Lição 7 - Sardes, a igreja morta
13 de Maio de 2012
Texto Áureo
“Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Ef 5.14)
VERDADE PRÁTICA
Somente o Espírito Santo pode reavivar a Igreja e levá-la a posicionar-se como a agência por excelência do Reino de Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse 3.1-6.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Identificar os problemas pertinentes a igreja de Sardes;
· Compreender que não podemos viver de aparência; e
· Reconhecer que somente o Espírito Santo pode vivificar uma igreja espiritualmente morta.
Palavra Chave
Morte: Fim; desaparecimento gradual de qualquer coisa que se tenha desenvolvido por algum tempo.
COMENTÁRIO
introdução
A igreja se encontrava morta espiritualmente. Aparentemente estava bem, o seu exterior físico era excelente. No entanto, podemos definir essa igreja da mesma maneira que Cristo definiu os escribas e os fariseus: “Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27). A igreja em Sardes foi morrendo aos poucos até esvaziar-se por completo do Espírito Santo. Agora, já não passava de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. Isso nos lembra que costumamos julgar os outros pela aparência. Observamos o comportamento e tentamos entender os motivos. Mas Cristo conhece e julga os corações. Ele vê o caráter verdadeiro de cada crente e de cada igreja. Como nas outras cartas, aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das igrejas. Qual não deve ter sido a surpresa dos discípulos ao quando esta carta foi enviada ao mensageiro da igreja em Sardes; ela contrariou totalmente a impressão popular dos discípulos. Apesar de sua aparência de uma igreja forte e ativa, Cristo observou as falhas e sabia que aquela congregação já estava quase morta. Caso não volta-se a viver, seria tomada de surpresa, como se fosse por um ladrão. Não são poucos os ministérios, hoje, semelhantes a Sardes. Estão no mesmo estado daquela, vivem do passado, pois já não existem no presente. Cristo se refere a essa igreja como uma igreja aparentemente em paz e tomada por indiferença e apatia. A boa fama não ocultou a verdadeira natureza desta congregação dos olhos do Senhor. Mesmo sendo uma igreja morta espiritualmente, Sardes abarcava remanescentes fiéis ao Senhor. A carta à Igreja de Sardes é um aviso de Cristo para que não nos descuidemos da comunhão com Ele. Boa aula!
I. A IGREJA EM SARDES
1. A cidade de Sardes. Sardes, ou às vezes Sardis e Sárdis (Gr. Σάρδεις; “aqueles que escapam”), correspondente ao moderno vilarejo turco de Sart (província de Manisa), foi a capital da antiga Lídia – tendo sido depois a sede de uma província romana após as reformas administrativas de Diocleciano, continuando a pertencer a Roma depois e durante o período bizantino. Sardes localizava-se no fértil vale do rio Hermo e no sopé do íngreme monte Tmolo, distante cerca de 34 km ao sul daquele curso d'água. A importância da cidade era devida ao seu poderio militar, à sua relevante localização ligando o Egeu ao interior e a situar-se em um vale muito fértil [1]. A indústria de tapetes era a principal atividade econômica exercida pela cidade, até ser finalmente destruída por um terremoto.
2. A igreja em Sardes. Assim como em Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira, o Evangelho pode ter chegado naquela cidade através da obra missionária de Paulo (At 19.10), mas não devemos descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de Pentecostes poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At 2.5-11). Embora reputado como estando vivo, o anjo da igreja de Sardes na realidade estava "morto": sua liderança e a maioria dos membros da igreja não tinham vida espiritual, embora se chamassem cristãos e seguissem um ritualismo religioso. Alguns poucos crentes desta igreja eram realmente vivos e não contaminaram suas vestes. A palavra "Sardes" quer dizer os que escapam ou os que saem. Ao relacionarmos esse nome com a condenação de Cristo a essa igreja, o resultado será uma descrição perfeita das igrejas da época da Reforma[2].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Situada em uma região próspera, a igreja de Sardes, outrora avivada, agora vive de aparência.
II. A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA
À igreja em Sardes, apresenta-se Jesus como aquele que tem os sete Espíritos de Deus. Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, “ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus” (Ap 4.5). Os sete olhos do Cordeiro “são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Ap 5.6). Deus sabe tudo e vê tudo (2Cr 16.9). Nada em Sardes seria escondido de Jesus. Dessa forma, o Senhor realça a ação plena do Espírito Santo na Igreja de Cristo. Somente o Consolador pode vivificar uma igreja morta.
