Lição 14 - A VIDA PLENA NAS AFLIÇÕES
Texto Áureo: Fp. 4.12,13
– Leitura Bíblica: Fp. 4.10-13
INTRODUÇÃO
Ninguém está livre de aflições, nem mesmo os cristãos, essa é uma
verdade bíblica e experiencial (Jo. 16.33). Estudaremos, na lição de hoje, a
última do trimestre, que as aflições são reais. Inicialmente apresentaremos uma
abordagem bíblica a respeito das aflições. Em seguida, trataremos sobre as
aflições na vida do apóstolo Paulo, e ao final, mostraremos encaminhamentos
escriturísticos para uma vida plena, apesar das aflições.
1. AS AFLIÇÕES DA VIDA
Conforme
estudamos ao
longo deste trimestre, muitas são aflições do justo (Sl. 34.19). As
pessoas
podem perder o que têm, tal como aconteceu com Jó (Jó. 1.11-19), os
próprios
entes queridos (I Sm. 18.14), e a honra (Jó. 15.35). A doença é
considerada uma
das principais aflições na vida do crente (Pv. 18.14). A violência,
desde a
antiguidade, perturba o ser humano (Sl. 94.3-7; Is. 1.15-17). Atrelada a
essa
está a cultura do medo, que provoca pavor e pânico nas pessoas (Jó.
4.13,14). Em uma sociedade que
privilegia o sucesso, as pessoas também têm medo do fracasso (Sl. 31.17;
Is.
37.27). Diante das aflições o crente reage de formas diversas, alguns
deles
tentam fugir (I Rs. 19.3), gemem e choram (Sl. 79.11; Ez. 21.11). Mas
como cristão, temos Cristo o maior exemplo diante dos sofrimentos (Is.
53). Ao invés da angústia, podemos ir adiante, inspirado na fé dos
antigos (Mt. 5.12; At. 7.53;
Hb. 11.35-38; Tg. 5.10). Isso mostra que não estamos sozinhos, nos
identificamos tanto com aqueles que sofreram antes de nós quanto com
aqueles que sofrem no momento presente, na comunidade da fé (I Co.
12.26). A cada dia passamos por aflições diversas, algumas de ordem
política, outras social e econômica (Lc. 16.19; At. 12.1; Hb. 10.34; Tg.
2.6). Mas como Cristo temos consciência da nossa missão na terra, que é
servir, e não ser servido (Mc. 10.33), em obediência até a morte (Fp.
2.8). Muitas igrejas atuais fogem da mensagem
da cruz, isso porque ela continua sendo escândalo e vergonha (I Co.
1.8), ninguém quer ser
fraco ou perdedor (Mc. 8.32,33). O caminho de Jesus é diferente, pois
Ele sabe o que é padecer, na cruz passou
pela dor do abandono (Mc. 15.34; I Co. 1.23; 2.2). Sua morte teve um
caráter sacrificial, através dela Ele retirou
os pecados daqueles que creem (Hb.
2.14,18; 4.15; Jo. 12.24; 13.1; 15.12). A salvação é garantida aqueles
que creem, não precisamos mais sofrer para sermos salvos, mas para nos
identificarmos com a condição cristã (Jo. 15.20; II Co. 4.8;
Fp. 3.10).
2. AS AFLIÇÕES NA VIDA DE
PAULO
Paulo
tinha consciência da sua identificação com as aflições de Cristo (II
Co. 6.8-10). Por isso, apesar de tudo, e contra todos, nos ensina a não
nos desesperarmos, nem pensar que estamos desamparados (II Co. 4.10),
pois a vida nos aguarda, mesmo diante da morte (II Co. 6.9). Nem mesmo a
fraqueza deve ser motivo de desequilíbrio, pois quando pensamos que
estamos fracos, na doença e na perseguição, somos fortalecidos pela
graça do Senhor (II Co. 12.9). Na
medida em que tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também nos
alegramos na
bendita esperança da glória (I Pe. 4.13). Enquanto caminhamos, nos
voltamos para os fracos e necessitados deste mundo, tal como fez o
Senhor Jesus Cristo (I Ts. 1.6). Ao invés da fama terra, a motivação do
crente para estar na igreja, e ser igreja, é servir, seguindo o exemplo
de Cristo (Mc. 10.45). O
mundo é contra Deus, ele perseguiu a Cristo, por essa razão os crentes
estão no mundo,
como ovelhas no meio de lobos (Mt. 10.16). Paulo estava ciente dessa
verdade, quando Jesus o chamou não lhe prometeu glória, honra e riqueza,
mas sofrimento por amor a Ele (At.
