15 março 2012

Lição 12 - O propósito da verdadeira prosperidade

18 de Março de 2012

TEXTO ÁUREO

[...] o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” (2Co 9.6).
- Uma metáfora baseada na vida agrícola - o agricultor que planta muito semeia uma grande ceifa, mas uma plantação pequena produz uma colheita pequena. Essa promessa também diz uma verdade dentro do terreno espiritual. Aqueles que derem generosamente colherão do reino com abundância. Aquilo que é doado nunca se perde; é semeado. Embora Deus, às vezes, proveja uma colheita generosa no terreno físico e material àqueles que contribuem esse não é o padrão e nem é a promessa do Novo Testamento (2Co 8.9; 11.27; Lc 6.20,21,24,25; Tg 2.5). Bíblia de Estudo Genebra, Nota textual de 2Co 9.6; p. 1381

VERDADE PRÁTICA

O principal propósito da verdadeira prosperidade é atender as urgências do Reino de Deus no mundo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 10.8-14.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Compreender que Deus é a fonte de toda a prosperidade.
· Conscientizar-se de que todos têm carências e que estas podem ser supridas pelo Senhor.
· Explicar porque devemos ajudar os necessitados e carentes.

Palavra Chave

Propósito: “Aquilo a que alguém se propôs ou por que se decidiu; decisão, determinação, resolução”.

COMENTÁRIO

(I. Introdução)

