4º Trimestre 2011 - Lição 5 – A Conspiração dos Inimigos contra Neemias
30 de outubro de 2011
Texto Áureo
“Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco? (Ne 6.3b). – A principal lição ensinada por Neemias para todas as gerações de crentes é a necessidade de se ter a devida visão da grandeza da obra para a qual fomos chamados, não importando se esta obra que desenvolvemos agora pareça pequena ou sem importância. Como Paulo escreve em 1Co 12.20, que existe diversidade de dons e diversidade de ministérios, mas que um só é o Senhor do qual eles provêm. Diz ainda que, no seio da igreja, existem operadores de milagres e de curas, crentes com o dom excepcional para o atendimento aos necessitados, outras para o governo, mas a origem de tudo é Deus. É justamente essa diversidade de dons que garante a unidade da Igreja. Cada dom contribui com algo necessário à vida comum e ao crescimento do todo. Não há lugar para o orgulho ou para o complexo de inferioridade, cada crente é especial e essencial para o funcionamento adequado do Corpo de Cristo. Nada pode remover de dentro de nós essa consciência da grandeza e importância de nosso chamado.
Verdade Prática
O discernimento espiritual é indispensável na condução e execução da Obra de Deus, pois as adversidades são muitas e sutis.
Leitura Bíblica em Classe
Neemias 6.1-9
Neemias 6.1-9
Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- COMPREENDER que todo líder precisa de discernimento para não ser enganado pelo inimigo;
- DESCREVER algumas das estratégias do inimigo para prejudicar Neemias; e
- CONSCIENTIZAR-SE de que apesar das muitas investidas do inimigo, Neemias foi um líder vitorioso.
- COMPREENDER que todo líder precisa de discernimento para não ser enganado pelo inimigo;
- DESCREVER algumas das estratégias do inimigo para prejudicar Neemias; e
- CONSCIENTIZAR-SE de que apesar das muitas investidas do inimigo, Neemias foi um líder vitorioso.
Palavra-chave
CONSPIRAÇÃO – Tramar, maquinar em secreto contra alguém.
CONSPIRAÇÃO – Tramar, maquinar em secreto contra alguém.
Comentário
(I. Introdução)
Nós temos visto como Neemias veio da Pérsia para reconstruir o muro de Jerusalém, e como seus esforços foram abençoados pelo Senhor. Nenhum outro judeu conseguiu enxergar como Neemias. Para todos, eram escombros somente; para Neemias, era a restauração da cidade santa. A essa obra, levantou-se ferrenha oposição, os inimigos dos judeus, que os tinham ameaçado durante quase 100 anos, fizeram tudo para impedir o avanço de seu trabalho: “Sambalate e Gesém mandaram dizer-me: Vem, encontremo-nos, nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal. Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” (Ne 6.2,3). Neemias sabia que sua missão era urgente e importante, e recusou ser distraído pelos adversários. Esta é a preciosa lição legada a nós. Talvez os convites que temos recebido hoje não sejam tão explícitos e óbvios quanto este que Neemias recebeu. O certo é que a todo instante recebemos convites para perder tempo em coisas inúteis, quaisquer que sejam elas: vãs discussões de questões insensatas e contendas que não edificam (2Tm 2.23-26); coisas inocentes e até boas que suprimem o tempo que deveríamos dedicar às mais importantes (1Tm 4.8; 1Tm 6.6-10; Mt 6.19-21,24-34; Lc 10.38-42). Constantemente Paulo alerta a Timóteo sobre o risco de se perder por causa de tais distrações: “Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou” (2Tm 2.4). Com esta lição, esperamos adquirir discernimento e atenção indivisa para prosseguirmos nessa obra sem olhar para trás (Lc 9.62). Boa Aula!
(II. Desenvolvimento)
I. A FALSIDADE DOS ADVERSÁRIOS
1. Os muros foram levantados. Os muros erguidos nos dias de Neemias eram menos extensos que os da antiga Jerusalém. No capítulo 2.11-15, Neemias fez a avaliação dos estragos da cidade, e no capítulo 3 dispôs o povo para o serviço. Contudo, como a população era pouca, Neemias optou por encurtar os muros. Eis uma decisão que aponta Neemias como um sábio governante e realista em sua visão dos fatos. Os muros podiam ser menos extensos, mas a obra não era menos importante. Terminada a obra, ainda restava fixar as portas, sem elas, os muros não tinham serventia. Os opositores enxergaram nesse último lance da reconstrução a oportunidade de estragar o trabalho ainda incompleto e lançaram seus últimos esforços para impedir a conclusão da obra. Corremos o risco de deixar muitos trabalhos pela metade. A planície de Ono era parte do vale de Saron, cerca de 30 quilômetros a noroeste de Jerusalém; a viagem de Jerusalém até Ono era de um dia, distração suficiente para uma furtiva invasão. Este território era considerado neutro. Sambalate e Tobias queriam atrair Neemias para fora de Jerusalém e abatê-lo. Cuidado com os gestos amistosos por parte dos inimigos, pode ser armadilha. Corremos o risco de nos esquecermos facilmente que temos terríveis inimigos. João nos alerta para não amarmos o mundo e com ele não nos envolvermos. Satanás é descrito como aquele que nos acusa de dia e de noite, em tribunal. O diabo leva muito a sério sua acusação, e nós brincamos com a nossa proteção!