9.15). Seguir, para o Apóstolo, significava completar o ministério de
Jesus (At. 20.24), como diáconos de Deus (II Co. 6.4). Muitos foram os
seus sofrimentos de Paulo (II Co. 11.23), e como ele, devemos suportar
tal condição (II Co. 1.6; Fp. 1.29) e enfrentar as adversidades (II Tm.
1.8,12; 4.5). Paulo foi levado à
presença de governadores e reis por causa de Cristo (Mc. 13:9; Mt.
10.17; Fm.
1.13), sendo acoitado com varas pelos romanos (II Co. 11.32). O mundo
segue esses mesmos padrões e deseja que todos se dobrem diante do seu
governo. Mas os verdadeiros cristãos, por optarem pelo senhorio de
Cristo, e serem diferentes, acabam passando por aflições (Jo. 15.18-20;
II Tm. 3.12).
3. ESPERANÇA, APESAR DAS
AFLIÇÕES
As
aflições somente são compreendidas a partir da cruz de Cristo, pois
a sabedoria de Deus se revela no Crucificado (I Co. 1.18). É através
dessa
loucura que somos chamados por Deus (I Co. 1.25), agraciados (Fp. 1.29),
bem-aventurados
(Mt. 5.33) e cheios do Espírito (I Pe. 4.14). Por isso, apesar das
aflições,
nos regozijamos no Senhor (I Pe. 4.12), ate mesmo nas fraquezas (II Co.
12.5,9). É nesse contexto que mesmo atribulados jamais perdemos a
esperança (II
Co. 6.4; Rm. 8.35), perplexos, às vezes, mas nunca desanimados (II Co.
1.8), pois Deus
nos consola nas aflições (II Co. 1.4). É maravilhoso saber que as
aflições do tempo presente apontam
para a dimensão escatológica, para o peso de glória que está reservada
aos que creem (Rm. 8.18). Para os adeptos do triunfalismo de Corinto (I
Co. 4.8), que se aplica aos destes dias, Paulo destacou que Deus colocou
os apóstolos como condenados à morte (I Co.
4.11,12). Muitos querem fama, glória e riqueza agora, mas somente na
dimensão escatológica seremos glorificados (Rm. 8.22), na expectação
pelos tabernáculos eternos (II Co. 5.4).
Naquele dia finalmente Deus enxugará dos olhos toda lágrima, já não
haverá mais
morte, nem sofrimento, nem pranto nem dor (Ap. 21.4). Enquanto
estivermos neste
corpo, não podemos desfrutar plenamente das glórias futuras, pois a
morte, a
última inimiga a ser vencida (I Co. 15.26), ainda não foi totalmente
derrotada
(II Co. 12.7), trazendo sofrimentos às pessoas (Ap. 2.10). Apesar das
aflições,
o crente não se entristece, pois o Espírito Santo produz nele a alegria
(I Ts.
1.6; 5.16; Gl. 5.22). Essa alegria nos conduz à paciência e firmeza no
Deus (Rm. 15.5) que fortalece para toda paciência e persistência (Rm.
12.12; Cl. 1.11; I Pe. 5.1).