"O dinheiro é mais do que uma moeda, ele é um deus, o deus mais adorado nessa geração. No altar do deus Mamom milhões de pessoas se prostram e se dispõem a viver e morrer por ele, na ilusão de que ele possa lhes fazer feliz" (Rev. Hernandes Dias Lopes). Nesta lição, veremos que a verdadeira prosperidade possui um propósito que vai muito além dos interesses pessoais. Não é isso o que temos visto no ensino teológico adotado por algumas denominações; sabemos que o dinheiro é um bem necessário para vivermos de forma aprazível, com ele podemos fazer coisas maravilhosas caso o usemos com sabedoria. Quem não deseja ser bem-sucedido em sua vida material? E é certo que não há nada de errado em ter esse desejo. Com recursos financeiros, podemos suprir nossas necessidades, desfrutarmos das coisas boas que Deus criou, ajudar o nosso próximo e promover o Reino de Deus. Devemos nos esforçar para ganharmos mais, pouparmos mais e investirmos mais em nós, no próximo e no reino de Deus. Boa aula!
(II. Desenvolvimento)
I. A PROSPERIDADE NÃO É UM FIM EM SI MESMA
1. Deus, a fonte de todo bem. A satisfação das nossas necessidades materiais não deve ser a medida de nossa alegria. Para os estoicos da época de Paulo, uma pessoa que era bem sucedida e autossuficiente em todas as circunstancias, era descrita como contentada. Na vida cristã, estar contentado, ser autossuficiente, é estar em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das circunstancias da vida (Fp 4.11).
2. Despenseiros de Deus. Escritura não é contrária à verdadeira prosperidade. O problema não é possuir o dinheiro, mas ser possuído por ele. O problema não é o dinheiro, mas o amor a ele. Há muitas passagens que mostram o próprio Deus concedendo bênçãos materiais aos seus filhos (Gn 13.2; Jó 42.12). O dinheiro é um bom servo e um péssimo patrão. Para que a prosperidade não se converta num fim em si mesma, o cristão deve agir como um bom despenseiro daquilo que lhe foi confiado e não se comportar tirânica e arbitrariamente em relação ao que o Senhor lhe concedeu tão bondosamente (2 Co 6.1-10; 1 Co 4.1). Devemos usar o dinheiro em vez de sermos usados por ele. A ganância é um pecado horrendo aos olhos de Deus e de conseqüências danosas entre os homens. Quem ama a riqueza faz dela um ídolo, para descobrir que no altar de Mamom não estão as pessoas bem-aventuradas, mas as vítimas de um imenso vazio e os herdeiros de uma terrível angústia. Um desejo inquieto de ser rico sujeita as pessoas a um grande perigo espiritual.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Na atualidade, a busca pelo poder, fama e riqueza converteu-se no principal objetivo de vida de muitas pessoas.
II. A PROSPERIDADE E O SUSTENTO PESSOAL
1. As carências humanas. Todos nós possuímos necessidades e carências (Lc 4.18). Apesar disso, o crente deve saber viver contentado, tendo as coisas essenciais desta vida, como alimento, vestuário e teto. Caso surjam necessidades específicas, devemos confiar na providência divina. O texto bíblico mostra que o Senhor está ciente de todas as nossas precisões e é poderoso para suprir cada uma delas (Lc 12.22-34). O dinheiro só tem propósito quando o ganhamos honestamente e o usamos para os fins que glorificam a Deus e abençoam o próximo – Deus nos dá prosperidade não para acumularmos egoisticamente nem para vivermos refestelados em nosso conforto às expensas da miséria alheia.
2. O cuidado divino. Um a atitude adequada em relação aos bens materiais, baseada em uma simples confiança em um Pai cuidadoso, liberta as pessoas de uma ansiedade aborrecedora sobre as necessidades físicas da vida. A preocupação é inútil porque a vida está nas mãos de Deus (Lc 12.24-26); porque a preocupação de Deus pelas coisas transitórias indica seu cuidado maior por sua maior criação (Lc 12.27-28); e porque Deus conhece nossas necessidades melhor do que nós (Lc 12.30). Portanto, não devemos permitir que as preocupações materiais nos desviem de nosso principal objetivo de procurar o total senhorio de Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Devemos rogar ao Pai Celeste e confiar nEle a fim de que supra as nossas necessidades.
III. A PROSPERIDADE NA AJUDA AO PRÓXIMO
1. Um mandamento divino. A Escritura é taxativa ao afirmar: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19.19b). A Bíblia realça que esse cuidado não pode ser abstrato ou contemplativo; tem de ser prático. A Lei Mosaica condiciona a promessa de ser abençoado e de não haver pobres no meio de Israel a um obedecer diligente. Somente a obediência perfeita e constante aos mandamentos de Deus pode tornar possível uma sociedade em que toda a pobreza é extirpada pela benção do Senhor. O próprio legislador Moises percebeu que o povo não poderia cumprir plenamente esta exigência e afirma no capítulo 15 e versículo 11: "nunca cessará o pobre do meio da terra". Neste mundo, onde a discrepância entre ricos e pobres é imensa, frequentemente os que são abastados materialmente tiram proveito dos que nada têm, quer explorando-os para aumentar seus lucros, quer negligenciando-os continuamente. Amós comunica a tristeza do Senhor em consequência dos pecados de Israel, e seu pecado repousava justamente 'deitar por terra a justiça' (Am 5.7). A genuína espiritualidade não existe onde não há desejo pela justiça. De todos os pecados denunciados por Amós, os mais graves eram certamente os sociais, numa clara demonstração daquilo que Moisés previra. Os ricos tiravam proveito dos pobres e os exploravam quando o desejo do Senhor é que tenhamos amor e compaixão especiais pelos pobres desse mundo (Dt 15.4,11; confira ainda: Dt 24.19-21; Lv 19.10). Para os crentes da Nova Aliança, o NT destaca a necessidade da compaixão, sensibilidade e bondade para com os sofredores e para os que circunstancialmente enfrentam situação difícil, pobreza e penúria (Mt 25.31-36; Gl 6.2,10). Tudo isso está atrelado ao mandamento de amar o próximo (Lv 19.18) que compele-nos a cuidar daqueles com amor, equidade e justiça.
