da lei, mas juiz“.
De acordo com a lei régia do amor, devemos amar nosso
próximo como a nós mesmos. Falar mal do irmão, ou julgar sem motivo, é opor-se
a essa lei como se não tivesse valor. Transgredir a lei deliberadamente é uma
forma de desrespeito e desprezo. Equivale a dizer que a lei não é boa nem digna
de obediência.
Tiago, aqui, está tratando da lei real - a lei que liberta
ou condena, a lei que deve ser observada. Ele diz que a lei está sendo atacada.
O problema especifico que está sendo confrontado infringe o nono mandamento:
“Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Ex 20:16). Ele também infringe a lei mais
fundamental de Cristo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39). Jesus
designou este mandamento como sendo o segundo maior mandamento (Mc 12:31). Se
um crente fala contra outro crente, ele fala mal da lei e julga a lei, porque
não está mostrando amor e não está tratando os outros como gostaria de ser
tratado. A sua desobediência mostra desrespeito pela lei, pois ele está
julgando a sua legitimidade. Ao fazer isto, ele está se colocando acima de
Deus. Quando julgamos os outros desta maneira difamadora, estamos claramente
deixando de nos submeter a Deus.
3. O autêntico Legislador e Juiz pode salvar e destruir (Tg 4:12).
”Há só um Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és,
que julgas a outrem?”.
Há um só legislador (a origem da lei) e um Juiz (que faz a
lei vigorar). Nós, que somos responsáveis diante da lei de Deus, não podemos
nos colocar no lugar de Deus. Deus recompensa aqueles que obedecem à lei e
destrói aqueles que a desobedecem. Disse Jesus: “E não temais os que matam o
corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no
inferno a alma e o corpo” (Mt 10:28). Quem critica seu irmão e fala mal dele
vai ter de acertar as contas com Deus, pois na prática está se colocando no
lugar dEle. Portanto, Tiago remove qualquer direito que pudéssemos reivindicar
de criticar o nosso próximo. Por trás do espírito de crítica, está uma atitude
que usurpa a autoridade de Deus e que está repleta de orgulho. Não deve haver
críticas ásperas e severas no corpo de Cristo.
Podemos pensar que simplesmente criticar um membro da igreja
ou espalhar um mexerico pouco interessante não seja algo tão grave -
especialmente em comparação com outros pecados. Mas a Bíblia vê isto como um
pecado de suma gravidade, porque infringe a lei do amor e tenta usurpar a
autoridade de Deus. Como estudamos na Aula 08 (Tg 3:1-12), a língua é um
instrumento de pecado mortal. Não ousemos minimizar o perigo que ela
representa.
Todavia, é bom ressaltar que Tiago 4:12 não proíbe a ação
adequada de uma igreja contra um membro que está agindo em flagrante
desobediência a Deus. Ele, como pastor principal em Jerusalém, sabia que a
igreja tem o dever de agir de forma sistemática e direta em alguns momentos.
Ananias e Safira foram julgados duramente por Deus, por intermédio de Pedro, e
Paulo ordenou a exclusão do crente coríntio que tinha relações sexuais com a
mulher do próprio pai (1Co 5:6). Há situações em que a igreja precisa ser
enfática na forma como administra os erros de seus membros, sob pena de se
igualar ao mundo. Claro que a disciplina sempre deve ter os objetivos de
corrigir e reabilitar. Não podemos lançar no mundo uma pessoa que Jesus salvou,
mas não podemos também compactuar com um pecado cometido, como se nada de
errado houvesse ocorrido.
É claro que não é sobre esse tipo de julgamento que Tiago
está falando. Na verdade, ele está preocupado com as palavras críticas que
condenam ou julgam as ações dos outros e a sua posição perante Deus. Ele está
confrontando as pessoas que poderiam ser tentadas a se colocar como cães de
guarda, vigiando os outros crentes. Como você reagiria se soubesse que seu nome
foi citado em uma conversa, sendo mal falado ou tendo sua imagem denegrida de
forma indevida e injusta? Da mesma forma que você gostaria de ser tratado, deve
igualmente tratar o seu próximo.