2. A resposta sábia e firme de Neemias. Os inimigos de Israel quiseram que Neemias os encontrasse em alguma aldeia no vale de Ono, planejando cessar a obra ao assassiná-lo, mas ele foi sábio o suficiente para recusar. Neemias enviou-lhes mensageiros que disseram em seu nome: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer” (v. 3). Por quatro vezes os opositores tentaram Neemias com essa proposta, e então, lhe enviaram uma carta, mas ele recusou todas essas ocasiões. Ele percebeu que o propósito básico do plano era fazer parar o trabalho de reconstrução dos muros. De sua resposta, aprendemos o seguinte:
a) Ele não perdeu o foco de sua missão. Para Neemias, a reconstrução dos muros não era apenas uma obra humana, mas representava a própria segurança garantida pelo Deus de Isarel aos que lhe são fiéis, era uma obra de restauração espiritual, e como tal obra exige, ele manteve-se firme no seu projeto, sem desviar-se para direita ou para a esquerda: “Tão somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares” (Js 1.7). Para se manter firme diante de emblemas como este, o líder; Pastor, Professor da EBD ou que exerça qualquer outra função na Casa de Deus, Precisa estar consciente e ter absoluta certeza de que não está equivocado como Neemias não estava.
b) “[...] de modo que não poderei descer” (Ne 6.3). Podemos fazer uma analogia aqui com o que Paulo ensina sobre a associações com idolatria e qualquer união comprometedora com os infiéis: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” (2Co 6.14-18). O ensino geral aqui é sobre o perigo de crentes unirem-se aos pagãos em práticas de idolatria (v. 16), mas também é perigoso toda associação com infiéis, pois trará certamente o comprometimento da fé. ‘Não descer’ é não comprometer a fé aliando-se aos infiéis, aos falsos crentes. Aliar-se a lês seria distorcer toda a vida e ministério da Igreja.
c) Não há tempo a perder. Neemias sabia que para concluir o projeto de reconstrução com sucesso, o povo tinha que combinar uma atitude correta com uma prática acertada. Quando conseguimos fazer bem um trabalho, somos bem sucedidos. Se trabalharmos cuidadosamente por muito tempo em um determinado projeto, e gostamos dos resultados, alcançaremos o sucesso. Às vezes, é difícil ser bem sucedido. Ter sucesso demanda tempo e dedicação, demanda cooperação, demanda unidade, demanda perseverança, demanda perspicácia espiritual. Uma atitude focada no objetivo final não esmorece nem mesmo quando o inimigo se levanta com a ameaça de um ataque armado e de violência física. Nenhuma objeção pode parar aqueles que dão mais importância ao seu projeto do que à suas próprias vidas. O copeiro do rei nos legou uma preciosa lição de como proceder diante de qualquer oposição e dificuldade: oração e humildade na presença de Deus, Aquele que toma a vingança para Si: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.18-19), e: “Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.30,31).
Sinopse do Tópico (1)
Os adversários eram malévolos e armavam várias ciladas contra Neemias a fim de impedi-lo de realizar a obra de Deus.
II. SUBORNO E FALSA PROFECIA
1. Profeta a serviço do inimigo. Surge agora um novo personagem, Semaías. Ele pode ter sido não apenas um profeta (v. 12), mas também um sacerdote, o que dava acesso ao Templo. A situação agora se torna complicada e necessita muita diligência por parte de Neemias. O fato de Semaías convidá-lo a entrar no Templo e cerrar as portas era um ardil final que agora se desdobrava. Neemias poderia buscar refúgio no átrio do Templo, mas não tinha o direito de entrar no Templo propriamente dito, visto que não era um sacerdote (Nm 18.7). Além de evidenciar coragem, Neemias demosntra sabedoria e discernimento espiritual ao decifrar o real intento de Semaías. Ele sabia diferenciar a verdadeira origem de muitos ataques como uma incursão motivada pelo adversário de nossas almas. Não devemos crer em qualquer espírito, mas examinemos os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo (1Jo 4.1).