1. O que tem os sete Espíritos de Deus (Ap 3.1). A expressão “sete espíritos” descreve a plenitude do Espírito Santo que é único. Era urgente que Sardes soubesse: sem o Espírito Santo, a vida é impossível. É o Espírito Santo quem dá plena vitalidade a uma igreja local. No Novo Testamento vemos o Espírito Santo atuando na igreja de várias formas, dentre as quais: Revestindo de poder (At 1.8; 2.1-4; 4.31), trasladando sobrenaturalmente (At 8.39-40), orientando na separação de obreiros (At 13.1-3), participando das decisões conciliares (At 15.28-29), direcionado as missões (At 16.6-10), distribuindo dons à igreja (1 Co 12.11). Ao mudar de atitude em relação ao Espírito, uma igreja local pode iniciar um processo de morte. Os passos para isso são geralmente os seguintes: Resistir ao Espírito (At 7.51), entristecer ao Espírito (Ef 4.30), extinguir /apagar o Espírito (1 Ts 5.19), blasfemar contra o Espírito (Mt 12.31-32) [3].
2. Os sete Espíritos de Deus. Existe apenas um único Espírito Santo (Ef 4.4). “[...] da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono” (Ap 1.4); Trata-se do Espírito Santo em plenitude (sete é um número de plenitude). Observemos “da parte”, “da parte daquele que é” (Deus Pai). O versículo 5 (o Filho) e o Espírito. Os versículos 4 e 5 englobam a Trindade. E “da parte dos sete Espíritos” deve ser interpretado como simbólico ou haverá mais de três na Trindade. Através da sétupla ação do Espírito Santo, o Senhor Jesus traz novamente vida as igrejas que, à semelhança de Sardes, deixaram-se esvaziar de Deus.
3. As sete estrelas. Apresenta-se Jesus, também, como o soberano da Igreja. Jesus não somente vê, ele também controla. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas. Sempre que vemos a palavra “estrela”, ela se refere a anjos. Ele segura os mensageiros das igrejas na sua mão direita (Ap 1.16,20). Pode ver, julgar e até castigar conforme a sua infinita sabedoria.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O Espírito de Santo é aquele que pode vivificar uma igreja espiritualmente morta.

III. A DOENÇA E A MORTE DE UMA IGREJA
Como nas outras cartas, aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das igrejas. “Tens nome de que vives, e estás morto”, esta frase ilustra perfeitamente a diferença importante entre reputação e caráter. A reputação é a fama da pessoa, o que os outros acham que ela é, enquanto que o caráter é a essência real da pessoa, o que realmente é.
1. Perda de memória. A primeira doença a atingir a igreja em Sardes foi a perda de sua memória espiritual. Embora vivesse do passado, já não conseguia lembrar-se do que recebera de Deus. Por falta de cuidado, Sardes pereceu. Espiritualmente, discípulos e igrejas caem por falta de vigilância e não são poucos os textos bíblicos que frisam a importância da vigilância, pois o pecado nos ameaça de perto (Mt 26.41; 1Pd 5.8). Falsos mestres com suas doutrinas confusas procuram devorar os fiéis (At 20.29-31). Não devemos descuidar, porque não sabemos a hora que o Senhor vem (Mt 24.42,43; 25.13; Lc 12.27-39; 1Co 16.13; 1Ts 5.6). O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Ef 6.18; Cl 4.2).
2. Desleixo. Esta foi a segunda doença de Sardes: desleixo. Embora não sejamos perfeitos, nossas obras têm de primar pela excelência. A igreja e os crentes em particular não deve deixar-se enganar por causa de uma boa aparência ou reputação, mas deve continuar na doutrina dos apóstolos e cuidas para praticar os ensinamentos da sã doutrina sem desprezar o padrão divino. Sardes mantinha uma reputação e para parecer ser uma igreja viva, havia ainda alguma atividade em Sardes. O problema não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade delas. É possível defender a doutrina de Deus sem amar ao Senhor (Ap 2.2-4). É possível obedecer mandamentos de Deus sem inteireza de coração (2Cr 25.2). É possível fazer coisas certas com motivos errados. Os homens podem ver as obras; Deus vê os corações, também. No âmbito do Reino de Deus, a perfeição é o padrão mínimo aceitável, conforme recomenda o apóstolo: “se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria” (Rm 12.7.8). A perfeição na Igreja de Cristo só é possível se amarmos o Cristo da Igreja.