CONCLUSÃO
Os
que passam por aflições, no tempo presente, partilham com Cristo
das Suas tribulações (II Co. 1.5; I Pe. 4.13). Por isso, apesar de tudo,
e
esperando contra toda esperança (Rm. 5.2; 8.24). Essa convicção dá ânimo
para seguir adiante, confiante que que nada nos separará do amor de
Deus em Cristo Jesus (Rm. 8.35). Não podemos desanimar pois as aflições
apenas mostram nossa solidariedade com as aflições de Cristo e dos
irmãos (Rm. 12.4, 15; I Co. 12.12,26). Ao invés de julgarmos, devemos
antes carregar os fardos uns dos outros (Gl. 6.2,10; I
Tm. 5.3), suprindo suas necessidades (Tg. 2.15; 5.14). E na fartura ou
necessidade, não perdemos a esperança, pois tudo podemos nAquele que nos
fortalece (Fp.
4.12).
Subsídio para o Professor
INTRODUÇÃO
Vivemos num mundo onde só há uma certeza: a presença de momentos de aflição. Jesus, deixou claro que no mundo teríamos aflições(João 16:33b) e, ao anunciar a edificação da sua Igreja, já foi logo dizendo que ela teria de enfrentar as portas do inferno(Mt 16:18).
Vimos ao longo deste trimestre situações difíceis que o cristão está propenso a passar, tais como: dramas biológicos – enfermidades na vida do crente(vimos nas lições 1, 2 e 3); dramas sociais (lição 4 e 5); dramas familiares (lições 7 e 8); dramas materiais (lições 9 e 10); dramas de relacionamento ( lições 11 e 12). Para onde nos viramos contemplamos o clamor das pessoas, o desespero tomando conta dos corações, famílias enfrentando problemas os mais sérios possíveis; assim caminham os povos do mundo inteiro. São momentos de dores, de guerra, de conflitos, de incompreensão, de sofrimento contínuo, a que tudo chamamos de aflições do presente século, confirmando as palavras do Apóstolo Paulo.
O apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos, diz: “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”(Rm 8:38,39). A convicção firme e inabalável de Paulo é que nem a crise da morte, nem as desgraças da vida, nem poderes sobre-humanos, sejam eles bons ou maus(anjos, principados, potestades), nem o tempo(presente ou futuro), nem o espaço (alto ou profundo), nem criatura alguma, por mais que tente fazê-lo, poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. Temos vida plena como a de Paulo nos momentos de aflições?
Quando as aflições nos cercarem a ponto de pretenderem nos levar à morte ou nos proporcionar impiedoso sofrimento, quando forças opositoras do presente século nos proporcionarem insuportável fardo, quando as expectativas sombrias de um futuro incerto nos assustarem, lembremo-nos: há um amor imensurável, aconchegante, ilimitado, incondicional que pode nos proporcionar incomparável alívio. Esse amor é o Amor de Deus. Lancemos, pois, mão desse trunfo e vençamos todas as aflições que eventualmente nos sobrevierem. O próprio Senhor Jesus afirmou que no mundo teríamos aflições. Todavia, Ele conclui dizendo: “…mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”(João 16:33).
I. VIVENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA
Depois de Jesus, uma das pessoas que mais experimentou aflições por amor a Cristo foi o apóstolo Paulo. Ouça-o: “…eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas” (2Co 11:23-28). Durante toda a sua dor e o seu sofrimento, Paulo podia dizer em triunfo: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8:18).
Além dos cruentos sofrimentos exarados em 2Co 11:23-33, Paulo padecia de uma aflição contínua, que o acompanhou a vida inteira: uma enfermidade, que ele denominou de “espinho na carne”. No início de 2Coríntios 12, Paulo descreve seu arrebatamento ao terceiro céu e sua visão gloriosa. Viu coisas que não é lícito ao homem referir. Depois da glória, porém, vem a dor; depois do êxtase, vem o sofrimento. Em 2Coríntios 12:7-10, Paulo faz uma transição das visões celestiais para o espinho na carne. Que contraste gritante entre as duas experiências do apóstolo! Passou do paraíso à dor, da glória ao sofrimento. Provou a bênção de Deus no céu e sentiu os golpes de Satanás na terra. Paulo passou do êxtase do céu à agonia da terra. Vamos examinar alguns pontos importantes:
1. O sofrimento é inevitável. Paulo dá seu testemunho: “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte” (2Co 12:7). Não há vida indolor. É impossível passar pela vida sem sofrer. O sofrimento é inevitável. O sofrimento de Paulo é tanto físico quanto espiritual.
