Filadelfia, a Igreja do amor perfeito
20/05/2012
TEXTO ÁUREO
“Mas qualquer que guardar a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele” (1Jo 2.5). – A obediência aos mandamentos de Deus testa o conhecimento de uma pessoa em relação a Deus. O verdadeiro amor por Deus e um relacionamento sincero com ele devem ser evidenciados pela lealdade.
Amar não é suficiente. É urgente que o nosso amor seja perfeito como perfeito é o amor com que Deus nos amou.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse 3.1-6.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Conhecer o contexto geográfico e histórico da cidade de Filadélfia;
· Compreender como Jesus se apresenta a igreja de Filadélfia; e
· Elencar as principais características da igreja de Filadélfia.
Filadélfia: amor fraternal.
introdução
Filadélfia era conhecida nos velhos tempos como a porta para o oriente: construída junto a uma das grandes estradas romanas que apontava como uma flecha para o coração do interior da Ásia, ela estava no caminho de quem se dirigia da Europa para regiões importantes como a Mísia, Lídia e Frigia. Era cercada de vinhas e, embora tivessem templos dedicados a vários deuses, o principal era o dedicado a Dionísio (para os gregos) ou Baco (para os romanos), o deus do vinho. Seu nome significa AMOR FRATERNAL. Entre as sete cartas às igrejas no Apocalipse, apenas duas não contêm crítica alguma: A carta à igreja em Esmirna, uma igreja pobre e perseguida, e esta, uma igreja fraca e limitada, mas que dependia totalmente do Senhor. Os homens tendem a medir força e qualidade em termos de tamanho, poder e riqueza. Jesus vê as igrejas de forma diferente. Independente de sucesso em termos mundanos, Jesus olha para o caráter e o coração de cada discípulo e de cada igreja. Ele anda no meio dos candeeiros e sabe muito bem quem pertence a ele. Boa aula!
I - FILADÉLFIA, A CIDADE DO AMOR FRATERNAL
1. A história de Filadélfia. A cidade de Filadélfia foi erguida em uma área vulcânica perigosa, situada aproximadamente 45 quilômetros ao sudeste de Sardes. Gozava de uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Átalo II, cerca de 140 a.C. Ele foi conhecido por sua lealdade ao seu irmãoEumenes, dando assim origem ao nome da cidade (Filadélfia significa “amor fraternal”). A região produzia uvas, Com um solo extremamente fértil, a cidade tornou-se conhecida por seus vinhos e bebidas refrigerantes. Um templo foi erguido entre 69 e 70 d.C. em homenagem e para culto ao imperador Vespasiano{c} e o povo especialmente honrava a Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Localizava-se num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia. Filadélfia foi destruída por um terremoto em 17 d.C. e reconstruída pelo imperador Tibério que isentou seus cidadãos do pagamento de impostos durante cinco anos, para permitir que eles tivessem fundos para reconstruir a cidade{d}. Em alguns momentos de sua história, a cidade recebeu nomes mostrando uma relação especial ao governo romano. Depois de ser reconstruída, foi chamada brevemente de Neocesaréia. Durante o reinado de Vespasiano, foi também chamada de Flávia (nome da mulher dele, e a forma feminina de um dos nomes dele). Muitas vezes sacudida por terremotos, ela foi destruída em 17 d.C, junto com Sardes e dez outras cidades no vale de Lídia. O medo fez com que grande parte da população deixasse de morar no interior dos seus muros. Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia.
2. A igreja em Filadélfia. As únicas referências bíblicas a Filadélfia se encontram no Apocalipse (1.11; 3.7). Assim como em Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira e Sardes, o Evangelho pode ter chegado naquela cidade através da obra missionária de Paulo (At 19.10), mas não devemos descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de Pentecostes poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At 2.5-11). Filadélfia era uma igreja fiel em uma pequena cidade que houvera sido estabelecida para ser o centro da cultura grega. Localizada no Vale do rio Hermo, que se abria para leste, era chamada de a porta aberta do Vale do Hermo. Usando a situação geográfica como referencial, Jesus diz que a igreja tem uma porta aberta pela frente. Nela havia uma comunidade judaica forte em resistência aos seguidores do Messias. Os judeus consideravam-se os únicos donos da chave dos céus. Jesus afirma que somente Ele possui a verdadeira chave de Davi, símbolo de autoridade (Ap 5.5;22.16;Is 22.22), e a deu para a igreja. Filadélfia é tipo da igreja ideal, a igreja que ama (filadélfia = amor fraterno); “Aquele que não ama não conhece a Deus porque Deus é amor” (1Jo 4.8).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Filadélfia era a igreja do amor fraternal. Esta igreja não recebeu nenhuma repreensão do Senhor.
