Lição 11 - Como alcançar a verdadeira prosperidade
11 de Março de 2012
TEXTO ÁUREO
“E riquezas e glória* vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder;** e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo” (1 Cr 29.12).
* Strong 8597: - tiph'arah, ou tiphèreth, ornamento (abstrato ou concreto, literal ou figurado):- ornamento, formosura, formosa, enfeite, adorno, glória, glorioso, majestade. Substantivo feminino que significa beleza, glória. Isaías usou a palavra para denotar a assim chamada beleza dos enfeites que seriam tirados pelo Senhor (Is 3.18). A sabedoria foi retratada em Provérbios como concedendo um diadema de graça e uma coroa de glória (Pv 4.9).
** Strong 1369: - gebhûrah, particípio passivo feminino da mesma raiz que gibôr; força (literal ou figurado); (por implicação) valor, vitória: - força, domínio, poder, poderoso (ato, poder), vigor, energia.
- Deus é grande (Dt 7.21; Ne 4.14; Sl 48.1; 86.10; 95.3; 145.3; Dn 9.4), maior do que a nossa capacidade de entender. A teologia afirma essa verdade, descrevendo-o como "incompreensível" - não que ele seja irracional ou ilógico, para impedir-nos de seguir os seus pensamentos, mas para dizer-nos que nossas mentes não podem compreendê-lo porque ele é infinito. As Escrituras retratam Deus como quem habita não só em trevas densas e impenetráveis, mas também em luz inacessível (Sl 97.2; 1Tm 6.16). Essas duas imagens expressam o mesmo pensamento: nosso Criador está acima de nós, e medi-lo está além do nosso poder.
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira prosperidade dá-nos as condições necessárias para não somente cuidarmos de nossa manutenção, como também investir no Reino de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Crônicas 29.10-18.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
・ Compreender que para sermos bem-sucedidos precisamos confiar na suficiência de Deus;
・ Conscientizar-se de que o trabalho foi instituído por Deus antes da Queda; e
・ Explicar porque devemos fazer uso do dinheiro de modo consciente.
Palavra Chave
Trabalho: Conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir um determinado fim.
COMENTÁRIO
(I. Introdução)
Em Mateus 6.25 Jesus ilustra a inutilidade da preocupação mostrando que é desnecessária (vs 26,28-30), infrutífera (v.27) e inadequada para um cristão (vs 31-32). Em vez de se preocupar com bens materiais, nossa ambição deve ser buscar primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, tendo conhecimento disso enquanto o fazemos. Ele comprometeu-se a responder com lealdade - e todas essas coisas vos serão acrescentadas. O termo grego utilizados em Mt 6.25 para "andeis cuidadosos" é merimnao, da raiz merizo, "dividir em partes". A palavra sugere uma distração, uma preocupação com coisas que causam ansiedade, estresse e pressão. Jesus prega contra a preocupação e ansiedade devido ao cuidado alerta de um Pai celestial que está sempre às nossas necessidades diárias. (Strong 3309). Já foi bem explicado que a verdadeira prosperidade não consiste em se acumular bens ou dinheiro, nem em depositar o coração nas incertezas das riquezas. A prosperidade bíblica contempla necessidades supridas com a bênção de Deus por intermédio primeiramente do trabalho, e depois da misericórdia, nos casos em que a pessoa não tem os recursos necessários para sua subsistência. Na perspectiva bíblica, a prosperidade está condicionada não ao domínio de técnicas ou fórmulas mirabolantes, mas à prática dos princípios expostos na Palavra de Deus. Nesta lição, veremos alguns desses princípios. Boa aula!