2. Uma necessidade cristã. Deus criou o homem justo e perfeito, e lhe deu uma lei justa, que lhe seria para vida, se a guardasse, ou para morte, se a desobedecesse (Gn 2.16,17). Mesmo assim o homem não manteve por muito tempo a sua honra. Satanás valeu-se da astúcia da serpente para seduzir Eva; e esta seduziu a Adão, que, sem ser compelido, transgrediu voluntariamente a lei instituída na criação, e a ordem de não comer do fruto proibido (Gn 3.12,13). De acordo com seu conselho sábio e santo, aprouve a Deus permitir a transgressão, porque, no âmbito do seu propósito, mesmo isso Ele usaria para a sua própria glória (2Co 11.3). Esse é o estado do homem que vive sob o império do pecado (Rm 11.32; Gl 3.22). Em Cristo, porém, fomos regenerados e o domínio do mal foi destruído (2 Co 5.17). Por isso o apóstolo Paulo exorta-nos a praticarmos o bem e a sermos ricos em boas obras (1 Tm 6.18).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Ajudar ao próximo é uma ordenança divina para o cristão.
IV. A PROSPERIDADE NA EXPANSÃO DO REINO DE DEUS
1. A realidade do Reino. “... Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3.2). O reino de Deus e o reino dos céus são sinônimos nos Evangelhos. Um enfatiza o fato de que é o reino de Deus e outro enfatiza que é um reino que virá dos céus. Cristo veio para Seu próprio povo mas ele O rejeitou e Ele o advertiu de que o reino seria tomado deles por sua rebelião e seria dado a outra nação (Mt 21.43). Ele ensinou a Seus discípulos a orar para que o reino de Deus venha à terra (Mt 6.10). Ele pregou um reino literal glorioso que seria estabelecido na terra. Pedro, Tiago e João receberam uma visão antecipada deste reino no Monte da Transfiguração (Lc 9.27-31). Cristo disse que Abraão, Isaac e Jacó estariam no reino (Lc 13.29). Ele corrigiu a visão daqueles que ensinavam que o reino de Deus seria estabelecido naquele tempo (Lc 19.11-27). Ele disse que o reino seria estabelecido após a Grande Tribulação (Lc 21.31). Ele disse que beberia o fruto da videira juntamente com Seus discípulos, no reino (Lc 22.18). Quando os discípulos O arguiram sobre quem seria o maior no reino de Deus, Cristo corrigiu seus pensamentos sobre a natureza do que é grandioso, mas Ele também confirmou que o reino de Deus é um reino literal que será estabelecido no Seu retorno (Lc 22.24-30). Jesus claramente estabeleceu que Seu reino não é desse mundo agora (Jo 18.36); Seu reino virá quando Ele vier em poder e glória para estabelecê-lo Por conseguinte, o crente tem de participar ativamente da expansão da obra de Deus até aos confins da terra. Para que isso aconteça é necessário conscientizarmo-nos de que nossos recursos e bens devem ser postos à disposição de Deus. Ele fez-nos prósperos e espera que nos mostremos agradecidos, investindo em seu Reino (2 Co 9.6,7).
2. A expansão do Reino. Um “mistério” é uma verdade que foi oculta no Antigo Testamento, mas revelada no Novo (Rm 16.25,26). O Antigo Testamento não viu a época da igreja entre as duas vindas de Cristo. Durante a época da igreja, o reino assume uma forma estranha não descrita na profecia do Antigo Testamento. O reino está nos céus e o reino ainda não foi estabelecido na terra. Ao invés, o reino de Deus reside nas pequenas e desdenhadas igrejas apostólicas, enquanto o falso reino do diabo cresce rapidamente e se espalha por todo o mundo (Mt 13.31-32). Como o Reino de Deus expandir-se-á se não estivermos dispostos a investir em tal ação? Infelizmente, muitos cristãos ainda não se conscientizaram de que a obra de Deus é feita também com dinheiro (Fp 4.10-19).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O crente tem de participar, com seus dízimos e ofertas, para que haja expansão da obra de Deus.
(III. Conclusão)
Estamos vivendo um tempo em que o cristianismo que está sendo pregado por aí é muito mais triunfalista do que realista. Chegamos a conclusão de que a mensagem da cruz foi substituída pela mensagem mercantilista do “seja feliz, custe o que custar”. A cada dia vemos a propaganda enganosa desta falsa teologia chamada prosperidade, que na realidade nada mais é do que uma mistura de misticismo e positivismo, com as águas e óleos ungidos, afastando-se da mensagem bíblica consistente e fundamentada. A verdadeira prosperidade não é aquela que diz que cristão não sofre, que sempre tem dinheiro, saúde e sucesso. A questão não é somente prosperar, mas para quê prosperar!
Subsídio para o Professor 



