EVANGELISMO ATRAVÉS DE FILMES? ESSA NÃO!
Em número crescente, as igrejas estão depreciando o valor da pregação
expositiva nos seus cultos. Muitos líderes acham que há melhores
maneiras para se ganhar almas, como por exemplo, evangelizar através de
filmes gospel. Mas, a “loucura da pregação” é o único meio que o Senhor
escolheu para ganhar pessoas para o seu reino e doutriná-las. Para que
os pecadores pudessem ouvir Sua voz, o Senhor escolheu usar pregadores
como Seu canal, “E como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm 10:14). A
palavra traduzida como “pregue” (kerusso) refere-se literalmente ao uso
de um arauto ou um pregoeiro público. O Espírito de Deus torna a
pregação da Palavra, o meio eficaz da graça para salvar pecadores,
edificar os crentes e as igrejas. Esse é o evangelismo feito da maneira
do Senhor. Deus escolheu usar uma mensagem “louca”, comunicá-la através
de meio “louco”, para deixar claro que somente Ele é Aquele que
sobrenaturalmente salva (I Co 1:17-25). A grande dificuldade da igreja
moderna é que ela não acredita que o Senhor Jesus opera poderosamente
para salvar pecadores, discipular crentes e edificar Sua igreja através
do meio “louco”: A pregação expositiva da Palavra. Nesse contexto, a
pregação tem sido considerada fora de moda, ineficiente, e,
freneticamente os pastores têm descido ao Egito em busca de meios
antibíblicos para o evangelismo, dentre os quais, os filmes gospel.
Esses líderes estão dependendo de “cisternas rotas, que não retêm água”,
quando ao mesmo tempo “o manancial de águas vivas está na frente de
seus narizes” (Jr 2:13). A evangelização através de filmes retrata
incredulidade quanto ao poder da pregação expositiva. A verdade é que
grande parte da igreja não confia que o Cristo exaltado opera através de
Sua Palavra, então, a proclamação do evangelho é substituída por
performances artísticas irrelevantes como os filmes gospel.
Lamentavelmente, a igreja moderna tem perdido a visão do uso
sobrenatural de Cristo através do ministério da Palavra. Hoje, os
pastores são diretores-executivos, gerentes, financistas, excelentes
levantadores de fundos, exceto ministros da Palavra. Se não confiamos
que o Rei Jesus abençoa o único meio que Ele mesmo apontou para
evangelizar, ou seja, a pregação expositiva de Sua Palavra, estamos
errando na base, e precisamos admitir que somos culpados de
incredulidade prática. O Senhor Jesus foi um pregador. João Batista, o
precursor, também foi primariamente um pregador. No livro de Atos, no
dia de Pentecoste, Pedro levantou sua voz e pregou a Cristo. O apóstolo
Paulo foi preeminentemente, um grande pregador. John Wycliffe, “A
estrela d’alva da Reforma”, inflamado pelo Espírito Santo deu grande
ênfase à pregação expositiva da Palavra de Deus. Os seus seguidores, os
lolardos, costumavam percorrer a Inglaterra inteira pregando as
Escrituras ao ar livre. Homens como Martinho Lutero e João Calvino
valorizavam acima de tudo a pregação expositiva das Escrituras. O mesmo
vale dizer para John Knox, Hugh Latimer, George Whitefield, Charles
Spurgeon, e tantos outros que defendiam a pregação expositiva. A
pregação expositiva foi empregada pelos profetas, Jesus, apóstolos e
reformadores. Uma igreja construída sobre filmes é uma igreja construída
sobre areia, é a casa da morte, pois as pessoas foram iludidas pelas
meias verdades. Quando Pedro pregou a Palavra em Atos 2:37 o coração das
pessoas foram atingidos como por uma pontada. Eles gritaram: “O que
faremos para sermos salvos?” Eles não foram convencidos através de
drama, nem por entretenimento profissional, nem por desempenho
artístico, mas reconheceram seus pecados, se arrependeram e foram
libertos pelo poder da Palavra pregada. Desde a criação em Gênesis 1 até
a chamada de Abraão em Gênesis 12, desde a visão do vale de ossos secos
em Ezequel 37 até a vinda da Palavra Viva, Deus sempre criou o Seu povo
através da Sua Palavra. Como disse o apóstolo Paulo “A fé vem pela
pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” ( Rm 10: 17). O modo de
promover santidade é ensinar às pessoas a Palavra de Deus e levar com
energia o impacto desse ensino aos corações através da pregação. Isso os
filmes não fazem. O filme funciona como alimento emocional, despertando
no espectador, experiências estéticas. Ademais, nenhum homem pode
retratar Cristo seja através de um ator ou qualquer imagem física. Fazer
isto é blasfemar o Filho de Deus e negar Sua glória e poder. Nos filmes
prevalece a arte; a ênfase é o estilo e o caráter ornamental, o que
repassa uma mensagem vaporável. Os filmes é uma ostentosa exibição de
arte que desvia a atenção das pessoas para longe da verdade evangélica.
Eles simplesmente incitam sentimentos de simpatia pelo evangelho.
Corações duros somente são quebrados para o arrependimento através da
pregação expositiva. A mensagem passada pelos filmes é adornada, não é
declarativa, nem salvadora, pois é carregada de recheios purpúreos.
Portanto, é mais fácil ensinar um leão a ser vegetariano do que
converter um coração através de filmes gospel. Infelizmente, em muitas
igrejas a pregação tem sido um acessório, uma coisa. A suprema
necessidade da nossa geração é a declaração da Palavra de Deus no poder
do Espírito Santo. Nossa oração é que o Espírito Santo caia nas igrejas
que estão sonolentas e remova a estultice da evangelização através de
filmes. O compromisso com a pregação expositiva é a marca de uma igreja
forte!
Ir.Marcos Pinheiro
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