II - A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA
1. Jesus, o Santo de Deus. Mais uma vez nosso Senhor ressuscitado se apresenta em um aspecto da Sua pessoa e obra que é coerente com as necessidades e problemas da assembléia para sempre nos lembrar da suficiência de Sua vida. "Aquele que é santo", afirma divindade do Salvador como Aquele absolutamente justo, o único totalmente separado do pecado. Em Isaías 40.25, o Senhor chama a si mesmo "O Santo". É um título de divindade e contrasta-o com as afirmações de adoração do imperador{e}. O Novo Dicionário Cristão de Thomas Nelson diz: “Santo: Pertencente ou vindo de Deus; Santificado: De pessoas, objetos e edifícios consagrados ou separados para Deus”. A essência da santidade - ser dedicado, separado ou consagrado a Deus e seus propósitos. Viver em santidade, portanto, é viver para os propósitos de Deus, para agradar a Deus, em vez de vivermos para nossos próprios interesses e prazeres. Uma vida pecaminosa é aquela separada de Deus, vivida para si mesma - para seus prazeres e propósitos.
2. Verdadeiro. "Verdade" é a palavra grega alethinos. Significa "o real, o genuíno, o ideal", e está em oposição ao que é falso e ao que é apenas uma imagem ou tipo do real. Ele é Aquele de quem todo o Antigo Testamento falava. No AT encontramos apenas imagens e sombras, mas Ele é a realidade e a substância (Cl 2.16,17). O NT apresenta-O em contraste à todos os enganos do mundo e às respostas falsas e fúteis que oferece-se ao homem. A resposta de Deus para o homem é Jesus Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14.6) {e}. O teólogo alemão Rudolf Karl Bultmann diz: "Em relação às coisas divinas ela tem o sentido daquilo que verdadeiramente é, ou daquilo que é eterno". Comentando a respeito desse título duplo de Jesus, O teólogo inglês Henry Barclay Swete escreve: "O Cabeça da Igreja é descrito ao mesmo tempo como santidade absoluta [...] e como verdade absoluta; Ele é tudo aquilo que afirma ser, cumprindo os ideais que prega e as esperanças que inspira". Charles entende que, no Apocalipse, não temos o sentido clássico do grego alethinos ("genuíno") como acontece no Evangelho de João. Em vez disso, é a ênfase hebraica na fidelidade de Deus. Ele diz: "Por isso, alethinos sugere que Deus ou Cristo, como verdadeiro, cumprirá a sua palavra".
3. A chave da Casa de Davi. Esta metáfora nos fala que somente Cristo tem o controle completo sobre a família real, a sua igreja. A fonte da metáfora é Isaías, como ele fala de um indivíduo, Sebna, que teve a carga do palácio do rei da Judéia. O Senhor diz que vai substituí-lo por seu servo, Eliaquim, filho de Hilquias (22.21). Então, diz o Senhor através do profeta Isaías: "Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; o que ele abre ninguém pode fechar, e o que ele fecha ninguém pode abrir" (22.21-22). Assim, Hilquias terá poder para controlar a entrada no reino real. Como mordomo do rei, ele vai decidir quem pode ou não ter acesso ao rei. Esta história em Isaías serve como uma profecia do Messias Davídico. O que está em exibição no Apocalipse é claro. Aqui Cristo tem a chave de Davi e abre a porta. A imagem sugere que Cristo é o único que pode conceder acesso a Deus; Cristo deu aos crentes em Filadélfia acesso a Deus e ninguém poderia privá-los disto. A "chave" em Apocalipse faz muito mais que abrir o caminho para uma audiência com um rei nacional. Na mão de Cristo, a chave abre a porta à presença de Deus, o seu reino e a vida eterna. Esta declaração de Cristo para a igreja em Filadélfia que ele tem "a chave de Davi" teria sido muito reconfortante. Isso porque a igreja estava sendo intimidada por aqueles que "se dizem judeus e não são" (3.9). O pano de fundo imediato da frase era a reivindicação dos judeus em Filadélfia, que eram o verdadeiro povo de Deus que tinham a chave para o Reino de Deus. João contradiz esta afirmação, afirmando que a chave para o reino que pertencia a Israel realmente pertence a Jesus como o Messias davídico (5.5; 22.16) e foi perdida por Israel, porque haviam rejeitado seu Messias. Esses judeus acabariam por reconhecer que Cristo ama a Igreja. Eles reconheceriam que a igreja é composta pelo verdadeiro povo de Deus, em vez dos judeus como uma nação. Os crentes de Filadélfia teriam sido muito encorajados quando Cristo se identificou como o verdadeiro Messias, e como alguém que controla o acesso ao reino eterno. Quando ele abre a porta "ninguém pode fechar" - e ninguém pode impedir a entrada de pessoas para quem ele abre (3.7) {f}.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Jesus se apresenta ao pastor da igreja em Filadélfia como aquele que é Santo e Verdadeiro. Filadélfia deveria fazer-se notória também pela sua santidade.