“[…] o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará”(2Co 9:6).
INTRODUÇÃO
A Palavra de Deus garante a cada ser humano a possibilidade de auferir bens materiais e de deles usufruir para a satisfação de suas necessidades. Todavia, estabelece que o objetivo do homem e da mulher não deve ser o acúmulo de riquezas para si ou para sua exaltação por causa dos bens que tenha a seu dispor, mas que tudo isto seja um instrumento para que a glória de Deus se manifeste na administração destes bens que lhe forem confiados por Deus, o único e verdadeiro dono de todas as coisas. Não façamos dos bens materiais o objetivo e a intenção de nossas vidas. Quem passa a viver em função dos bens materiais, quem passa a pôr o seu coração nos tesouros desta vida, passa a ser um avarento, um ganancioso e, como tal, será um idólatra(Cl 3:5) e, assim, está fora do reino dos céus(Ap 22:15).
Não se está aqui afirmando que o cristão não deve procurar uma melhoria de vida, um melhor emprego, capacitar-se para obter melhores posições, ou seja, em absoluto se nega ao servo de Deus a busca de melhores oportunidades, um progresso maior, mas se está afirmando, isto sim, que não devemos colocar como alvos únicos e exclusivos de nossas vidas uma prosperidade material, que é efêmera(Pv 27:24). Nunca nos esqueçamos que, se cremos em Cristo só para esta vida, seremos os mais miseráveis de todos os homens!(1Co 15:19).
Quando o homem tenta progredir na vida material tendo consciência de que existe uma dimensão eterna, de que é mero administrador do que Deus lhe confiou, ele jamais se comporta de forma nociva ao seu semelhante, jamais busca usar de todos os métodos, lícitos ou não, visando à acumulação de riquezas, pois tem pleno conhecimento de que nu saiu do ventre de sua mãe e de que nu terminará a sua existência(Jó 1:21; 1Tm 6:7). Como dizem as Escrituras, aqueles que se envolvem na ilusão das riquezas, trazem para si somente males e problemas, já nesta vida, que dirá quando se encontrar com o reto e supremo Juiz de toda a Terra(Pv 28:22; 1Tm 6:9; Hb 9:27).
Dentro desta perspectiva, o cristão deve, consciente de que o que tem amealhado de bens materiais, é para ser um instrumento de satisfação da vontade divina. Deve administrar o seu patrimônio de forma a obter o agrado de Deus, fazendo-o conforme a Sua Palavra.