(II. Desenvolvimento)
I. CONFIANÇA NA SUFICIÊNCIA DE DEUS
1. Confiando nas promessas de Deus. Promessa, do grego epangelia; significa uma promessa feita. Strong 1860: Tanto promessa quanto a coisa prometida, um anuncio com o sentido especial de uma promessa, compromisso, oferta. Epangelia diz o que é a promessa de Deus e depois dá a garantia de que a coisa prometida se realizará. 2Co 1.20 afirma: "Porque todas quantas promessas [epangelia] há de Deus são nele sim; e por ele o Amém, para glória de Deus, por nós". Uma vez que entendemos que Deus é o Criador todo-poderoso, parece razoável concluir que ele também preserva e governa cada coisa no universo. Todas as nossas ações estão debaixo do cuidado providencial de Deus, pois "nele vivemos, nos movemos e existimos"(At 17.28). Sabemos que a graça e a misericórdia caracterizam o novo concerto substituindo o primeiro e inadequado concerto e que são muitas as promessas de Deus para o seu povo. No entanto, as promessas mais importantes são o perdão dos nossos pecados (Hb 8.12), à adoção (2 Co 6.18), à vida eterna (1 Jo 2.25) e a um novo céu e a uma nova terra (2 Pe 3.13). Essas promessas revelam a suficiência de Deus em nos prover o melhor. De fato, como dizem as Escrituras, as promessas divinas são boas e mui preciosas (1 Rs 8.56; 2 Pe 1.4). Portanto, qualquer idéia de prosperidade, para ser genuinamente bíblica, necessita levar em conta a nossa dependência da vontade soberana de Deus (Sl 103.1-3; 23.1-6).
2. Confiando na fidelidade de Deus. Deus suprirá nossa necessidade de forma distinta e definitiva, "segundo as suas riquezas". Deus deixa claro que ele não é sovina quando o assunto é provisão. Suas "riquezas" englobam toda a criação, ou seja, não existe nada de que o crente precise que Deus não possa fornecer. Precisamos compreender qual é a vontade de Deus no aspecto da prosperidade. As Escrituras afirmam que o crente pode sim possuir riquezas, mas alerta para não depositar a confiança nela (Fp 4.12,13). O fundamento do ensino da suficiência divina é que o Pai Celeste nos supre todas as necessidades (Fp 4.19). Através de sua Palavra, o Senhor demonstra todo o seu amoroso cuidado para com os seus filhos (Sl 145.9; Mt 6.26), provendo-lhes o necessário para que tenham uma vida digna (Gn 24.48,56). Por conseguinte, o cristão precisa conscientizar-se que Deus jamais abandonará os seus filhos. É o que Davi declara em sua oração: “E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo” (1 Cr 29.12).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Deus é fiel. Ele prometeu e supre todas as nossas necessidades.
II. DEDICANDO-SE AO TRABALHO
1. A necessidade do trabalho. O trabalho foi instituído por Deus antes mesmo da queda de Adão e Eva (Gn 2.15). Aliás, o homem devia encontrar realização, não em uma vida de ócio, mas em uma vida de trabalho recompensador em obediência à ordem de Deus. O hebraico por traz do termo "guardar" no texto de referência anterior, tem o sentido de guardar, de proteger contra inimigos e é também citado em Gn 3.24. Trabalho aparece na Bíblia como algo útil, necessário e nobre (1 Ts 4.11; 2 Ts 3.8; 1 Tm 6.2). Escrevendo aos efésios, Paulo aconselha aos novos crentes: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Ef 4.28). A prosperidade do crente está associada ao trabalho (Dt 8.18) que, no âmbito da Palavra de Deus, tem uma finalidade que transcende o mero acúmulo de bens. Há pessoas que desejam prosperar com a ajuda do dinheiro, de jogos de azar ou mesmo atividades ilícitas, mas nós, servos do Senhor, somos desafiados sempre a depender de Deus e do trabalho. E Deus quem derrama suas bênçãos em nós, e por Ele temos sabedoria, crescimento e trabalho, para que com este, não apenas possamos suprir nossas necessidades, mas também deixar de lado a ociosidade que e a preguiça e também contribuir para ajudar outras pessoas e a obra de Deus. A uns Deus concede mais, a outros menos, mas nem por isso sua sabedoria é colocada em cheque, pois ele conhece nossos corações e sabe até quanto pode nos dar. O crente tem como motivo primário para ganhar dinheiro, no pensamento de Paulo, "para o que tenha o que repartir: (Ef 4.28). A iniciativa ocupacional do crente, portanto, não é simplesmente ganhar a vida, mas tornar possível ser instrumento do ministério de Deus para a humanidade através de seu trabalho e doação.