III - UMA IGREJA AMOROSA, PACIENTE E CONFESSANTE
1. Amar é a maior das obras. À igreja de Filadélfia, Cristo disse: “eis que diante de ti pus uma porta aberta” (v. 8) — leia-se: "uma porta que foi aberta e permanece aberta". A figura de uma porta aberta era familiar para os crentes primevos. Paulo e Barnabé, relataram em Antioquia que Deus "abrira aos gentios a porta da fé" (At 14.27). Acerca da obra desenvolvida em Éfeso, Paulo assevera: "porque uma porta grande e eficaz se me abriu" (1Co 16.9). Adiante é dito: "quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo [...] abrindo-se-me uma porta no Senhor" (2Co 2.12). Paulo mesmo solicita aos de Colossos que orassem "para que Deus nos abra a porta da palavra" em Roma (Cl 4.3). Essas passagens das epístolas Paulinas explicitam o significado dos termos “uma porta aberta”. Ela significa uma boa oportunidade para a obra missionária. Filadélfia foi vocacionada a ser uma "igreja missionária". Ele vai dizer o seguinte dessa cidade: “A intenção dos seus fundadores era torná-la um centro da civilização greco-asiática e um meio de espalhar a língua grega e seus costumes na parte oriental da Lídia e da Frígia. Ela era uma cidade missionária desde o seu princípio [...] O seu ensinamento foi bem-sucedido. Antes de 19 d.C, a língua nativa tinha deixado de ser falada na Lídia e a língua grega era a única falada nesse país”. Essa igreja foi chamada para espalhar o evangelho de Jesus Cristo e ela estava estabelecida estrategicamente: a estrada do esplêndido porto de Esmirna passava por Filadélfia. Também passava por ali a importante "estrada imperial do correio de Roma até as províncias mais ao leste" que ligava Trôade, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Filadélfia. Portanto, a porta estava permanentemente aberta para aquela igreja, que deveria espalhar as boas novas para as cidades da Frígia.
2. Força na fraqueza. É importante frisar que fraqueza nem sempre sugere pecado. Jesus não condena a igreja de Filadélfia por nenhum erro, mas afirma que ela tinha pouca força. Talvez seja uma referência ao tamanho daquela igreja, ou, de outra maneira, limitados em capacidade. Quando reconhecemos as nossas próprias limitações e fraquezas, devemos confiar mais em Deus e depender de sua força (2Co 12.9,10).
3. Amorosa perseverança. Perseverança (latim perseverantia, -ae): Qualidade ou ação de quem persevera; Constância, firmeza, pertinácia; Duração aturada de alguma coisa {g}. Não obstante suas limitações, os crentes em Filadélfia se mantinham fiéis. Guardavam a palavra de Jesus. Ele veio ao mundo e revelou a sua palavra, que nos julgará no último dia (Jo 12.48-50). Apesar de serem fracos, os crentes em Filadélfia ficariam do lado do vencedor. Seriam exaltados acima dos seus inimigos. Os inimigos se prostrarão em submissão aos vitoriosos (Is 60.14). Os servos fiéis e vitoriosos podem reinar com Cristo (Ap 20.4) e exercer autoridade sobre as nações (Ap 2.26,27). Esta honra cedida aos discípulos serviria como prova do amor de Jesus para com os seus seguidores. Os falsos judeus os odiavam, mas o Senhor Cristo os amava! {h} A declaração “guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome” poderia ser lido da seguinte forma: "E mesmo assim guardaste a Minha palavra e não negaste o meu nome". Aqueles crentes passaram provações, mas permaneceram firmes. Não bastasse o enfrentamento político imposto pelo Estado, havia estabelecido ali um grupo chamado por Cristo de “sinagoga de Satanás” (v. 9) [já tinha aparecido em 2.9, na carta a Esmirna]. Tanto lá em Esmirna quanto cá em Filadélfia, a oposição veio principalmente dos que se diziam judeus. Deles Cristo assevera: “eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo”. Cristo elogia a igreja porque ela guardou “a palavra da minha paciência” (v. 10).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Filadélfia era uma igreja amorosa e paciente. Pela fé sabia como tirar forças da fraqueza.
IV – FILADÉLFIA NOS ÚLTIMOS DIAS
1. A iminência da volta de Jesus. “Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”: Os discípulos em Filadélfia seriam guardados num período de provação que afligiria o mundo. O Senhor não atrasará a sua vida além do tempo soberanamente fixado, embora não seja revelado este tempo, o crente deve permanecer preparado. “Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema. Maranata.” (2Co 16.22).