3. Descaso para com o remanescente fiel. “Poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras”(v. 4): no meio de uma igreja quase morta, Cristo possuía um remanescente fiel. Embora as cartas fossem destinadas às sete igrejas, as mensagens precisavam ser aplicadas na vida de cada crente, porque a salvação não é coletiva, mas individual. Isso nos lembra de que o julgamento final será individual (Ap 2.23; 22.12). Cada crente receberá “segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2Co 5.10). Aqueles crentes que ainda ‘respiravam’ “Andarão de branco junto comigo” (v. 4); eles já andavam de vestidura branca, sem as manchas do pecado e esperavam andar com Jesus de roupas brancas, representando a vitória final sobre o pecado: “Linho finíssimo, resplandecente e puro...são os atos de justiça dos santos” (Ap 19.8); “Pois são dignos” (v. 4): estes fiéis são dignos, não por mérito próprio, mas por serem pessoas salvas pela graça, pessoas que andam nas boas obras determinadas por Deus (Ef 2.8-10) e a promessa de Cristo a estes é: “De modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida” (v. 5). O "Livro da Vida" é mencionado várias vezes na Bíblia (Ap 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27; Fp 4.3). Paulo afirma que seus cooperadores tinham seus nomes escritos no Livro da Vida (Fp 4.3). Cristo afirma que os nomes dos vencedores que se mantêm puros não seriam apagados deste livro (Ap 3.5).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Apesar de morta espiritualmente, havia na igreja de Sardes alguns remanescentes fieis, e fervorosos.
CONCLUSÃO
O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, passando quase despercebido. Os próprios membros da congregação e outros que de fora olham para ela, podem pensar que tudo esteja bem. Porém, o Cabeça da Igreja é aquele que anda no meio dos castiçais e possui olhos como chama de fogo, julga os corações e conhece o estado verdadeiro de cada igreja e cada crente. Eu creio firmemente que Ele nos convida, com esta lição, a ouvir o que o Espírito diz às igrejas. “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5). “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18).
Subsídio para o Professor
I – INTRODUÇÃO:
Chama a atenção que a igreja de Sardes, em contraste com outras, é deixada em paz pelo diabo. Satanás nem é citado aqui! Não há falsas doutrinas, não há entusiastas, não há falsos profetas, não há sofrimentos, nem tribulações. Por quê? Justamente: porque a igreja está morta! “…
Mas, como uma Igreja pode estar morta se a vida de Deus pulsa através de seu corpo?
Tragicamente, no entanto, muitas estão! Semelhante ao corpo de Lázaro em decomposição, tais igrejas têm o cheiro da morte: Seu santuário é uma câmara mortuária cheia de cadáveres; possuem agentes funerários como mestres; embalsamadores como ministros; seu pastor é graduado no cemitério; o regente do coro é o médico-legista e os coristas cantam mumificados. Desta forma, O Divino Médico atestou e o Justo Juiz expediu o atestado de óbito: - “ESTA IGREJA ESTÁ MORTA!”.
Ao dirigir-se à igreja de Sardes Jesus deixa um recado muito áspero para as igrejas de nossos dias.
II - A CIDADE DE SARDES:
Fundada em 700 a.C., era capital do reino de Lídia
Sinônimo de opulência, prosperidade, sucesso e conhecida pela confecção de lã.
Sua padroeira era a deusa Ártemis, um culto natural fundado na reencarnação. Ou seja, o culto prestado a esta divindade girava em torno da morte e do renascimento. Ela era servida por uma liturgia lasciva e concupiscente.
III - O REMETENTE:Apc 3.1 – Mais uma vez Jesus revela-se de maneira adequada à Sua igreja:
(A) – O QUE TEM OS SETE ESPÍRITOS DE DEUS - Isto não significa que haja sete Espíritos Santos. Há apenas um Espírito de Deus. Sete é o número da perfeição e da plenitude.