2. Os benefícios do trabalho. Muitas riquezas deste mundo procedem da iniqüidade, da ganância, da avareza e, portanto, não provêm de Deus. As riquezas verdadeiras consistem na bênção do Senhor. Quer sejamos pobres, ou ricos, a presença e a graça do Senhor são o nosso maior tesouro. trabalho é necessário não somente para suprir nossas necessidades (1 Ts 2.9; At 20.34), mas também as do nosso próximo (At 20.35). Quanto à atitude correta em relação a bens e o seu usufruto, o crente tem a obrigação de ser fiel (Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? Lc 16.11). Aquele que não é digno de confiança na aquisição e emprego de bens terrestres, tampouco será com as coisas espirituais. O crente não deve ser apegado às riquezas de maneira que faça delas um tesouro ou garantia de segurança, pelo contrário, deve abrir mão delas e fazer uma aplicação correta na promoção do Evangelho e da causa de Cristo. Na verdade, o crente que possui riquezas ou que venha adquiri-las, deve ter-se por administrador dos bens de Deus, sendo generoso, pronto a socorrer os necessitados, tornando-se dessa forma rico em boas obras (Ef 4.28; 1Tm 6.17-19). É uma falácia o ensino de que Deus deve para cada pessoa uma vida de prosperidade e felicidade. Deus só deve ao homem justiça. E no caso de uma humanidade caída e pecadora, apenas justiça significa a ira, a maldição e a condenação de Deus. Aqueles que pensam que Deus lhes deve algo melhor do que isso, não conseguem entender o que significa a justiça de Deus nem a própria pecaminosidade. Deveríamos ser profundamente gratos por Deus nos tratar com base na graça, além da justiça. Não quero dizer que não podemos orar por bênçãos terrenas, como prosperidade financeira para nós mesmos e para os outros. É correto sim fazê-lo, mas sempre em submissão à vontade de Deus. É fundamental entendermos o salmo 24.1: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam". Nada possuímos, somos apenas arrendatários, simples mordomos. Tudo aquilo que conseguimos amealhar em nossa vida nos são conferidas apenas a título de empréstimo; elas pertencem na verdade a Deus, e Ele faz com elas conforme lhe apraz. Paulo é mais enfático sobre esse tema quando afirma: "E que tens tu que não tenhas recebido?"(1Co 4.7). A resposta o próprio Paulo dá quando discursou aos atenienses: "Pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas" (At 17.25). Diferente do que muitas pessoas imaginam o trabalho não é o julgamento de Deus por causa do pecado de Adão. Se examinarmos corretamente as Escrituras, veremos que Deus colocou Adão no jardim do Éden para lavrá-lo, ou seja, antes de desobedece a Deus Adão já trabalhava, cuidando do Jardim. Uma das conseqüências do pecado, além da morte, foi que o trabalho seria penoso e suado. Isso não significa que o trabalho seja amaldiçoado por Deus. Na verdade, Deus honra aqueles que trabalham para se manter. Davi era pastor de ovelhas, Jesus era carpinteiro, e Paulo um fazedor de tendas. É importante, ainda, salientar que não fomos chamados para acumular riquezas, embora alguns amealhem certa prosperidade, contudo, este favor divino envolve outras circunstancias que em geral, são movidas por um coração apegado a promoção do Evangelho e para minorar o sofrimento dos menos abastados. No texto de Deuteronômio 8.18, Moisés mostra ao povo que é Deus quem concede a habilidade (Hb Koach; poder, recursos, resistência, capacidade) de obter riquezas, e no versículo 17 Moisés adverte Israel estritamente a não concluir, de modo errôneo, que a sua capacidade para o sucesso seja um talento inato, mas a reconhecer humildemente que seja uma habilidade dada por Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O trabalho foi instituído por Deus antes mesmo da Queda do homem. Ele é útil e necessário aos seres humanos.