2. A Grande Tribulação. A expressão “Grande Tribulação” (Gr. θλιψις μεγαλη) descreve o período aflitivo que antecederá a presença de Jesus Cristo e por consequência julgamento por parte de Deus ou Armagedon {i}. Alguns estudiosos entendem que, da mesma forma que Israel tomou parte das três primeiras pragas (sangue, sapos, piolhos) com os egípcios (Êx 8.22), também a Igreja poderá passar pela primeira parte da Grande Tribulação antes de ser levada por Cristo – são chamados de Mesotribulacionistas. O fato é que, sendo afastado para longe, ou sendo guardado em meio a, “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”.
3. A coroa de Glória. “Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”: Depois de tudo que Jesus fez e prometeu, os cristãos em Filadélfia ainda teriam que fazer a sua parte. Eles ainda enfrentariam tentações e correriam o risco de perder tudo que haviam alcançado. Mesmo os servos mais fiéis precisam vigiar para permanecerem fiéis até o fim {j}. Coroa significa a "coroa da vitória". A advertência é contra fracassar na corrida da vida e, conseqüentemente, perder o direito à coroa da vida. Ou seja: "toma cuidado para que ninguém tome a tua coroa". Esse objetivo é alcançado ao correr com sucesso até o fim!
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A igreja em Filadélfia tinha uma perspectiva escatológica verdadeiramente bíblica, por isso encarava com seriedade a iminência da volta de Jesus Cristo.
CONCLUSÃO:
Sejamos fiéis. Obediência aos mandamentos de Deus testa o conhecimento do crente em relação a Deus. O verdadeiro amor ao Senhor e um relacionamento baseado na sinceridade com Ele são evidenciados pela lealdade.. O Senhor Jesus não tarda. Em seu inconfundível amor, promete-nos: "A quem vencer, eu farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome" (Ap 3.12 ). Ao final de cada carta dirigida a essas igrejas, os crentes eram instruídos a ouvir e compreender tudo o que lhes fora escrito, e uma bem-aventurança para o vencedor. Como ficou explícito nesta lição, o vencedor não é aquele que tem muita força de vontade, coragem e esforço naturais, mas aquele que ouve a voz do Espírito.
Subsídio para o Professor
Introdução
Filadélfia fica num vale aos pés de um platô montanhoso. A parte de baixo e escura, no centro da imagem, mostra a área da antiga cidade. Os reis de Pérgamo fundaram Filadélfia como um posto avançado do seu Reino no segundo século a.C. A cidade estava localizada ao longo de uma importante estrada de viagem que ligava Pérgamo ao norte com Laodicéia ao sul. Nos tempos do novo testamento, Filadélfia fazia parte da província Romana da Ásia. A cidade foi devastada por um terremoto em 17 d.C. e por um tempo as pessoas viveram com medo de tremores. Filadélfia foi reconstruída com ajuda do imperador Tibério.
A Igreja em Filadélfia era cheia de vida, e representava o autêntico Cristianismo sem a contaminação que havia atingido outras das sete igrejas do Apocalipse. Ela não recebeu reprovação, mas apenas palavras de louvor por parte do Senhor. Seus membros haviam sido fiéis e zelosos em boas obras. Somos cônscios de que não há igrejas ou pessoas perfeitas, pois ainda não chegamos à estatura de varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Ef 4:13), o que ocorrerá quando formos glorificados na vinda do Senhor. Como ser humano, estamos sujeitos ao erro. Todavia, como servos de Cristo e igreja do Senhor, não amamos o pecado e não somos mais dominados por ele. Não temos mais prazer no erro. Cientes de sua fraqueza humana, os crentes de Filadélfia tinham confiado no Senhor e, em decorrência disso, preservado a verdade ao colocá-la em prática. Uma vez que não haviam negado o nome de Cristo, o Senhor colocaria diante deles uma porta aberta de oportunidade que ninguém poderia fechar.
