O BBB emburrece a sociedade brasileira?
Segue abaixo um interessante artigo sobre o BBB. Este artigo mostra com clareza a forma como a grande mídia trata a cultura neste país. E com aval de um jornalista que no passado foi sério e até crítico, Pedro Bial, e que atualmente cedeu aos "encantos" da mídia marrom. As opiniões dos especialistas são categóricas sobre o tema, o BBB ressalta o que existe de mais baixo na natureza humana: a traição, o individualismo, a forma mesquinha de encarar a realidade.
Infelizmente alguns de nossos representantes (vereadores) caíram no "encanto". Por favor, discutir BBB na Câmara de Vereadores.
Leiam o texto e tirem suas conclusões
Altamiro Borges: 'BBB' emburrece a sociedade brasileira
Segundo Ricardo Feltrin, colunista da UOL o Big Brother ainda é o líder absoluto de audiência, com o dobro de telespectadores da segunda colocada, a TV Record. Ele também supera o "Domingão do Faustão" e as telenovelas globais, estas sim em acelerado declínio, o que gera uma guerra de bastidores na Rede Globo.
Fábrica de ilusões e de dinheiro
Além disso, o BBB continua sendo uma das principais fontes de lucros da Rede Globo. Segundo o jornalista Daniel Castro, ele nem havia estreado e os seus intervalos comerciais já tinham sido completamente vendidos até o final. Estima-se que o BBB renderá cerca de R$ 110 milhões à emissora - R$ 60 milhões em cotas de patrocínio e outros R$ 50 milhões em merchandising, anúncios extras, espaços vendidos na casa, assinaturas de pacotes na TV paga, etc. Ele hoje seria o produto mais rentável e lucrativo da empresa, superando as receitas com as telenovelas.
Somente com a "Loja do BBB", a emissora já elevou em 70% os seus lucros em relação a 2008. Segundo Bárbara Sacchiello, "através da divisão Globo Marcas, o grupo mantém, há três anos, a loja hospedada no site do programa. Ao todo, são 30 produtos diferentes, entre roupões, bolsas, utensílios domésticos e até edredons com a marca BBB... A cada edição, novas peças chegam para se juntar ao portfólio do site e atrair fãs". A novidade em 2009 foram os dois robôs RoBBB, que traziam imagens e sons em tempo real. Os "olhinhos" robóticos custavam R$ 449,90 e R$ 169,90, respectivamente, e a emissora já teve que encomendar mais peças à fornecedora Yellow.
"Espelho fiel da vida amesquinhada"
Diante do sucesso comercial (e o que importa é lucro, e não a qualidade do produto), a TV Globo já estuda prorrogar BBB. Mas o que explica este fenômeno da televisão brasileira e mundial? A psicanalista Maria Rita Kehl, no livro Videologias, escrito em conjunto com Eugênio Bucci, dá importantes pistas. "Os reality shows são a forma mais eficiente de ilusão que a cultura de massas já produziu: eles vendem aos espectadores o espelho fiel de sua vida amesquinhada sob a égide severa das 'leis do mercado'. Eles vendem a imagem da selva em que a concorrência transforma as relações humanas. Só que elevados ao estatuto de espetáculo".
Para ela, "o show do BBB é a festa neoliberal do cálculo, o jogo da incansável concorrência com ou sem limites éticos... Os concorrentes ao prêmio final do BBB conspiram, manipulam, traem uns aos outros - esta é a verdadeira dimensão 'obscena' do show - até que o mais esperto, que se apresente como o mais amável ao público, ganhe a bolada prometida. A destruição da dimensão pública da vida humana, a privatização do sentido da vida e a consagração do homem subjetivo em lugar do homem político, como o novo paradigma do melhor que nossa sociedade produziu, são os componentes secretos do sucesso desse tipo de programa".