III. USANDO O DINHEIRO CONSCIENTEMENTE
1. Rejeitando o consumismo. Para o mundo secular, sucesso e consumo são termos que definem o que se considera hoje uma vida próspera, pois o homem natural ignora que o “... o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.10). Para os judeus contemporâneos de Jesus, o pensamento predominante era de que as riquezas constituíam um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus; Jesus muitas vezes foi escarnecido por ser pobre! (Lc 16.14). Esse pensamento é rejeitado pelo Mestre nas seguintes passagens: Lc 6.20; 16.13 e 18.24,25. No pensamento cristão, as riquezas são empecilho tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22). Jesus advertiu-nos: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.”. Ato contínuo, o Senhor contou aos seus discípulos a parábola do rico insensato que julgava ter segurança por causa de suas muitas posses (Lc 12.16-21). Cristo não condenou a posse de riquezas materiais, mas fez questão de realçar a loucura de viver em função daquilo que perecerá. Se formos descontentes, não poderemos desfrutar nem reconhecer, verdadeiramente, o valor das bênçãos de Deus: a falta de espírito de contentamento transformará em tentações e maldições todas as bênçãos de Deus. O contentamento é uma atitude mental que Deus pode produzir em nós pelo seu Espírito Santo e devemos buscar dEle essa bênção. "Contentai-vos com as coisas que tendes" (Hb 13.5); "aprendi a viver contente em toda e qualquer situação"(Fp 4.11); "De fato, grande fonte de lucro é a piedade com contentamento"(1Tm 6.6). Administrar bem o dinheiro, atribuindo-lhe o seu real valor, faz parte da verdadeira prosperidade (1 Tm 6.17). A Bíblia destaca, inclusive, o contentar-se com a porção cotidiana proporcionada pelo trabalho digno, honesto e abençoado por Deus (Pv 30.8).
2. Contribuindo para a Obra de Deus. O Reino de Deus, apesar de seu aspecto sobrenatural, necessita de nosso apoio natural para expandir-se até aos confins da terra. Portanto, ainda que não sejamos detentores de grandes posses, seremos considerados prósperos e bem-aventurados se participarmos com nossos haveres do avanço da obra de Deus (Lc 21.1-4; Fp 4.18,19). As nossas ofertas são avaliadas por Deus, não segundo o montante da contribuição, mas pela qualidade do sacrifício nela envolvido. As pessoas que possuem muitas posses, geralmente ofertam daquilo que lhes sobra, não lhes custa nenhum sacrifício; como no caso da viúva pobre do texto de Lc 21.1-4, a oferta custou-lhe tudo. Ela deu tudo o que podia. No dizer de Paulo, Deus “Suprirá todas as vossas necessidade” (Fp 4.19), Deu suprirá todas as nossas necessidades conforme as apresentamos diante dEle. A igreja dos filipenses era uma igreja missionária, que supria as necessidades de Paulo durante suas viagens. Sustentar os missionários no seu trabalho em prol do evangelho é obra dignificante e aceita por Deus, “como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível” a Ele (Fp 4.18). Por isso, aquilo que damos para o sustento missionário fiel, é considerado oferta apresentada a Deus. Tudo que é feito a um dos irmãos, por pequeno que seja, é feito como ao próprio Senhor (Mt 25.40).
3. Contribuição voluntária e regular. O crente pode oferecer sua oferta de duas maneiras: com generosidade ou com avareza; Deus o recompensará de acordo com o que ele lhe dá (Mt 7.1,2). Na teologia de Paulo, a contribuição não é uma perda, mas consiste numa forma de economia, pois trarão benefícios substanciais para quem contribui. Não importa aqui quão grande seja a oferta, mas a qualidade dos desejos e motivos do nosso coração ao oferecermos esta oferta. O dízimo é uma determinação procedente de Deus, que precedeu a lei cerimonial e judicial da nação de Israel (incorporando-se posteriormente a essas), sendo, portanto válido para todas as épocas e situações. Como forma de subsidiar o comentário da lição, gostaria apenas de reforçar dois princípios neotestamentários sobre o dízimo que devem regular a nossa contribuição sistemática: (1) o Novo Testamento ensina que nossa contribuição deve ser planejada: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7). Nossa contribuição deve ser alvo de prévia meditação e entendimento nos indica, com muito mais força, que ele deve ser uma contribuição planejada, não aleatória, não dependente da emoção do momento. A melhor forma de planejar essa contribuição é a estabelecida nas Escrituras - dízimo, o reconhecimento de que tudo o que temos provêm e pertence a Deus. (2) Deus espera que a nossa contribuição seja proporcional aos nossos ganhos (1Co 16.2-3). Paulo está sistematizando a contribuição, orientando àquela igreja para que ela realizasse a coleta aos domingos (no primeiro dia da semana), que é quando os crentes primitivos se reuniam. Paulo enfatiza que temos que contribuir conforme Deus tem permitido que prosperemos. Temos ouvido muitas cousas impróprias acerca do Dízimo, muita argumentação falha que procura utilizar prescrições da lei cerimonial (cumprida em Cristo) ou da lei judicial de Israel (de caráter temporal, para aquela nação). Entretanto, temos, igualmente, muitos princípios válidos e exemplos sobre o dízimo, tanto no Velho como no Novo Testamento. Não é caso acusarmos o ‘não dizimista’ de ‘ladrão’ com base em Ml 3.8, haja vista esse texto fazer referência ao Templo-Estado.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Ser próspero é saber utilizar os recursos financeiros com sabedoria, sempre investindo no Reino de Deus.
