17 janeiro 2012

Superfaturamento em Réveillon Gospel de Manaus


Superfaturamento em Réveillon Gospel de Manaus

Prefeitura contraria Constituição em evento cuja atração principal custou aos cofres público 130% a mais que valor  de mercado

René Terra Nova no Réveillon Gospel: um culto como “outro qualquer”
René Terra Nova no Réveillon Gospel: um culto como “outro qualquer” (Márcio Silva 01/01/2012)
 
Indícios de 130% de superfaturamento e gastos inconstitucionais levantam suspeitas sobre a realização do Réveillon Gospel, promovido pela Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) no último dia 31 de dezembro. A prefeitura pagou R$ 160 mil pelo show do cantor gospel Thalles Roberto, mas a reportagem de A CRÍTICA apurou que o valor da apresentação é de, no máximo, R$ 60 mil. Para agravar ainda mais a situação, os gastos da Prefeitura são inconstitucionais, já que Estados e Municípios não podem bancar eventos religiosos de qualquer natureza.
O Réveillon Gospel foi realizado pela Prefeitura de Manaus em parceria com a Organização  dos Ministros Evangélicos do Estado do Amazonas (Omeam), entidade que reúne pastores de várias denominações religiosas. Segundo o presidente da entidade, Valdiberto Rocha, o acordo entre as partes era de que a Prefeitura forneceria toda a infraestrutura do evento. Caberia à Omeam usar sua penetração junto à comunidade religiosa para convidar fiéis, não recaindo sobre a entidade nenhum custo.
De acordo com o Diário Oficial do Município (DOM) do dia 27 de dezembro de 2011, a Prefeitura pagou, com dispensa de licitação, R$ 160 mil à empresa Fábrica de Eventos pelo show do cantor gospel Thalles Roberto.
Fazendo-se passar pelo representante de uma produtora artística, a reportagem de A CRÍTICA entrou em contato com o empresário de Thalles Roberto, conhecido no meio artístico como Doninha, para saber qual o custo de uma apresentação do artista. Doninha indicou seu representante no Amazonas, o empresário Naílton Campos, diretor da Di Campos Produções & Eventos.
Contas
Por e-mail, Nailton apresentou um orçamento com os custos do show do artista. A partir daí os indícios de superfaturamento começam a ficar claros. Segundo o empresário, o show de Thalles custa R$ 30 mil, mas se ele for pago por uma prefeitura, por exemplo, o valor sobe par R$ 60 mil.
Além do valor do cachê, Nailton incluiu no orçamento os custos das passagens áreas para oito pessoas, alimentação, transporte e aparelhagem de som.
Na última terça-feira, o Sindicato dos Músicos do Amazonas denunciou ao Ministério Público o superfaturamento na contratação de atrações nacionais para o Virada Cultural (em outubro/2011) e o Réveillon 2012. Ambos realizados pela PMM.
acritica.uol.com.br

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