Leiamos Apc 1:4; 4:5; 5:6; Zc 4:10 - Apesar do Espírito Santo ser o Único, ainda é indicado como Sete, para salientar a todos os pastores e a todas as igrejas, que o único Espírito opera tudo em todos.
Ainda mais: O Senhor revelou por boca do profeta Isaías essa plenitude do Seu Espírito, pois em Isaías 11.2 está escrito que repousará sobre ele:
1. O Espírito do Senhor
2. O Espírito de sabedoria
3. O Espírito de entendimento
4. O Espírito de conselho
5. O Espírito de fortaleza
6. O Espírito de conhecimento
7. O Espírito de temor do Senhor
Nosso Senhor Jesus tem tudo isso! Ele tem os sete espíritos de Deus, pois nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade (Cl 2.9).
Assim, a chave para o reavivamento em todas as igrejas mortas está com Cristo. Apenas Ele pode derramar o Espírito sobre uma congregação. E apenas o Espírito Santo pode reavivar a igreja perfeita e plenamente.
(B) – POSSUIDOR DAS SETE ESTRELAS NA SUA MÃO DIREITA – As estrelas são os pastores (Apc 1.20). Cristo detém os pastores em sua destra - lugar de grande honra e extrema responsabilidade.
O Senhor está preocupado com estes pastores e com as igrejas que presidem. Ele enviará o reavivamento à congregação primeiramente através de seus pastores cheios do Espírito, que ministram a Palavra de Deus.
Cristo tem nas mãos tanto a igreja necessitada (representada pelos seus líderes), como o espírito vivificador. Logo, a chave para reavivar os membros de uma igreja está com a direção do Espírito na vida de seus pastores. O reavivamento precisa começar no topo e espalhar-se pela base. Se os membros necessitam pegar fogo, os pastores têm de incendiar primeiro. Para bem ou mal, toda igreja assimila a pulsação de seu líder. É muito importante que o pastor esteja sintonizado com Deus, porquanto: tal pastor, assim será a igreja.
IV - A FALHA DE SARDES:Às quatro igrejas anteriores, Jesus dirigira-se com um elogio. Mas a esta, com uma palavra de crítica. Por estar tão indignado com a igreja morta, vai direto ao assunto:
Apc 3.1 - A morte em Sardes significa que a vitalidade espiritual já não existia. Apenas representação. Eles achavam-se em meio a um deserto espiritual. Haviam caído em sono profundo. Orgulhosos da reputação passada, perderam todo o poder espiritual no presente.
V- A APARÊNCIA DE UMA IGREJA MORTA:
(1) – HÁ UM PREGADOR MORTO - No púlpito, um homem superficial fala a pessoas superficiais, encorajando-as a serem mais superficiais.
(1.1) - Suas mensagens acham-se cheias de poemas, literatura, opiniões pessoais, sociologia e histórias interessantes.
(1.2) - É eloquente, mas não ungido.
(1.3) - Tem dicção apropriada, mas não dinâmica.
(1.4) - É como um aquecedor quebrado: o vento, para ativar a combustão, continua sendo produzido, continua trabalhando, mas o calor se foi, não existe mais.
(2) – POSSUI ADORAÇÃO MORTA - É como andar em museu de cera: Não há vida.
(2.1) - Adoram como se Jesus Cristo ainda estivesse morto e enterrado.
(2.2) - Não há améns, apenas bocejos.
(2.3) - Os cantos congregacionais são desanimadores.
(2.4) - Faz tanto frio nestas igrejas que até se pode esquiar em seus corredores.
(3) – TEM MINISTÉRIO MORTO - Não há evangelismo ou missões.
(3.1) - Há teias de aranha no tanque batismal.
(4) – POSSUI ESPERANÇA MORTA - Tudo o que fazem é reviver o passado.
(4.1) - Adoram no santuário da tradição.
(4.2) - Vivem dos bons velhos dias.
(4.3) - Não têm avivamento, apenas reuniões.
VI - A SOLUÇÃO PARA UMA IGREJA MORTA:
Ap 3.2-3 - Jesus ensina cinco passos que levam ao reavivamento.