I. A PROSPERIDADE NÃO É UM FIM EM SI MESMA
Quando falamos em prosperidade, falamos de uma mensagem que se tem repetido, às escâncaras, nos púlpitos das igrejas evangélicas de nossos dias. O “evangelho da prosperidade” é proclamado de norte a sul, de leste a oeste, passando pelo centro, como sendo a maior prova do amor de Deus para os nossos corações. Não resta dúvida de que a Bíblia Sagrada contém promessas de prosperidade material para o homem, mas esta prosperidade, como já temos visto neste trimestre, é secundária diante da prosperidade espiritual, que é a efetivamente prometida pelo Senhor.
O que estes propagadores da “Teologia da Prosperidade” esquecem de dizer aos seus ouvintes é que, em vindo a prosperidade material solicitada, o “novo rico” não será um senhor de riquezas, não será sequer o proprietário dos bens que o Senhor lhe conceder.
A mensagem do “evangelho da prosperidade” faz questão de alardear que Deus tem obrigação de nos dar bens e uma vida regalada, pois “Deus é o dono de toda prata e de todo o ouro” e que nós somos “filhos do rei”, o que, em parte, é uma realidade e uma verdade constante das Escrituras, mas não dizem que, quando ganharmos toda esta prosperidade, o Senhor continua sendo Senhor, continua sendo o “dono de todo o ouro e de toda a prata”, assim como, também, continua sendo o “Rei dos reis” e “Senhor dos senhores”, ou seja, ao contrário do que querem fazer crer os evangelistas da prosperidade, ser rico, ser próspero materialmente não é um privilégio ou um direito do cristão, mas, muito mais do que isto, é uma obrigação a mais que o servo do Senhor assume diante do seu Deus. Quem tem riquezas, passa a ser mordomo destas mesmas riquezas diante do Senhor e, como tal, assume muitas outras obrigações.
1. Deus, a Fonte de todo bem. Num mundo dominado pela obsessão do ter e pelo amor ao dinheiro, o cristão apresenta-se como alguém que sabe que tudo pertence a Deus e que somos apenas mordomos, devendo prestar contas ao verdadeiro dono do universo do que nos foi dado para administrar.
Deus é a fonte de todo bem, é o Criador de todas as coisas, razão porque todas as coisas lhe pertencem - “Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam”(Sal 24:1). Ninguém é dono de nada; tudo pertence a Deus, incluindo nossa vida e nosso corpo(cf 1Co 6:19). Portanto, Deus é o Senhor de todo bem e que o homem é mordomo de seus bens. O mordomo tem que administrar de acordo com a vontade de seu Senhor, caso contrário dará conta do mau uso que fizer dos bens que lhe foram confiados. Infelizmente, nestes tempos pós-modermos em que vivemos, o homem tem transformado a sua vida numa constante e frenética busca pelos bens materiais, como se a sua vida terrena fosse perene. A Teologia da Prosperidade inverteu os pólos e colocou o objeto no lugar do sujeito. E o que é pior: acabou por transformar o sujeito em objeto. Deus foi transformado em um objeto e o ser humano em mercadoria. O homem foi “coisificado” para se transformar em uma mercadoria vendável. A busca pelo poder, fama e riqueza converteu-se no principal objetivo desta geração perdida. Muitas pessoas pensam: “Ah! Se eu morasse naquele bairro, em um apartamento duplex; se eu trabalhasse na empresa que gosto, e tivesse o carro dos sonhos, eu seria feliz!”. Pensam que a felicidade está nas coisas. Pensam que a felicidade está no ter. Assim, só se preocupam com o que é terreno e correm atrás de ilusões. Se essa teoria fosse verdadeira, os ricos seriam felizes e os pobres infelizes. No entanto, a experiência prova o contrário. A riqueza tem sido fonte de angústias. Os ricos vivem tencionados pelo desejo insaciável de ganhar sempre mais e com o pavor de perder o que acumularam. Muitas pessoas que ceifam a própria vida são abastadas financeiramente. O dinheiro não produz contentamento. O verdadeiro contentamento vem da piedade no coração e não do dinheiro na mão. O contentamento nunca provém da posse de objetos externos, mas de uma atitude interna para com a vida. Alguém disse acertadamente que o contentamento não ocorre quando todos os nossos desejos e caprichos são satisfeitos, mas quando restringimos nossos desejos às coisas essenciais. O contentamento significa uma suficiência interior que nos mantém em paz apesar das circunstancias. O apóstolo Paulo disse: “[…] aprendi a viver contente em toda e qualquer situação”(Fp 4:11).
2. Despenseiros de Deus. Para que possamos entender o que a Bíblia diz a respeito da conduta do ser humano frente aos bens materiais é imperioso verificarmos a primeira declaração da revelação de Deus ao homem. Em Gn 1:1, a Bíblia deixa claro que Deus criou os céus e a terra, o que repete em Gn 1:31-2:3. Assim, tanto no início quanto no término do relato da criação, a Palavra não deixa qualquer dúvida de que Deus é o Senhor do Universo, ou seja, o dono de tudo. Assim, não deve causar espanto a declaração do salmista (Sl 24:1), segundo a qual “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”. Com efeito, por ter criado o mundo e tudo o que nele há, Deus é o legítimo dono de todas as coisas. Se isto é assim, o homem é apenas um administrador da criação. Com efeito, ao criar o homem e a mulher, Deus concedeu a eles o domínio sobre toda a criação(Gn 1:26,28), domínio este que não representa senhorio, mas uma autoridade, uma autorização para administrar a criação terrena (observemos que no mandato dado ao ser humano por Deus não se incluem as criações celestiais. É por isso que o salmista afirma que o homem foi feito pouco menor do que os anjos(Sl 8:5).