CONCLUSÃO
Apesar das distorções quanto às práticas bíblicas de o crente ofertar e dizimar para a Obra do Senhor, pudemos verificar à luz das Escrituras Sagradas que a entrega dos dízimos e das ofertas é uma atitude de amor e gratidão a Deus, um reconhecimento da soberania divina, pois tudo que possuímos não é nosso; foi o Pai Celeste que as confiou aos nossos cuidados. Tudo que temos pertence ao Senhor. Tudo vem dEle - nosso trabalho, saúde, família. Temos de contribuir impulsionados pelo amor abnegado e desinteresseiro. Deus não está preocupado com a quantia que entregamos, mas com o nível de desprendimento, sacrifício e fé. Que sejamos mordomos fiéis do Senhor, sabendo que Ele é fiel para suprir todas as nossas necessidades.
Subsídio para o Professor
A FIDELIDADE E A SOBERANIA DE DEUS
Deus é fiel. Ele é absolutamente digno de confiança; as Suas promessas não falharão. Porém, o Senhor conta Seus negócios àqueles que ama. Seus oferecimentos e promessas são tão grandes que rimos de incredulidade. Mas a pergunta de Gn 18:14 é respondida em Jr 32:17-27. Portanto, podemos descansar em Suas fiéis promessas (Dt 4:31; Is 25:1; Dn 9:4; Rm 3:3-4; II Tm 2:11-13; Hb 10:23; Apc 15:3). Contemos com a fidelidade de Deus; Ele não pode falhar para com os que nEle confiam.
Vejamos algumas características da fidelidade do Senhor:
1) Faz parte do Seu caráter - Is 49:7; I Cor 1:9; I Ts 5:24;
2) É grande - Lm 3:21-23;
3) É incomparável - Sl 89:8;
4) Infalível - Sl 89:33;
5) Infinita - Sl 36:5;
6) Eterna - Sl 119:90; 146:6
7) Não pode ser anulada por nossa infidelidade (II Tm 2:13)
Deus é fiel na preservação de seu povo para a salvação (I Co 1:8,9)
9) Deus é fiel em guardar o seu povo (II Tm 1:12)
10) Deus é fiel em suas promessas: Promessa de manutenção da vida (Gn 8:22); Promessa de vida eterna (Lm 3:21-23)
A soberania de Deus é a soma de alguns dos Seus atributos naturais, como: onipotência, onisciência e onipresença, apresentadas na Escritura com um tom muito enfático.
Deus sustém todas as coisas com a Sua onipotência, conhece todos os mistérios por Sua onisciência, enche todas as coisas com Sua onipresença, e determina a finalidade para cada coisa existente pela Sua soberania. Assim, a soberania de Deus submete a Ele todos os Seus exércitos dos céus e dos habitantes da terra.(Dt 10:14, 17; I Cr 29:11-12; II Cr 20:6; Is 33:22)
III – TRABALHAR É PRECISO:
Ansiedade e fé são duas coisas que se contrastam. A primeira, é desejo veemente e impaciente, é aflição, agonia, é falta de tranqüilidade, é receio. A segunda, “…é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem”.