I. A CIDADE DE FILADÉLFIA
1. A história da Cidade. Conforme relatos históricos, a cidade de Filadélfia possuía uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Atalo, no segundo século a.C. Átalo foi conhecido por sua lealdade ao seu irmão, Eumenes, cuja lealdade lhe fizera merecer o nome de Filadelfo, dando assim origem ao nome da cidade (Filadélfia significa amor fraternal). A região produzia uvas e o povo especialmente honrava Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Ficava localizada num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia. A área era sujeito a terremotos frequentes. Um severo terremoto, em 17 d.C., destruiu a cidade; e, visto que os choques continuavam de maneira intermitente, o povo passou a viver fora da cidade em tendas e ao ar livre. Depois que a generosidade imperial ajudou a recuperação da cidade, seus habitantes voluntariamente deram à sua cidade o nome de Neocesaréia - a nova cidade de César. Posteriormente, sob o domínio do imperador Vespasiano, tomou outro nome imperial: Flávia, pois Flávio era o apelido do imperador. Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia. Átalo criou a cidade para ser embaixadora da cultura helênica, missionária da filosofia grega. Mas Cristo diz para a igreja que Ele colocou uma porta aberta diante da igreja para ela proclamar não a cultura grega, mas o evangelho da salvação. A razão por que a porta permanece aberta diante da igreja é que sua “chave” está na mão de Cristo. A cidade de Filadélfia fora castigada por vários terremotos, e as pessoas viviam assustadas pela instabilidade. Existiam muitos terremotos e grandes tremores de terra na cidade de Filadélfia. Muitos viviam em tendas fora da cidade. Paredes rachadas e desabamentos eram coisas comuns na cidade. Era uma região perigosamente vulcânica. Mas para a igreja assustada com os abalos sísmicos da cidade, Jesus diz: “Farei do vencedor uma coluna no templo do meu Deus, de onde jamais sairá” (Ap 3:12). Como já dissemos, a cidade fora batizada com um novo nome depois de sua reconstrução - Flávia (a forma feminina de um dos nomes de Vespasiano). Jesus aproveita esse gancho cultural para falar à igreja que os vencedores teriam um novo nome: “Escreverei nele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu da parte do meu Deus, e também o meu novo nome” (Ap 3:12). A igreja terá nela o nome de Deus gravado, e não o nome de César. Jamais a igreja deve assemelhar-se àqueles que pertencem à “sinagoga de Satanás”, cujo rei é César - “Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César”(João 19:15). Jesus é o Senhor e Rei do seu povo, e não César.
2. A igreja em Filadélfia. Assim como em Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira e Sardes, o Evangelho pode ter chegado naquela cidade através da obra missionária de Paulo (At 19:10). Mas não devemos descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de Pentecostes poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At 2:5-11). Tal como a igreja em Esmirna, a igreja em Filadélfia não recebeu nenhuma repreensão do Senhor. Tal como a igreja em Esmirna, a igreja em Filadélfia havia encontrado oposição da parte dos judeus da cidade (Ap 3:9). Mas os judeus arrogantes, que haviam feito oposição tão ferrenha, seriam humilhados diante desses cristãos simples. Aqueles que afirmavam ser o povo escolhido de Deus quando, na verdade, não passavam de sinagoga de satanás, seriam obrigados a reconhecer que os cristãos desprezados eram, de fato, o rebanho escolhido. Filadélfia não era uma igreja opulenta, mas chamou a atenção do Senhor pelas seguintes características:: Era uma igreja que guardava a Palavra. Por duas vezes, Jesus fala que aquela igreja conseguira reter a Palavra do Senhor: “… tendo pouca força, guardaste a minha palavra…”(Ap 3:8); e “… como guardaste a palavra da minha paciência…” (Ap 3:10). Ocorre que essa “guarda” não se restringiu à mera observação contemplativa das Escrituras, mas redundou em ação: “…não negaste o meu nome” (Ap 3;8); e também resultou em uma promessa: “…também eu te guardarei da’hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra“. Portanto, guardar a Palavra de Deus e vivê-la nos motiva a honrar o nome do Senhor; e da parte dEle, a promessa de nos guardar de tentações futuras. A carta ao “anjo da igreja em Filadélfia”(Ap 3:7-13) provavelmente faz alusão a algumas das circunstâncias da cidade:
a) Assim como Filadelfo se tornou famoso pela lealdade demonstrada a seu irmão, semelhantemente a Igreja, a verdadeira Filadélfia, herda e cumpre o caráter daquele mediante sua constante lealdade a Cristo(Ap 3:8,10).
b) Assim como a cidade fica próxima da “porta aberta” de uma região de onde derivava a sua riqueza, semelhantemente à congregação cristã ali existente era dada uma “porta aberta” de oportunidade para que a explorasse (Ap 3:8; cf 2Co 2:12).
c) Os símbolos da “coroa” e do “templo”(Ap 3:11,12), salientam um contraste com as festividades religiosas e ritos da cidade.
d) Em contraste com a inconstância de vida numa cidade sujeita aos terremotos, aqueles que são vencedores recebem a promessa da estabilidade final de serem parte da edificação do templo de Deus.
e) Enquanto que a cidade recebera novos nomes da parte dos imperadores divinizados, os “vencedores” receberão novos nomes que denotarão sua participação permanente na cidade do verdadeiro Deus (Ap 3:12).
II. COMO O SENHOR JESUS SE APRESENTA À IGREJA EM FILADÉLFIA
O Senhor Jesus se apresenta ao pastor da igreja em Filadélfia da seguinte forma: “E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre“(Ap 3:7). 1. Jesus, o Santo de Deus. Jesus não apenas se apresenta como Deus, mas destaca que Ele é “Santo”, ou seja, sua natureza não permite a convivência nem a tolerância com o pecado. Deus é santo (Lv 11:44,45;20:26), abomina o pecado, nem o tolera, tanto que, quando foi achada iniquidade no querubim ungido, foi ele lançado fora da presença do Senhor (Ez 28:15,17), bem como o mesmo ocorreu com o primeiro casal (Gn 3:22-24). Quando o nosso pecado foi lançado sobre o Senhor Jesus, Deus Pai dEle se apartou, desamparando-o (Is 53:6; Mc 15:34). Cristo é santo em seu caráter, obras e propósitos, e exige que todos os seus servos também o sejam - “Sede santos, porque eu sou santo“(1Pe 1:16).
