02 março 2012

Turista terá que  dormir em motel durante a Copa

BH é a segunda capital em número de estabelecimentos



Motéis de BH serão alternativa para turistas

O IBGE divulgou ontem o primeiro estudo sobre hospedagem no Brasil, em parceria com o Ministério do Turismo. Os números verificados são emblemáticos. Dos 373.673 leitos disponíveis nas 27 capitais, 36.739 estão dentro de motéis. O número, apesar de ser amplamente inferior ao de leitos em hotéis (mais de 280 mil), é maior do que os encontrados em flats (22.627), pensões (4.282) e albergues (5.425) somados.


Na comparação entre números de estabelecimentos de hospedagem, a proporção de motéis cresce ainda mais. Dos mais de 5.000 estabelecimentos, 23,5% são motéis (ou 1.184), ficando atrás apenas das unidades hoteleiras, que representam 52,1% desse total. A capital com maior presença de motéis é Fortaleza, onde 39,3% dos estabelecimentos são desse segmento. Em segundo lugar fica Belo Horizonte, com 34%.



Como o número de leitos de rede hoteleira pode não abrigar todos os turistas, o setor de motéis está de olho nessa oportunidade. A sócia da rede Sunny Day, Mirela Guimarães, planeja receber turistas durante a Copa. "Pretendo aproveitar a oportunidade. Vou me preparar através do treinamento do pessoal, além de oferecer serviços de transfer", diz.



A rede hoteleira promete reverter um pouco essa carência. O diretor de Desenvolvimento do Grupo Maio/Paranasa, Jânio Valeriano, conta que, atualmente, a empresa está construindo seis empreendimentos em Belo Horizonte, um investimentos de R$ 476 milhões. O diretor Comercial e de Marketing da Patrimar Engenharia, Lucas Guerra, acrescenta que falta qualidade na hotelaria de Belo Horizonte. "Cerca de 85% da hospedagem na capital é de baixo e médio confortos", diz.



MEDO
Leitos dão apenas para estrangeiros
Rio de Janeiro. O número de camas em todo o território nacional seria o suficiente apenas para atender aos turistas estrangeiros que devem vir ao Brasil para a Copa do Mundo, que devem somar entre 500 mil a 600 mil, segundo estimativas oficiais.

Se forem contadas somente as vagas nas 12 capitais que sediarão as partidas de futebol, o total cai para 416.147 leitos. Mas há ainda os turistas brasileiros, que devem migrar para as cidades-sede nos dias de competição.



"Essa foi a capacidade máxima que encontramos, mas não computamos possíveis camas-extras. Às vezes, um hotel tem camas em um depósito e pode levar aos quartos, se forem necessárias", disse Roberto da Cruz Saldanha, gerente da pesquisa do IBGE. O levantamento foi o primeiro sobre o assunto feito pelo IBGE, portanto não há como fazer comparações sobre progressos.

 Após evento, setor vai ter dificuldades

Embora diversas empresas estejam construindo hotéis na capital mineira, a vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Seção Minas Gerais (ABIH-MG), Silvânia Capanema, aposta na quebradeira de empreendimentos no pós-Copa. "Em 2011, melhor ano da história da hotelaria de Belo Horizonte, a média de ocupação foi de 68%, ou seja, ainda há uma desocupação de 32%", ressalta. O professor de Logística da Faculdade IBEF/FGV, Hugo Ferreira Braga Tadeu, tem a mesma opinião. "A demanda da Copa é pontual", disse.(JG)
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O Tempo, 29/03/2012

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