2. O sofrimento é indispensável. Por que o sofrimento é indispensável?
a) Porque evita a soberba. O espinho na carne impediu que Paulo inchasse ou explodisse de orgulho diante das gloriosas visões e revelações do Senhor. O sofrimento nos põe em nosso devido lugar. Ele quebra nossa altivez e esvazia toda nossa pretensão de glória pessoal. É o próprio Deus quem nos matricula na escola do sofrimento. O propósito de Deus não é nossa destruição, mas nossa qualificação para o desempenho do ministério. O fogo da prova não pode chamuscar sequer um fio de cabelo da nossa cabeça; ele só queima nossas amarras. O fogo das provas nos livra das amarras, e Deus nos livra do fogo. O apóstolo Paulo diz que o espinho na carne era um mensageiro de Satanás. Mas o campo de atuação de Satanás é delimitado por Deus. Satanás intenciona esbofetear Paulo; Deus intenciona aperfeiçoar o apóstolo.
b) Porque gera dependência constante de Deus. “Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim” (2Co 12:8). O sofrimento levou Paulo à oração. O sofrimento nos mantém de joelhos diante de Deus para nos colocar de pé diante dos homens. Paulo sabe que Deus está no controle, não Satanás. Se Satanás realizasse seu desejo, ele teria preferido que o apóstolo Paulo fosse orgulhoso em vez de humilde. Os interesses de Satanás seriam muito melhor servidos se Paulo fosse se tornar insuportavelmente arrogante.
c) Porque mostra a suficiência da graça. “Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2Co 12.9). A graça de Deus é melhor do que a vida. A graça de Deus é que nos capacita a enfrentar vitoriosamente o sofrimento. A graça de Deus é o tônico para a alma aflita, o remédio para o corpo frágil, a força que põe de pé o caído. A graça de Deus é a provisão de Deus para tudo de que precisamos, quando precisamos. A graça nunca está em falta; ela está continuamente disponível. Não devemos orar por vida fácil; devemos orar para sermos homens e mulheres capacitados pela graça.
3. O sofrimento é pedagógico. A vida é a
professora mais implacável: primeiro, dá a prova e, depois, a
lição. A dor sempre tem um propósito, mais que uma causa. Deus não
desperdiça sofrimento na vida de seus filhos. Se Deus não remove o
espinho é porque ele está trabalhando em nós, para depois
trabalhar por meio de nós.
4. O sofrimento pode ser um dom de Deus. Temos a
tendência de pensar que o sofrimento é algo que Deus faz contra
nós, e não por nós. O espinho de Paulo era uma dádiva, porque,
por meio desse incômodo, Deus protegeu Paulo daquilo que ele mais
temia: ser desqualificado espiritualmente (1Co 9:27). Ele sabia que o
orgulho destrói. Viu-o como algo que Deus fez a seu favor, e não
contra ele.
5. Satanás pode ser o agente do sofrimento.
Espere um pouco: é Satanás ou Deus quem está por trás do espinho
na carne de Paulo? Como é que um mensageiro de Satanás pode
cooperar para o bem de um servo de Deus? Parece uma contradição
total. A inferência é que Deus, na sua soberania, usa os
mensageiros de Satanás na vida dos seus servos. As bofetadas de
Satanás não anulam os propósitos de Deus, mas contribuem para
eles. Até mesmo os esquemas satânicos podem ser usados em nosso
benefício e no avanço do reino de Deus. O diabo intentou contra Jó
para afastá-lo de Deus, mas só conseguiu colocá-lo mais perto do
Senhor.
6. Deus nos conforta em nossas adversidades. A
resposta que Deus deu a Paulo não era a que ele esperava nem a que
ele queria, mas era a que ele precisava. Deus respondeu a Paulo que
ele não o havia abandonado. Não sofria sozinho. Deus estava no
controle da sua vida e operava nele com eficácia.