2. Verdadeiro. Para uma igreja perseguida pelos falsos mestres, Jesus se apresenta como “o que é Verdadeiro“. Ele não é a sombra da verdade, é sua essência. Havia centenas de divindades naqueles dias, mas somente Jesus poderia reivindicar o título de verdadeiro Deus. Ele é Deus confiável, real em contraste com os que mentem (Ap 3:9). Ele não é uma cópia de Deus, é o Deus verdadeiro. Apresentando-se assim, Jesus exige da Igreja uma postura verdadeira e confessante, disposta a professar o nome do Senhor até o fim, tal como exigiu da igreja em Filadélfia.
3. O que tem a Chave de Davi. Quando Jesus disse que tinha a Chave de Davi ele estava usando uma linguagem figurada. Por que Jesus usou essa figura? O quê significa? Na época dos reis de Israel era escolhido um homem para cuidar das finanças do reinado, e a este homem escolhido era dada uma figura simbólica que representava a sua posição: uma enorme chave que era colocada sobre seu ombro chamada de “Chave de Davi“. Esta chave era o sinal de autoridade e confiança que o rei tinha pelo seu tesoureiro-mor. Vemos no reinado de Ezequias o próprio Deus escolhendo o novo tesoureiro. Está escrito em Isaias 22:20-22: “E será naquele dia que chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias; E vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e entregarei nas suas mãos o teu domínio, e será como pai para os moradores de Jerusalém, e para a casa de Judá. E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá“. Aqui, o Senhor promete dar a “Eliaquim, filho de Hilquias”, uma túnica, um cinto e uma chave, que são símbolos de sua autoridade. A túnica aponta para autoridade profética - os profetas comumente usavam uma túnica, que os identificava entre a multidão. O cinto aponta para o ofício sacerdotal. E a Chave representa a autoridade de rei. Portanto, a figura de Eliaquim representa o próprio Cristo. É Ele “o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre” (Ap 3:7). Ele tem a chave mestra do palácio real. Ele tem acesso a todas as riquezas do Pai, e as revela a quem quiser. Ele declarou: “Tudo por meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho, senão o Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Lc 10:22). Assim como o tesoureiro tinha toda confiança e a autoridade do rei, Jesus também tem toda autoridade e confiança do Pai Eterno para exercer a sua vontade (Mt 28:18). Ele tem não apenas as chaves da morte e do inferno (Ap 1:18), mas também a chave de Davi, a chave da salvação; o que abre, e ninguém pode fechar; o que fecha, e ninguém pode abrir. Portanto, se a porta é o símbolo da oportunidade da igreja, a Chave é o símbolo da autoridade de Cristo.
III. UMA IGREJA AMOROSA, PACIENTE E CONFESSANTE
A igreja de Filadélfia não recebeu reprovação do Senhor. Ela O agradava em todos os aspectos. Era uma igreja “amorosa, paciente e confessante”. Uma das características marcantes dessa igreja era o exercício do amor. Aliás, o amor é uma característica indispensável para quem diz ser filho de Deus, é como se fosse o próprio DNA espiritual do cristão sincero e verdadeiro. Devemos observar que este amor não é apenas a essência da comunhão entre Deus e o homem, o próprio núcleo da vida espiritual, mas é, como afirma Paulo, a primeira característica do fruto do Espírito (Gl 5:22), ou seja, necessariamente este amor tem de se traduzir em atitudes; tem de ser demonstrado não só por palavras, mas, principalmente, por obras(1João 3:18). A prova de que alguém é, realmente, um filho de Deus está, precisamente, em ter este amor (vide 1Jo 4:7). Jesus deixou-nos isto muito claro ao dizer que Seus discípulos seriam reconhecidos pelo amor (João 15:12; 1João 2:10,11; 3:10,11). 1. Amar é a maior das obras. Não há obra tão elevada como amar a Deus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22:37). Amar a Deus significa submeter-se à vontade do Senhor, fazer aquilo que Ele nos manda na Sua Palavra. Significa renunciar à vontade própria, ao ego, à sua individualidade, para fazer aquilo que o Senhor determinou que fizéssemos. Não é possível que alguém ame a Deus e não seja um observador da Palavra do Senhor. Aqueles que amam realmente a Deus, desejam promover o seu reino (1Co 9:23), desejam cumprir a Grande Comissão(Mt 28:19; At 1:8). A igreja de Filadélfia demonstrava isso, tanto que Jesus lhe exalta: “eu sei as tuas obras…”(Ap 3:8). Temos também amado assim? Pense nisso!