Antes do homem pecar, Deus já lhe tinha dado encargos de natureza trabalhista (Gn 2:8-9, 16-17 - Deus não entregou o homem à ociosidade! Não era só comer, e dormir!) – Jó 5:7
Deus impôs ao homem obrigações de trabalho – Gn 1:28; 2:15, 19-20; - Tudo isto, antes da queda, antes do pecado. É claro, no entanto, que o seu trabalho não seria desgastante, ou cansativo, pois, ele estava num corpo dotado de vida eterna, sendo, pois, incorruptível. Enganam-se, assim, aqueles que afirmam que o trabalho é uma consequencia do pecado.
Ao contrário: O TRABALHO TORNOU-SE PENOSO APÓS O PECADO - Gn 3:17-19 - Assim, por causa do pecado, o trabalho que já existia, tornou-se cansativo, difícil, motivo, muitas vezes, de ansiedade.
Desta forma, o trabalho foi instituído por Deus antes da queda do homem. O trabalho originou-se no próprio Deus. Ele é O Trabalhador Número Um, de todo o Universo.
IV – UM HOMEM NORMAL NÃO PODE VIVER SEM TRABALHO:
Deus não criou o homem para viver em ociosidade. Quem, decididamente, se entrega ao ócio e se deixa dominar pela preguiça, acaba doente. São estas pessoas as frequentadoras contumazes dos divãs dos psicanalistas e dos Consultórios dos Psicólogos.
Tendo nascido no campo, um trabalhador da área agro-pastoril dificilmente é acometido de determinadas doenças que são muito comuns entre aqueles que não se dedicam a uma atividade útil, com ou sem fins lucrativos.
Pv 14:23 - Aqui deve-se encaixar também aquele que, embora desempregado, só quer trabalhar quando encontrar o emprego do seu sonho. Quem necessita prover sua subsistencia não pode esperar pelo emprego ideal (Sl 128:1-2). O ideal é trabalhar fazendo aquilo que gosta, porém, nem sempre o ideal é o possível. Mesmo que, temporariamente, as vezes temos que contrariar a nossa vontade.
A BÍBLIA CONDENA A PREGUIÇA - Pv 6:6-11; 13:4; 19:15;; Ec 10:18 - Aquele que é participante da natureza de Deus não pode se deixar dominar pela preguiça. Trabalhar é preciso!
V – A NECESSIDADE DO TRABALHO FOI CONFIRMADA NO NOVO TESTAMENTO
O Trabalho não foi imposto apenas ao primeiro homem. A Bíblia nos mostra a posteridade de Adão dedicaram-se ao trabalho – Gn 4:1-2; 20-22;
Esta necessidade de Trabalhar foi confirmada no Novo Testamento, sendo que o Senhor Jesus nos deixou o exemplo maior.
Como homem ele aprendeu uma Profissão e a exerceu como fonte de subsistencia de sua Família, antes e depois da morte de José.
Não foi sem razão que, enquanto José era vivo, ele foi conhecido como “o Filho do Carpinteiro”, e depois da morte de José então era chamado de “o Carpinteiro”- Mc 6:1-3
Talvez tenhamos motivos para envergonhar ao saber quantas horas Ele trabalhava nos seis dias da semana, mas que, no sétimo dia, como carpinteiro que era, e não como Rabino, passava o dia na Sinagoga, ouvindo a Palavra de Deus, enquanto que nós nem mesmo frequentamos com assiduidade nossa Escola Dominical.
Talvez, tenhamos motivos para nos envergonhar ao descobrirmos que começamos trabalhar muito mais velho do que Jesus, pois, Ele trabalhou desde pequeno. No entanto, já acumulamos, mais, mas muito mais do que Ele em bens materiais de todas as espécies.
Ele, Jesus, após trabalhar até os trinta anos como Carpinteiro, e, depois, mais três anos no exercício de Seu Ministério, em sua última semana de vida, aqui na terra, ao fazer o seu “inventário” para ver o que tinha para deixar aos seus fiéis discípulos, verificou que a única coisa que tinha de Seu - era a Paz.
Esta, portanto, foi a herança que Ele deixou aos Seus; nada mais – “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou…”- João 14:27.
Bens materiais, aos trinta e três anos, Jesus não tinha nenhum, nada!