"Concorrência sem limites éticos"
Noutro texto, ela provoca: "É verdade que os luxuosos 'cativeiros' dos reality shows representam uma invasão, ainda que consentida, da privacidade dos cativos. Mas se ela é consentida, digamos que o exibicionismo dos protagonistas ultrapassa o voyeurismo das câmeras. A imprensa que acompanha o desenvolvimento desses shows afirma que a audiência se sustenta sobre o desejo do público de presenciar escândalos, brigas e cenas de sexo reais'. No entanto, os escândalos são escassos, se comparados aos longos períodos em que nada digno de nota acontece".
"Assistimos a um grupo de jovens geneticamente selecionados a gastar o seu tempo ocioso em conversas bobas, fofocas, cuidados corporais, picuinhas. O que interessa ao espectador fiel é a esperança de que a exibição, pela televisão, da banalidade de um cotidiano parecido com o seu, ponha em evidência migalhas de brilho e dê sentido que sua vida, condenada à domesticidade, não tem... A pobreza dos sonhos de fama dos que se candidatam ao cativeiro de luxo do Big Brother espelha a pobreza dos sonhos do espectador cativo, que espera o espetáculo começar".
Em síntese, o BBB incentiva os piores instintos humanos e contribui para a idiotização da nossa pobre sociedade. "Conspirações, traições, armadilhas, estratégias descaradas para passar a perna nos companheiros e garantir a própria permanência: este é o tema do BBB". No afã por lucros, a TV Globo pouco se importa com o conteúdo "sádico" do programa. Para ela, tudo é mercadoria. Como afirma o apresentador Pedro Bial, que renegou seu passado de jornalista sério, "tenho zero de preocupação em dar um aspecto cultural ao programa. Acho que tudo é cultura. Big Brother é tão cultura quanto Guimarães Rosa". Haja cinismo, uma marca registrada do BBB.
* Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, autor do livro Sindicalismo, Resistência e Alternativas.
Fontehttp://www.vermelho.org.br/
Fábrica de ilusões e de dinheiro
Além disso, o BBB continua sendo uma das principais fontes de lucros da Rede Globo. Segundo o jornalista Daniel Castro, ele nem havia estreado e os seus intervalos comerciais já tinham sido completamente vendidos até o final. Estima-se que o BBB renderá cerca de R$ 110 milhões à emissora - R$ 60 milhões em cotas de patrocínio e outros R$ 50 milhões em merchandising, anúncios extras, espaços vendidos na casa, assinaturas de pacotes na TV paga, etc. Ele hoje seria o produto mais rentável e lucrativo da empresa, superando as receitas com as telenovelas.
Somente com a "Loja do BBB", a emissora já elevou em 70% os seus lucros em relação a 2008. Segundo Bárbara Sacchiello, "através da divisão Globo Marcas, o grupo mantém, há três anos, a loja hospedada no site do programa. Ao todo, são 30 produtos diferentes, entre roupões, bolsas, utensílios domésticos e até edredons com a marca BBB... A cada edição, novas peças chegam para se juntar ao portfólio do site e atrair fãs". A novidade em 2009 foram os dois robôs RoBBB, que traziam imagens e sons em tempo real. Os "olhinhos" robóticos custavam R$ 449,90 e R$ 169,90, respectivamente, e a emissora já teve que encomendar mais peças à fornecedora Yellow.
"Espelho fiel da vida amesquinhada"
Diante do sucesso comercial (e o que importa é lucro, e não a qualidade do produto), a TV Globo já estuda prorrogar BBB. Mas o que explica este fenômeno da televisão brasileira e mundial? A psicanalista Maria Rita Kehl, no livro Videologias, escrito em conjunto com Eugênio Bucci, dá importantes pistas. "Os reality shows são a forma mais eficiente de ilusão que a cultura de massas já produziu: eles vendem aos espectadores o espelho fiel de sua vida amesquinhada sob a égide severa das 'leis do mercado'. Eles vendem a imagem da selva em que a concorrência transforma as relações humanas. Só que elevados ao estatuto de espetáculo".