Partindo deste pressuposto, não pode o homem achar-se dono de coisa alguma sobre esta terra e deveria comportar-se desta maneira, ou seja, plenamente consciente de que é apenas um administrador daquilo que Deus lhe deu. É exatamente esta a consciência do cristão, a de que é apenas um mordomo, um despenseiro de Deus (1Co 4:1,2; Tt 1:7; 1Pe 4:10).
II. A PROSPERIDADE E O SUSTENTO PESSOAL
Apenas os seres espirituais não precisam comer, vestir-se e ter onde se abrigar, como é o caso dos anjos. Mas nós, seres humanos, precisamos subsistir em um mundo que possui regras próprias. Precisamos de abrigo onde reclinar nossas cabeças, comida para manter ativo nossos corpos e vestimentas, para que estejamos protegidos das intempéries naturais, como frio e calor. Deus não despreza essa situação, e nos proporciona o sustento pessoal por meio do trabalho digno.
1. As carências humanas. Carência é algo que todos nós já experimentamos, e cada um respondeu a ela de maneira diferente. Ela não acontece apenas no âmbito material. As necessidades financeiras, as adversidades do dia a dia, a doença, a derrota profissional, as perdas, a solidão são apenas algumas das muitas facetas da carência que abatem o ser humano. Porém, por trás de todas está a pior manifestação desse problema: a carência emocional e espiritual.
A Bíblia nos fornece inúmeros exemplos de vidas que mergulharam em situação de carência extrema.
Abraão experimentou a carência de filhos. Tudo o que o velho Patriarca possuía era uma promessa do Senhor (ler Gn 17:1-6). Porém, Abraão decidiu confiar que ela se cumpriria, em vez de concentrar-se no problema, e viu sua carência se transformar em fartura.
Poderíamos falar da carência de Jó. Lemos na Bíblia que ele era um homem próspero, com filhos e filhas, justo e temente a Deus. Porém, seu império desmoronou, seus filhos foram mortos, e o que era um corpo saudável tornou-se enfermo. Jó não compreendia o motivo de tanto sofrimento, de tanta carência. Contudo, ele tinha plena convicção de sua fé em Deus. Ele confiava nEle de uma maneira superlativa; tanto que fez a seguinte declaração: “Ainda que ele[Deus] me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos defenderei diante dele”(Jó 13:15). E sabemos o resultado da sua fidelidade a Deus. O Senhor lhe concedeu tudo novamente: restaurou a saúde, os negócios, a família. E, mais importante do que essas bênçãos, foi o conhecimento que Jó obteve de Deus ao vivenciar toda aquela situação em que Ele converteu a carência em fartura; daí a declaração do patriarca: “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos”(Jó 42:5 NTLH).
Em fim, poderíamos falar situação dramática do profeta Elias. Ele viveu um período de extrema carência por ele mesmo profetizado, em que não haveria chuva nem orvalho. Até mesmo o ribeiro de Querite já havia secado(1Reis 17:7). Sem chuvas, não havia mais água, produtos agrícolas nem rebanhos. Os mantimentos do povo tinham se esgotado, e a escassez se espalhava pela terra de Israel.
Deus vendo a carência dramática de Elias mandou-o à cidade de Sarepta e ali ficasse, a fim de ser sustentado por uma viúva (1Reis 17:9). Deus poderia ter encaminhado Elias ao homem mais rico do local, com uma profecia que anunciasse a Sua vontade e convencesse o homem a manter Elias até quando fosse necessário. Mas Deus ordenou que o profeta buscasse o destino mais improvável, a casa mais humilde - uma viúva sem eira nem beira. O texto bíblico diz que a situação daquela mulher era tão crítica, que ela estava prestes a preparar sua última refeição e aguardar, com o único filho, a morte (ler 1Rs 17:8-16).
Por que Deus enviou o profeta à viúva de Sarepta, que estava vivendo um momento de dificuldade e escassez muito maior que a experimentada por ele? Deus não age com base naquilo que queremos, nos planos que fazemos e que consideramos os mais racionais e lógicos. A lógica de Deus não é, nem de longe, parecida com a nossa. Ela leva em conta nossa obediência e nossa fé, e também o fato de Deus ser onisciente, onipotente, onipresente, enquanto a nossa lógica considera apenas superficialmente as coisas, por meio de nossa visão limitada.
Por que Deus nos conduz a pessoas tão ou mais carentes, necessitadas e desprovidas que nós nos momentos de escassez, como fez com Elias? A lógica divina nos responde: para que possamos aprender a depender somente do Senhor, e de mais nada ou ninguém. Este é o milagre planejado por Ele.
