ANSIEDADE E OBSESSÃO NA BUSCA DE ESPAÇO, RECONHECIMENTO E SUCESSO POR PARTE DE PREGADORES-PRELETORES
A busca por aprovação e sucesso se tornou uma obsessão na vida de parte da nova geração de pregadores-preletores no Brasil.
Não
foi uma, nem duas vezes, ao me encontrar em escolas bíblicas,
conferências, etc., que o pregador-preletor me perguntou algo do tipo:
“pastor, como fui?”, “o senhor acha que os irmãos gostaram?”, “com este
nível de mensagem eu pregaria em Abreu e Lima-PE?”, “pastor, me sai
bem?”.
Outro
sintoma desse desejo pelo brilho é a confusão que alguns preletores
fazem nos eventos onde dividem espaço com outros. Alguns amigos meus que
presidem igrejas me compartilharam algumas situações por eles
vivenciadas.
Há
o caso do preletor que fez uma grande confusão, pois achava que no
horário em que pregaria não teria um “público” muito grande para
escutá-lo. O pastor presidente, para evitar maiores transtornos no
trabalho, resolveu a questão ao conseguir negociar com o outro preletor a
mudança dos horários.
Há
também os que se incomodam quando seus nomes e fotos não aparecem nos
primeiros lugares, ou em destaque nos cartazes e faixas das
festividades.
Para
demonstrar seu alto nível como pregador-preletor, alguns gastam muito
tempo listando os países e cidades onde já ministraram. Já testemunhei
casos em que o pregador-preletor chega ao ponto de dizer quantas
decisões, curas, libertações e batismos com o Espírito Santo já foram
realizados por intermédio do seu ministério.
Recebi
certa vez a ligação de um pregador-preletor que buscava informações
sobre a igreja em que iria pregar, pois sabia que eu já tinha ministrado
lá. A pergunta dele era para saber se os irmãos eram “avivados” ou
“comedidos”. Questionei a razão de sua pergunta, e ele me falou que era
para adequar a sua mensagem ao seu “público”.
Há
um grupo que pergunta sempre sobre quais assuntos podem pregar "naquela
igreja", pois não desejam falar de coisas que promovam algum
desconforto em seus ouvintes, querendo com isso garantir o convite para
retornar.
Para
agravar a situação, alguns púlpitos no Brasil estão ganhando status de
“o sonho de todo pregador”. Dessa forma já se escuta algo do tipo: “Meu
amigo, se você pregar lá e ‘for bem’, nunca mais vai te faltar agenda”.
Na
busca por espaço, visibilidade e sucesso já foram criadas as
cooperativas de pregadores-preletores, onde os mesmos se indicam
mutualmente, e em alguns casos os participantes rateiam entre si os
ganhos com as agendas.
A
prudência no uso das redes sociais, blogs, portais, sites e outras
ferramentas midiáticas deve ser buscada. Nesses espaços o
pregador-preletor pode publicar seus estudos e artigos, conversar com os
irmãos, divulgar seus compromissos, publicações e demais trabalhos, mas
sempre evitando passar uma imagem de si mesmo de “produto de consumo”.
Minha
preocupação se volta mais uma vez para as novas gerações de jovens
pregadores-preletores, que acabam seduzidas e embriagadas por essas
ideias e posturas. Para os tais, recomendo que se voltem ou permaneçam
firmados na Palavra, e que esperem e busquem em Deus a direção para os
seus ministérios.
O Deus que vocaciona é o mesmo que comissiona.
O Deus que promete é o mesmo que realiza.
As
ações que norteiam o crescimento de um ministério saudável e frutífero,
que em tudo exalta e glorifica a Deus, encontram os seus fundamentos
inabaláveis e inegociáveis nas Escrituras Sagradas.
Altairgermano
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