Para ela, "o show do BBB é a festa neoliberal do cálculo, o jogo da incansável concorrência com ou sem limites éticos... Os concorrentes ao prêmio final do BBB conspiram, manipulam, traem uns aos outros - esta é a verdadeira dimensão 'obscena' do show - até que o mais esperto, que se apresente como o mais amável ao público, ganhe a bolada prometida. A destruição da dimensão pública da vida humana, a privatização do sentido da vida e a consagração do homem subjetivo em lugar do homem político, como o novo paradigma do melhor que nossa sociedade produziu, são os componentes secretos do sucesso desse tipo de programa".
"Concorrência sem limites éticos"
Noutro texto, ela provoca: "É verdade que os luxuosos 'cativeiros' dos reality shows representam uma invasão, ainda que consentida, da privacidade dos cativos. Mas se ela é consentida, digamos que o exibicionismo dos protagonistas ultrapassa o voyeurismo das câmeras. A imprensa que acompanha o desenvolvimento desses shows afirma que a audiência se sustenta sobre o desejo do público de presenciar escândalos, brigas e cenas de sexo reais'. No entanto, os escândalos são escassos, se comparados aos longos períodos em que nada digno de nota acontece".
"Assistimos a um grupo de jovens geneticamente selecionados a gastar o seu tempo ocioso em conversas bobas, fofocas, cuidados corporais, picuinhas. O que interessa ao espectador fiel é a esperança de que a exibição, pela televisão, da banalidade de um cotidiano parecido com o seu, ponha em evidência migalhas de brilho e dê sentido que sua vida, condenada à domesticidade, não tem... A pobreza dos sonhos de fama dos que se candidatam ao cativeiro de luxo do Big Brother espelha a pobreza dos sonhos do espectador cativo, que espera o espetáculo começar".
Em síntese, o BBB incentiva os piores instintos humanos e contribui para a idiotização da nossa pobre sociedade. "Conspirações, traições, armadilhas, estratégias descaradas para passar a perna nos companheiros e garantir a própria permanência: este é o tema do BBB". No afã por lucros, a TV Globo pouco se importa com o conteúdo "sádico" do programa. Para ela, tudo é mercadoria. Como afirma o apresentador Pedro Bial, que renegou seu passado de jornalista sério, "tenho zero de preocupação em dar um aspecto cultural ao programa. Acho que tudo é cultura. Big Brother é tão cultura quanto Guimarães Rosa". Haja cinismo, uma marca registrada do BBB.
* Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, autor do livro Sindicalismo, Resistência e Alternativas.
Fontehttp://www.vermelho.org.br/
BBB 12: Boni volta a criticar reality, diz jornal
Após a polêmica sobre o suposto estupro de Monique no BBB 12, o ex-diretor da Globo e pai de Boninho, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, voltou a criticar o programa dirigido por seu filho.
Segundo informações publicadas na coluna de Monica Bergamo, no jornal Folha de São Paulo, o ex-todo poderoso da Globo foi taxativo.
- Não me atrai esse conceito que eles pegaram da Holanda, em que ficam dando bebida alcoólica e promovendo festinhas.
R7.comEm meio à confusão criada por seus entrevistadores, Boni seguia deixando mensagens que merecem registro (veja o link do programa abaixo). Sobre reality shows que no Brasil tem como maior destaque o "Big Brother", comandado por seu filho, Boninho, ele disse: “É uma coisa horrorosa, um texto feito pelo candidato imbecil que vai ao programa falar asneiras. Prefiro o texto do Dias Gomes ou do Jorge Amado. O reality show é uma grande mentira, porque não conheço ninguém que viva 3 meses trancado numa casa. Acaba real porque tem o diálogo”.
http://www.ospaparazzi.com.br/celebridades/boni-nao-poupa-bbb-e-define-reality-show-como-grande-mentira-2666.html
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