Quando, em meio a uma gigantesca necessidade, Deus nos coloca diante de alguém com uma necessidade maior ainda e afirma que de tal pessoa virá a ajuda, é porque o milagre está sendo preparado, o milagre da dependência total do Senhor. E você sabe por que o Senhor age dessa maneira? Porque assim podemos servir como instrumento para solucionar o problema do outro e, ao mesmo tempo, resolver o nosso. Aconteceu dessa forma com Elias. Enviado a alguém que sofria com extrema carência, foi instrumento de Deus para resolver as dificuldades da viúva e do filho dela e, consequentemente, teve suas necessidades supridas.
2. O cuidado divino. O Eterno, o Guardador da nossa vida, é tão preocupado conosco que realmente não precisamos estar ansiosos por nada. É uma honra para Ele assumir todas as nossas preocupações. Por isso Pedro diz: “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5:7).
Quando Rute procurou ansiosamente um campo de cereal maduro para poder sobreviver com sua sogra, está escrito: “Por casualidade entrou na parte que pertencia a Boaz” (Rt 2:3). Isso foi mero acaso, ou foi o Senhor que a dirigiu? Quando Rute voltou para sua sogra Noemi com bastante cevada e lhe contou tudo, será que ela disse: “Oh, que coincidência!”? Não, ela sabia muito bem que isso fora o cuidado de Deus por elas e se regozijou, dizendo: “Bendito seja ele [Boaz] do Senhor, que ainda não tem deixado a sua benevolência nem para com os vivos nem para com os mortos” (Rt 2:20). A graça e o fiel cuidado de Deus estavam por detrás da vida dessas duas mulheres. Portanto, não devemos andar ansiosos por nada desta vida, pois o Pai Celeste está atento a todas as nossas necessidades.
A Bíblia está cheia de exemplos da providência de Deus para com o Seu povo e para com os Seus filhos:
  • Israel esteve por 40 anos no deserto. Nunca faltou pão e água aos israelitas, e suas sandálias não se gastaram nos seus pés (Dt 29:5). Quando Josué e Calebe entraram na Terra Prometida, ainda tinham nos pés as mesmas sandálias que usavam quando saíram do Egito!
  • Nenhum pardal cairá no chão sem o consentimento do Pai. Alguém disse: “Deus participa do funeral de cada pardal”. Quanto mais preciosos somos nós do que um pardal (Lc 12:6 e Mt 10:29)?!
  • Ele veste os lírios no campo com glória e esplendor maiores que a glória de Salomão (Mt 6:28-30).
  • Ele que se preocupa com cada boi, quanto maior cuidado tem de nós (1Co 9:9-10)!
  • Ele conta os cabelos da nossa cabeça, e nossas lágrimas são recolhidas por Deus e inscritas no Seu livro (Mt 10:30 e Sl 56:8). Qual pai ou mãe já fez isso, alguma vez, com seus filhos?
  • Aquele que nos guarda não dormita nem dorme (Sl 121:3-4).
  • Ele nos compreende mesmo sem palavras, disse o rei Davi (Sl 139:2).
  •  Ele é tão grande que entregou Sua vida por nós (João 10:11), e não cuidaria de nós todos os dias?
    E em Hebreus 13:5 lemos: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei”.
    Não estamos expostos ao destino cruel, nem entregues ao acaso. Pelo contrário, está escrito que Ele - por amor do Seu nome - nos guia pelas veredas da justiça (Sl 23:3).
III. A PROSPERIDADE NA AJUDA DO PRÓXIMO
Deus quer que nós, além de sermos justos em tudo, amemos a beneficência. O Salmo 41:1,2 diz o seguinte: ” Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará no dia do mal. O Senhor o livrará e o conservará em vida; será abençoado na terra, e tu não o entregarás à vontade de seus inimigos”. Provérbios 19:17 diz: “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, e ele lhe pagará o seu benefício”. Em outras palavras, quem ajuda o pobre está na verdade, emprestando a Deus; por isso, há bênçãos financeiras reservadas por Deus àqueles que se compadecem dos menos afortunados. O texto de Efésios 6:8 enfatiza: “cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre”. Em Tiago 4:17 lemos: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comente pecado”. Como você age quando vê um necessitado? Você compartilha o quê com ele? Jamais diga: “eu sou pobre; vou pedir esmola para dois?”. Jamais fale assim, porque senão você continuará sofrendo desse jeito. Certo pregador disse o seguinte: “Aquilo que você faz aos outros, Deus fará a você”. Então, quando você abençoar alguém, prepare-se, porque Deus irá abençoa-lo.  Se você pensa que pobre deveria apenas receber, observe o que Paulo disse da igreja da Macedônia: “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente”(2Co 8:1-3). Observe neste texto que os cristãos pobres da Macedônia ajudaram os mais pobres da Judéia. Portanto, o fato de alguém ser pobre não o torna isento da responsabilidade de contribuir financeiramente com outros em pior situação.
