01 novembro 2011

Mundo supera os 7 bilhões de habitantes

O mundo conta a partir desta segunda-feira com mais de sete bilhões de seres humanos e, das Filipinas à Rússia, vários países reivindicaram o nascimento que ilustra simbolicamente os desafios planetários do crescimento demográfico.
Manila celebrou o nascimento de Danica, mais de uma década depois da população do planeta alcançar seis bilhões, em 1999, quando a ONU escolheu Adnan Nevic, um menino nascido em Sarajevo, como representante simbólico da marca. Desta vez, a ONU optou por não designar nenhuma criança com antecedência e vários países reivindicaram a efeméride.
Danica May Camacho, nascida no domingo, dois minutos antes da meia-noite, no José Fabella Memorial Hospital, um centro público da capital filipina, tem 2,5 quilos. Seus pais, Florante Camacho e Camille Dalura, foram felicitados por representantes das Nações Unidas.
"É muito bonita. Não posso acreditar que seja a habitante sete bilhões do planeta", comentou emocionada Camille Dalura na sala de partos, invadida pela imprensa.
Danica receberá uma bolsa de estudos e seus pais uma quantia em dinheiro para abrir uma loja.
"O mundo e seus sete bilhões de habitantes formam um conjunto complexo de tendências e paradoxos, mas o crescimento demográfico faz parte das verdades essenciais em escala mundial", declarou a representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) nas Filipinas, Ugochi Daniels.
Segundo o UNFPA, Filipinas é o 12º país mais populoso do mundo, com 94,9 milhões de habitantes, 54% deles com menos de 25 anos.
A China tem a maior população, com 1,35 bilhão de habitantes, seguida pela Índia, com 1,24 bilhão.
No total, a Ásia representa 4,2 bilhões de habitantes e deve atingir 5,2 bilhões em 2052, antes de iniciar uma redução progressiva. Mas o aumento mais expressivo acontece na África, onde a população superou um bilhão em 2009 e deve atingir dois bilhões em 2044.
Ao mesmo tempo, duas regiões russas, a mais oriental, Kamchatka, e a mais ocidental, Kaliningrado, também disputam o mérito do nascimento do bebê de número sete bilhões.
Kamchatka, uma península isolada e pouco habitada banhada pelo Oceano Pacífico, foi a primeira a anunciar o nascimento de seu candidato oficial, às 0H19 locais (14h19 de Brasília no domingo): um menino chamado Alexander. Na outra extremidade da Rússia, Piotr Nikolaev, de 3,6 quilos, nasceu em Kaliningrado às 0H02 locais (19H02 de Brasília, domingo).
Pobreza, fome, doenças, conflitos: o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que concederá uma entrevista coletiva para falar sobre o tema, destacou que a marca de sete bilhões não deve ser minimizada.
"Não se trata de uma simples questão de números. É uma história humana", declarou na semana passada.
Nos países mais pobres, os governos enfrentarão as dificuldades dos jovens para encontrar empregos. Além do aquecimento global, da seca e da explosão descontrolada das megalópoles, adverte o UNFPA.
"Sete bilhões de pessoas precisam de alimentos. Energia. Ofertas interessantes em termos de empregos e educação. Direitos e liberdade. Liberdade de expressão. Liberdade de poder educar seus filhos em paz e segurança", insistiu Ban Ki-moon.
Ao ritmo de dois nascimentos por segundo, o UNFPA prevê que a população continuará aumentando e alcançará 9,3 bilhões em 2050, antes de superar 10 bilhões até o fim do século.
Até 2025, a Índia será o país de maior população, à frente da China, com 1,5 bilhão de habitantes.