VI - PAULO - EXEMPLO A SER SEGUIDO:
I Ts 2:9; At 20:34-35; II Cor 11:1, 27-29 - Paulo podia ensinar sobre a obrigatoriedade do Trabalho. Para Paulo não querer trabalhar, embora podendo, é claro, significava andar de forma desordenada, ou contrariando a ordem estabelecida por Deus (II Ts 3:10-11 cf Gn 3:18). Trabalhar é preciso!
Deus, na Pessoa do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, nunca cessou de trabalhar. Todo filho de Deus precisa trabalhar. VOCÊ É FILHO DE DEUS?
É certo que todos precisam trabalhar, mas, podendo realizar um trabalho que nos proporcione prazer – certamente que estaremos livres das ansiedades.
JESUS ENSINOU A ECONOMIZAR: - Vivemos numa sociedade consumista em que somos pressionados a nos equipararmos a um padrão de vida que, na maioria das vezes, não temos condições de acompanharmos.
1) Jo 6:1-13 – Podemos ver o cuidado de Jesus com os que O seguem. O fato de Jesus se preocupar com a multidão faminta, revela o Seu cuidado para conosco quanto às necessidades materiais. Ao ensinar aos discípulos a orar, Jesus mencionou os cuidados da vida (Mt 6:11).
2) Filipe olhou o orçamento; achou que somente com duzentos denários poderia solucionar aquele problema.
3) André, por sua vez, olhou para a despensa, ridicularizando os pãezinhos e os peixinhos.
4) Mas Jesus olhou para cima e o milagre aconteceu!
5) Após o milagre da multiplicação Jesus mandou que se recolhessem as sobras para que nada fosse desperdiçado (Pv 21:20). Do que sobejou recolheram doze cestos, um para cada apóstolo, ensinando que economia não é sinônimo de mesquinhez, assim como estragar não é sinal de fartura. Jesus demonstrou aos discípulos que deviam dar continuidade ao programa divino de assistência às multidões (At 20:35; Gl 2:10).
LEIAMOS E REFLITAMOS:
1) Gn 22:1-3, 9-14 - Podemos não ter provisão nenhuma, mas ainda temos o Provedor: Pode ser que estejamos a ponto de perder nosso “ISAQUE”, mas quando nossas forças chegarem ao fim, as do céu começarão a operar e nos surpreenderemos com um milagre preso em um desses arbustos da santa ironia divina!!!
2) Gn 41:25-38, 46-49, 53-57 - Imaginemos se José não economizasse no tempo das vacas gordas: seus irmãos pereceriam e os judeus, deixando de existir, Jesus não teria vindo ao mundo. Como é bom economizar!
3) II Rs 4:1-7 - Quando a viúva estava para perder os filhos por causa de dívida, Eliseu a fez olhar para o que ela tinha e não a ficar se lamentando pelo que não tinha: “O que você tem em casa?”
4) Fp 4:11-13, 19 - Ao escrever, Paulo não estava em um gabinete pastoral com ar condicionado e uma equipe de redatores trabalhando por ele; estava em uma masmorra romana, a viver bem, quer seja na prosperidade, quer seja na adversidade.
5) Lc 12:27-30 cf Mt 25:14-30; Pv 6:6-11 – Poucas são as famílias que têm um orçamento familiar; que planejam como, onde e quando investir; que se preocupam em ter alguma reserva; que ao iniciar uma obra medem os recursos, verificam a extensão do serviço e a capacidade para enfrentá-lo. Por falta de planejamento, de um orçamento – simples que seja – muitos entram em financiamentos, cartões de crédito, nas mãos de agiotas, e, quando percebem, já afundaram tanto, que é quase impossível sair de tal situação. A Bíblia ensina que é muito importante o planejamento em qualquer situação da vida. Planejar as economias domésticas é algo muito necessário. Geralmente nossas receitas são fixas durante o mês. As despesas também são fixas, inadiáveis e imprevistas. Façamos, pois, um planejamento financeiro e evitemos, assim, sofrimentos sem fim. Na adversidade coloquemos nas mãos de DEUS o que temos, e na prosperidade administremos o que DEUS colocou em nossas mãos!!