II. A BREVIDADE DA VIDA E A NECESSIDADE DO RECONHECIMENTO DA
SOBERANIA DIVINA (Tg 4:13-15)
1. Planos meramente humanos (TG 4:13). ”Eia, agora, vós que
dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a cidade tal, e lá passaremos um ano, e
negociaremos, e teremos lucros“.
Tiago condena a atitude pecaminosa de quem planeja com
presunção e autoconfiança sem levar em conta a vontade de Deus. Ele descreve um
homem de negócios que traçou um plano completo para o futuro. Observe os
detalhes. Ele considera o tempo (hoje ou amanhã); as pessoas envolvidas (nós);
o lugar (cidade tal); a duração (passaremos um ano); a atividade (negociaremos)
e o resultado esperado (teremos lucro). O que ficou faltando? Em nenhum momento
ele pensa em Deus. Precisamos fazer planos para o futuro, mas se levarmos em
consideração apenas a nossa vontade, estaremos pecando.
2. A incerteza e a brevidade da vida (TG 4:14). ”Digo-vos
que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor
que aparece por um pouco e depois se desvanece”.
Não é correto planejar como se o amanhã fosse certo. “Não
digas […] amanhã” (Pv 3:28). Não sabemos o que o dia de amanhã nos reserva.
- A incerteza da vida. O sábio escritor do livro de
Provérbios, referindo-se à incerteza e a brevidade da vida disse: “Não te
glories do dia de amanhã; porque não sabes o que produzirá o dia” Pv 27:1).
Esses negociantes estavam fazendo planos seguros para um ano, enquanto não
podiam ter garantia de um dia sequer. Eles diziam: nós iremos, nós
permaneceremos, nós compraremos e teremos lucro (Tg 4:13). Essa postura é a
mesma que Jesus reprovou na parábola do rico insensato em Lucas 12:16-21.
Aquele que pensa que pode administrar o seu futuro é tolo. A vida não é incerta
para Deus, mas é incerta para nós. Somente quando estamos dentro da vontade de
Deus é que podemos ter confiança no futuro. - A brevidade da vida. A Bíblia tem
muito a dizer sobre a brevidade da vida e a necessidade de nos prepararmos para
a eternidade. Embora a maioria de nós viva como se fosse indestrutível,
precisamos de uma nova consciência do fato de que a morte se acerca rapidamente
para todos nós. A Bíblia tem muitas advertências sobre como devemos nos
preparar para encontrar a Deus. O rico, com toda a sua fortuna, não consegue
obter o perdão da sentença de morte que pende sobre todos os homens. O pobre
não consegue mendigar nem um só dia extra de vida da “Dona Morte” que persegue
todos os homens, do berço à sepultura. Tiago compara a duração da vida com um
vapor (neblina): “O que é a tua vida? É um vapor que aparece por um pouco e
depois se desvanece” (Tiago 4:14b).
O livro de Jó revela de forma clara a brevidade da vida: a)
”Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão…” (Jó 7:6); b) ”…
nossos dias sobre a terra são uma sombra” (Jó 8:9); c) ”… os meus dias são mais
velozes do que um corredor” (Jó 9:25); d) ”O homem, nascido da mulher, é de
poucos dias e cheio de inquietação. Nasce como a flor, e murcha; foge também
como a sombra, e não permanece” (Jó 14:1,2).
Moisés diz: “… acabam-se os nossos anos como um suspiro…
pois passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90:9,10).
Na primeira epístola de Pedro, lemos: “… toda a carne é como
erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou- se a erva, e caiu a
sua flor” (1Pe 1:24). Aqui, Pedro alerta sobre a brevidade da vida neste mundo.
O homem parece ter tanto poder na terra, de repente fica
velho ou morre, e passa tudo. A carne, o valor humano, é tão fraca como a flor
do campo.
Porque a vida é breve não podemos desperdiçá-la nem vivê-la
na contramão da vontade de Deus. Há cristãos em demasia que tentam ignorar a
ideia da morte e de ter que, um dia, passar pelo juízo final de Cristo para
prestar contas de como passaram os seus dias aqui na terra. Ponha a mão sobre o
coração e sinta-o bater. Ele está dizendo: “Depressa! Depressa! Depressa!”.