2. Nobres ao lado dos adversários. Tobias e seu filho Jeoanã, casaram-se com mulheres judias, e Tobias também era parente do sumo sacerdote Eliasibe. Isto colocava Tobias numa posição vantajosa para minar a autoridade de Neemias, visto que muitos judeus admiravam Tobias e falavam bem dele. Esses parentes, não se sabe por quais motivações, exerceram um trabalho de espionagem contra Neemias dentro da cidade.
3. Os falsos profetas de hoje. “"Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15). Não é preciso comentar muito esse subtópico, sabemos que hoje há muitos falsos profetas que fingem ser guias cristãos, mas cujo verdadeiro objetivo é egoísta e destrutivo. Muitos até, correm atrás de bons objetivos – evangelismo, abertura de novos trabalhos, envio de missionários, etc. – porém, movidos por sentimentos nocivos, egoístas e destrutivos. Sua mensagem parece atraente e ortodoxa, contudo, o tempo mostrará seus frutos (Mt 7.16-20). O crente deve testar aqueles que alegam profetizar, os que se arvoram como lideranças e os que são alçados à posições importantes no meio da Igreja por meio de seus frutos, isto é, estilo de vida, caráter, ensinamentos e influência (1Tm 1.3; 6.3,4; 2Tm 2.18; 2Pe 2.1).
Sinopse do Tópico (2)
Os adversários subornaram um profeta a fim de enganar e matar Neemias.
III. A CONCLUSÃO DA OBRA
1. Termina a construção do muro. “Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco de elul, em cinquenta e dois dias” (Ne 6.15). Este projeto chegou ao fim, sabemos, que foi a poderosa mão do Senhor agindo em prol do seu povo. Deus sempre levanta líderes que, com coragem, dedicação e decisão, leva a cabo os seus desígnios para os seus escolhidos. Neemias (Aquele que conforta, que consola), era um desses homens, dependeu exclusivamente de Deus, tendo a sua proteção e a fonte de todo o poder de Deus ao seu lado. O povo enxerga esse dom e demonstra-se disposto a trabalhar e a seguir o seu líder, dedicando-se com devoção à árdua tarefa de completar todo o muro, apesar da forte oposição dentro e fora da cidade. Toda e qualquer obra em nossa vida, quer sejam plano seculares, quer sejam em prol do Reino, devem estar sujeitos à providência divina. Sem a ajuda divina, jamais conseguiremos desembocar em bons portos! “Eis que Deus é o meu ajudador” (Sl 54.4). Neemias manteve-se firme no seu objetivo, não permitindo que nem amigos, nem inimigos desviassem a sua atenção da obra, até que terminasse. Uma grande visão, unida a uma fé inabalável, leva a efeito a realização do propósito de Deus para nossa vida e para muitos outros que não conhecemos mas que a eternidade revelará os frutos de nosso trabalho.
2. Os inimigos temeram. “E sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos, todos os povos que havia em redor de nós temeram, e abateram-se muito a seus próprios olhos; porque reconheceram que o nosso Deus fizera esta obra” (Ne 6.16). Neemias sabiamente afirma que Deus é a causa de seu sucesso. O capítulo seis revela o que está oculto no coração de Neemias, ele exprime seu sentimento principalmente através deste versículo, afinal, foi alvo de ataques contra a sua vida, contra o seu trabalho, contra sua moral e nada disso o fizera desistir do seu projeto. Acabados os muros e vendo os inimigos que não prosperaram em seus intentos, temeram a Deus (v.16). A igreja recebeu uma missão especial: viver o reino aqui na terra, agora; foi chamada para reinar. As portas do inferno não prevalecem contra ela.
3. Não desista. Uma característica de Neemias que se sobressai é a persistência. Um exemplo para todo crente: o verdadeiro líder é persistente em suas ações, não se intimida diante das adversidades, mas persevera no propósito. Neemias tinha noção da importância e da necessidade da obra que recebeu para realizar. Nada poderia interromper seu trabalho. Muitos crentes têm iniciado projetos, contudo, inacabados. Sucumbiram por falta de planejamento, aprovação divina, discernimento, investidas do inimigo, etc. Neemias perseverou não olhando as intimidações de seus inimigos, suas falsas profecias e tudo que do coração maligno intentou para o atemorizar (Ne 6.8-9;12-13). Que possamos todos, em uníssono, responder como Neemias: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer. Por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” Cada um de nós tem um quinhão no Reino, nosso trabalho não é vão, o Senhor tem tudo registrado e a seu tempo, retribuirá. Neemias seguiu adiante perseverando e persistindo no propósito que Deus lhe dera. Diz a palavra de Deus que os próprios inimigos de Neemias se abateram e temeram ao ver a obra completada, porque reconheceram que fora o Senhor que fizera essa obra (Ne 6.16). Não nos distraiamos, e o inimigo temerá!