2. Força na fraqueza. Filadélfia era uma congregação pequena, formada de crentes pobres e escravos, fazendo com que tivesse pouca influência sobre a cidade. Aos olhos dos homens era fraca, tinha pouca força, mas era um poderoso instrumento nas mãos de Jesus para anunciar o evangelho. Não basta ser uma igreja que guarda a Palavra (Ap 3:8), é preciso proclamar a Palavra. Não basta não negar o nome de Cristo (Ap 3:8), é preciso anunciá-lo. Não basta ser uma igreja ortodoxa, é preciso ser uma igreja missionária! Assim como a cidade de Filadélfia tinha uma missão - ser a missionária da cultura grega -, a igreja deveria ser a missionária do evangelho. A porta estava aberta. A porta está aberta. Precisamos aproveitar as oportunidades enquanto é dia! A igreja contemporânea está perdendo a capacidade de sofrer pelo evangelho; está perdendo a capacidade de denunciar o pecado. Os púlpitos estão se transformando em um balcão; o evangelho, em um produto; e os crentes, em consumidores. Pastores com ares de superespirituais já não aceitam ser questionados; estão acima do bem e do mal. Consideram-se os “ungidos”. Dizem ouvir a voz direta de Deus. Nem precisam mais das Escrituras. E o povo lhes segue cegamente para sua própria destruição.
3. Amorosa perseverança. Filadélfia era uma igreja fiel, que guardava a palavra de Cristo e não O negava. Os membros tinham suportado a oposição do mundo, resistindo à conformação às tendências malignas das demais igrejas e perseverados na lealdade a Cristo e na verdade do santo evangelho de Cristo. Além das perseguições externas, principalmente aquelas impostas pelos déspotas do império romano, os santos de Filadélfia enfrentavam, no âmbito interno, perseguições advindas de falsos irmãos. Esses falsos irmãos se diziam judeus, chamados por Jesus de “sinagoga de Satanás”(Ap 3:9), que pregavam heresias e que, desfraldando impiamente a bandeira da Lei de Moisés, buscavam anular a graça de Cristo. Paulo, aliás, tivera muitas dificuldades com esses indivíduos (cf Gl 1:1-7). Portanto, a perseguição era tremenda, mas eles foram amorosamente perseverantes. No começo pareciam que iam recuar, mas Cristo disse para a igreja: coloquei diante de vocês uma porta aberta que ninguém pode fechar(Ap 3:8). Mais que isso, aqueles que hoje perseguem vocês, virão e se prostrarão diante de vocês e saberão que os amei (cf Ap 3:9). Isso mostra que o amor do Senhor é demonstrado de forma clara também quando ele impõe justiça contra os nossos adversários, julgando as ofensas que lançam contra nós. Por causa da perseverança na fidelidade dos cristãos de Filadélfia, o Senhor Jesus promete livrá-los da hora da grande provação (Ap 3:10).
A igreja de Filadélfia nos últimos dias tem compromisso com o reino de Deus, com a santidade, com a Palavra de Deus e encara com sinceridade a iminência da volta de Jesus Cristo. É a igreja fiel e sincera, e que tem como principal fundamento o amor. A ela Jesus não tem nenhuma reclamação, só elogio. Ela ocupa o centro de sua atenção, de seu amor e de seu cuidado providente.
1. A iminência da volta de Jesus(Ap 3:11). Jesus envia um telegrama à igreja: “Eis que venho sem demora!”. A vinda de Cristo é apresentada aos santos como motivação para a perseverança. Não deviam permitir que ninguém tomasse deles a coroa de vencedor. É só mais um pouco e chegará o Dia da recompensa. A herança que ele preparou para nós é gloriosa. Cristo virá em breve. Não precisamos de nada novo. Precisamos guardar o que temos - o Fruto do Espírito Santo (Gl 5:22).