VIII – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Alguns princípios para se viver na adversidade ou na prosperidade:
(1) - Na ADVERSIDADE, OLHEMOS PARA AQUELE QUE TUDO TEM;
(1.1) - Na PROSPERIDADE, OLHEMOS PARA AQUELES QUE NADA TEM.
- Devemos saber que para cada necessidade na terra, há um milagre no céu!!!
(2) - Na ADVERSIDADE, NÃO DESPREZEMOS O QUE TEMOS;
(2.1) - Na PROSPERIDADE, NÃO DESPERDICEMOS O QUE TEMOS.
- Há pessoas que quando estão com dinheiro, começam a confundir desejo com necessidade: compram coisas que nunca vão usar, tornam-se consumistas, jogam fora aquilo que está novo para comprar outro, vendem o carro que têm para comprarem um outro que só mudou a cor da maçaneta!!!
(3) - Na ADVERSIDADE, NÃO FIQUEMOS ANSIOSOS;
(3.1) - Na PROSPERIDADE, CUIDEMOS PARA NÃO FICARMOS AMBICIOSOS
- O ansioso é aquele que teme que nunca terá o suficiente; o ambicioso acha que o que tem não é suficiente. PORÉM, não confundamos preocupação com previsão; nem fé com irresponsabilidade. São coisas totalmente diferentes!
(4) - Na ADVERSIDADE, NÃO INVEJEMOS QUEM TEM O QUE NÃO TEMOS;
(4.1) - Na PROSPERIDADE, NÃO NOS ORGULHEMOS PELO QUE TEMOS.
- Quando estamos indo mal, temos a tendência de olharmos para aqueles que estão indo bem, principalmente para os ímpios. Mas se estamos gozando de uma condição financeira privilegiada, tomemos cuidado com o orgulho, pois ele foi capaz de transformar um anjo de luz no príncipe das trevas e transformar um rei em jumento.
(5) - Na ADVERSIDADE, TENHAMOS FÉ PARA ALCANÇARMOS TUDO O QUE NÃO TEMOS;
(5.1) - Na PROSPERIDADE, TENHAMOS FÉ PARA DEIXARMOS TUDO O QUE TEMOS.
– Lc 5:1-11 - Pedro estava decepcionado com uma noite cansativa e nada proveitosa em sua empresa de pesca, tentaram, trabalharam, se esforçaram e nada de peixe. No outro dia, o milagre aconteceu porque Jesus entrou no barco!!!
Devemos deixar Jesus entrar na nossa empresa para administrar as coisas lá: tudo vai começar a melhorar! Não façamos dEle apenas o sócio, mas o dono!!! Ao chegarem na praia e puxarem as redes repletas de peixes, Jesus os chama para o ministério. Logo agora que as coisas estavam indo tão bem!!! Mas eles demonstraram que a maior fé não é aquela capaz de realizar tudo, mas aquela capaz de deixar tudo!!!
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.138;
-. ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009;
-. SALE, F. Você & Deus no trabalho: A ética profissional do cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.30-1
-. Ibdem, pp.175-77
-. Revista Ensinador Cristão, Ano 13, Nr. 49, Jan-Mar 2012.
-. http://cincosolas.blogspot.com/2012/02/como-alcancar-verdadeira-prosperidade.html
Lições Bíblicas da CPAD – 3º Trimestre de 1987 – Comentarista: Estevam Ângelo de Souza
Estudo Bíblico: “Como viver bem em toda e qualquer situação” – Autor: Anderson Zem
Revista Educação Cristã – Vol. VII – SOCEP
Estudo Bíblico: “O Caráter de Deus Exige que nos Preparemos” – Autor: Marcos Emanoel P. de Almeida
As Grandes Doutrinas da Bíblia - CPAD - Raimundo de Oliveira
O Deus Vivo e Verdadeiro - CPAD - Geziel Gomes
Estudo Bíblico: “Como viver bem em toda e qualquer situação” – Autor: Anderson Zem
Revista Educação Cristã – Vol. VII – SOCEP
Estudo Bíblico: “O Caráter de Deus Exige que nos Preparemos” – Autor: Marcos Emanoel P. de Almeida
As Grandes Doutrinas da Bíblia - CPAD - Raimundo de Oliveira
O Deus Vivo e Verdadeiro - CPAD - Geziel Gomes
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