7. A graça de Deus é suficiente nas horas de
sofrimento. Deus não deu a Paulo o que ele pediu; deu-lhe algo
melhor, melhor que a própria vida: a sua graça. A graça de Deus é
melhor que a vida; pois por ela enfrentamos o sofrimento
vitoriosamente. O que é graça? É a provisão de Deus para cada uma
das nossas necessidades. O nosso Deus é o Deus de toda a graça (1Pe
5:10).
8. Finalmente, o
sofrimento é passageiro. O sofrimento deve ser visto à luz da
revelação do céu, do paraíso. O sofrimento do tempo presente não
é para se comparar com as glórias porvir a serem reveladas em nós
(Rm 8:18). A nossa leve e momentânea tribulação produz para nós
eterno peso de glória (2Co 4:14-16). Aqueles que têm a visão do
céu são os que triunfam diante do sofrimento. Aqueles que ouvem as
palavras inefáveis do paraíso são os que não se intimidam com o
rugido do leão.
O sofrimento é por breve tempo; o consolo é eterno. A dor vai passar; o céu jamais! A caminhada pode ser difícil. O caminho pode ser estreito. Os inimigos podem ser muitos. O espinho na carne pode doer. Mas a graça de Cristo nos basta. Só mais um pouco, e nós estaremos para sempre com o Senhor. Então o espinho será tirado, as lágrimas serão enxugadas, e não haverá mais pranto, nem luto, nem dor.
O sofrimento é por breve tempo; o consolo é eterno. A dor vai passar; o céu jamais! A caminhada pode ser difícil. O caminho pode ser estreito. Os inimigos podem ser muitos. O espinho na carne pode doer. Mas a graça de Cristo nos basta. Só mais um pouco, e nós estaremos para sempre com o Senhor. Então o espinho será tirado, as lágrimas serão enxugadas, e não haverá mais pranto, nem luto, nem dor.
II. CONTENTANDO-SE EM CRISTO
O contentamento é um aprendizado, e não algo automático. O aprendizado do contentamento cristão, porém, se dá pelo exercício da confiança na providência divina.
O contentamento é um aprendizado, e não algo automático. O aprendizado do contentamento cristão, porém, se dá pelo exercício da confiança na providência divina.
1. Apesar da necessidade não satisfeita. A vida
de Paulo não floresceu num paraíso de arrebatadoras venturas. Ele
passou por grandes necessidades. Sabia o que era fome, sede, frio,
nudez, prisões, açoites, tortura mental e perseguições(cf 2Co
11:23-27). Ele teve experiências de alegrias e aflições, mas na
urdidura dessa luta aprendeu a viver contente. Seu contentamento,
porém, não emanava dele mesmo, mas de outro, além de si mesmo. A
base de seu contentamento é Cristo. Humilhação ou honra, fartura
ou fome, abundância ou escassez eram situações vividas por ele,
mas no meio delas, e apesar delas, aprendeu a viver contente, pois a
razão do seu contentamento estava em Deus, e não nas
circunstancias.
O que determina a vida de um indivíduo não é o que lhe acontece, mas como reage ao que lhe acontece. Não é o que as pessoas lhe fazem, mas como responde a essas pessoas. Há pessoas que são infelizes tendo tudo; há outras que são felizes não tendo nada. A felicidade não está fora, mas dentro de nós. Há pessoas que pensam que a felicidade está nas coisas: casa, carro, trabalho, renda. Mas Paulo era feliz mesmo passando por toda sorte de adversidades (2Co 11:24-27). Mesmo passando por todas essas lutas, é capaz de afirmar: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então é que sou forte” (2Co 12:10).
O que determina a vida de um indivíduo não é o que lhe acontece, mas como reage ao que lhe acontece. Não é o que as pessoas lhe fazem, mas como responde a essas pessoas. Há pessoas que são infelizes tendo tudo; há outras que são felizes não tendo nada. A felicidade não está fora, mas dentro de nós. Há pessoas que pensam que a felicidade está nas coisas: casa, carro, trabalho, renda. Mas Paulo era feliz mesmo passando por toda sorte de adversidades (2Co 11:24-27). Mesmo passando por todas essas lutas, é capaz de afirmar: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então é que sou forte” (2Co 12:10).