Somente alguns breves anos, no máximo.
3. O modo bíblico de abordar o futuro (Tg 4:15). ”Em lugar
do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou
aquilo”.
Não é pecado planejar o futuro. Não é pecado fazer planos.
Pecado é fazer planos, planejar o futuro sem levar Deus em consideração. O que
Tiago 4:15 condena é a atitude daqueles irmãos empresários que fazem planos de
expandir os seus negócios, abrir filiais, ganhar muito dinheiro, aumentar o
número de empregado, e não levar em consideração que só farão isto se Deus
quiser, se Deus permitir. Eles deveriam dizer: “se Deus quiser, se Deus
permitir nós faremos isto e faremos aquilo”.
Quando nós fazemos planos para o futuro como se Deus não
existisse, como se não dependesse de Sua mercê e da Sua graça a realização
desses planos, estamos praticando puro mundanismo. Tiago diz assim: “o que é a
vida de vocês? É como um vapor que hoje existe e amanhã não existe mais“. Isto
nos lembra da parábola que o Senhor contou do rico insensato, que não mais
tinha onde guardar os seus tesouros e disse: eu vou destruir todos os meus
armazéns e vou construir outros maiores. E aí vou dizer a minha alma: tens à
tua disposição bens para todo o futuro. Portanto, come e bebe e regala-te. E
Deus lhe disse: louco, esta noite pedirão a tua alma, o que tens preparado para
quem será? (Lc 12:20).
Portanto, os crentes não podem viver de uma forma
independente de Deus; os nossos planos não podem ignorá-lo. Devemos fazer
planos, mas devemos reconhecer a vontade superior de Deus e a soberania divina.
Isto significa mais do que simplesmente dizer: “Se Deus quiser” - quando
falarmos a respeito dos planos futuros -, porque isto também pode perder o
significado. Isto significa planejar com Deus ao fazermos os nossos planos. Os
nossos planos devem ser avaliados pelos padrões e objetivos de Deus, e nós
devemos orar por eles quando estivermos ouvindo o conselho de Deus. Esta forma
de planejar agrada a Deus. No livro de Atos, o apóstolo Paulo declara: “Se Deus
quiser, voltarei para vós outros” (At 18:21); e em 1Corintios 4:19, escreve:
“Em breve, irei visitar-vos, se o Senhor quiser”.
É assim que devemos exercer a nossa fé, na dependência total
de Deus, levando-o em consideração em todos os aspectos de nossa vida.
III. OS PECADOS DA ARROGÂNCIA E DA AUTOSSUFICIÊNCIA (Tg
4:16,17)
“Mas, agora, vos gloriais em vossas presunções; toda glória
tal como esta é maligna. Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete
pecado“.
1. Gloriar-se nas presunções (Tg 4:16a). ”Mas, agora, vos
gloriais em vossas presunções…”.
Os cristãos estavam se vangloriando de seus planos
pretenciosos para o futuro. Mostravam-se arrogantes na certeza de que nada
poderia interferir no cronograma estabelecido. Agiam como se fossem senhores do
próprio destino. Isto é presunção.
Presunção é assegurar a nós mesmos que o tempo está do nosso
lado e à nossa disposição.
Presunção é fazer os nossos planos como se estivéssemos no
total controle do futuro.
Presunção é viver como se nossa vida não dependesse de Deus.
Jamais podemos deixar de fora o Senhor do curso de nossa
vida. Qualquer tentativa para achar segurança longe de Deus é uma ilusão. O
homem não pode controlar os eventos futuros. Ele não tem sabedoria para ver o
futuro nem poder para controlar o futuro. A presunção do homem apenas tenta
esconder a sua fragilidade. Somos pó e cinza (Gn 18:27; Jó 30:19). A presunção,
portanto, é pecado, é fazer-se de Deus.
2. A malignidade do orgulho das presunções (Tg 4:16b). A
gravidade da presunção e da arrogância humana pode ser comprovada na segunda
parte do versículo dezesseis: “toda glória tal como esta é maligna”.