 O futuro incerto de um planeta repleto de homens

Num momento em que a população cruza a barreira dos sete bilhões de habitantes, os especialistas temem que o desequilíbrio de sexos favoreça o surgimento de países inteiros de solteiros em busca de uma esposa.
As consequências exatas do que o demógrafo francês Christophe Guilmoto denomina uma "masculinização alarmante" em países como a Índia ou a China devido aos abortos seletivos são ainda incertas.
Muitos especialistas acreditam, no entanto, que em 50 anos a escassez de mulheres terá um impacto na sociedade similar ao do aquecimento do clima, um fenômeno invisível, mas bem real.
Por trás dessas advertências se escondem estatísticas irrefutáveis.
A natureza oferece cifras invariáveis: nascem entre 104 e 106 meninos para cada 100 meninas, e a menor modificação desta proporção só pode ser explicada por fatores anormais.
Na Índia e no Vietnã, a cifra é de cerca de 112 meninos por 100 meninas. Na China, a proporção se eleva a quase 120 por 100, quando não é de 130 meninos por 100 meninas em algumas regiões.
O pior é que esta tendência se estende: no Azerbaijão, Geórgia e Armênia, a relação entre os nascimentos é de mais de 115 meninos por 100 meninas. Na Sérvia e Bósnia, se constata um mesmo fenômeno.
A tomada de consciente mundial a respeito remonta a 1990, quando um Prêmio Nobel indiano, o economista Amartya Sen, publicou um artigo com um título contundente: "Mais de 100 milhões de mulheres desapareceram".
Os demógrafos calculam que esta cifra agora está acima dos 160 milhões e é o resultado da tradicional preferência por homens, da queda da fecundidade e, principalmente, as ultrassonografia baratas que permitem abortar quando se trata de uma menina.
Apesar da proporção nos nascimentos voltarem à normalidade na Índia e China nos próximos 10 anos, Guilmoto que acha em ambos os países o casamento será por várias décadas uma dor de cabeça para os homens.
"Não apenas esses homens terão de casar-se numa idade mais avançada, como correm o risco de ficar solteiros", indica.
Alguns acreditam que este novo contexto poderá aumentar a poliandria (uma mulher com vários maridos) e o turismo sexual, enquanto outros preveem cenários catastróficos, nos quais a depredação sexual, a violência e os conflitos serão as novas normais sociais.
Há alguns anos, os analistas políticos Valerie Hudson e Andrea den Boer chegaram a escrever que os países asiáticos majoritariamente povoados por homens representavam uma ameaça para o Ocidente.
Segundo eles, "as sociedades com forte relação homens-mulheres só podem ser governadas por regimes autoritários capazes de suprimir a violência em seu próprio país e de exportá-la para o exterior por meio da colonização ou a guerra".
Mara Hvistendahl, jornalista da revista Science e autor de um recente ensaio intitulado "Seleção não-natural", objeta que o risco de guerras em grande escala é pouco provável, principalmente recordando que a Índia é uma democracia.
Admite, no entanto, que "historicamente, as sociedades onde o número de homens superaram ao de mulheres não são agradáveis para viver", evocando os riscos de instabilidade e, inclusive, de violência.
Os serviços da ONU advertiram sobre uma correlação entre escassez de mulheres e um aumento do tráfico sexual ou imigração de populações em busca de casamento.
As soluções para o problema, no momento, não são muitas.
Na opinião de Guilmoto, a prioridade agora é assegurar-se de que o problema seja de conhecimento público, e não apenas nos países emergentes. "Na Europa oriental, as pessoas não têm a menor ideia do que está acontecendo", adverte.
Yahoonoticias


Censo demográfico revela que no Brasil existem quase 4 milhões de mulheres a mais que homens

ANTONIO CARLOS LACERDA



BRASILIA/BRASIL - Segundo o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a população brasileira cresceu, em 10 anos, 12,48%. Em 2000, o País tinha 169.590.693 habitantes, e agora tem 190.755.799.

A região brasileira que mais cresceu foi o Norte (23,04%), seguida do Centro-Oeste (21,01%), Nordeste (11,29%), Sudeste (11,15%) e Sul (9,15%). 



O censo do IBGE apontou que o Brasil tem quase 4 milhões de mulheres a mais do que homens, sendo que, para cada 100 mulheres existem apenas 96 homens.



 Na verdade, segundo o IBGE, nascem mais homens que mulheres no Brasil. Para cada 105 crianças que nasce do sexo masculino, nasce apenas 100 do sexo feminino. Entretanto, por serem mais vulneráveis a situações de violência, por exemplo, o número de mortes de homens é maior que o de mulheres.



Segundo Fernando Albuquerque. Gerente de projetos da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, "Isso já vem ao longo dos censos e é em função da mortalidade. Apesar de nascerem mais homens, como a mortalidade dos homens é superior à das mulheres ao longo da vida, no final, você tem um contingente maior de mulheres".


A cidade do Rio de Janeiro, no Sudeste do Brasil, é apontada no censo demográfico como a que tem a menor proporção entre pessoas do sexo masculino e feminino, ao concentrar 91,2 homens para cada 100 mulheres.


Segundo Fernando Albuquerque, esse fenômeno no Norte do Brasil ocorre "em função dos movimentos migratórios e também do tipo de atividade - extrativa e de mineração -, em que os homens são a grande maioria".



Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, que tinha 2.238.526 habitantes em 2000, agora tem 2.375.151, aparece em segundo lugar, com crescimento de 6,10%. A mineira BH é seguida por São Paulo com 7,84% de crescimento demográfico, Rio de Janeiro, com 7,90%, e Recife, com 8,07%.
Muitas cidades brasileiras estão se tornando cada vez mais femininas e Belo Horizonte não escapa dessa tendência.Pelo menos é o que mostra o Questionário do Universo do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). BH é a campeã em Minas na proporção homem-mulher:sua população tem 53,1 % de pessoas do sexo feminino (1.261.638) e 46, 9% do sexo oposto (1.113.513). Isso significa que há 148.125 mulheres a mais, ou seja, 100 delas para 88,2 homens na média de todas as faixas etárias. Em 2000, no último censo, a diferença foi de 124 mil. . 



Segundo indicadores sociais do IBGE de 2010, no Brasil há 97.348.809 mulheres (51,03% da população) e 93.406.990 homens (48,97% da população).


Brasileiros com menos de 1 ano: 2.713.244 (1% do total)

Brasileiros de 1 a 4 anos: 11.082.915 (6% do total)

Brasileiros de 5 a 9 anos: 14.969.375 (8% do total)

Taxa de natalidade
É a proporção entre o número de pessoas que nascem por mil habitantes anualmente. No Brasil, essa taxa é de 16 por mil, segundo dados do IBGE de 2010

ibge.gov.br
 

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