2. Apesar das perseguições. No princípio da
Igreja, os cristãos enfrentaram muitas perseguições por causa da
pregação do evangelho de Cristo, entretanto, esta situação não
lhes tirava a alegria, senão vejamos:
a) Os discípulos, depois de serem açoitados por
ordem do Sinédrio, saíram regozijando, ou seja, cheios de alegria,
porque haviam sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de
Jesus (At 5:40,41).
b) Estêvão, mesmo enfrentando uma multidão
enfurecida que o haveria de matar, exultou ao ver o Filho do homem à
direita de Deus, alegria esta que não diminuiu com o apedrejamento
que se seguiu a esta visão (At 7:54-57).
c) Paulo e Silas, mesmo no cárcere interior (que
era o compartimento mais terrível de uma prisão romana, situado no
subterrâneo, sem qualquer iluminação, certamente úmido e fétido),
com as mãos e pés amarrados, tendo sido açoitados, à meia-noite,
cantavam hinos a Deus (At 16:24,25), prova de que toda esta situação
não lhes roubara a alegria.
d) Paulo, apesar de estar preso, não só mostrou
a sua alegria, mas estimulou a que os filipenses também a sentissem
(Fp 3:1; 4:4). Por isso o apóstolo pôde dizer aos crentes de
Corinto que, mesmo que contristado, sempre estava alegre (2Co 6:10).
3. Apesar da pobreza – “Digo isto, não por
causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer
situação (Fp 4:11). Paulo ressalta que ele é independente de
circunstâncias seculares. Ele havia aprendido “a viver contente”,
qualquer que fosse a situação financeira. O contentamento é muito
melhor que as riquezas porque “mesmo que o contentamento não
produza riqueza, ele consegue atingir o mesmo objetivo banindo o
desejo delas”.
É válido ressaltar que nos primeiros dias do ministério de Paulo, quando ele partiu da Macedônia, nenhuma igreja se associou a ele financeiramente, a não ser os filipenses(cf Fp 4:15). Mesmo quando Paulo estava em Tessalônica, os filipenses mandaram não somente uma vez, mas duas, o bastante para as suas necessidades(cf Fp 4:16). É evidente que os filipenses mantinham tão estreita comunhão com o Senhor que Deus podia orientá-los com respeito às suas contribuições. O Espírito Santo fez pesar o coração deles com relação às necessidades do apóstolo Paulo, e eles responderam enviando-lhe dinheiro não somente uma vez, mas duas. Contudo, é importante destacar que Paulo põe toda a ênfase de sua alegria no Senhor(Fp 4:10), e não na generosidade dos filipenses. Ele sabia que os crentes de Filipos eram apenas os instrumentos, mas que o Senhor era o inspirador. Paulo tinha profunda consciência de que a providência de Deus, às vezes, opera por meio das pessoas. Assim, Deus supriu suas necessidades por intermédio da igreja. Ele agradece à igreja a provisão, mas sua alegria está no provedor.
É válido ressaltar que nos primeiros dias do ministério de Paulo, quando ele partiu da Macedônia, nenhuma igreja se associou a ele financeiramente, a não ser os filipenses(cf Fp 4:15). Mesmo quando Paulo estava em Tessalônica, os filipenses mandaram não somente uma vez, mas duas, o bastante para as suas necessidades(cf Fp 4:16). É evidente que os filipenses mantinham tão estreita comunhão com o Senhor que Deus podia orientá-los com respeito às suas contribuições. O Espírito Santo fez pesar o coração deles com relação às necessidades do apóstolo Paulo, e eles responderam enviando-lhe dinheiro não somente uma vez, mas duas. Contudo, é importante destacar que Paulo põe toda a ênfase de sua alegria no Senhor(Fp 4:10), e não na generosidade dos filipenses. Ele sabia que os crentes de Filipos eram apenas os instrumentos, mas que o Senhor era o inspirador. Paulo tinha profunda consciência de que a providência de Deus, às vezes, opera por meio das pessoas. Assim, Deus supriu suas necessidades por intermédio da igreja. Ele agradece à igreja a provisão, mas sua alegria está no provedor.
