Umbigocentrismo
Conheci
o humanismo na escola. O contraste com tudo o que eu via na igreja era
gigantesco: se nas classes da escola bíblica eu recebia a instrução de
que Deus era o centro da história e de tudo o que existe, na escola
secular encontrei o homem como o centro. Não poderia haver maior
oposição de princípios. Hoje passaram-se mais de vinte anos desde que
percebi o choque ideológico, mas creio que a diferença de opinião entre
as duas instituições diminuiu sensivelmente. Não que a escola tenha se
aproximado de Deus – muito pelo contrário. Foi a igreja que se tornou
bem mais humanista, que deslocou o centro de suas aspirações de Deus
para o homem. Neste “novo” comportamento, o universo e até mesmo Deus
estão girando em torno do nosso umbigo. É isso que chamo de
Umbigocentrismo.
Nessa ideia estapafúrdia, alguém decidiu que a vontade de Deus passa
pelo nosso sucesso. A “prosperidade do povo de Deus” tornou-se o veículo
da pregação do evangelho e a abundância material o sinônimo da bênção
divina – ideia bem adequada à competitividade capitalista em que
vivemos. Onde isso aparece? Na pregação (talvez camuflada) de que Deus
está preocupado em fazer com que nós sejamos ricos, bem-sucedidos e
poderosos. Quantas vezes você já ouviu a frase “EU determino”? Ou então
“EU quero enriquecer para contribuir mais”, ou “EU vou ser famoso para a
glória de Deus”?
Para a glória de Deus? É brincadeira…
É difícil para nós compreendermos corretamente a essência do
evangelho. Somos tão bombardeados pela mídia na busca pelo sucesso que
perdemos a referência de quem somos de fato: homens. Tomamos o lugar de
Deus. Nós simplesmente determinamos e Ele passa a trabalhar para o nosso
lucro e conforto.
Mas contra essa atitude temos alguns exemplos veterotestamentários
(já que dali saem todos os referenciais de riqueza dos defensores da tal
da prosperidade): Jó e os amigos de Daniel.
Jó é um livro que não gostamos muito de ler. Aquela desgraça que se
abate sobre o coitado chega a nos constranger. Mas já no início do
livro, Jó nos revela o entendimento essencial a respeito de quem ele era
e quem Deus é. Após perder tudo, inclusive a saúde, ele disse: “Nu saí
do ventre da minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor
o tomou: bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21). Ele podia não
compreender as razões de Deus e até gemer contra elas, mas jamais se
apartava do princípio básico: Deus é Deus, o homem é homem. Sabia quem
era o soberano nessa relação. Se tudo lhe foi restituído depois é apenas
porque Deus assim o quis.
Outros que surpreendem são os três amigos de Daniel no episódio da
fornalha de Nabucodonosor (Dn 3). Quando rejeitaram a ordem de se
curvarem perante a imagem, eles deram uma resposta memorável:
“Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei
Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder sobre esse negócio. Eis
que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que pode nos livrar; ele nos
livrará da fornalha de fogo ardente e da tua mão, ó rei. Mas, SE NÃO,
fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a
estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.16-18). Não eram eles que
determinariam nada; estavam nas mãos de Deus e isso lhes bastava. Mesmo
que para um final trágico. E se Deus os salvou, também foi somente
porque quis.
Tanto Jó quanto os amigos de Daniel compreendiam o conceito da
soberania de Deus. Nem mais, nem menos. Deus não trabalhava para eles,
não girava ao redor dos seus umbigos.
E eles nunca se esqueceram disso.
Crônica escrita por André Daniel Reinke
Comentário de Wáldson:Esse tal de evangelho inventado a partir dos desejos humanos é maldito.
Esse é o 'outro evangelho' que Paula temia vir, e veio. E se instalou em nosso meio.
Nessa nova versão de 'evangelho', Deus é o servo e os homens, os senhores. O homem não pede humildemente, mas 'exige seus direitos'.
Hoje, o homem já não ora segundo a vontade de Deus, mas 'desafia a Deus', a lhe dar o que ele quer, da maneira que ele quer. Nem mais nem menos.
Tenho visto ás vezes, na grande mídia, pastores, bispos, missionários, profetas, sacerdotes, apóstolos e etc, ensinando que 'somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo e sendo assim, eu não tenho que ficar esperando nada. Eu tenho que determinar em nome de Jesus aquilo que é meu por direito'.
Quanta asneira tem sido dita...
Quanta loucura...
Detesto esses programas e tenho pavor desses 'telepastores' que ensinam a Teologia da Prosperidade, com a única intenção de 'arrancar' do sujeito, o seu dinheirinho.
'São lobos vorazes. Não poupam o rebanho', como anteviu Paulo em Atos dos Apóstolos ao se despedir dos irmãos.
Minha gente, parem de contribuir com esses lobos. Não dêm mais sua oferta. Não enviem mais suas contribuições. Deixem de assistir a seus programas.
Invista sua contribuição financeira onde você sabe que ela estará sendo aplicada justamente para a Obra de Deus, e não para o bolso de um desses pregadores de Rádio e TV.
Ainda existe perto de você uma igreja séria, como líderes sérios que estão preocupados com almas, vidas e não com dinheiro seu.
Pare de alimentar essa corja de corruptos, que não tendo onde mais colocar dinheiro, resolvem comprar jatinhos, helicópteros, mansões e apartamentos nos EUA e na Praia de Copacabana no RJ.
Não dê a eles sua contribuição, pois já foi provado pela Polícia Federal que eles fazem lavagem de dinheiro e com ele, compram carros importados e blindados, fazem viagens de Cruzeiro pelas praias brasileiras. Eles, suas esposas, filhos, genros e noras. Sem falar nos netos.
Até quando vamos alimentar esses 'ventres preguiçosos'?
Fico indignado com essa turma que Paulo chamou de 'cães, e de falsos obreiros'.
Com tristeza na alma, deixo meu abraço.
Vivam vencendo!!!
Seu irmão menor.
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