Sinopse do Tópico (3)
Os israelitas, ajudados pelo Senhor, concluíram a reconstrução dos muros e portas em apenas cinqüenta e dois dias.
(III. Conclusão)
“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus. Pelo que todos quantos somos perfeitos tenhamos este sentimento; e, se sentis alguma coisa de modo diverso, Deus também vo-lo revelará. Mas, naquela medida de perfeição a que já chegamos, nela prossigamos.” (Fp 3.13-16). Paulo faz uso da imagem de um corredor esforçando cada músculo de seu corpo enquanto corre para atingir sua meta, com a mão esticada para alcançá-la. Os inimigos dos judeus diziam que eles não conseguiriam concluir aquela obra, desconheciam que era o próprio Deus de Israel que controlava aquele negócio! É o próprio Deus quem peleja por nós! Confiemos em Sua providência, amor, zelo e cuidado por nós e dediquemo-nos inteiramente à obra, enquanto nos concentramos nas coisas que resultarão na vida correta e na paz de Deus (Fp 4.9).
"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8).
Subsídio para o Professor
Ao adentrarmos no capítulo 6 de Neemias podemos tirar uma série de lições para nossa vida cotidiana, principalmente quando falamos da obra de Deus e seus objetivos para nossas vidas, pena que continuaremos falando sobre o “sem vergonha” do Sambalat, ô homenzinho peçonhento e cheio de si, maquiavélico e com intentos cada vez mais destruidores à Obra de Deus.
Sambalat e Tobias junto a seus amigos e conspiradores ficaram sabendo que, toda a pressão psicológica e a ameaça Feitas não foi suficiente para amedrontar o governador de Judá (Neemias), pelo contrário, em cima da perseguição ele desenvolveu ainda mais força para execução esplêndida da obra em um período inferior a dois meses, isso encheu o coração de seus opositores de ira, misturada a inveja e ao medo. Ira porque seus planos maléficos não tiveram êxito, inveja porque demonstrava Neemias ser um líder mais “persuasivo” e motivador do que ele e medo porque achavam em seus corações que Judá fortalecida iria começar a retomar e dominar as terras circunvizinhas, tornando Jerusalém uma cidade forte política e economicamente, por isso, sua tática mudou, agora infiltrava-se em meio ao povo de Judá através de seus “espiões”, na realidade, através de fofoqueiros mesmo.
Após uma série de leva e trás dos fofoqueiros, dentro de Jerusalém, Sambalat e seus astutos companheiros tentam convencer a Neemias a fazer um tratado de paz, como se estivesse reconhecendo que eles agora tinham que aceitar o novo vizinho, já que havia conseguido o intento de reerguer sua capital, impor respeito por um povo que era oprimido, recuperando seu lugar de igual e vizinho, Neemias agora tinha dado o grito e recebido a alforria, não para pisar seus opositores, mas mostrar-lhes que o Deus de Jacó é vivo e grande, e aí está a grande tarefa humanista de Neemias, libertar o povo de seus opressores.
A cartada de Sambalat foi uma carta! Trocadilho necessário, mas Neemias era um homem com uma capacidade espiritual incomensurável, seu discernimento era superior ao da maioria de nossos líderes que tomam, atualmente, decisões afobadas, o governador de Judá foi sábio e no primeiro convite enviado por seus vizinhos ele dá uma resposta plausível e à altura, não mentiu, como pensam alguns, nem tampouco se esquivou, pelo contrário, estava ele sim em uma grande obra, pois após a reconstrução do muro ele precisava planejar os próximos passos, a restauração física da cidade estava quase completa, mas a restauração espiritual ainda estava por vir, mas sobre esse assunto trataremos em outro capítulo.
O mais importante dessa história é entendermos que Neemias desconfiou, na realidade discerniu que esse tratado era um conluio contra sua vida, o interesse na realidade era de matá-lo, e isso se confirmou com a insistência impetuosa e corriqueira com outras cartas, só confirmava então o que Neemias previa, ou seja, Sambalat sabia que a única forma de enfraquecer o povo judeu era destruindo o seu líder, levando-o a morte e em consequência ao esquecimento.