O orgulho da presunção envolve tomar em nossas próprias mãos
a decisão de planejar e comandar a vida à parte de Deus. Também envolve uma
declarada desobediência ao conhecido propósito de Deus (Tg 4:17).
A presunção atinge várias áreas:
- toca a vida - hoje, amanhã, um ano;
- toca as escolhas - “… hoje ou amanhã iremos… passaremos um
ano, negociaremos e ganharemos“;
- toca a habilidade - “negociaremos e ganharemos“.
Obviamente, Tiago não está combatendo a questão do
planejamento, mas combatendo o planejamento sem levar Deus em consideração. É
claro que a vida é feita de nossas escolhas. Precisamos ter alvos, planos,
sonhos, mas não presunção.
Como nós podemos nos proteger da presunção?
- Em primeiro lugar, tendo consciência da nossa ignorância:
“No entanto, não sabeis o que sucederá amanhã” (Tg 4:14).
- Em segundo lugar, tendo consciência da nossa fragilidade:
“Que é a vossa vida? Sois um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece”
(Tg 4:14).
- Em terceiro lugar, tendo consciência da nossa total
dependência de Deus: “Em lugar disso, devíeis dizer: se o Senhor quiser,
viveremos e faremos isto ou aquilo” (Tg 4:15).
Podemos afirmar que a vida humana está em certo aspecto sob
o controle humano. Precisamos tomar decisões e somos um produto das decisões
que fazemos na vida: quem queremos ser, com quem andamos, com quem nos casamos,
o que fazemos. Por outro lado, a vida humana, não está em nosso controle. Nós
não conhecemos o nosso futuro nem sabemos o que é melhor para nós. Devemos
procurar saber qual é o desejo de Deus para a nossa vida. A verdade
incontestável é que a vida humana está sob o controle divino. Se Deus quiser
iremos, compraremos, ganharemos.
3. Faça o bem (Tg 4:17). “Portanto, aquele que sabe que deve
fazer o bem e não o faz nisso está pecando“.
Neste contexto, fazer o bem significa levar Deus em
consideração em todos os aspectos da vida e viver na dependência dele a cada
momento. Se sabemos que devemos agir desse modo, mas não o fazemos, pecamos
claramente. É evidente que o princípio tem uma aplicação mais ampla. Em todas
as áreas da vida, temos a responsabilidade de fazer o bem sempre que surge a
oportunidade. Se sabemos o que é certo, temos a obrigação de viver de acordo
com esse conhecimento. A negligência é pecado contra Deus, nosso próximo e nós
mesmos. Tiago recomenda que não sejamos somente ouvintes, mas praticantes da
Palavra (Tg 1:22). Se ouvimos, entendemos, compreendemos e podemos fazer o que
deve ser feito, mas não o fazemos, estamos em pecado. Deus condena o pecado da
omissão!
CONCLUSÃO
Aprendemos com Tiago sobre real perigo de abrirmos a nossa
boca para falar mal de outra pessoa. Quem assim procede está indo de encontro à
lei real, a lei do amor. Quem critica seu irmão e fala mal dele vai ter de
acertar as contas com Deus, pois na prática está se colocando no lugar dEle.
Aprendemos, também, sobre a realidade do fato de que não
podemos controlar a nossa própria vida sem levar Deus em consideração. Tiago,
de forma direta, nos desafia a incluir Deus em nossos planos, e de forma
indireta nos ensina que isso implica a busca pela vontade de Deus em nossas
vidas. Quando fizermos planos, eles devem estar coadunados com a soberana
vontade de Deus. Deus não é contra fazermos planos, mas orienta-nos a que os
apresentemos a Ele. Façamos projetos e invistamos neles dentro de nossas
possibilidades, mas nunca nos esqueçamos de que nossa vida é muito breve, que não
temos controle sobre ela, e que Deus tem sempre planos melhores do que os
nossos (Jr 29:11). Lembremos de que a nossa obediência a Deus hoje pode
garantir a orientação divina no futuro.
Meu abraço
Viva vencendo essa malignidade do coração de julgar sem 'a justa medida' que Jesus falou!!!
Seu irmão menor.
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