2. A Grande Tribulação (Ap 3:10). Uma vez que os cristãos de Filadélfia haviam guardado a verdade de Deus ao vivê-la perante os homens, o Senhor os guardaria “da hora da provação (ARA)” que está prestes a “vir sobre todos que habitam sobre a terra”. Trata-se de uma promessa de isenção do período de tribulação descrito em Apocalipse (capítulos 6-19), a saber, a “Grande Tribulação”. Observe que serão guardados “da” hora “da provação”, ou seja, do período todo, e não em meio a ele. Haja vista o que está escrito no versículo 13 deste mesmo capítulo - “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” -, esta mensagem não é apenas para uma igreja local. Conquanto a igreja de Filadélfia estivesse passando por tribulações, naqueles dias, os seus santos membros não passaram pela “hora da tentação[provação -ARA] que há de vir sobre todo o mundo” - todos os mortos em Cristo têm a garantia de que não passarão pela Grande Tribulação, uma vez que ressuscitarão e serão tirados da Terra antes dela. Antes de o Cordeiro de Deus desatar o primeiro selo, dando início a uma série de juízos contra a Terra (Ap 6), João viu os 24 anciãos diante de Deus, no Céu (Ap 4:4). E estes representam a totalidade da Igreja: as doze tribos de Israel e os doze apóstolos de Cristo. Isso prova que, desde o início da Grande Tribulação, na Terra, os salvos já estarão no Céu. Glória ao Cordeiro, pois estaremos com Ele nesse período de trevas e aflições. A Grande Tribulação, o pior período da história da humanidade, terminará com a volta de Cristo a esta Terra, quando colocará Seus pés no monte das Oliveiras, o mesmo lugar de onde ascendeu aos céus (At 1:9-12), vencendo o Anticristo e todos os seus exércitos, sendo, então, reconhecido pelo remanescente de Israel como o Messias. Esta volta de Cristo, conhecida como “parousia”, “revelação de Cristo em glória”, “volta triunfal de Cristo”, “vinda de Jesus em glória”, será plenamente visível a todos os povos e nações e estava predita desde o início dos tempos, pois Enoque, o sétimo depois de Adão, já se referia a este episódio (Jd 14,15). É o fato que marca o início da vitória do bem sobre o mal.
3. A coroa de glória. A igreja de Filadélfia é exortada a conservar o que tem para que ninguém tome sua coroa (Ap 3:11). Essa igreja havia recebido a aprovação do Senhor, no entanto, Jesus a alerta para conservar os valores, a verdade recebida para que seu galardão não lhe fosse tirado. Precisamos de vigilância, pois vivemos um tempo perigoso. São muitas as coisas que nos distraem e nos seduzem. Corremos o risco de perdemos nossas dracmas dentro de casa. Corremos o risco de nos desviarmos do caminho e sermos saqueados.
Se a igreja em Filadélfia fosse avaliada pelo ser humano talvez não passasse no crivo dos críticos de plantão. Por ser constituída de pessoas humildes, pobres e sem expressão social, certamente iriam dizer que era uma igreja “sem fé”, “não visionária”, “sem unção”, “praticante da mesmice”, “legalista”, “desassociada dos costumes modernos”, “sem vinho novo”. Só que Jesus julga a sua igreja por critério diferente do nosso. Ele pode ver uma igreja pobre ou fraca como uma congregação fiel, dedicada e perseverante. Foi como Ele avaliou a igreja em Filadélfia, tanto que nenhuma reclamação lhe imputou. Portanto, ao invés de tentar impressionar as pessoas, devemos nos dedicar ao desenvolvimento do caráter que agrada a Deus. É claro que para se manter firme e fiel no patamar que agrada a Deus a igreja passará por mais provas e perseguições, tanto por parte dos de fora como por parte dos de dentro da igreja(Ap 3:9). Mas a recompensa é preciosa: “A quem vencer, eu farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do Céu, do meu Deus, e também o meu novo nome”(Ap 3:12). Sabe o que significa isso? Significa que pertenceremos para sempre ao Senhor, viveremos para sempre com Ele em glória. Para uma igreja fraca, mas fiel, o vencedor recebe a promessa de ser coluna do santuário de Deus. A coluna é que sustenta o santuário. Os fiéis cristãos podem ser fracos diante dos homens, mas são poderosos e fortes diante de Deus. Os vencedores não são os fortes e poderosos deste mundo, mas aqueles, que embora fracos aqui, serão colunas no reino celestial. Os vencedores podem ter sido desprezados aqui, mas serão enaltecidos na glória. Os vencedores poderão ter sido escravos aqui, mas reinarão com Cristo na glória. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”(Ap 3:13).
Referências Bibliográficas:William Macdonald - Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 50.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon - CPAD.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.Biblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, nota textual de 1Jo 2.3-6; p. 1324;{b}.Ibdem, Palavra-Chave 2.5; {c}.KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 208.; {d}.Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011; nota explicativa Ap 3.7-13; p. 1322; {e}. Adaptado de The Message to Philadelphia (Rev 3:7-13) Study By: J.Hampton Keathley, III; “The Church of the Open Door” The City and the Assembly (3:7a); http://bible.org/seriespage/message-philadelphia-rev-37-13; {f}.Adaptado de The Church at Philadelphia (Revelation 3:7-13); The church that kept the faith; Grace Communion International; http://www.gci.org/bible/rev/phil
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - nº 50.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon - CPAD.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.Biblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, nota textual de 1Jo 2.3-6; p. 1324;{b}.Ibdem, Palavra-Chave 2.5; {c}.KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 208.; {d}.Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011; nota explicativa Ap 3.7-13; p. 1322; {e}. Adaptado de The Message to Philadelphia (Rev 3:7-13) Study By: J.Hampton Keathley, III; “The Church of the Open Door”
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