Vivemos hoje um cenário religioso muito semelhante àquele que vigorava quando Cristo nasceu. Naquela época, o povo sofria uma dura repressão por parte dos fariseus, que impunham regras em cima de regras colocando sobre os fiéis um peso que eles não precisavam e nem podiam suportar. Não entrarei em detalhes teológicos ou históricos, o importante agora é mostrar o quão o quadro religioso atual se assemelha à outros momentos que a igreja vá viveu. E nenhum deles foi bom.Na Idade Média, ou Idade das Trevas, a sociedade era dividida em três escalões. Clero Nobreza e Povo, sendo o Clero o primeiro e o Povo o último. O Clero, (Papa, Arcebispos, Bispos e Padres) assim como os nobres, não trabalhavam e retiravam os seus sustentos do Povo através dos impostos, no caso dos nobres, e do dízimo e ofertas, no caso da Igreja. Nos dias de hoje é possível fazer uma associação muito parecida: Governo, Igreja e Povo.Assim como na Idade das Trevas, a Igreja e a Nobreza precisavam, por uma questão de sobrevivência dominar o povo, para que este, vendo os absurdos cometidos pelos altos escalões, se mantivesse calado e domesticado, com medo e satisfeito com a vida miserável que tem, esperando Cristo voltar para buscar sua Igreja. Dessa forma, o Clero aquietava os ânimos da população e também extorquia a própria nobreza, que temia o inferno e a ira de Deus.Percebem a semelhança?A Igreja na Idade Média era criminosa. Uma máfia, uma quadrilha organizada que cometia as maiores atrocidades sem o mínimo pudor e dizia estar agindo em nome de Deus. Queimava inocentes na fogueira por terem uma forma diferente de pensamento. Obrigava servos e nobres a doarem terras e bens para perdão de pecados. Vendia pedaços de madeira afirmando que eram pedaços da cruz de Jesus. Enfim, essas eram algumas dentre muitas outras atividades características dessa máfia, dessa gigante e poderosa quadrilha.Mas hoje não é tão diferente. Basta lembrar da ditadura militar com o lema “Pátria, DEUS e Família”. A igreja se voltou contra uma fictícia ameaça comunista e apoiou a ditadura, fechando os olhos para as torturas e mortes. Atualmente a Igreja não queima mais ninguém na fogueira, mas queima personalidades ao obrigar pessoas à esquecerem de tudo que são para tornarem-se apenas mais um bonequinho cantador de aleluia e esquentador de banco. A Igreja não vende mais pedacinhos de madeira, mas vende a “Rosa Ungida”, “Água do Rio Jordão” e “Óleo Ungido”, entre outros. Promove eventos para que os crentes doem seus bens e consigam honrarias da parte de Deus. DEUS NÃO PRECISA DISSO! Deus quer que você ame o seu próximo!Realmente entristece ver que o poder político e o farisaísmo, aqui representado pela figura da Igreja Cristã (essa descontinuidade da obra de Jesus), tenham novamente manipulado o povo cristão fazendo-o lutar contra a causa de Cristo. Uma prova disso é essa guerra sem razão comandada por um presidente que diz ser um enviado de Deus. Acontece, irmãos que amor não vende. Amor não traz medo nem lucro. Amor traz igualdade e paz, direitos iguais. Por isso, não é interessante para algumas empresas e governos pregar o amor, quando sua maior preocupação é dinheiro. Mas seu egoísmo os impede de enxergar que bastaria apenas um pouco de cada país de primeiro mundo para erradicar a fome, por exemplo.Aqueles que se consideram povo de Deus precisam acordar para essa realidade, para enxergar que essa Igreja está matando almas e destruindo vontades. O que define o ser-humano é sua capacidade de tomar escolhas através de sua consciência, e não ponderar sua vida através de um código de regras falhas que tem por um único objetivo cercear sua liberdade e moldar sua mente como uma peça de vidro: frágil e pronta para receber qualquer coisa, até que quebre.
A Igreja mente ao dizer que segue a bíblia e a Cristo, pois este ordena através da Palavra: “Amai ao teu próximo como a ti mesmo”. E tudo o que se vê é preconceito, seja contra os homossexuais, ateus, usuários de drogas ou contra seus próprios fiéis, apenas por serem diferentes. A igreja molda primeiro, para amar depois. Jesus amou primeiro e o mundo mudou depois. Por pouco tempo, mas o suficiente para ser lembrado para sempre e levar alguns de nós a refletir e retornar ao caminho trilhado por Ele.
Igreja, mude para mudar
Uma forte abraço
Ciro
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