(1º) – ACORDE! - Quando estamos espiritualmente mortos, precisamos do alarme divino para sairmos de nossa dormência. Jesus está dizendo: “Saia da hibernação espiritual! Mortos-vivos, Acordem!”
De uma pessoa que dorme não se pode esperar que pense e discirna claramente, pois é incapaz de ver as realidades. Mas tão logo está acordada, ela tem a capacidade de pensar de maneira espiritualmente normal.
(2º) – TOME A DIANTEIRA - Jesus exorta a igreja de Sardes a confirmar os restantes, que estavam para morrer. Acordar não é o suficiente. Temos de nos voltar às bases da vida espiritual: estudos bíblicos, oração, adoração e comunhão. Jesus está dizendo: “Volte à Palavra, à oração, à comunhão! Volte à origem!”.
(3º) – OLHE PARA TRÁS - A urgência de Cristo não deixa dúvidas: “Lembra-te, pois do que tens recebido e ouvido”. O que você recebeu e ouviu no princípio? O Evangelho. As verdades básicas da vida cristã. Este não é um chamado para viver do passado. É uma ordem para relembrar a herança espiritual.
Lembremo-nos de como fomos salvos! De que não éramos nada antes de sermos encontrados por Deus. Lembremo-nos de como a graça nos alcançou e redimiu!
Por consequencia, se fôssemos nos lembrar quem éramos e quem somos; que nada merecíamos e temos alcançado tudo do Senhor; que vivíamos sem Deus, sem luz e sem salvação e agora temos tudo em Cristo, viveríamos em um eterno espírito de gratidão e talvez nossa consagração fosse completa - Hb 2.1; Cl 2.13-15; I Pe 1.12; 2.9-10.
(4º) – PARE E GUARDA-O! - É um apelo para que a Palavra de Deus seja obedecida. Devemos guardar os mandamentos em todas as áreas da vida. Desobediência e mornidão espiritual são irmãs siamesas: Onde estiver uma, aí estará a outra. Volte a obedecer a Palavra de Deus.
(5º) – ABANDONE SEUS IMPULSOS ou ARREPENDE-TE - Este alerta significa uma volta imediata a Cristo de todo coração. Arrependimento requer rápida e decisiva mudança de pensamento, devoção e comportamento. Jesus insiste: “Mude sua vida!”
(6º) – VIGILÂNCIA – Interessante é que Jesus não diz “se não te arrependeres”, como fez com as outras igrejas, mas: “… SE NÃO VIGIARES!”: Ele sabe: se houver despertamento, haverá também arrependimento.
E se a igreja de Sardes não se arrependesse?
Jesus, então, alerta que virá como ladrão!
Temos aqui a possibilidade de duas interpretações:
(1ª) - Isto não se refere à segunda vinda Cristo. Mas a uma vinda súbita para julgar a igreja e remover desta o castiçal. É a disciplina administrada pelo Cristo!
(2ª) - Este ultimato de Jesus tem caráter escatológico. Sardes vivia como se este mundo fosse a sua eterna morada. Por conseguinte, se o Senhor voltasse naqueles dias, ela não teria percebido.
Não podemos brincar. Se não houver arrependimento, Ele virá como ladrão, inesperadamente, sem avisar.
Por que Jesus é tão áspero com esta igreja?
Porque o maior empecilho para o Evangelho é uma igreja morta. A perseguição faz a igreja crescer. Mas a morte espiritual é como câncer maligno: espalha-se por todo o corpo, tornando a igreja impotente e inativa.
VII - A PROMESSA PARA A IGREJA MORTA:
Apc 3.4-5 – Sardes significa REMANESCENTE ou PEDRA PRECIOSA ou COISAS RESTANTES. Podiam encontrar-se na igreja em Sardes alguns crentes que tinham escapado à poluição que os cercava - que tinham fama de terem vivido corajosamente por Cristo, crentes espiritualmente vibrantes.
Permaneciam vivos e acordados na fé. Abstinham-se da impureza, não estavam compromissados com o mundo, nem se sentiam à vontade com a cultura do presente século. Recusavam manchar-se com a sujeira do mundo. Esses “poucos” vivem completa e totalmente na santificação.