1. Um mandamento divino. Na lei de Moisés foi bem especificado que o fundamento, a essência do relacionamento de Deus com o homem é o amor e que este amor não se limitava tão somente ao interior do homem que aceita Cristo, mas que se espraia aos semelhantes, tanto que Jesus fez questão de complementar a inquirição do doutor da lei com uma afirmação extremamente relevante: “…amarás o próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39). O amor ao próximo é determinado pelo Senhor, é seu mandamento - “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”(João 15:12). Quando amamos o próximo da forma determinada na Palavra de Deus, melhoramos sensivelmente o ambiente em que vivemos.
Amar o próximo
não é apenas ajudar alguém do ponto-de-vista material, mas, sobretudo, levar este alguém a uma vida de comunhão com Deus, a um equilíbrio em todos os aspectos da sua vida. Medidas emergenciais serão necessárias, como nos mostra a parábola do bom samaritano, mas é extremamente necessário que levemos o próximo a entender que deve, sobretudo, amar a Deus, para que também ame o próximo, como nós o amamos.
Amar o próximo
não é dizer a alguém que o ama, mas um amor que se mostra por atitudes concretas, por ações efetivas, por obras. Amor ao próximo não é amor de palavra nem de língua, mas amor por obras e em verdade (1João 3:18). Para Tiago, a fé sem as obras mantém-se no campo da teoria e para nada serve: “Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhe dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?”(Tg 2:15,16, ARA). O apóstolo Paulo exorta-nos a praticarmos o bem e a sermos ricos em boas obras(1Tm 6:18).
Amar o próximo
é sentir compaixão por ele, ou seja, sentir a sua dor, como se fosse nossa e, assim, suprir as necessidades imediatas do nosso semelhante, lembrando que ele é tão imagem e semelhança de Deus quanto nós. O individualismo e o egoísmo têm dificultado, e até impedido, gestos de amor ao próximo, até mesmo entre cristãos. Quem é o nosso próximo? É qualquer ser humano, como bem nos explicitou Jesus na parábola do bom samaritano (Lc 10:30-37), e este amor supera todo e qualquer preconceito, toda e qualquer barreira, toda e qualquer tradição.
2. Quando contribuímos para ajudar o próximo, nossa oferta glorifica a Deus. A generosidade da igreja promove a glória de Deus, pois aqueles que são beneficiários do nosso socorro glorificam a Deus pela nossa obediência. O apóstolo Paulo escreve: “Visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão, quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos“(2Co 9:13, ARA). Paulo destaca dois pontos importantes nesse versículo:
a) Quando a teologia se transforma em ação, Deus é glorificado. Os judeus crentes glorificaram a Deus ao ver que os gentios não apenas confessavam a teologia ortodoxa, mas também agiam de maneira ortoprática(2Co 9:13a).
Jesus falou do sacerdote e do levita que passaram ao largo ao verem um homem ferido(Lc 10:31,32). Não basta ter boa doutrina, é preciso colocar essa doutrina em prática. Os crentes da Judéia glorificaram a Deus não apenas porque os gentios creram, mas, sobretudo, porque obedeceram.
Warrem Wiersbe relata o caso de um cristão rico que, em seu culto doméstico diário, orava pelas necessidades dos missionários que sua igreja sustentava. Certo dia, depois que o pai terminou de orar, o filho pequeno lhe disse: “Pai, se eu tivesse seu talão de cheques, poderia responder as suas orações”(Comentário bíblico expositivo, v. 5.2006:p.867).
b) Quando o amor deixa de ser apenas de palavras Deus é glorificado. Os gentios contribuíram com liberalidade não apenas para os crentes da Judéia, mas, também, para outros necessitados (2Co 9:13b). Eles não amaram apenas de palavras, mas de fato e de verdade (1João 3:17,18). O amor não é aquilo que se diz, mas o que se faz.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que não podemos perder o foco da verdadeira prosperidade. A questão não é somente prosperar, mas para quê prosperar. O nosso trabalho, dinheiro e bens não devem ser usados apenas para o nosso deleite pessoal, mas, prioritariamente, atender aos propósitos do Senhor. Enfim, a busca pelos bens materiais deve ser com vistas à satisfação de Deus e não a uma incessante corrida pelo prazer, pelo luxo e pela auto-suficiência. A ética cristã prega que não há que se buscar o lucro máximo, mas, bem ao contrário, deve-se buscar o suficiente para se ter uma vida digna, uma vida sossegada, mas sem a “febre do ouro” que tem dominado o mundo de hoje. Diz o sábio Salomão que devemos, sempre, buscar a “porção acostumada de cada dia”(Pv 30:8,9) e ninguém melhor do que Salomão para nos afirmar que a posse de riquezas em demasia não representa bem algum para a alma humana. Que Deus nos ajude.
Pesquisas:
William Macdonald - Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão - nº 49.

O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico Beacon - CPAD.

Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.

Caramuru AFONSO Francisco - A mordomia cristã das finanças.

Rev.Hernandes Dias Lopes - Dinheiro, a prosperidade que vem de Deus.







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