III. AMADURECENDO PELA SUFICIÊNCIA DE CRISTO
1. Através das experiências. “Sei estar
abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas
as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome,
tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4:12).
Neste texto, Paulo expõe sua maturidade, sua experiência na jornada
cristã. A Bíblia Sagrada mostra-nos que o crescimento espiritual é
progressivo. É um processo. Jesus precisa ser formado em nós (Gl
4:19).
As grandes lições da vida nós as aprendemos no vale da dor. O sofrimento é não apenas o caminho da glória, mas também o caminho da maturidade. O rei Davi afirmou: “Foi-me bom ter passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119:71). O patriarca Jó disse que antes do sofrimento conhecia a Deus só de ouvir falar, mas por meio do sofrimento seus olhos puderam contemplar o Senhor (Jó 42:5).
Paulo, em Romanos 5:3-5, descreve os três estágios para se adquirir a maturidade cristã: “a tribulação produz a paciência; a paciência, a experiência; a experiência, a esperança; a esperança, a certeza”.
Ao comparar a vida espiritual ao desenvolvimento de uma videira, Jesus mostrou que se trata de um processo lento, continuado e não de um toque de mágica. A salvação é instantânea, pois a vida é um milagre, que surge repentinamente, porém, o crescimento já não é desta ordem, exige uma continuidade. A formação de qualquer fruto, da semente gerada ao fruto maduro, será sempre um tempo prolongado. Assim, a formação do Fruto do Espírito na vida do cristão não acontece num único ato, mas, é um processo formado por muitos atos “até que todos cheguemos… a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”(Ef 4:13).
As grandes lições da vida nós as aprendemos no vale da dor. O sofrimento é não apenas o caminho da glória, mas também o caminho da maturidade. O rei Davi afirmou: “Foi-me bom ter passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119:71). O patriarca Jó disse que antes do sofrimento conhecia a Deus só de ouvir falar, mas por meio do sofrimento seus olhos puderam contemplar o Senhor (Jó 42:5).
Paulo, em Romanos 5:3-5, descreve os três estágios para se adquirir a maturidade cristã: “a tribulação produz a paciência; a paciência, a experiência; a experiência, a esperança; a esperança, a certeza”.
Ao comparar a vida espiritual ao desenvolvimento de uma videira, Jesus mostrou que se trata de um processo lento, continuado e não de um toque de mágica. A salvação é instantânea, pois a vida é um milagre, que surge repentinamente, porém, o crescimento já não é desta ordem, exige uma continuidade. A formação de qualquer fruto, da semente gerada ao fruto maduro, será sempre um tempo prolongado. Assim, a formação do Fruto do Espírito na vida do cristão não acontece num único ato, mas, é um processo formado por muitos atos “até que todos cheguemos… a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”(Ef 4:13).
2. Não pela auto-suficiência. A auto-suficiência
leva-nos a uma sensação de independência e quando somos tomados
por este ilusório sentimento que se aflora em ações
inconsequentes, estamos já perto, muito perto, do iminente fracasso.
O servo de Deus por mais preparado que possa ser, por mais
experimentado que seja, deve sempre compreender que precisamos sempre
de Deus, o Todo Poderoso. Torna-se necessário, então, termos
cuidado para não incorrermos no errôneo caminho da
auto-suficiência. Paulo estava sempre consciente de sua total
dependência de Deus. Ele mesmo escreveu: “…a nossa suficiência
vem de Deus”(2Co 3:5, ARA).
3. Tudo posso naquele que me fortalece. “Tudo
posso naquele que me fortalece”(Fp 4:13 –ARA). Há pessoas que
costumam usar esse texto de Paulo aos Filipenses como um aval bíblico
ativo para diversas empreitadas pessoais. Os adeptos da Teologia da
Prosperidade tomam-no fora do seu contexto e utilizam-no
imediatamente, fazendo com que muitos crentes acreditem que podem
possuir o que quiserem, já que é Deus quem lhes garante isso. Mas,
o contexto em que essa frase está inserida não corresponde ao que
está sendo pronunciado em muitos de nossos púlpitos. Como sempre, é
necessário observar o contexto da passagem. O contexto imediato, Fp
4:10-20, indica que Paulo está tratando de necessidades pessoais.