Isso significa que na igreja em Sardes há uma separação radical entre morte e vida, entre luz e trevas, entre sagrado e profano. Não é dito que as vestes desses poucos estavam um pouquinho sujas, mas - e isso foi um louvor de Deus - que não contaminaram suas vestes.
Por isso, aqui está o que aguarda os que O servirem:
(A) – VESTES BRANCAS - O branco resplandecente dessas vestes aponta para a nossa integridade nos céus. Seremos purificados e aperfeiçoados pelo sangue de Cristo. Todo vestígio de pecado será extirpado para sempre. Teremos vestes novas e limpas; perfeita integridade. Esta promessa deve ter sido mui significativa para o povo de Sardes que sabia manufaturar roupas de lã.
Esta expressão também é usada para roupas feitas de fino linho. Em linguagem espiritual, são vestidos branqueados no sangue do Cordeiro (Ap 7.14), e hão de permanecer brancos por causa da justiça de Cristo (Ap 19.8).
O texto mostra que estes crentes já estavam andando com o Senhor, seguindo-o bem de perto, pois ainda não haviam contaminado suas vestes. Os que andarem com o Senhor nesta vida, serão dignos de continuar a andar com Ele no reino que está por vir.
As vestes não serão, talvez, de branco sem brilho, mas de branco resplandescente e como a luz (Lc 24:4; Mt 17:2).
(B) – SEGURANÇA ETERNA - O Senhor Jesus garante: “E de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida”. Nos dias de João, os reis possuíam um registro oficial com os nomes de todos os cidadãos. Mas, caso o cidadão cometesse um crime contra o Estado, mudasse de país ou morresse, teria o nome riscado do livro.
Que promessa maravilhosa! Se permanecermos fiéis, nossos nomes estarão para sempre no livro do Rei.
O nome de nenhum morto permanecerá escrito no livro dos vivos. Note como é possível um salvo ter o nome apagado do livro da vida; pode um crente salvo cair para a destruição.
(C) – CONFISSÃO DIVINA - Como nosso Advogado, Jesus promete confessar nossos nomes diante do Pai. Na sala do tribunal, diante dos santos anjos, reivindicará a salvação para os redimidos de Deus - Mt 10.32-33.
Isso, porque eles tinham confessado o Seu nome diante dos homens e não se envergonharam, nem dEle, nem de Suas palavras no meio de uma geração adultera e perversa — não se envergonharam de ser crentes verdadeiros no meio de membros da igreja sem convicção - Mc 8:38.
VIII - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Ap. 3.6 - A expressão igrejas - no plural - lembra-nos que a mensagem é para todas as igrejas em todos os tempos. Cada uma delas e cada crente em particular tira grande proveito desta carta. Ela é endereçada para alertar quanto ao perigo da morte espiritual. Sardes parecia vibrante, mas estava morta. Sua devoção a Cristo achava-se estagnada.
Jesus oferece a essa igreja uma nova vitalidade e a restauração de sua paixão a Deus. Mas os crentes precisam fazer sua parte. Precisam acordar, tomar a dianteira em possuir a Deus, olhar para trás e rever os dias de fervor espiritual. Eles teriam de prestar atenção aos mandamentos, abandonar seus impulsos pecaminosos e manter a vigilância na disciplina de Cristo. O Espírito está dizendo: “Acorde e saia da apatia e complacência”.
Talvez seja isto o que precisamos fazer para que não sejamos denominados de IGREJA MORTA.
FONTES DE CONSULTA:
Alerta Final - CPAD - Steven J. Lawson
A Mensagem do Apocalipse – ABU Editora – Michael Wilcock e John R. W. Stott
A Vitória Final – CPAD – Stanley M. Horton
Apocalipse de Jesus Cristo – Chamada da Meia-Noite – Wim Malgo
A Espada Cortante – Volume 1 – CPAD – Orlando Boyer
Apocalipse: O Drama dos Séculos – Editora Vida – Herbert Lockyer
Estudo Sobre o Apocalipse – CPAD – Armando Chaves Cohen
Daniel e Apocalipse – CPAD – Antônio Gilberto
Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;
Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001.
LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD;
BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1.ed., RJ: CPAD, 2005.
Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001.
LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD;
BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1.ed., RJ: CPAD, 2005.
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