Enquanto isso, Neemias pensava nas conseqüências futuras, seu sacerdotes era um bando de mercenário sem vergonha, os seus juízes e seus nobres eram avarentos e presunçosos, a altivez dos príncipes é notória desde o início do livro de Neemias, a conduta do povo era influenciável por qualquer um desses, e o pior é que, dentre os que queriam o pescoço de Neemias estavam os próprios “profetas” do meio do povo, a cidade estava terminando seu processo de restauração física, mas sua restauração espiritual ainda estava longe, Neemias tinha consciência disso e sabia que essa obra era para ele e não outro, por isso, não deveria desviar seu foco dos planos de Deus.
A última tentativa de Sambalat foi a mais sem vergonha de todas, sem nenhum escrúpulo ele escreve e manda a carta aberta, impessoal e publica, isso era um atrevimento e uma forma de tentar desmascarar com uma calúnia, afirmando categoricamente que “ouviu dizer” que você está armando uma revolta contra o reino Persa, contra o rei Artaxerxes. Será que Neemias seria capaz disso? Será que ele “cuspiria” no prato que comeu? Será que ele trairia a confiança do rei que o liberou? NÂO MEUS QUERIDOS! Neemias era um homem de Deus, seu intuito não era se tornar um opressor, pelo contrário, só queria dignidade e respeito ao povo de Deus, por isso vai meu alerta aos pastores: “Tenham vergonha em escutarem o primeiro que chegar com uma fofoca ou calúnia de alguém! Tenham prudência ao acusarem alguém! Ponham–se no lugar de apaziguadores e não de multiplicadores de dissensões! Cuidado pastores! Deus cobrará muito de vocês!”
Caro leitor, não sei se você entendeu qual era o objetivo de Sambalat, mas vou deixar bem claro, Sambalat queria criar um mal estar dentre povo, queria provocar desconfiança entre os judeus em relação a Neemias, queria por a prova e acusar, como o Diabo faz, ao servo de Deus. Chegando ao cúmulo de se por como promotor publico de Neemias, isso era uma forma de represália, queria fazer com que o servo do Senhor fosse tirar satisfação com ele, abrindo um parêntese, o Diabo tem usado pessoas na igreja para lhe acusar, chamar de ovelha negra, pedra de tropeço, infame, sem caráter, entre outros adjetivos absurdos, mas o que querem é desviar você do foco de servir a Deus indo tirar satisfação com seus acusadores, mas faça como Neemias, ele continuou em seu lugar, não intentou contra os propósitos do Pai.
Mas, não pense que isso ficou barato não! Neemias pagou um preço alto, a carta manchou sua reputação, muitos nem o respeitavam mais, inclusive amigos e familiares de Tobias ficavam desdenhando Neemias, falando dos feitos dele, como que para atingir a honra de Neemias e deixá-lo com medo, além disso Tobias o enviava inúmeras cartas de ameaça, mas Neemias respondeu orando assim: “Agora, ó Deus, aumenta as minhas forças” (6.9b).
Mais audaciosos ainda foram Sambalat e Tobias, subornaram sacerdotes, profetas e outros para porem medo em Neemias, falavam-lhe conselhos como que preocupados com Neemias, mas na realidade eram armadilhas para o humilharem, tem muita gente no meio do povo de Deus, o joio, que fica procurando diminuir os outros para se mostrar superior e maior, mas tenhamos uma só percepção nisso, Deus não está procurando estrelas para aparecer, mas servos para fazer a sua obra, cuidado falsos sacerdotes, falsos profetas e falsos mestres, o Hades está cheio de pessoas como você! Tenha vergonha na cara e se converta, seja você só um “congregado” ou um “pastor” procure se santificar!
Então devemos ter, como Neemias, paciência, discernimento, cuidado com os falsos profetas, falsos sacerdotes, falsos pastores e acima de tudo direção de Deus para realizar toda a boa obra do Senhor aqui na Terra, não desista do que faz para o Senhor se alguém zombar de você, tentar diminuir seu valor diante das pessoas, tentar humilhá-lo, exilá-lo, excluí-lo, excomungá-lo. Só faça uma coisa, orar muito e pedir a Deus que redobre suas forças para aguentar a tribulação e no fim os inimigos terão medo de você, pois está sob a mão potente do Senhor, o respeitarão e sairás da condição de oprimido, não para a condição de opressor, mas à condição de libertador de si mesmo e do próprio opressor que, se sentirá acuado ao enfrentá-lo, porque você tem um escudo e proteção superior a qualquer arma que é a santidade e a fé!
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