Podemos ver isso quando ele usa frases e termos como “pobreza”
(v. 11); “fartura e fome”; “abundância e escassez” (v. 12);
“dar e receber” (v. 15) e “necessidades” (vv. 16 e 19). Todas
estas palavras e frases tratam de necessidades físicas e imediatas
como comida e moradia. Ele pessoalmente passou por necessidades
nestas áreas e está mostrando como Cristo lhe deu força para
enfrentá-las.
Portanto, ao dizer “Tudo posso naquele que me fortalece”, Paulo não quis dizer “tudo” num sentido absoluto. O que ele quis dizer era que, de todas as coisas que havia passado, que necessitavam de poder para enfrentar, como pobreza, fome, escassez e necessidades, Cristo supria tudo que ele precisava. Pelo que já havia passado, Paulo tinha confiança, e quis passar esta mesma confiança aos Cristãos em Filipos, de que “Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp 4:19). Amém!
Portanto, ao dizer “Tudo posso naquele que me fortalece”, Paulo não quis dizer “tudo” num sentido absoluto. O que ele quis dizer era que, de todas as coisas que havia passado, que necessitavam de poder para enfrentar, como pobreza, fome, escassez e necessidades, Cristo supria tudo que ele precisava. Pelo que já havia passado, Paulo tinha confiança, e quis passar esta mesma confiança aos Cristãos em Filipos, de que “Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp 4:19). Amém!
CONCLUSÃO
Em nossa jornada rumo à Formosa Jerusalém,
jamais haverá ausência de conflitos. Portanto, devemos saber
conviver com eles, sabendo que Jesus está conosco no barco, o que
significa que jamais seremos abandonados. Qualquer tempestade, não
importando a sua origem ou a sua magnitude, não pode resistir ao
poder e à autoridade do Filho do Deus vivo que criou todas as coisas
e as tem sob o seu controle. Você precisa estar cônscio dessa
realidade. Deve ter convicção de que serve a um Senhor bom,
maravilhoso, que o ama, que é todo-poderoso e que detém o controle
de tudo. Ele prometeu estar conosco sempre, até a consumação dos
séculos; por toda a eternidade, e é fiel para cumprir isto.
Lembre-se, todas as coisas contribuem para o bem de quem ama a
Deus(Rm 8:28). Quem não ama ao Senhor não tem condição de
entender que as aflições e bênçãos, juntas, são os meios com os
quais Deus faz com que cresçamos. Então, não importa a tribulação
que você esteja vivenciando na sua casa, no seu trabalho. Jesus está
com você e irá conduzi-lo em triunfo para fora dessa aflição ou
dará uma ordem para que ela cesse, quando tiver cumprido seu
propósito em sua vida.
Quero agradecer a todos que me seguiram ao longo deste trimestre letivo. Confesso que as 14 Lições estudadas me deram mais solidez espiritual e maturidade cristã. Espero que você, também, tenha se conscientizado de que, apesar dos percalços, das aflições da vida, é possível ter uma vida plena da graça de Deus. Estamos cientes de que “as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18). “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”(Salmo 34:19).
Quero agradecer a todos que me seguiram ao longo deste trimestre letivo. Confesso que as 14 Lições estudadas me deram mais solidez espiritual e maturidade cristã. Espero que você, também, tenha se conscientizado de que, apesar dos percalços, das aflições da vida, é possível ter uma vida plena da graça de Deus. Estamos cientes de que “as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18). “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”(Salmo 34:19).
Bibliografia:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 51 – CPAD.
Buscando as coisas que são de cima – Rev.Hernandes Dias Lopes.
Filipenses(A alegria triunfante no meio das provas) – Rev.Hernandes Dias Lopes.
Paulo(o maior Líder do Cristianismo) – Rev.Hernandes Dias Lopes.
STANLEY, Charles. Como lidar com o sofrimento. Belo Horizonte:Betânia, 1995.
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